segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Workshop Vamos Petiscar, em Lisboa


Vamos Petiscar? No próximo dia 12 de Março de 2017, vamos ter na escola de cake design IstoFaz-se, em Lisboa, das 10h às 13h, um workshop dedicado a petiscos.

Iremos preparar muitas coisas boas para partilhar à mesa com a família e os amigos, em dias de festa e não só. Iremos confeccionar croquetes de alheira com maionese de marmelada, húmus de pimento vermelho com chips de tortilha, ceviche de bacalhau, asinhas de frango assadas, camarão picante ao alhinho no forno, pão recheado com queijo e linguiça e uma fantástica sangria de vinho rosé com frutos vermelhos.

Vai ser uma manhã cheia de sabor. Quem me faz companhia?

EUR 40 Inscrições e mais informações:
escola@istofaz-se.pt   218 078 640   IstoFaz-se
( Realização do workshop sujeito a nº mínimo de participantes )

Workshop Receitas para Brunch, em Lisboa


No próximo dia 11 de Março de 2017 vamos ter um workshop de Receitas para Brunch, na escola de cake design IstoFaz-se, em Lisboa, das 10h às 13h. O brunch é uma refeição que junta o pequeno-almoço e o almoço. É uma forma deliciosa de começar o dia em família ou apenas a dois.

Neste workshop iremos preparar panquecas com sementes de papoila com maçã caramelizada, waffles de cenoura com fruta fresca e compota, cestinhos de pão recheados com ovo, ovos escoceses, um bolo salgado de queijo feta com ervas secas, os famosos croque monsieur e croque madame, e um sumo de frutas frescas.

Vai ser uma manhã cheia de sabor. Quem quer vir?

EUR 40 Inscrições e mais informações:
escola@istofaz-se.pt   218 078 640   IstoFaz-se
( Realização do workshop sujeito a nº mínimo de participantes )

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Vamos fazer pão: Pão enrolado com cenoura e queijo


Nada é mais memorável que um cheiro. E há cheiros que nos conquistam, que nos fazem salivar só de os sentir no ar. Entre esses deliciosos cheiros lembro-me dos aromas de um café acabado de tirar. Os meus dias começam sempre com café. Faz parte da rotina do pequeno-almoço, sempre!

No Outono, Lisboa ganha outro encanto com a chegada dos assadores de castanhas. Que cheirinho bom que invade as ruas da cidade e nos conforta o espírito e a alma até à chegada da Primavera. Nos dias frios que bem que sabe segurar um cartucho de castanhas nas mãos enquanto se vai ou vem do trabalho. Os assadores de castanhas dão um enquanto maior às cidades.

Outro dos cheiros que tão boas recordações me traz é do pão acabado de fazer. É um cheiro doce, perfumado, a fazer lembrar a côdea do pão estaladiça, crocante. Adoro o cheiro do pão. Acho que nada substitui os aromas de pão. As lembranças que nos ocorrem logo assim que sentimos os aromas do pão fresco são mágicas. Não me imagino sem poder ter pão na mesa. Pão fresco sabe sempre bem. Vamos fazer pão?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Mão de borrego assada no forno com legumes


Adoro pratos de forno. Acho que são tão práticos. Não dão muito trabalho a preparar, é só colocar tudo num recipiente e levar ao forno. E depois fica tudo tão saboroso. A carne, os legumes, o peixe, com sabores fantásticos.

Um dos pratos que faço muitas vezes no forno é borrego assado. Gosto de assar as pernas de borrego inteiras, bem temperadas. Ou então, fatias da perna ou da mão assadas com legumes. Prato que cá em casa merece sempre aplausos assim que chega à mesa. Adoramos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Perninhas de frango assadas no forno


Há pratos que faço vezes sem conta cá em casa. Um dos principais motivos é que toda a gente gosta e depois são muito, muito práticos de confeccionar. Um desses pratos, é perninhas de frango assadas no forno. Adoro! Faço muitas vezes para petiscar com amigos. Coloca-se na mesa umas batatas-fritas, umas cervejas frescas, fatias de pão e rapidamente temos uma mesa composta. Quando faço para os almoços ou jantares, cá de casa, preparo também uma salada, ou legumes assados no forno que tanto adoramos, um arroz e já está. Uma refeição prática mas que sabe tão bem! Partilho, hoje, convosco mais uma receita de perninhas de frango assadas no forno.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Batido de frutos vermelhos


A felicidade é um tema a que recorro muitas vezes aqui no Cinco Quartos de Laranja. Em 2009 falei-vos de alguns alimentos que me fazem feliz, e em 2011 escrevi sobre como podemos ser mais felizes através da prática de metas e resoluções. Todos os dias procuro ser feliz. Acredito que a chave para a felicidade está em nós, no modo como olhamos para o mundo, como nos relacionamos com os outros. Citando Ralph Waldo Emersen, « por cada minuto que estamos zangados perdemos 60 segundos de felicidade ».

Para sermos felizes temos que estar disponíveis e tentar perceber no dia-a-dia quais são as pequenas coisas que nos fazem sorrir. Quais são as pequenas coisas que nos fazem bater o coração de forma mais forte e emotiva. Partilho, hoje, convosco, 11 pequenas coisas que me deixam feliz:

- O cheiro de um café acabado de tirar. É uma viagem complexa que nos desperta o corpo e alma. Não imagino os meus dias sem o prazer de tomar um café.

