Ainda me lembro da primeira vez que fui ao Mercado 31 de Janeiro. Foi no ano em que vim estudar para a faculdade e Lisboa era uma cidade fantástica, com imensa coisa para descobrir. Nos primeiros anos fiquei alojada numa residência perto das instalações da Polícia Judiciária e na altura do registo civil, onde se faziam e renovavam os bilhetes de identidade. Ainda me lembro da quantidade de gente que ali ia e que se juntava à porta. Lembro-me perfeitamente de ficar surpreendida por ver pessoas a vender os impressos para a renovação e mais, ajudavam a preencher. Na altura, na flor da juventude, não compreendi como era possível, alguém ganhar dinheiro assim e haver pessoas a pagar. Da última vez que renovei o Bilhete de Identidade percebi, depois de assistir a uma conversa e compreender que a iliteracia é uma realidade, mesmo em gente nova.
Na altura o Mercado 31 de Janeiro não era neste edifício cuidado e espaçoso onde está hoje. Era num espaço improvisado, tipo pré-fabricado. Só voltei a este novo edifício quando comecei a trabalhar no Liceu Camões, mesmo ali ao lado, e uma vez por outra íamos comer peixe fresquinho num restaurante, dedicado ao peixe, no piso superior do mercado. Comia-se lá muito bem e curiosamente nunca mais lá voltei.
Desde que pensei em escrever sobre mercados que voltei ao Mercado 31 de Janeiro duas vezes, em dias e horas diferentes. Nunca consegui ver o espaço cheio. Está certo que é muito grande, mas quando digo cheio, é com várias pessoas a fazerem compras, pessoas de um lado para o outro, a dar uma certa dinâmica e azáfama ao local. Talvez não tenha visto essa azáfama por estarmos em Agosto e ser um mês de férias. Deve ser isso.
O mercado está dividido em dois pisos. No piso inferior encontramos talhos e as bancadas com venda de frutas e legumes. No piso superior o peixe, com forte presença de Açucena Veloso, que costuma estar no Peixe em Lisboa, aqui também encontramos uma florista e venda de flores em vasos. Os vendedores são simpáticos, vão metendo conversa com os potenciais clientes que passam. O espaço está limpo e assim que se entra vem um cheiro a fruta madura misturado com o cheiro da terra molhada e a frescura dos legumes acabados de colher. Por ali encontramos batatas, abóboras, cenouras, nabos com e sem rama, cebolas, maçãs, bananas penduradas em ganchos, louro, alfaces, couves, grelos, brocólos, tomate, tomate cereja, entre muitas outras coisas. Aqui no mercado rendi-me à fruta. Não resisti às uvas encarnadas doces e saborosas, figos pretos e as ameixas Rainha Cláudia, que adoro e que nesse dia consegui comer uma barrigada. Conseguimos matar as saudades de comer figos e os que sobraram dessa nossa investida foram para uma sobremesa bem fresquinha.
Figos com creme de iogurte grego e queijo ricotta
Compota de figos com vinho do Porto
Ingredientes:
250g de figos pretos
1 pau de canela
0,5dl de vinho do Porto
0,5dl de água
50g de açúcar
1 colher de sopa de sumo de limão
1. Colocar os figos cortado em pedaços num tacho. De seguida acrescentar os restantes ingredientes e levar ao lume. Deixar apurar.
2. Deixar arrefecer.
Creme de iogurte grego com queijo ricotta
Ingredientes:
250g de iogurte grego natural
125g de queijo ricotta
1 colher de sobremesa de extracto de baunilha (facultativo)
1. Colocar os ingredientes numa taça e mexer muito bem.
2. Servir o creme com a compota de figos.
A compota e o creme dão para quatro boiões de iogurte. Coloquei quatro colheres de sobremesa de creme na base dos copos, de seguida coloquei duas colheres de compota, mais iogurte e finalizei com a compota de figos. Coloquei no frigorífico umas horas antes de servir e foi sucesso total. O Ricardo acha que fiz pouco!
Ola passando para dizer oi e te fazer uma carinho....bjocas
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Pois, quatro tacinha quase nem dá para encher a cova de um dente. É uma boa sobremesa, versátil, para a fruta da época :)
ResponderEliminarOlá!!
ResponderEliminarAmei suas lembranças juvenis, ai...ai...como é bom ter coisas boas para recordar, principalmente as do tempo de estudantes...!!!Que lindo mercado,bem abastecido, heim?As frutas, fazem a festa com suas variedades e cores!! Os peixes...sem comentários!!Assim, pois,fizeste-me suspirar novamente por Portugal!!Agora, a receita do creme com figos...huuummm..DOS DEUSES!!Que cor!!Aqui, no Brasil,não se tem facilmente figos pretos, mas o roxo deve de servir também , não é!! O Yogurte Grego já era visto em São Paulo e Rio de Janeiro!Agora já começam a aparecer nos grandes supermercados e Delicatessem (aqui de Salvador-Bahia, onde moro)Com certeza, farei esta receita!!Obrigada, Bjs, Dy.
Um mercado de cheiros e cores, lindo!
ResponderEliminarE que bela sobremesa, yummmmy! ;)
É sempre bom visitar lugares que nos enchem o coração de memórias :)
ResponderEliminarCada vez mais opto por comprar os frescos e o peixe no mercado próximo de onde trabalho. A qualidade e diversidade é sem dúvida bem melhor.
A receita ... é sem dúvida para ir para a minha lista! :)
Beijinho
Adorei o teu post. Aliás como sempre!!!
ResponderEliminarSem dúvida que os mercados tradicionais são uma mais valia para quem gosta de cozinhar. Eu não prescindo de uma ida semanal ao mercado local.
Quanto ao creme de iogurtes e o doce de figos que maravilha!!!
Boa semana e beijo.
Boa noite!
ResponderEliminarÉ sempre bom recordar os bons momentos passados.
Ao lêr estas suas recordações, também eu me lembrei de quando ía ao mercado com a minha mãe.
Recordo-me daquelas manhãs de sábado, ía-mos nós ao mercado comprar o peixinho fresquinho e os legumes também eles fresquinhos. Mas o que eu mais gostava era da parte em qua a minh mãe me comprava aquela bola de berlinde fresquinha no próprio mercado na banca de uma pasteleira. Ai que delicia!
Relativamente à sua proposta achei excelente.
A experimentar de certeza.
Beijinhos.
Oi Isabel, figos e vinho do porto, hummm.E como se fosse bom o suficiente ainda tem iogurte grego com ricota.Deve ter ficado divino.Adorei e babei.Beijos e tudo de bom.
ResponderEliminarOh, as lembranças… esse restaurante dedicado ao peixe foi onde comecei a comer outros peixes que não fossem carapau e sardinha, que era normalmente o que se comia em casa, no norte… e vinha sempre acompanhado de vagens cozidas, outra predilecção.
ResponderEliminarQuando comecei a trabalhar foi há mais de vinte anos (cóf. cóf.) ali mesmo perto, a menos de cem metros do mercado. Ainda hoje, quando tenho que lá ir em reunião de trabalho, passo sempre por dentro do mercado para matar saudades e ver se há alguma coisa que possa trazer e que não se estrague na viagem de comboio, normalmente trago tortulhos quando é altura deles porque não os encontro noutro lado. Obrigada pelas lembranças boas :)
Adorei esta sugestão!
ResponderEliminarUm beijinho
Absolutamente adorei este creme que combina ricota e iogurte. Ao se juntar o figo deve realmente ficar como que um nectar. Nestas fotos fiquei encantada com as cestinhas do mercado, com frutas. fica tudo tao mimoso apresentado desta forma
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