segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Costeletas de borrego marinadas e Kitchen Stories


Há fins-de-semana que sabem a pouco mesmo que não tenhamos parado. Este fim-de-semana, fui às compras com a família uma manhã inteira e até consegui comprar uns presentes a pensar no Natal, almoçámos umas favas guisadas com enchidos feitas pela sogra e passámos a tarde na conversa.

Vi o filme Kitchen Stories, sugestão da minha amiga Cristina. O filme trata a história de dois homens na cozinha. Um é sueco, Folke Nilsson, e trabalha como observador para o Home Research Institute (HFI) que tem como objetivo estudar a eficiência na cozinha. O outro é norueguês, Isak, idoso, solteiro que vive na pequena localidade rural de Landstad e aceitou participar no estudo que procura observar o comportamento dos homens solteiros na cozinha. O mesmo estudo feito às mulheres suecas revelou que fazem milhares de quilómetros por ano nas suas cozinhas. E os homens? Como será?

A função do observador é essa mesma, observar e não interagir. O filme no início tem poucas falas, um pouco parado, mas à medida que Folke começa a conhecer a vida do velho Isak, começa também a ficar curioso. Pouco a pouco começa a interagir com Isak e assim a encontrar resposta para algumas das questões que os hábitos de Isak lhe levantavam. Aqui começa uma amizade entre os dois, que vai trazer problemas a Folke. A partir daí o filme revela-se mais interessante e até divertido. Já agora, Isak nunca cozinha nada na sua cozinha. No entanto, a cozinha é um local de encontro e de muitas histórias.

Este fim-de-semana a minha cozinha também não parou. Fiz uma sopa de abóbora assada com tomate que servi com queijo feta e coentros frescos picados, assei batatas-doces que adoro, uso-as muitas vezes como acompanhamento ou em saladas, descasquei romãs, cortei melão em cubos e servi com presunto, e fiz na frigideira umas costeletas de borrego que acompanhei com cuscuz para o almoço de sábado.


Costeletas de borrego marinadas com alecrim

Ingredientes:
6 a 8 costeletas de borrego
2 dentes de alho picados
sumo de 1 limão
1 colher de sopa de alecrim fresco picado
sal e pimenta
azeite
4 colheres de sopa de vinagre balsâmico
1/2 colher de chá de amido de milho


1. Temperar as costeletas com sal, pimenta, sumo de limão e o alecrim. Deixar a marinar uma ou duas horas antes de confecionar.

2. Colocar azeite numa frigideira até tapar o fundo. Levar ao lume. Assim que estiver quente colocar as costeletas e o vinagre balsâmico. Deixar cozinhar as costeletas, quando necessário virá-las.

3. Depois das costeletas fritas, retirar e colocar num prato ou travessa de servir.

4. Coar o molho de fritar as costeletas e voltar a colocá-lo na frigideira. Adicionar o amido de milho. Mexer. Levar ao lume e deixar engrossar o molho, mexendo com uma vara de arames.

5. Servir as costeletas com o molho.


Cuscuz com romã e coentros

Ingredientes:
200g de cuscuz
2dl água quente
2 colheres de sopa de manteiga
sal
6 colheres de sopa de bagos de romã
1 raminho de coentros picados


1. Tapar os cuscuz com a água quente. Reservar uns minutos.

2. Colocar a manteiga numa frigideira funda. Levar o lume. Quando a manteiga estiver derretida colocar os cuzcuz. Temperar com sal. Mexer muito bem de modo a que os cuscuz absorvam a manteiga por igual.

3. Retirar do lume. Colocar os cuscuz numa taça. Adicionar os coentros picados e os bagos de romã. Mexer e servir.


Acompanhei as costeletas com cuscuz com bagos de romã e coentros e uma salada de alface. Os cuscuz ficam óptimos com os bagos doces da romã e os coentros frescos. São um excelente acompanhamento para pratos de carne.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mais um encontro com pizas


Duas pessoas encontram-se e descobrem que partilham imensas afinidades, que tem elos em comum. As leituras. As viagens. O gosto pela comida e pela experiência de novos sabores. Conheci a Cláudia Henriques depois de sair a entrevista sobre o Projecto 4 por 6 na revista Gingko e a partir daí o contacto manteve-se. Desta última vez que passou por Lisboa, organizei cá em casa um jantar de pizas. Para colocar a mão na massa e conversarmos à volta da mesa veio também a Mariana e a Suzana.