- Fazer pão. Amassar. Tender. É pura magia!

- Ter flores em casa, em vasos ou nas jarras. As flores são sorrisos, dão-me força e energia.

- Preparar um bolo ao domingo, pela manhã, para partilhar com a família ou com os amigos. Cozinhar para aqueles de quem gostamos é algo precioso. É uma forma de cuidar.

- Andar pela horta dos meus pais. O regresso à terra é sempre tão gratificante.

- Brincar com os cães ao ar livre. Correr. Rir. Andar com eles traz-me uma sensação de liberdade enorme.

- Livros. Muitos livros à minha volta. Os livros são uma forma de aprender e de sonhar ...

- Olhar para o céu num dia sem nuvens. Apesar de todos os dias gostar de olhar para o céu.

- Comer um quadrado de chocolate e ver a chuva a cair da janela da sala num dia cinzento de inverno.

- Ver uma das minhas séries de televisão preferidas sentada no sofá e a beber um chá, como se nada mais importasse.

- Ter tempo aos domingos para os pequenos-almoços demorados, a dois, com ovos, pão fresco ou torradas, compotas, uma taça com fruta fresca, uma fatia de bolo, sumos ou um fantástico batido que nos mima o corpo e a alma.

E vocês? Quais as pequenas coisas que vos ajudam a ser felizes?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Chips de couve kale


A semana passada quando fui às compras ao supermercado encontrei couve kale à venda. Esta couve assemelha-se muito à nossa couve galega, a que usamos no tradicional caldo-verde, só que as folhas são muito mais frisadas. Esta couve é também conhecida como couve crespa. Lembro-me, de há uns anos, ver usarem muito esta couve nos chamados sumos/batidos detox. Na altura suscitou-me alguma curiosidade tendo em conta os seus benefícios nutricionais. Agora que a vi à venda, não resisti e trouxe um saco de folhas kale para casa. Com ela fiz uma sopa mas ainda sobrou.

Quando partilhei uma foto das folhas da kale no Instagram e na minha página de Facebook, o meu amigo Nuno Santos sugeriu-me fazer uns chips de couve. À receita que partilhou apenas acrescentei o alho em pó.

Fazer chips de couve parece estranho. Mas quando se prova já não se quer parar. Ficam crocantes. Verdadeiramente bons. Para terem uma ideia, fiz esta receita na sexta-feira para servir como aperitivo antes do jantar e voltei a fazê-la no sábado, para petiscarmos à tarde. Será que também funciona com a nossa couve galega? Cheia de vontade em experimentar!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Vamos fazer pão: Pão de mistura com fermentação longa


Fazer pão em casa é maravilhoso. A minha mãe, desde que me lembro, sempre fez pão em casa. Amassava. Deixava, muitas vezes, a levedar durante a noite para cozer, em forno de lenha, no dia seguinte. Quando o pão quente saía do forno era simplesmente uma festa. O pão quente convida à partilha. Convida a provar logo.

Para quem não tem forno a lenha, o melhor método para cozer o pão em casa é usando um tacho ou panela. Pode ser um tacho de barro ou as cloches de cerâmica, tachos de vidro ou então, o que tenho usado vezes sem conta, tachos de ferro fundido. São um investimento mas ficam para a vida. O último que chegou à minha cozinha é uma cocotte oval, com uma cor linda. A vantagem de cozer o pão neste tipo de tachos é que o pão não perde humidade, permitindo que a crosta fique crocante, estaladiça. Para quem faz pão em casa de forma regular vale a pena o investimento.

Pode-se fazer pão de muitas maneiras. Podemos amassar, levedar e ir para o forno, num espaço de poucas horas. Podemos usar pré-fermentos nos nossos pães, já vos falei do poolish e da biga, que tornam o pão muito mais saboroso. E trago-vos, hoje, uma outra novidade no modo como podemos fazer pão em casa. Consiste em fazer uma massa e deixar a levedar de um dia para o outro no frigorífico. Um dos segredos para fazer bom pão é o tempo. E o tempo de fermentação faz toda a diferença. A receita de hoje teve uma fermentação de 24 horas. O resultado final foi um pão encorpado, cheio de sabor. Aguenta-se, fresco, toda a semana fora do frigorífico.


Quem aceita o desafio? Vamos fazer pão?

Relembro, para quem gosta de fazer pão em casa, que no dia 25 de Fevereiro, vamos ter um workshop de pão no Porto, onde vamos fazer diferentes tipos de pão, incluindo pão doce. Já se inscreveram? É uma oportunidade muito especial. Aproveitem.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Il Mercato, o novo projecto do chef Tanka Sapkota


Depois do restaurante Come Prima com pizas e massas na zona de Santos, e da pizaria Forno D'Oro com produtos italianos e portugueses na Artillharia 1, em Lisboa, eis que o chef Tanka Sapkota abre um novo espaço, Il Mercato no Páteo Bagatela, também em Lisboa. O chef Tanka, nascido no Nepal, estudou na Alemanha e em Itália, é um apaixonado pela comida italiana e traz para os seus restaurantes os melhores produtos italianos com o intuito de oferecer a quem o visita a autenticidade da cozinha do país das massas, da mozzarella e do parmesão.

