quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sopa de beldroegas com ovo e orégãos

Na última sopa que fiz de beldroegas, houve uma leitora, de seu nome Beatriz Rosário que me sugeriu, na página do Facebook, uma receita que me pareceu muito apetitosa e como tal, imperdível. Esta sugestão foi uma excelente forma de usar as últimas beldroegas do meu quintal.

Ingredientes:
5 tomates muito maduros
2 batatas
3 cebolas médias
3 dentes de alho
1,2 L de água
azeite
um molho de beldroegas
3 ovos
sal e pimenta
orégãos


1. Limpar os tomates de peles e sementes.

2. Colocar numa panela as batatas, descascadas, cortadas, os tomates, os alhos e a cebola. Adicionar a água e um pouco de sal. Levar ao lume e deixar cozinhar.

2. Triturar os legumes. Adicionar um fio de azeite e pimenta a gosto. Deixar levantar fervura e retirar do lume.

3. Adicionar as folhas de beldroegas e os ovos batidos. Mexer e servir com orégãos secos.

A sopa fica muito saborosa, por um lado o sabor do tomate misturado com o ovo, a textura das beldroegas e por outro, um suave aroma dado pelos orégãos.

A receita original indicava o uso de courgette em vez da batata.

Beatriz Rosário muito obrigada por esta excelente sugestão. Adorei!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Peixe grelhado com limão e alecrim

Todas as oportunidades são boas oportunidades para fazer grelhados no quintal, especialmente nestes dias em que apesar de mais frescos ao final do dia, durante o dia ainda temos um sol bonito.

Aproveitando as ofertas das pescarias do meu pai, fiz uns peixinhos grelhados de uma maneira muito simples mas que ficaram muito agradáveis.

Ingredientes:
peixe para grelhar
limão
alecrim fresco
sal
azeite


Recheei a barriga dos peixes com rodelas de limão e raminhos de alecrim fresco. Temperei com sal, reguei com um pouco de azeite e seguiram para a grelha. O azeite serviu para que o peixe não ficasse agarrado à grelha.

O peixe ficou muito agradável. O alecrim sobressai em termos de sabor.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Super arroz de tomate


Um dos ingredientes que faz parte da minha cozinha durante o ano inteiro é o tomate. O tomate, para mim, é dos ingredientes mais versáteis, quase como a cebola e o alho. Fica bem em saladas, em sopas, em arrozes, em assados, em sumos ...

Quando há uns tempos trouxe de Santarém uma caixa de tomates vermelhinhos e suculentos, lembrei-me logo de um super risotto de tomate que vi no blogue Macheesmo. Voltei a ler a receita, fiz as minhas adaptações e corri para a cozinha.


Ingredientes:
1 cebola
1 dente de alho
3 colheres de sopa de azeite
500 g de tomates maduros
300 g de arroz carolino
2 dl de vinho branco
150 g de tomate seco em azeite
1 colher de chá de açúcar
1,3 l de caldo de galinha ou água (aproximadamente)
sal e pimenta q.b.
manjericão fresco picado


1. Escaldar os tomates e limpá-los de peles e sementes.

2. Colocar o azeite num tacho e levar ao lume. Adicionar a cebola e o alho picados. Deixar refogar um pouco.

3. Adicionar o arroz e mexer. Refrescar com o vinho branco, adicionar o tomate fresco picado, o tomate seco em azeite picado finamente, o açucar, sal e pimenta. Ir adicionando, pouco a pouco o caldo ou a água quente.

4. Sevir o arroz com folhas de manjericão picadas.

O arroz fica muito agradável, o tomate seco ajuda a dar um pouco de textura. Adicionei um pouco de açúcar para cortar a acidez do tomate.

Quem preferir também pode servir este arroz com queijo parmesão ralado.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lisboa Restaurant Week IV Edição - restaurantes L'appart e A Ver Navios


De 22 a 2 de Outubro decorre a IV edição do Lisboa Restaurant Week e mais uma vez lá eu não poderia perder esta iniciativa. ;) A escolha e reserva dos restaurantes, como sempre tem acontecido até agora, recaiu sobre o meu amigo Nuno Vaz e o critério foi conhecer novos espaços.