Quando se juntam várias pessoas na cozinha há logo uma alegria natural que passa de uns para os outros. A conversa desde o momento em que começa nunca mais para. Contam-se histórias, momentos da vida, partilham-se sentimentos e ideias sobre acontecimentos da atualidade. A comida é uma das melhores formas de juntar as pessoas, de marcar bons momentos, de construir pedacinhos de felicidade.

Para construir esse momento especial à mesa preparámos várias pizas. A Cláudia usou molho de tomate, umas rodelas de beringela, cogumelos frescos laminados, fiambre aos cubinhos e um pouco de manjericão fresco picado. Antes de ir ao forno, umas gotinhas de azeite e quando saiu, rúcula fresca por cima. A Mariana usou fiambre, cogumelos, tomate cereja, queijo mozzarella ralado e folhas de manjericão. A Suzana colocou na sua piza molho de tomate, courgette fatiada, tomate cereja, azeitonas pretas laminadas, anchovas, orégãos e queijo mozzarella ralado. Na minha piza coloquei molho de tomate, chouriço, tomate cereja, azeitonas pretas, queijo mozzarella e servi com folhas de rúcula.


A Suzana presenteou-nos, na sobremesa, com uma panna cotta com ruibarbo, que estava uma delícia e a Cláudia com uma caixa de ovos moles de Aveiro, que são uma perdição.

Das pizas pouco sobrou para contar a história. Quando não sobra é sinal que todos gostámos. Eu pelo menos gostei imenso de ter a mesa cheia de amigos e de boa conversa.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pão de centeio e uma experiência com massa velha


Um dos meus desejos de 2011 é fazer pão. Mas fazer pão é algo aparentemente simples. Quando tentamos perceber como se faz, aí sim, começam as complicações. Descobrimos modos diferentes de fazer, descobrimos uma enorme variedade de farinhas, descobrimos que podemos fazer o nosso próprio fermento, ou usar como fermento a chamada massa velha, para além claro, da enorme variedade de pães, com sementes, sem sementes, com iogurte, abóbora, etc. Para quem começa, é um verdadeiro fascínio.

As minhas experiências com pão ainda se contam pelos dedos das mãos, como se costuma dizer, mas tem sido uma experiência muito interessante.

A experiência de hoje foi feita com a chamada massa velha. Um destes dias quando visitei a minha mãe, que faz pão caseiro praticamente todas as semanas, descobri que ela tinha deixado de parte um bom pedaço de massa de pão que não colocou no forno. Tinha deixado de parte porque adora fazer uma espécie de velhoses com a referida massa, a que junta sumo de laranja e ovos. Bate muito bem e depois frita às colheradas. Ao ver a massa, não resisti.


Ingredientes:
500g de farinha de centeio
300g de farinha de trigo T65 ou T55
400g de massa velha
6dl de água morna (aproximadamente)


1. Numa taça, juntar as farinhas e a massa. Adicionar a água a pouco e pouco e ir amassando.

2. Depois da massa estar pronta, tapar com um pano e deixar a levedar.

3. Pré-aquecer o forno a 250ºC.

4. Baixar a temperatura para 200ºC e deixar cozer o pão durante 40 a 45 minutos.


Com esta massa fiz dois pães. Num adicionei alperces secos e nozes picadas e no outro sementes de abóbora e de girassol. Eu, para fazer pão, prefiro a farinha T65, mas em caso de não encontrarem podem substituir por T55. O processo de levedura usando a massa velha é mais lento do que quando se usa fermento. Um dos truques que aprendi com a minha mãe para ver se a massa está lêveda é, depois de amassar, marcar a altura de 3 dedos num dos lados do alguidar onde a massa está a levedar. Quando atingir essa altura está pronta a ir para o forno.

Espero até final do ano ainda conseguir fazer mais umas quantas experiências com pão. Aconselham-me algum em particular?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Creme de abóbora, funcho e cominhos


"A sopa

de legumes cobriu de nuvem o estômago amaciando de calor seu corpo antes maltratado pelo dia-a-dia.

Tinha planos de felicidade assim como o vidro de maionese fechado, feliz, brilhando na prateleira da cozinha vindo das últimas compras do supermercado.

Nova em vidro. Não mais transparente. Era preciso tecer estórias e mais estórias, fazê-las dobrarem-se sobre si mesmas, acolchoando-se de tempos a serem percorridos. Fazer a vida durar o mais que pudesse e guarnecê-la de consistências.

Tinha abóbora madura, ótimo antioxidante, repolho, muita fibra dizem, para os intestinos, um fio de lembranças de aconchego, de tudo na hora certa, indícios de cuidado de alguém.

Quero esclarecer que não teve o hábito de tomar sopa de letrinhas na infância e não tinha sido alfabetizada dessa forma.