O restaurante Il Mercato abriu ao público no início do mês de Janeiro deste ano e tive a possibilidade de ir jantar no dia da inauguração à imprensa. Assim que entrei no restaurante deparei-me com o espaço de mercearia, com sacos de diferentes tipos de arroz para risoto, polenta, milho, azeites, presuntos e outros enchidos pendurados, massas frescas feitas com ovos biológicos, azeitonas em jarros, queijos, legumes frescos entre muitos outros produtos, colocados como se de um autêntico mercado italiano se tratasse.


A apresentação do espaço começou com uma prova de mozzarella de búfala fresca que o restaurante recebe duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, vinda de Salerno por avião. Esta mozzarella é a autêntica e o chef cortou-a à nossa frente para vermos o seu interior ligeiramente esponjoso. Quando se coloca na boca dá-se uma explosão de sabor ao leite fresco. Serve-se mesmo assim, sem mais temperos. Aqui é também possível degustar o Parmigiano Reggiano Vacche Rosse, entre outros famosos queijos. Na secção de charcutaria, destaca-se o Culatello di Zibello DOP, a bresaola, a mortadela de Bolonha IGP com pistácios, o prosciutto cotto affumicato, o lardo, entre tantas outras iguarias que nos fazem crescer água na boca. Agora é possível ir a um restaurante e comprar muitos dos bons produtos italianos para degustar em casa.

O Il Mercato possui uma garrafeira com mais de cinquenta referências de vinhos italianos. Além da grappa, prosecco e licores. A decoração do espaço esteve a cargo de Cristina Santos Silva e entre os elementos que se destacam estão uma grande mesa comunitária e um candeeiro elegante, grandioso, a que não resistimos contemplar. Foi nesta mesa que tive o privilégio de jantar.


O jantar começou com um saquinho de focaccia para molhar no azeite. Tão bom. De seguida foram servidos espargos verdes com presunto San Daniele e ravioli de abóbora com trufa preta. Que maravilha estes ravioli. A simplicidade esconde o sabor magnífico, inesquecível deste prato.


Curve rigate al ragu foi o prato que se seguiu. Suculento. Delicioso!


Carne de vitela com gnocchi alla romana. A carne tenra, suculenta transforma este prato numa verdadeira guloseima.


E por fim, a sobremesa servida foi tiramsù. Fresco, húmido. Adoro. Que boa forma de terminar um jantar delicioso que nos transportou para um dos primeiros países que visitei.

Para quem gosta dos verdadeiros sabores da cozinha italiana, Il Mercato é um restaurante a visitar.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Camarão salteado com quinoa vermelha e brócolos


Vivemos numa época em que se fala muito sobre alimentação. Os escaparates das livrarias estão cheios de livros de dietas ou com dicas sobre como podemos mudar ou melhorar a maneira como comemos. Desde que comecei o Cinco Quartos de Laranja, há 11 anos atrás, sinto que também fui mudando a minha alimentação.

Houve uma altura em que tomava café com açúcar e achava que nunca iria conseguir deixar de o fazer. Como adoro café, ao final do dia chegava a contar cerca de 35g de açúcar ou mais, só para os cafés que bebia. Uma quantidade absurda! O consumo de açúcar recomendado por dia, incluindo os açúcares da fruta e dos hidratos de carbono complexos, anda à volta dos 50g, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Consciente dos perigos do consumo exagerado do açúcar refinado, tomei a decisão de deixar de tomar café com açúcar. Comecei por ir reduzindo aos poucos a quantidade que ia colocando no café. Chegou a uma altura em que só colocava uma colher de café de açúcar nos meus cafés. Um dia, depois de comer com entusiasmo uma boa tranche de marmelada, decidi que os meus dias de café com açúcar tinham terminado. E assim foi! Houve ainda, durante este processo, momentos, devido ao hábito, em que cheguei a colocar o açúcar do pacotinho no café, mesmo sem o mexer, e já não fui capaz de o beber! Tão doce! A verdade, é que nunca mais tomei café com açúcar.

O chá, desde sempre, tomei sem açúcar. Como dizia Paracelso, é a dose que faz o veneno. O doce satisfaz o palato, oferece-nos uma sensação de bem estar e conforto, eleva os nossos níveis de felicidade, mas, como em tudo na vida, deve ser consumido com conta, peso e medida. É importante estar atento aos rótulos dos produtos que se compram. É importante irmos habituando o nosso palato a coisas menos doces. Produtos como bolos, bolachas, pão, sumos e néctares, refrigerantes, iogurtes, os chamados produtos light, entre muitos outros, incluindo salgados, têm muitas vezes quantidades absurdas de açúcares escondidos. O açúcar nos produtos industrializados é também uma forma de conservante. Em relação às alternativas, ditas mais saudáveis, como adoçantes, xaropes, stevia, entre outros, não devemos pensar que não são açúcares e que os podemos comer de forma tranquila, como se não tivessem também os seus perigos. Gosto de coisas doces e vou continuar a comer coisinhas doces. O importante, é termos consciência do que comemos e do modo como o fazemos, se é de forma pontual ou de forma regular e abusiva.