Esta iniciativa, que teve a sua génese em Nova Iorque, espalhou-se por várias cidades do mundo, nomeadamente nos EUA e Brasil, contando apenas quatro cidades na Europa, duas nas quais no nosso país: Porto e Lisboa. A iniciativa está ainda presente em Puerto Vallarta no México e em Sydney na Austrália. Curioso!

Na quarta-feira fomos ao restaurante L'Appart no hotel Park Atlantic, ao lado do Ritz, e tivemos como convidada, mas já com lugar cativo no grupo, a Carlota. O conceito é o de um apartamento com vários espaços e, apesar de inserido num hotel, procura ter alguma autonomia, por exemplo com uma porta directamente para a rua. Nós ficámos no que nos pareceu o espaço do jardim de inverno. Assim que entramos, salta-nos à vista a forte presença da madeira escura e a decoração elegante e cuidada.

Para covert foi-nos servido pão, azeitonas verdes e azeite. A entrada foi um Creme de tomate alentejano com ovo de codorniz escalfado, perfumado com piso de poejo com azeite. O creme revelou-se uma surpresa, saboroso, servido à temperatura certa. Uma delícia.

O prato principal foi Lombo de Bacalhau demi-sal confit em azeite com arroz malandrinho de pimentos servido com tomate cereja assado. O bacalhau estava muito interessante, no entanto, o arroz para malandrinho estava um pouco cozido demais.

A sobremesa servida foi Nougat glacé de manga de coco com sorbet de framboesa. O sorbet estava magnífico.

O L'appart é um restaurante que não parece de hotel, o que é bom. O prato que mais me surpreendeu foi o creme de tomate, mas de uma maneira geral o chef Eddie Melo está de parabéns. O vinho escolhido para acompanharmos a refeição foi Fiuza Merlot de 2007, que não revelou ser uma escolha acertada. O serviço é simpático e atento. Gostei do facto de explicarem os pratos que nos foram servidos e de o café ser servido com umas pequenas trufas de chocolate.

O restaurante escolhido, ontem, foi o A Ver Navios. Estava cheia de curiosidade pelo espaço e pela cozinha do chef Pedro Niny Duarte com quem já tive o prazer de aprender nos cursos da Vaqueiro.

O A Ver Navios está situado num palacete construído no século XIX, agora pertence à Associação Nacional de Farmácias, junto ao miradouro de Santa Catarina. A sala de refeições é elegante, com paredes em tons de amarelo, com lustre, dois quadros, as janelas são dominadas pela presença dos cortinados e as mesas pelas toalhas brancas. De dia, a vista para o Tejo deve ser pouca. O restaurante possui outra sala, pareceu-me, dedicada a eventos.

O couvert servido foi azeitonas temperadas, pasta de azeitona e pasta de queijo com presunto.

Para entrada escolhi uma salada de tomate assado com queijo fresco e azeite negro, servida com folhas de rúcula. Gostei da combinação.

Para prato principal escolhi Lasanha fresca de bacalhau com legumes assados com azeite. Estava muito agradável, destacando-se o sabor do bacalhau e dos pimentos. Acabei por provar também outra opção de prato principal do menu elaborado para esta semana, que era magret de pato com puré de pêra e salada fresca de agrião com vinagrete. O magret estava óptimo, no entanto achei o puré de pêra um pouco doce de mais para o magret.

Para sobremesa escolhi Fondant de Chocolate e laranja com azeite e natas alimadas. Agradável, sem surpresas. Tive a possibilidade de provar a outra sobremesa em opção, Farófias com molho de manga e amêndoas e achei-a mais bem conseguida. Surpreendeu-me.

O vinho escolhido foi Má Partilha Merlot de 2007 e as sobremesas foram acompanhadas de vinhos de colheita tardia. Para acompanhar as farófias foi servido um branco chileno muito bom. Especialmente perfumado e aromático. O Fondant foi acompanhado por um tinto italiano muito agradável também.

