quinta-feira, 31 de maio de 2012

Quando a satisfação tem por nome Piri Piri


Piripíri é o nome de uma malagueta pequena e vermelhinha mas com picante suficiente para nos deixar a boca em fogo e os olhos a pedir socorro. Piri Piri é também o nome da steak house situada no exterior do Sheranton Algarve & Pine Cliffs Resort, e onde a qualidade do que ali se serve leva-nos a querer voltar, uma e outra vez.

Num fim-de-tarde, de um dos dias que passámos no Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort, com uma ligeira brisa fresca a lembrar que o Verão ainda não chegou, eu e o Ricardo fomos jantar ao Piri Piri, mesmo junto à entrada do resort. O restaurante tem uma sala ampla no interior onde podemos encontrar um carrinho de madeira com produtos e molhos picantes em exposição. Nos dias quentes, o melhor é ficar na esplanada e aproveitar cada momento do Verão.

O Sr. Fraga, responsável pelo restaurante recebeu-nos de braços abertos e, habituado a receber bem, tratou de nos encaminhar na descoberta dos pratos de carne e outros bons petiscos que a casa serve.

A nossa degustação começou com o couvert, cenouras temperadas com alho e salsa e um queijo de cabra. De seguida foi-nos servido um gaspacho com pão estaladiço, salpicado de salsa, flor de sal e azeite. Fresquinho, foi uma excelente maneira de nos prepararmos para o que se iria seguir.

Começámos por provar as saladas frias e para a mesa veio salada de bacalhau com grão e salada de polvo. Estas saladas são pontos altos da nossa gastronomia. A combinação dos ingredientes é fabulosa e assim frescas, são de comer e chorar por mais.

Para a mesa veio também bolinhos de sapateira que ainda estavam morninhos e não podiam esperar, tâmaras com bacon que já não comia há uns bons anos e que adoro, camarão com alho e piripíri e amêijoas, mesmo a pedir que se molhe o pão no molho.


Depois passámos para as carnes. E a nossa mesa encheu-se de frango com piripíri, prato que deu o nome à casa, Angus rib eye, lombo de vitela Donald Russel e costeletas de borrego da Nova Zelândia, estas últimas servidas com mostarda em grão. Como acompanhamento para as carnes provámos puré de batata com trufa que estava excelente e que fiquei com vontade de reproduzir, batatas gratinadas, batatas, assadas e ratatouille. A acompanhar a carne vieram também vários molhos desde chimichurri, béarnaise, molho holandês, entre outros. Alguns dos molhos tinham a marca picante da casa.

A carne servida é suculenta, tenra e com uma ligeira doçura que nos leva a viajar por campos verdes com animais felizes a pastar, e que quase esboçam um sorriso a cada dentada na erva fresca. É essa felicidade que nos querem transmitir quando se deixam sacrificar para nosso deleite e produzem esta carne maravilhosa.

As carnes ali servidas vêm da Argentina e outras partes da América do Sul, Escócia e Austrália. Desta última, vem a carne Wagyu, em que as vacas recebem um tratamento de luxo, ouvem música clássica e bebem cerveja. A produção desta carne é inspirada na carne Kobe do Japão, mas como o Japão não exporta, os australianos tomaram a iniciativa. A carne portuguesa, restringe-se ao frango. Por enquanto, os produtores nacionais - foi nos dito - ainda não conseguem manter os mesmo níveis de alta qualidade ao longo do ano.


O vinho escolhido para acompanhar a nossa refeição foi uma garrafa de vinho tinto Castelo D'Alba reserva, que foi uma boa surpresa.

Para sobremesa, deliciámo-nos com uma mousse de chocolate e crème brûlée. Assim, que a minha colher partiu a camada de açúcar caramelizado do creme queimado, foi inevitável, surgiu-me a memória do rosto satisfeito e feliz de Amélie Poulain sempre que se preparava para comer esta sobremesa. Quem me visse, de certeza que descobria, em mim, o mesmo ar de felicidade e contentamento que Amélie esboçava.

Com as sobremesas, provámos um licor de chocolate e piripíri, produção da casa.

Esta foi uma refeição magnífica, em que a carne servida era de excelente qualidade e chegava à mesa suculenta e deliciosa. Ao serviço, tenho apenas palavras de elogio a proferir. Simpático, disponível e sempre preocupado com o cliente.

E foi assim, com a alma cheia que nos despedimos do Sr. Fraga, com a promessa de voltar.

13 comentários :

  1. Fiquei com muita fome depois de ler tantos detalhes! rs. Adoro esse filme, fofo demais!
    Acompanho sempre o seu blog, venha também conhece o meu espaço!!!
    Bjos
    Mel

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  2. Olá!!

    Conforme você mesma disse"...que refeição magnífica!!" Sem palavras!!rsrsr.Quanto ao filme " Amelie Poulain"...adorei! Já assisti duas vezes e ainda não parei por aí!! Bjs,Dy.

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  3. que bom aspecto! Os olhos também comem!

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  4. Olá Isabel!
    Fiquei fascinada com o seu blog.. é bem merecedora do prémio que lhe foi atribuído. Tenho que voltar, mas com mais tempo. Beijinhos.

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  5. "O fabuloso destino de Amélie Poulain" é um dos meus filmes favoritos e, tal como tu, também tenho bem presente a cena da preparação para a degustação do "crème brûlée".

    Mas, o que me ficou na retina e no pensamento deste teu excelente post (estão cada vez melhores, devo dizer), foi o licor de chocolate e piri-piri. Fiquei com vontade de o provar. :-)

    Acho que encontraste a mudança para este ano. :-D

    Beijinhos.

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    1. Olá Paula,

      nem imaginas a alegria que o teu comentário me deu.
      Obrigada por todo o apoio.

      Um beijo grande para ti.

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  6. O post é tudo de bom.. ele é de muito bom gosto e a comida é de primeira. Gostei também de uma coisa: como fizestes para colocar a gatget "as mais vistas de sempre" em miniatura de imagens e links embutidos.. adorei e fiquei com inveja.. rsrs como fizeste?

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  7. Já fomos a esse restaurant eu e a minha filha adorámos a mistura do molho bearnaise com a batata gratinada, as carnes parecem manteiga de tenras que são, eles têm cá com cada piri-piri! Ui-Ui cuidado!

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  8. Assim que puder fazer um intervalo na agenda....avanço, tal como combinámos.

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  9. Excelente artigo, só faltou o nome do chefe de cozinha!

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