Outros dos aspectos que mudei foi a inclusão de mais legumes às refeições. Cá em casa, por norma, há sempre salada de verdes como acompanhamento. Há muito que deixei de colocar sal nas saladas. Quando não faço salada, opto, muitas vezes, por legumes cozidos, grelhados ou assados no forno. Tento variar os legumes e as frutas que comemos. Se numa semana compro couve coração de boi, brócolos, alho-francês e espinafres, na semana seguinte tento comprar outras hortaliças. Com isto não quer dizer que não haja umas quantas que fazem sempre parte do carrinho de compras habitualmente, como as cenouras e as curgetes, por exemplo. Mas a ideia é variar, tanto nos legumes como nas frutas que comemos durante a semana. É importante reconhecermos que, segundo um provérbio japonês, « a comida é como um remédio ».

Tenho um armário na cozinha cheio de especiarias e ervas secas. Adoro usar ervas aromáticas frescas nos meus pratos. Tenho junto à janela da cozinha um pequeno jardim, com vasos com tomilho, manjericão, hortelã e alecrim. Sempre que preciso tenho ali logo à mão estas ervinhas que tanto sabor dão aos nossos cozinhados. Usar especiarias e ervas nos cozinhados é um hábito a cultivar. E temos tantas à nossa disposição!

Outra das coisas que procuro fazer é incluir leguminosas nas refeições cá de casa. Grão-de-bico, feijão, lentilhas das várias cores que encontramos à venda, entre outras. Quando tenho tempo, cozo previamente, congelo e depois vamos usando. Ao longo destes anos tenho, também, procurado não misturar hidratos de carbono no mesmo prato.

A comida é um prazer. Comer traz-nos a sensação de bem-estar. Com boa comida vive-se de forma mais digna. E na mesa, o importante é tentarmos sermos felizes, não apenas porque sim ou porque vale a pena seguir as tendências, mas porque queremos viver melhor, com uma alimentação mais equilibrada. A receita de hoje é uma forma de procurarmos o equilíbrio, cá em casa, mas sem descurar os prazeres do palato!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Bolo de arandos com laranja e iogurte para festejar o amor


Conta-se que o imperador romano, Cláudio II, proibiu a realização de casamentos durante a sua governação. O motivo era formar um exército grande e poderoso. Se os jovens não tivessem família ou mulher, iriam alistar-se mais facilmente. Mesmo com a proibição do imperador, houve um bispo que continuou a celebrar os casamentos, de seu nome Valentim. As cerimónias eram realizadas em segredo e os jovens amantes podiam assim reconhecer, perante Deus, o seu amor. A prática foi descoberta e o bispo depois de preso foi condenado à morte. Durante o tempo que esteve na prisão, a força dos que acreditavam no amor fez-se sentir através do envio de mensagens e de flores para o bispo. Entre os que apoiavam o amor, estava uma jovem cega, filha do carcereiro, que conseguiu permissão para visitar Valentim. E como em todas as boas histórias de amor, há sempre momentos felizes. Os dois apaixonaram-se e por milagre ou por força do amor, a jovem recuperou a visão. Valentim foi decapitado a 14 de Fevereiro por volta do ano de 270 d.C. Diz-se também, que Valentim escreveu uma carta à sua jovem amiga assinando como « do seu Valentim ». Este foi por assim dizer, o primeiro "cartão" do dia dos namorados. Verdade ou sem ser verdade, o que é certo é que é uma história que nos inspira a celebrar e a viver o amor!

Nunca me lembro de dar muito importância ao Dia dos Namorados, apesar de gostar da ideia de termos um dia para celebrarmos o amor de forma mais entusiasta. Um dia para nos lembrarmos ou re-lembrarmos do quão bom é estarmos apaixonados. Um dia para termos o coração cheio. Para darmos a mão e dizermos, um ao outro, mais uma vez: "Gosto de ti!" Um dia para interromper, por breves momentos, a azáfama dos dias e celebrar o facto de estarmos juntos e de caminharmos de braço dado na estrada da vida. Viva o Amor!

Deixo-vos, para este Dia dos Namorados, um bolo de arandos com laranja e iogurte, um miminho doce para saborear de forma muito apaixonada.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Um bolo especial para os 11 anos do Cinco Quartos de Laranja


Hoje, é um dia muito especial! O Cinco Quartos de Laranja faz 11 anos. 11 anos, vejam só, como o tempo passa! Parece que foi ontem que cheguei a casa com a ideia de criar um blogue que juntasse as coisas boas da vida que eu gostava - comida, viagens, arte e literatura.