O A Ver Navios é um restaurante com pretensões, mas com algumas inconsistências. Ora os pratos são servidos com talheres de prata, ora não. Não me fez muito sentido, o bacalhau ser servido com os referidos talheres e o magret não. Foram notórios alguns pequenos descuidos no serviço. Ao não descrever os pratos imediatamente depois destes serem servidos também não contribuiu para elevar o nível desta incursão em tão distinto restaurante. Será um caso de expectativas exageradas ou de um maior nível de exigência? A comida estava bem confeccionada, mas sem surpresas. O sommelier merece destaque pela positiva, tanto pelos esclarecimentos como pelas sugestões.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Salmão grelhado com molho de amoras silvestres

Este ano, como já aqui contei, fui apanhar amoras silvestres. Depois de uma breve pesquisa na internet encontrei esta receita do blogue Steamy Kitchen que me despertou a curiosidade. Depois de algumas adaptações, eis o resultado:


Ingredientes:
2 lombos de salmão
100 g amoras silvestres
3 colheres de sopa de água
3 colheres de sopa de vinagre balsâmico
2 colheres de chá de mostarda Dijon
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
molho tabasco q.b.
3 colheres de sopa de brandy
sal e pimenta


1. Grelhar o salmão, previamente temperado com sal e pimenta.

2. Numa frigideira colocar as amoras, a água, o vinagre balsâmico, a mostarda, o açúcar, a manteiga e algumas gotas de molho tabasco. Levar a frigideira ao lume e deixar ferver uns minutos. Antes de retirar, adicionar o brandy e flamejar.

4. Servir o salmão com o molho.

O molho fica intenso, agridoce com um ligeiro picante, o que por certo, não agradará a todos os paladares.

Cá por casa, este prato foi feito num dos dias de sol em que decidimos aproveitar o quintal e este ano temos feito questão de aproveitar muito bem este espaço.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sopa de beldroegas com feijão cozido e tomate

As experiências com as beldroegas do meu quintal continuam. Um destes dias encontrei esta sopa do blogue Rancho Gordo e não resisti.

Ingredientes:
1 cebola picada
3 dentes de alho picados
1 dl de azeite
100 g de presunto cortado aos pedaços (usei presunto serrano fatiado)
5 tomates maduros limpos de peles e sementes
750 de feijão cozido (com um pouco da água de cozedura)
1 ramo de beldroegas

1. Refogar no azeite a cebola, o alho, o presunto e as folhas de beldroegas.

2. Adicionar ao refogado, o feijão cozido e a água. Quando levantar fervura adicionar um tomate cortado em pedaços. Triturar os restantes tomates e adicionar à sopa. Deixar acabar de cozinhar.

A sopa fica muito saborosa. O tomate e o presunto dão-lhe um toque especial.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Festival Todos - Uma viagem pelos sabores de São Tomé e Príncipe

No sábado, antes das 10h da manhã já estava em frente ao mercado do Forno do Tijolo. Saí de casa a pensar que o mercado era num sítio e afinal ficava mais perto da minha casa do que eu pensava. Ainda dei uma voltinha, parei numa ou noutra loja de fruta e surpreendi-me com alguns preços, muito em conta, e com o aspecto apetitoso dos pêssegos, dos figos e das mangas.

Um pouco antes das 10h a Isabel chegou e fomos logo para a fila que entretanto já se tinha formado para efectuarmos o pagamento da nossa inscrição no workshop de cozinha africana, realizado no âmbito do festival Todos. O ano passado, a Isabel e eu, também participámos e tivemos a oportunidade de viajar pela gastronomia da Índia e da Ucrânia, pela mão de famílias oriundas destes países, mas a viverem cá. A experiência do ano passado foi tão positiva que este ano não quisemos perder a oportunidade de participar.

Os workshops funcionaram em lojas do mercado, a da cozinha africana pareceu-me que em tempos deve ter sido um açougue, e em frente criaram um espaço de esplanada para os participantes almoçarem.