Foi para a escola e na cartilha aprendeu à duras penas a ler e a escrever, embora não conseguisse com isso, melhor entendimento do mundo e de pessoas.

Foi a sopa neutra sem letras, num sábado qualquer na cozinha de sua casa que iniciou-a na arte de inscrever em si mesma o rumo da vida que bem quisesse."


Rosália Milsztajn, Aqui dentro de mim, editora Aeroplano, 2003.


Não tenho quaisquer dúvidas. Chega a chuva e o frio e cá por casa uma das coisas que se exige é uma sopa. Não há nada mais reconfortante do que um prato de sopa quentinha e saborosa, num dia de chuva e de vento. Pelo menos para mim. Como diz o poema, a sopa é uma forma de amaciar o estômago e compensá-lo dos maus tratos do dia-a-dia. A sopa serve de compensação, por isso se enche de legumes, cada um com as suas mais valias, e ajuda a recuperar as energias perdidas.

Gosto de sopa em todas as alturas do ano, mas em tempo frio sabem melhor. Gosto com legumes, em creme e até mesmo com letrinhas. Hoje aqui fica a sugestão de um creme, cheio de sabor, para compensar um típico dia de Outono.


Ingredientes:
1 cebola picada
550g de abóbora cortada em pequenos cubos
2 alhos-franceses (apenas a parte branca) cortados
1,5dl de azeite
1 bolbo de funcho cortado
1 colher de chá de cominhos em pó + para servir
sal
1L de água quente
cebolinho fresco picado para servir


1. Colocar os legumes cortados numa panela. Adicionar o azeite, sal a gosto e os cominhos. Levar ao lume e deixar cozinhar, mexendo de vez em quando, até os legumes estarem macios.

2. Adicionar a água quente. Deixar levantar fervura e triturar.

3. Servir a sopa em taças polvilhadas com cominhos e cebolinho picado.


Os cominhos tem um sabor acentuado, por isso é importante dosear com cuidado as quantidades.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Carne de vaca assada no forno e a chegada da chuva


Já ansiava pela verdadeira chegada do Outono. Finalmente, este fim-de-semana se fez anunciar. Chegou a chuva. No campo, começou a azáfama da apanha da azeitona e por todo o lado, as folhas amarelas das árvores começam a cair, as vinhas ganham uma tonalidade quente de amarelo e vermelho, antes de se despedirem. Cá por casa, já coloquei a jeito de usar os cachecóis, as camisolas quentes, os casacos compridos e o chapéu-de-chuva.

Gosto desta altura do ano, não pelo tempo, mas pelos produtos da estação. Chega o Outono e tenho saudades de marmelo, especialmente assado, da marmelada, das castanhas assadas de casca estaladiça como só os vendedores de rua sabem preparar, dos dióspiros comidos gulosamente com uma colher, as compotas nas torradas da manhã, um bolo para acompanhar um chá ao final da tarde, a abóbora em sopa ou assada no forno com ervas, dos bagos doces de romã, dos figos e frutos secos e pratos de forno, quentes, aromáticos e reconfortantes.


Ingredientes:
1,2Kg de carne de vaca da aba da costela com osso
500g de batatas para assar
1 pimento verde cortado às tiras
10 tomates cereja
2 cenouras cortadas às rodelas
1 cebola cortada em meias luas
2 folhas de louro
1 colher de chá de pimentão doce
1 colher de chá de pimenta da Jamaica
2dl de vinho branco
1dl de azeite
sal e pimenta preta de moinho


1. Colocar a carne num tabuleiro de forno. Dispor em volta as batatas, a cenoura, a cebola e o tomate.

2. Adicionar o pimento e as folhas de louro. Temperar com sal, pimentas e pimentão doce. Regar com o vinho branco e o azeite.

3. Levar a assar em forno pré-aquecido a 190ºC durante sensivelmente 1h15.


Esta carne fica saborosa, tenra. Nada melhor do que o prato de forno, quente, cheio de sabor para receber o Outono.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bacalhau à Brás e os sabores de Lisboa


O Coronel vinha pelo menos uma vez por semana a Lisboa nos primeiros anos de reforma. Mas agora, sentia que a idade já pesava. Sair, deslocar-se, tudo lhe fazia confusão. Se saía, estava sempre pronto para regressar a casa. Começava numa inquietação desenfreada. E porque já era tarde e porque já se estavam a demorar e assim por diante. Regressar era sinónimo de tranquilidade. Paz. Gostava de estar no mundo que conhecia, que sentia como dele e que ilusoriamente dominava. Na sua cabeça, aí, nada de mal lhe podia acontecer. Em casa ficava bem.