São 11 anos e mais de 2.000 receitas que reflectem o que se vai comendo cá por casa, os meus gostos e paixões. Ao longo destes anos de blogue, olhando para trás, sinto que a minha alimentação mudou. Uma das coisas que passei a fazer de forma regular é incluir vegetais, muitos vegetais nos meus cozinhados, sejam assados, guisados, salteados ou cozidos. Sejam parte integrante do prato principal ou apenas acompanhamento, passou a haver sempre vegetais na mesa. Passei, também, a fazer bolos e até biscoitos com legumes como a curgete, a cenoura, a beterraba, o chuchu, a pastinaca e o agrião. A bem da nossa saúde, é tão importante comer frutas e hortaliças. Cá em casa, não há pratos em que não se use um verde! Em relação à fruta, todas as semanas procuro ter frutas diferentes. De uma maneira geral, temos sempre maçãs. Mas depois, semana a semana, vamos variando a fruta que comemos. Uma semana temos banana, pera e laranja. Na semana seguinte teremos, abacaxi, uvas e morangos. E assim, por diante. A palavra de ordem é variar. Não comer sempre a mesma fruta ou legume. Felizmente que hoje em dia, já temos uma grande oferta de frutas e legumes, por isso, podemos comer sempre coisas diferentes.

Ao longo destes 11 anos, fui partilhando convosco algumas coisas que adoro. Uma dessas coisas é visitar mercados ou feiras em que haja uma vertente de comida. Perco-me a ver as bancadas coloridas das frutas e legumes, adoro conversar com os vendedores. Numa visita a um mercado, conseguimos perceber quais as frutas e legumes que cada estação nos oferece. Gosto de conversar convosco, queridos leitores, sobre os livros que leio e sobre aqueles que quero ler, sejam romances ou obras ligadas ao mundo da cozinha. Adoro quando partilham comigo as vossas leituras e sugestões.

Ao longos destes anos, continuo a partilhar convosco os restaurantes que vou conhecendo. Tentei, também, trazer sempre todos os anos coisas novas para partilhar com todos os que me visitam diariamente e fazem dos meus dias, dias mais felizes. Comecei a fazer a Semana Tomática - uma semana só com receitas de tomate para aproveitar a abundância deste maravilhoso fruto no mês de Agosto. Passei a falar do Natal e a fazer pão, todas as semanas. Quando se começa a fazer pão em casa, ganha-se uma paixão pelas massas que nos arrebata o coração e diverte o palato.

11 anos a cozinhar, a escrever e a fotografar é resultado de um caminho feito de paixão. Paixão pelas coisas boas da vida. Pela alegria de partilhar momentos à mesa com os outros. A comida une-nos, principalmente nos bons momentos. São 11 anos, com mais ou menos, uma receita diária. Com dicas e conselhos sobre como podemos gerir da melhor forma a nossa relação com a comida e com as nossas cozinhas. Ao longo destes anos fui partilhando convosco algumas histórias em que a comida é a personagem principal. Adoro escrever histórias com comida! Fazendo um pequeno balanço, posso dizer que são 11 anos de muitas partilhas, de muitos sorrisos e de muitos momentos especiais que vão deixando boas recordações.

Sinto uma gratidão enorme por todas as coisas boas que este projecto me tem trazido. Agradeço a todos vocês que me visitam diariamente e que me ajudam a fazer deste projecto um caminho feliz. Obrigada queridos leitores por estarem sempre presentes, por me darem força para continuar e para procurar melhorar. Obrigada por festejarem comigo estes 11 anos do Cinco Quartos de Laranja. Os dias de festa comemoram-se, à volta da mesa, com uma fatia de bolo, não é verdade? Por isso, deixo-vos, hoje, uma fatia de um delicioso bolo de laranja com natas e chocolate. Aceitam?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Vamos fazer pão: Pão de trigo e aveia


Fazer pão, de há uns tempos para cá que se tornou um ritual semanal cá em casa. O pão feito por nós tem sempre um sabor especial e único. Gosto de começar o dia com uma fatia de pão, barrada com manteiga ou com uma fatia de queijo. O pão faz parte da alimentação cá em casa.

Quando fazemos pão temos a liberdade de escolher as farinhas que queremos usar. A farinha mais comum para fazer pão é a de trigo T65. O tipo indica se a farinha é mais ou menos refinada, mais fina. A farinha T45 é mais refinada e branca do que a T65 e muito mais que a T150, a chamada farinha integral, que tem muito farelo pois o grão é moído na íntegra. Eu gosto de fazer pão de trigo mas gosto ainda mais quando misturo farinhas e faço um pão assim com um sabor mais especial. O último que fiz, juntei farinha de trigo T65 e de T80, esta última de produção biológica, e farinha de aveia integral. O resultado surpreendeu. A farinha tipo 80 dá um sabor perfumado, ligeiramente adocicado ao pão. É tão bom fazer pão em casa! A magia está nas nossas mãos e na possibilidade de fazermos pães sempre diferentes. Vamos fazer pão?

Relembro que, para quem gosta de fazer pão, no dia 25 de Fevereiro, vamos ter um workshop de pão no Porto, onde vamos fazer diferentes tipo de pão, incluindo pão doce. Já se inscreveram? É uma oportunidade muito especial. Aproveitem.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

As 10 sobremesas preferidas dos leitores em 2016


Os bolos e sobremesas fazem parte dos meus dias. Adoro tomar um café ou uma chávena de chá, num dia de Inverno chuvoso e frio, com uma fatia de bolo ou um biscoito a acompanhar. É um conforto tão bom. Em dias de festa com a família e amigos, há sempre um bolo, ou uma sobremesa de colher para terminar a refeição. Eu sou daquelas pessoas que adora sobremesas. Já vos disse que adoro musses? Cremosas, fresquinhas sabem tão bem! As sobremesas, são pequenos miminhos que nos confortam o palato e que nos mimam a alma.