A nossa viagem pelos sabores de São Tomé e Príncipe começou com a apresentação das nossas anfitriãs, a Ana Paula dos Reis, que simpaticamente nos disse que estava vestida com um traje típico de S. Tomé, a Julieta Carvalho, a Fátima dos Reis e a Jusnéria. Depois das apresentações, começaram por explicar alguns dos ingredientes usados na cozinha de São Tomé. Começaram por falar do maqueque, que me pareceu um tomate verde riscado, mas pelo que percebi é da família das beringelas, apresentaram o pau de pimenta, que se assemelha a um pequeno tronco de árvore, mas que quando se abre cheira agradavelmente a pimenta, deram a conhecer a fruta pão, mostraram a casca e a fruta já cozida, o ossame, um fruto vermelho, que pela forma faz-me lembrar um figo e ao mesmo tempo uma flor fechada, aberto tem um aroma agradável.

Em termos de receitas, começaram por nos explicar como fazer angu de banana. Cozer banana pão sem a casca e depois esmagar muito, muito bem, tarefa essa feita pela Fátima e que a ocupou algum tempo. Depois da banana bem esmagada, fez uma bola, depois com a colher de pau cortou doses individuais. O angu seria para acompanhar o calulu de galinha.

O calulu é um prato São Tomense feito com galinha ou peixe fumado, por exemplo peixe voador, macho-pombo, entre outros, por cá, quando fazem escolhem o carapau ou a sarda. Para o calulu, a Ana Paula explicou que cozeu as verduras na véspera. Colocou a panela ao lume por volta das 22h e que desligou o fogão por volta das 4h da manhã. As verduras usadas foram a couve portuguesa e espinafres, tudo muito cortadinho. A fruta pão descascada também pode ser cozida com as verduras. A galinha foi temperada com sal e pimentas, branca e preta. Pelo que percebi, pois houve alguma confusão com o entrar e sair de pessoas que vinham de outros cursos ver o que fazíamos, faziam perguntas e cortavam a linha de explicação, a galinha foi colocada numa panela com óleo de palma, pau pimenta, maqueque, quiabo, mosquito (erva aromática). Depois da galinha cozinhada, adicionaram as verduras com o caldo, a fruta pão esmagada, a beringela descascada e limpa de sementes e deixaram acabar de cozinhar.

O calulu foi servido com o angu de banana e arroz branco. Estava excelente. Foi uma surpresa.

O outro prato confeccionado foi cachupa que se assemelha bastante à nossa feijoada, só que a cachupa leva milho. Para a cachupa o primeiro passo é cozer o milho e o feijão catarino com sal. A Ana Paula chamou-nos a atenção para os diferentes tempos de cozedura. O milho demora mais, portanto, se forem cozinhados juntos, não devem ser colocados ao mesmo tempo. Os enchidos, chouriço de carne, chouriço de sangue e até farinheira, podem ser cozidos juntamente com o feijão. As carnes, que podem ser salgadas ou não (chispe, entrecosto, frango, etc), também são cozidas à parte com um refogado de cebola, alho, azeite, polpa de tomate, folha de louro, ossame e pau pimenta.

Depois do feijão cozido, retirar os enchidos e cortá-los às rodelas. Juntar as carnes, um pedaço de bacon cortado,o feijão e o milho (usaram milho branco e milho amarelo) com o caldo de cozedura, couve lombarda cortada e cenoura.

Para sobremesa fizeram um arroz da Índia. Colocaram leite de coco, leite, arroz, margarina, açúcar, milho branco e amarelo. Deixaram cozinhar.

A família que nos acompanhou nesta viagem foi de uma simpatia inexcedível. Disponíveis, simpáticas, mostraram que estavam ali com gosto e com orgulho na sua cultura.

Num outro dia, falar-vos-ei da minha experiência no workshop de comida chinesa, que fiz no domingo no âmbito do mesmo festival.


domingo, 19 de setembro de 2010

Sandes com bolo do caco

Na sexta-feira passada fui às compras ao supermercado. Já não me lembrava do quão cansativo é ir às compras a uma sexta-feira depois de um dia de trabalho. Normalmente, procuro ir no início da semana e depois do jantar quando há menos pessoas.

