segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Há dias assim ...

Há dias assim, em que durante uma parte do dia magicamos o que iremos fazer para jantar. Isso aconteceu-me hoje e quando cheguei a casa, pus em prática o que pensei.

Tirei do frigorífico uma couve lombarda (aprox. 700g) que cortei e lavei. Coloquei uma panela ao lume com água, assim que levantou fervura juntei a couve e um pouco de sal. Depois de cozida escorri e aproveitei o caldo.

Cortei em fatias finas um pão de Mafra, que tinha comprado na sexta-feira passada e coloquei num recipiente. Juntei o caldo (aprox. 1,5 L) ainda quente que aproveitei da couve cozida e fui colocando por cima do pão. Mexi muito bem o pão de modo a que todo ele se desfizesse. Fui colocando a água aos poucos para conseguir controlar o processo e não colocar água em excesso.

Descasquei e esborrachei 8 dentes de alho para uma panela, juntei azeite (mais ou menos 8 colheres de sopa cheias) e levei ao lume. Deixei frigir um pouco os alhos, juntei o preparado de pão e um ramo de poejos cortados (daquelas embalagens que agora encontramos facilmente em quase todos os supermercados), mexi um pouco. Entretanto, cortei a couve cozida e juntei ao preparado. Adicionei 300 g de feijão encarnado cozido, mexi e deixei cozinhar um pouco em lume brando para não pegar. Bati dois ovos e adicionei ao preparado, mexi muito bem. Ficou mais um a dois minutos ao lume. Retirei e servi logo.

Quando pensei em fazer esta espécie de açorda tinha intenções de acompanhar com uma carne de porco que tinha feito na frigideira, mas digo-vos eu nem comi carne, esta mistura, para além de ser óptima também enche muito. Para a próxima vez, posso usar um pão mais pequeno, pois mais uma vez sobrou.

6 comentários :

kuka disse...

É bom com toda a certeza. Minha sogra fazia isso só com o pão (chamava-lhe açorda fervida) e era óptimo. Com feijão, couve e ovos fica de certeza de comer e chorar por mais.

Branca disse...

pode crer kuka , fizemos hoje para o almoço e é de comer e chorar por mais....foi mesmo uma boa ideia

Cristina disse...

Parece delicioso!

Anónimo disse...

Meu caro,

Açorda ou açordas disto e daquilo.É um prato muito inteligente sem dúvida. Como "A necessidade aguça o engenho", a história de um povo pobre, deixou-nos esta forma brilhante de dignificar o pão.
Eu, adoro fazer e comer açordas.
Acho também que é preciso uma certa maturidade em termos degustativos para apreciar este e outros pratos igualmente simples mas tão bons.

Abraço,
Bruno Rolo

Paula disse...

Gosto tanto de açorda que não vou perder esta! Ainda por cima depois de outros gulosos já a terem aprovado.

Chef Janvier disse...

Como alentejano, vou experimentar esta açorda. O sabor dos poejos está muito ligado à minha infância e aos pratos de sopas de peixe da minha mãe. Recomendo vivamente poejo com peixe.