As 10 sobremesas preferidas dos leitores em 2016, foram:


Destas, qual a vossa preferida?

Ver também:
- As 10 sobremesas preferidas dos leitores em 2015;
- As 10 sobremesas preferidas dos leitores em 2014.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O workshop Pescanova no Porto foi assim ...

( Fotografia de Ricardo Abranches )

Volto ao Porto sempre de coração feliz. É uma cidade onde sou sempre recebida de braços abertos, onde sinto um carinho muito especial pelo trabalho que faço. Isso é tão gratificante! No final do mês de Janeiro, voltei ao Porto, a convite da Pescanova, para um workshop dedicado a receitas práticas para o dia-a-dia.

O workshop teve lugar, ao final da tarde, no WORK espaço creativo. Todos os participantes cozinharam. Mas antes de colocarmos as mãos nas receitas a confeccionar, conversámos sobre os diferentes produtos Pescanova que iríamos usar. Um, diferente, para cada uma das receitas. Nestes momentos, partilho sempre algumas dicas sobre, por exemplo, como cozer bacalhau, como se arranja o camarão com casca, o que fazer com umas tiras de pota, os mil e um usos que podemos dar aos medalhões de pescada, entre muitas outras, ideias e indicações.

( Fotografias de Ricardo Abranches )

O ambiente dos meus workshops é sempre de partilha e de convívio. A comida é algo muito importante na nossa vida, mas os momentos que vivemos à volta da mesa ficam para a vida. Os pratos que confeccionamos são muito mais do que comida ou uma forma de saciarmos a fome. São alegria. São uma forma de cuidarmos daqueles de quem gostamos. São uma forma de mimarmos a nossa família e amigos. E foi isso que fizemos neste workshop Pescanova.

Entre as diferentes receitas, preparámos camarão no forno. Fizemos pota panada com maionese de manjericão. Duas receitas do meu último livro, O Livro de Petiscos da Isabel. Para pratos principais, deliciámo-nos com um risoto de camarão com curgete, cremoso, rico. É um prato que sabe sempre tão bem. Fizémos uns medalhões de pescada com coentros em papelote. Um prato em alternativa ao peixe cozido. E por fim, um irresistível bacalhau gratinado no forno com legumes, que fica mesmo muito bom! Este prato foi preparado com os lombos de bacalhau da Pescanova, que rendem quando os lascamos.

( Fotografias de Ricardo Abranches )

Foi um final de tarde muito feliz. Rimos. Conversámos muito. Partilhámos ideias, receitas e experiências. No final, fica sempre a vontade de repetir. Obrigada a todos os que estiveram presentes e fizeram deste workshop um momento feliz à volta da mesa.

( Fotografia de Ricardo Abranches )

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Salame de chocolate com sementes de chia e nozes


Há qualquer coisa de mágico numa fatia de salame de chocolate. Há como que um regresso doce à infância, às festas de aniversário com os amigos da escola, ao tempo em que a maior preocupação era brincar. Ainda hoje me perco por uma fatia de salame de chocolate! Adoro a textura ligeiramente crocante da bolacha misturada com o sabor intenso e misterioso do chocolate.

Um destes dias, num dos almoços de família, a minha cunhada Cristina falou-me de uma receita de salame de chocolate que costuma fazer. Mistura-lhe linhaça. Fiquei tão curiosa, que nesse mesmo dia, à noite, fui para a cozinha. O resultado foi um salame de chocolate que nos faz viajar no tempo, com uma textura que nos surpreende a cada dentada, por causa das sementes de chia e das nozes picadas. Só vos digo, uma maravilha. Tão bom!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Workshop Vamos Fazer Pão no Porto


No próximo dia 25 de Fevereiro, das 15h30 às 19h, vamos ter um workshop dedicado à arte de fazer pão no WORK espaço criativo, no Porto. Neste workshop iremos fazer pão de forma directa e juntando pré-fermentos às massas. Vamos falar dos diferentes tipos de farinhas, dos fermentos que podemos usar, da água e do sal, ingredientes base para fazer pão.

Iremos preparar pão de forma artesanal, simples, com farinhas de trigo e centeio. E vamos fazer pães especiais. De entre o pão especial, iremos amassar pão de abóbora assada, pão escuro com nozes e pão doce. Quem resiste a uns rolos de canela ou a um pão de leite com pepitas de chocolate para os lanches ou festas das crianças? Vamos fazer também uma focaccia, um pão baixo italiano, feito com azeite que pode ser servido em dias de festa. Vamos fazer pão? Quem me faz companhia?

Este é um workshop muito especial e único, onde se aprendem técnicas e dicas para fazer bom pão em casa.

De manhã teremos um workshop de brunch, uma refeição que junta o pequeno-almoço e o almoço.

Inscrições e mais informações:

work@sott.pt   WORK espaço criativo
( Realização do workshop sujeito a nº mínimo de participantes )

Janeiro, foi assim ...