Apesar de cansativo, acabei por me surpreender. Na secção do pão descobri bolo do caco, uma versão industrial do conhecido pão da Madeira que adoro e que até agora só tive a possibilidade de comer nos restaurantes madeirenses. Quentinho com manteiga é de ir aos céus e pedir mais. Comprei logo dois para ver se gostava.

No sábado fui com a Isabel ao workshop de cozinha africana promovido pelo festival Todos, demos uma voltinha pelo Martim Moniz e quando regressei a casa a vontade de ir cozinhar era muito pouca. Apesar de não ter vontade de fazer nada muito elaborado para o jantar, o que é certo é que tinha vontade de comer qualquer coisita.

Comecei por fazer uns ovos mexidos com manjericão seco. Lavei alface e coloquei queijo de vaca cortada em fatias num prato e presunto serrano que a minha amiga Ana Assis me trouxe da sua última viagem a Madrid.

Entretanto, quando abri o frigorífico vi o bolo do caco e achei que ficaria muito bem numa sandes. Como estava frio, coloquei-o uns minutinhos na torradeira para que a parte exterior ficasse estaladiça.

Levei o bolo do caco para a mesa, abri-o e coloquei queijo, ovos mexidos, presunto, cebola roxa e alface.

Muito bom!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Peixe com massa couscous e pesto

Um destes dias pensei em fazer peixe grelhado para o jantar. O meu pai, de vez em quando, vai à pesca, com uns amigos, para a Nazaré e reparte quase sempre o que apanha comigo e com o meu irmão.

Adoro saber o que pesca, que tipo de peixes traz e assim tenho aprendido a reconhecer algumas espécies.

Como tinha recebido uns peixinhos achei que poderia fazê-los grelhados para o jantar, mas, ao final do dia, quando cheguei a casa e falei com o Ricardo, o homem dos grelhados no carvão, a ideia caiu por terra. Não me apetecia fazer assados no forno, até porque ia demorar, e resolvi fazer algo mais rápido e sem seguir nenhuma receita.

Comecei por colocar a massinha couscous a cozer. Entretanto, fui ao quintal e apanhei um bom ramo de manjericão. Separei as folhas do manjericão e coloquei-as num copo. Adicionei um dente de alho, queijo parmesão ralado, duas mãos cheias de pinhões tostados e azeite. Triturei tudo.

Depois da massa cozida, escorri e envolvi com o pesto.

Tirei os lombos ao peixe. Coloquei um pedaço de manteiga de cebolinho numa frigideira, assim que derreteu coloquei os lombos do peixe e deixei alourar uns minutos de cada lado.

Servi o peixe com a massa e uma salada de tomate.

O peixe ficou muito agradável e a massa com pesto fica óptima. Um jantar que nasceu do improviso mas que adorámos.

Com o que sobrou do peixe, a espinha e a cabeça, fiz um caldo que aproveitei para fazer um arroz. Encontra-se facilmente pesto à venda, mas, sempre que posso, prefiro o caseiro, pois é muito mais saboroso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Risotto de beterraba com camarão e manjericão

Não me lembro de começar a gostar de beterraba. Sei que sempre gostei da cor. Vermelho quase sangue, forte, vivo, intenso. Aprende-se a gostar de beterraba. Eu comecei por comê-la cozida e conservada em vinagre. Depois pouco a pouco fui-me aventurando noutras receitas. Assada, em saladas, crua, em sumos e cozida em sopas.

Conheço algumas pessoas que não apreciam, aquilo que me dizem é que sabe muito a terra. Acham o sabor muito intenso, muito próximo das raízes, da terra. Curioso, não é?

Sei que desde que descobri os benefícios da beterraba - particularmente rica em ferro e quando ingerida crua é um potente antioxidante - que a tenho procurado incluir mais regularmente na minha dieta. Quem não acha muita piada é o meu pai, que nestes últimos dois anos tem vindo a ser "aconselhado" a cultivar um pequeno canteiro de beterrabas. ;) Em Agosto começaram a chegar em força à minha cozinha.


Ingredientes:
1 cebola picada
0,5 dl de azeite
2 beterrabas (aprox. 350 g)
300 g de arroz para risotto
1 dl de vinho branco
1,3 dl de caldo de peixe ou água (aproximadamente)
330 g de miolo de camarão (20/40)
1 colher de sopa de manteiga
1 ramo de folhas de manjericão picadas
queijo parmesão ralado para polvilhar

1. Refogar a cebola no azeite. Acrescentar o arroz e deixar fritar um pouco. Refrescar com o vinho branco.

2. Adicionar as beterrabas previamente descascadas e raladas.

3. Ir adicionando pouco a pouco o caldo de modo a que o arroz vá cozendo, em lume brando.

4. Uns minutinhos antes de o arroz estar cozido, adicionar os camarões.

5. Retirar do lume, adicionar uma colher de sopa de manteiga e as folhas de manjericão picadas. Mexer e servir polvilhado com queijo parmesão ralado.

Aconselho a colocar os camarões uns minutos antes do arroz estar cozido para que o camarão fique suculento. Quando fica demasiado cozido, na minha opinião, fica ligeiramente seco e perde sabor.

O uso de caldo nesta receita é fundamental, pois ajuda a dar sabor. Eu já fiz esta receita com caldo de carne e ficou também muito agradável.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Bolo de chocolate com mascarpone


O último livro que li foi Os Ingredientes do Amor de Nicky Pellegrino, uma autora que descobri pela mão de uma colega que leu o livro nas férias e simpaticamente achou que eu ia gostar.

O livro é uma história escrita a duas vozes, a de Alice e a de Babetta. Alice é uma jovem que pretende aproveitar tudo o que a vida lhe pode proporcionar, mas acaba por se resignar às circunstâncias e optar pelas soluções mais fáceis. Babetta é a responsável pela manutenção dos jardins da Villa Rosa, em Itália, onde Alice irá passar as férias de Verão com uma amiga e aprender a cozinhar no restaurante da família do chef para quem trabalha, em Inglaterra.

Alice procura ter uma carreira no mundo da restauração, passa por vários restaurantes, mas acaba por perceber que ser chef não é o que quer fazer na vida. Com Babetta, na Villa Rosa, cuida de uma pequena horta, onde cultivam diversos legumes, aprende a valorizar o que a terra dá e descobre que é isso que quer fazer na vida. Ao longo do livro, ficamos com imensa vontade de ir para a cozinha e confeccionar algo reconfortante e apetitoso, pois o livro é principalmente uma história de afectos, com muitas referências à cozinha italiana.

Para acompanhar a leitura, nada melhor que um bolo de chocolate com um saborzinho a Itália.

Ingredientes:
250 g de queijo mascarpone
200 g de chocolate preto em tablete
200 g de açúcar amarelo
70 g de manteiga
100 g de farinha com fermento
1 colher (café) de café em pó solúvel
5 ovos


1. Bater em creme o açúcar amarelo com as gemas, juntar o queijo e mexer bem.

2. Adicionar o chocolate derretido com a manteiga.

3. Adicionar a farinha e o café ao preparado anterior.

4. Bater as claras em castelo com uma pitada de sal até ficarem bem firmes. Envolver no preparado anterior.

5. Colocar a massa numa forma untada e polvilhada e levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 40 minutos.


O bolo fica macio, ligeiramente húmido, muito bom. Come-se mesmo sem vontade. A referência à temperatura do forno e à duração do tempo de cozedura é da receita original, publicada pelos açúcares Sidul.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Meloa com paio york


Num domingo do mês de Agosto convidei os meus amigos Sandra e Nuno para um almoço de churrasco no quintal. As previsões da temperatura para esse dia apontavam para um dia especialmente quente. A minha amiga Sandra até me telefonou, na véspera, para em vez de almoço fazermos um lanche ajantarado para não apanharmos tanto calor. Mas essa não foi uma opção e os planos do almoço avançaram.