Janeiro é sempre um mês frio, com chuva e manhãs de denso nevoeiro. Mas este mês que passou, foi um Janeiro de muitos dias de céu azul e raios de sol que sorriram por entre as nuvens brancas e nos aqueceram o corpo e a alma. Eu confesso que adoro dias cheios de luz. Trazem-nos mais energia. Mais vontade de fazer coisas. Mas Janeiro é assim. Um mês para usarmos gorros, os casacos e cachecóis quentinhos. Um mês para saborearmos o prazer de estar em frente à lareira, a ouvir o crepitar da lenha a ceder aos encantos das chamas. De beber chocolate quente, ou uma chávena de chá, a fumegar. É um mês para fazer pratos de forno e saborear um bolo ao Domingo.

No primeiro dia do mês de Janeiro, gosto de ir ver o mar, de ouvir o som das ondas a chegar à praia, de olhar para o céu a partir do areal. Há qualquer coisa de tranquilizador neste passeio. É como se, depois, o ano já pudesse começar com o seu ritmo desenfreado. Durante a caminhada, o Ricardo e eu, fazemos como que uma espécie de balanço do ano que terminou. É um momento para falarmos. A mudança de contexto ajuda a isso mesmo. E falamos do que nos faz felizes e do que queremos melhorar na nossa vida. Do que é que sentimos falta? Do que é que não gostamos nas nossas rotinas ou na maneira como trabalhamos em conjunto? Reflectimos e definimos pequenas coisas para fazermos a dois. Pensamos em objectivos ou até mudanças de hábitos no sentido de termos uma vida mais equilibrada. É importante avaliarmos o que queremos manter e quais os caminhos que queremos traçar de forma diferente. E isto é válido para as pequenas coisas, como para as grandes decisões. Este passeio é nosso. É a nossa tradição de primeiro dia do ano! É tão bom termos pequenas coisas a que o coração se pode agarrar.


Aproveitei os primeiros dias de Janeiro para descansar um pouco. Planear os primeiros workshops do ano e ler. Sabem como adoro ler, e sempre que posso, leio mais do que um livro ao mesmo tempo. Para o mês de Janeiro, escolhi o romance de Joel Neto, Arquipélago. Um romance de regresso às origens. À terra. É um reencontro de um homem consigo e com o seu passado, no Lugar dos Dois Caminhos, na Ilha Terceira. Joel Neto conduz-nos numa viagem pelos lugares mais emblemáticos da ilha, fala-nos dos hábitos e tradições da sua terra. Mostra-nos os problemas que os lugares pequenos podem evidenciar na vida de todos os dias de quem lá vive. Os conflitos. Os olhares. As suposições. E o mar sempre em volta. Um romance delicioso.

Consegui ler também a obra de Ruth Reichl, Delicious. Achei a história tão doce. Quando a revista Delicious encerra, Billie fica responsável por continuar a dar resposta às solicitações dos consumidores. Um dia, ao procurar uma receita a pedido de uma leitora descobre uma carta de uma jovem dirigida a James Beard, escrita durante a Segunda Guerra Mundial. E depois dessa, vai descobrir mais cartas, escondidas. As cartas escritas por Lulu Swan tocam-nos o coração e deixam-nos perceber muitas das privações que as famílias americanas tiveram na altura. Quando a revista encerra de vez, Billie decide ir procurar Lulu. Será que ainda está viva? Têm que ler!


Este ano decidi continuar o Projecto 365, de tirar uma fotografia por dia. O primeiro ano que comecei o projecto foi com a máquina fotográfica, mas agora, com o telemóvel, acaba por ser mais instantâneo e fácil de realizar. O ano passado correu muito bem. Podem ir acompanhando as minhas histórias diárias em fotografia na página de Instagram do Cinco Quartos de Laranja.


Nos finais de Janeiro, fui conhecer o novo projecto do chef Tanka Sapkota, Il Mercato, no Páteo Bagatela, em Lisboa. Um espaço dedicado aos sabores italianos, com um mercado onde se podem comprar muitos dos bons produtos usadas na cozinha italiana.

Em Janeiro voltei ao mercado, que se realiza aos Domingos de manhã, perto da minha casa. Ir ao mercado é uma viagem de cores e cheiros que me fascina. Apanhei laranjas no quintal dos meus pais. Voltar à terra é, para mim, sinal de conforto. Dá-me uma alegria tão especial. Olhei muitas vezes para o céu. Comprei flores para as jarras que tenho na sala e na cozinha. Gosto tanto de ter flores em casa. É trazer mais um pouco de alegria para a nossa vida. Voltei a preparar os pequenos-almoços, para dois, ao Domingo. Reuni-me com amigas num almoço memorável. Sabe tão bem matar saudades dos amigos numa tarde de muita conversa, risos e com troca de ideias positivas.


Janeiro é um mês de balanços. Um mês para tomar fôlego e continuar a acreditar que vamos conseguir. Que o melhor ainda está para vir. E que a força que nos move é feita da mesma matéria que os sonhos. 2017 só pode ser um grande ano!