Nesse dia e sempre que grelhados, colocámos a mesa no quintal e reforçámos a sombra colocando um pano em cima dos chapéus de sol. Para ajudar a refrescar, resolvi fazer uma entrada bem fresquinha, meloa com paio york, ideia que vi numa revista de culinária portuguesa.

Ingredientes:
Meloa bem fresca
Paio york fatiado
Palitos


1. Cortar a meloa ao meio. Retirar as sementes e cortar, com um boleador, a meloa em forma de bolinhas.

2. Cortar o paio em tiras.

3. Fazer palitos com uma bola de meloa, uma tira de paio e terminar com uma bola de bola.

4. Colocar os diversos palitos num prato e servir bem fresquinho.


Esta é uma entradinha que funciona muito bem fresca e é uma excelente alternativa à tão conhecida combinação de melão com presunto.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Salada de melancia com queijo feta e sementes de papoila

Este verão ofereceram-me duas melancias. Uma levei para comer com a família nos dias que passei em Santa Luzia, no Algarve. A outra ficou à espera de destino na minha cozinha. Quando voltei, transformei parte da melancia em sumo, comemos umas fatias num dia à noite e ainda sobrou para fazer uma salada.

A melancia fresquinha sabe bem, com a polpa vermelhinha e refrescante, mas eu não sou uma grande fã. Aceitei estas melancias com vontade de contrariar esta minha tendência de ligar muito pouco a este fruto e até fazer umas receitas como, por exemplo um granizado. Houve alturas, já há uns bons anos, em que o meu sogro Joaquim fazia questão que eu comesse melancia. Sempre que ia lá a casa jantar mais coisa menos coisa havia melancia. Como a confiança ainda era pouca e já que toda a gente sentada à mesa comia melancia, eu assim fazia. De vez em quando lá dizia: "uma fatia fininha, chega!". Eu própria não percebo muito bem porque nunca penso em comer ou comprar melancia. Em casa dos meus pais sempre me lembro de haver melancia e ai de quem se atrevesse a comer o coração ou castelo sem o repartir!

Quando os meus sogros souberam que eu não era grande fã de melancia, fartaram-se de rir e desde essa altura brincam sempre comigo, especialmente quando há melancia para a sobremesa. A brincadeira teve tais proporções que num ano tive direito a um bolo algarvio em forma de fatia de melancia. :)


Ingredientes:
1 fatia de melancia limpa de casca e sementes cortada aos cubos
1/2 pepino cortado
70 g de azeitonas pretas às rodelas
150 g de queijo feta cortado em cubos
1 raminho de hortelã picado finamente
1 raminho de salsa picado
pimenta q.b.
sumo de 1 lima
1 colher de sopa de sementes de papoila
2 colheres de sopa de azeite

1. Misturar o sumo de lima com o azeite, a pimenta e as sementes de papoila.

2. Numa taça colocar os restantes ingredientes. Adicionar o molho, mexer e servir.


A salada fica muito agradável, especialmente se a melancia estiver bem fresca. Nesta receita a hortelã é fundamental, combina muito bem com a melancia. A receita é do blogue Food Stories.

sábado, 11 de setembro de 2010

Reencontro com amigos

Todos os anos no dia um de Janeiro costumo elaborar uma lista de coisas que gostaria de fazer nesse ano. Um dos tópicos que tenho colocado é visitar amigos queridos que já não vejo há algum tempo. Amigos que pelas circunstâncias da vida acabamos por não conviver como gostaríamos.

No passado mês de Agosto fui visitar um casal de amigos, a São e o Nuno que já não via há aproximadamente seis anos. A última vez que os visitei foi em Castro Verde, quando o seu filho nasceu. Agora voltei a visitá-los na sua casa na Chamusca e já com o Nuno Júnior bem crescido. A São é uma amiga de quem só guardo boas recordações, muito alegre e conversadora. Dividi casa com ela nos nossos tempos de faculdade. Foram anos muito bem dispostos e cheios de estórias para contar. Ainda me lembro de algumas tardes de Inverno que passávamos na conversa. Como fazia frio, ligávamos um aquecedor a gás que tínhamos e ali ficávamos. Ora conversávamos, ora tentávamos jogar GP3 (mas sem grande sucesso!), Tetris, Bubble Bobble, etc. Numa das vezes colocámos o aquecedor muito perto de uma das portas, quando reparámos, a porta aqueceu tanto que já estava ligeiramente castanha! Uma outra vez, o Ricardo questionou-se sobre quem é que teríamos lá em casa pois, contou-nos ele mais tarde, só ouvia risos e muita conversa. Quem seriam os convidados? Para sua surpresa, éramos apenas nós as duas! :) Muitos também foram os almoços e jantares feitos naqueles anos. Uma dos convidados habituais lá de casa, era um outro colega, o Custódio David, que a São também convidou para este encontro.

Desta vez, antes de nos sentarmos à mesa começámos por petiscar um queijo da Murta, paiola alentejana e vinho Moscatel.

A São para o almoço fez um bacalhau com maionese que estava muito saboroso. Num tabuleiro colocou uma boa camada de cebola cortada às rodelas. Em cima, dispôs as postas de bacalhau barradas com maionese. Regou com um bom fio de azeite e levou ao forno. Serviu o bacalhau com puré de batata e uma salada de alface.

Para sobremesa brindou-nos com uma mousse de chocolate.

Depois de almoçar e de algumas garrafas de vinho verde, foi difícil sair da mesa e até acompanhar o ritmo do pessoal da Chamusca no que toca à bebida. ;) A vontade de conversar era desenfreada, queríamos saber coisas uns dos outros e de outros colegas que nos acompanharam nos tempos da faculdade. Nesse dia, acabámos por marcar um outro encontro.

Na semana seguinte, encontrámo-nos em Óbidos, que já visitei este ano, depois de um café numa esplanada à entrada da vila e de decidirmos ir visitar o jardim Buddha Eden, achámos que para passear o melhor era carregar as baterias, por isso e por sugestão do David, resolvemos ir até Nadrupe e almoçar no restaurante Aldeia Velha. Achei imensa piada ao nome Nadrupe, nunca tinha ouvido falar e inicialmente nem sabia dizer muito bem. Pelo caminho encontrámos outras localidades com nomes muito engraçados como Papagovas.

O almoço no restaurante Aldeia Velha foi muito agradável. Todos escolhemos polvo à lagareiro e estava delicioso. O polvo estava tenro e as batatas bem assadas. Foi uma boa escolha.

Depois do almoço fomos passear até ao jardim Buddha Eden, na Quinta dos Loridos, perto do Bombarral. O dia estava muito quente e começámos o nosso percurso procurando as sombras. O jardim está ainda em construção, mas encontramos espaços muito interessantes. Gostei particularmente do lago e das estátuas de terracota. A nossa visita terminou na loja de vinhos da quinta, onde trouxemos algumas garrafas de vinhos ali produzidos.

Terminámos este nosso encontro numa esplanada na praia da Consolação a comer tremoços e a beber imperial. Na despedida ficou a promessa de não estarmos tantos anos sem nos encontrar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sumo de ameixa com pêssego

Este verão tem sido marcado pelos sumos de fruta. Comecei a fazer sumos porque tinha cá em casa muitas ameixas e antes que se estragassem, achei que transformá-las em sumo era uma excelente ideia. Comecei timidamente com as ameixas e depois nunca mais parei. As combinações possíveis são quase ilimitadas. E nestas coisas não sou a única. O Ricardo é tão ou mais entusiasta nisto quanto eu. Tão entusiasta que recebi um liquidificador como presente no meu aniversário. Agora com a desculpa de experimentar o liquidificador temos feito ainda mais sumos.


Ingredientes:
4 pêssegos maduros
16 ameixas vermelhas e maduras
2 colheres de sopa de maple syrup
gelo q.b.

1. Limpar os pêssegos e as ameixas de peles e caroços.

2. Colocar no liquidificador a fruta, o maple syrup e cubos de gelo. Triturar.

Fresquinho fica uma delícia.