Adeus Janeiro, até para o ano! Que Fevereiro nos traga dias de festa. Que nos traga força para continuar a tentar fazer melhor, que nos dê ânimo para aprendermos a olhar mais para nós e para aqueles que realmente importam. Que nos ajude, no dia-a-dia, a dar importância ao que é verdadeiramente essencial e a deixar ir tudo o que se revela como acessório. E que nos permita, a todos, sermos muito felizes!

Workshop de Brunch no Porto


Em Fevereiro regresso ao Porto para mais workshops. No dia 25 de Fevereiro, no WORK espaço criativo, das 10h30 às 13h30, vamos ter uma manhã muito especial. Vamos preparar receitas para um brunch, refeição que junta o pequeno-almoço e o almoço. Iremos preparar panquecas com sementes de papoila e maçã caramelizada, waffles com frutas frescas, os famosos croque monsieur e croque madame servidos nos cafés parisienses e que são uma verdadeira delícia. Vamos ter pães recheados, scones de queijo para servir com compotas, sumos de fruta, brownie de chocolate e nozes, entre muitas outras coisas boas. Quem quer vir ao brunch?

À tarde teremos um workshop sobre pão. Iremos preparar pão de forma artesanal e teremos também receitas de pão doce.

Inscrições e mais informações:

work@sott.pt   WORK espaço criativo
( Realização do workshop sujeito a nº mínimo de participantes )

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Sopa de tomate com beterraba


O tomate é um ingrediente tão versátil que é usado em mil e um pratos nas nossas cozinhas. É nativo da região andina da América do Sul. Evidências genéticas demonstram que tem origem no Peru. Foram os conquistadores espanhóis que o trouxeram para a Europa e chamaram-lhe tomate. Esta designação resulta da palavra asteca tómatl, que significava "frutos roliços", pois o tomate propriamente dito, era xitomatl. Ao contrário de outros alimentos vindos do novo mundo, o tomate, tal como a batata, foi encarado com desconfiança pelos europeus e remetido, durante décadas a planta ornamental. Em Inglaterra fazia parte dos jardins reais. Só as classes mais pobres, ou em alturas de escassez, é que as pessoas recorriam ao seu consumo. Os italianos chamaram-lhe Pomo d'oro ou Manzana Dourada, o que poderá talvez querer dizer que o primeiro tomate que chegou à Europa seria de cor amarela. De Itália, chegou a França, onde foi apelidado de Pomme D'amour. Foram os italianos a incluir pela primeira vez o tomate num livro de receitas.

O tomate consome-se cru, em saladas, ou cozido, em molhos, sopas, compotas, geleias, pratos de carne ou de peixe. Pode ser panado e frito ou processado em conserva, purés, sumos, molhos. Quem é que não aprecia o famoso ketchup, parceiro indispensável do mundo da fast food? Encontra-se também hoje em dia facilmente à venda tomate seco ou tomate seco em óleo.

Numa ida ao mercado, encontramos diversos tipos de tomate fresco, suculento e saboroso. Os mais populares são o tomate chucha, de forma oblonga, o tomate cereja, frutos redondos ou ovóides de calibre pequeno, o coração-de-boi, um tomate carnudo de forma irregular e sumarento, o tomate rama, com frutos uniformes presos num cacho, o tomate redondo, carnudo e de bom calibre. Encontramos também o kumato, de tom escuro, e o tomate Raf, oriundo da região da Andaluzia. Aparece também com alguma frequência o tomate zebra.

O tomate é um ingrediente amado na cozinha portuguesa. Diz-se que em tempo de tomate não há más cozinheiras. É usado no popular arroz de tomate malandrinho para servir com pataniscas de bacalhau ou com uns carapauzinhos fritos. Elemento fundamental nas caldeiradas, no gaspacho alentejano e em diversas saladas. Experimentem cortar um tomate maduro em gomos, polvilhá-lo com flor-de-sal e um fio de azeite, e digam-me se não é maravilha?! E se lhe juntarem um pitada de orégãos secos? Tão bom! O tomate é versátil e tem múltiplos usos. Felizmente, que é usado nas mesas portuguesas sem parcimónia. Um prato com tomate é sempre bem-vindo!

Deixo-vos, hoje, uma sopa de tomate com beterraba que preparei para a edição Julho/Agosto 2016 da revista Comer. Um prato de sopa, quente, num dia frio de Inverno sabe a conforto, aquece-nos o corpo e a alma. Tão bom!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Arroz de pato com couve lombardo e cenoura


Arroz de pato é um prato que adoro e que, de vez em quando, faço cá em casa. Tantas foram as festas de família em que o prato principal era um delicioso e perfumado arroz de pato! Talvez graças a essas boas memórias, hoje em dia, ande sempre à procura de receitas diferentes de arroz de pato.

Há uns anos atrás, fiz um arroz de pato com couve e cenoura. Quando um destes dias decidi dar destino a um pato que tinha congelado, pensei em voltar a fazer uma nova versão dessa receita. Ao pesquisar, apercebi-me que esta receita, que fiz nos primeiros anos de blogue, é uma versão simplificada do arroz de pato à moda de Lafões, que para além da couve e cenoura, leva também presunto e cabeças de nabo. Uma receita a experimentar também um destes dias. Mas hoje, deixo-vos então, o meu arroz de pato com couve lombardo e cenoura. Que bom que fica!