Quando era novo, isso sim, não saía de Lisboa. Nos primeiros tempos de quartel chegou a ter um quatro alugado num prédio azulejado de três andares na rua dos Bacalhoeiros, por indicação de uma sua tia, devota de Santo António e presença assídua nas missas da .

Aproveitava, na altura, todas as folgas para viver a cidade. Passear na Baixa. Contemplar o Tejo. Ver a chegada e partida dos barcos. Sentir a luz de Lisboa. Fazer compras na rua do Ouro, subir ao Largo do Carmo pelo elevador de Santa Justa. Quantas noitadas passou com o José Barrote, o Eduardo Canelas e o Manuel Salgueiro, este último que iria, anos mais tarde, tristemente morrer ao seu lado noutra parte do mundo. Amigos das jantaradas na tasca do Genuíno Pereira, ao Bairro Alto.

A tasca de balcão alto com tampo de mármore, não tinha mais do que cinco mesas para comensais. As prateleiras e todos os espaços que podiam ser preenchidos ostentavam garrafas de aguardente, vinho do Porto, licor Beirão, emblemas do Benfica e do Sporting, cartazes de touradas no Campo Pequeno e bem visível, um Zé Povinho com o seu característico gesto. Assim que se entrava o cheiro ligeiramente azedo a vinho fermentado misturava-se com os aromas dos tremoços cozidos, dos amendoins servidos com casca e dos fritos feitos na cozinha.

Depois de se sentarem, Genuíno colocava na mesa um jarro de vinho tinto do Cartaxo e um pires com azeitonas pretas galegas temperadas com alho picado miudinho e azeite, que acompanhadas com pão fresco e estaladiço sabiam a mel. Era Genuíno quem as curava com ervas e casca de laranja. Depois vinha o melhor. Uma travessa de bacalhau à Brás salpicado com as galegas bem pretinhas e salsa. Magnífico. As mãos de Maria Pequena, a cozinheira da casa e mulher de Genuíno, eram de louvar e faziam milagres na cozinha. Era impressionante, nunca se lembra de ali comer um prato mal feito. A meio do bacalhau já era preciso reforçar os copos. "Ó Genuíno, não te esqueças do vinho!", gritavam muitas vezes em uníssono para o balcão, sempre bem dispostos. Genuíno, homem de poucas falas, com um pano dobrado ao ombro e a caneta na orelha lá respondia que sim com a cabeça.

Ao lembrar-se destes momentos da sua vida, o Coronel sentiu uma saudade imensa de comer um bacalhau à Brás. Será que Rosa acederia ao seu pedido?

Bacalhau à Brás


Ingredientes:
500g de bacalhau demolhado (3 postas)
650g de batatas
1dl de azeite
3 cebolas
4 dentes de alho
10 ovos
sal e pimenta
salsa picada
azeitonas pretas
óleo para fritar


1. Limpar o bacalhau de peles e espinhas. Desfiá-lo com as mãos.

2. Descascar as batatas. Cortá-las em fatias finas e depois em pequenos palitos. À medida que se vão cortando, colocam-se em água.

3. Colocar o óleo numa frigideira e levar ao lume. Secar as batatas cortadas em palha num pano antes de colocar a fritar. À medida que se tiram da frigideira, deixar a escorrer sobre papel absorvente para ficarem sequinhas.

4. Colocar o azeite num tacho juntamente com o alho picado e as cebolas cortadas em meias-luas ou às rodelas. Deixar cozinhar até a cebola quebrar.

5. Adicionar o bacalhau desfiado. Mexer e deixar cozinhar uns minutos.

6. Juntar a batata-palha frita. Envolver.

7. Bater os ovos. Temperar com sal e pimenta a gosto.

8. Com o lume baixo, juntar os ovos ao preparado anterior. Mexer até estarem cozinhados, mas sem ficarem secos.

9. Servir o bacalhau salpicado com azeitonas pretas e salsa picada.


Este bacalhau fica maravilhosamente delicioso. Quem quiser fazer uma versão mais rápida poderá optar por batata-palha já frita, de compra. Fica bom, mas não é a mesma coisa!

Esta história faz parte de uma viagem gastronómica por Lisboa onde se inclui:
- Pastéis de nata e os sabores de Lisboa.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bolo de banana com canela e nozes


Com o fim-de-semana à porta a sugestão de hoje aqui no Cinco Quartos de Laranja é um bolo. Um bolo de banana com canela e nozes. Uma combinação perfumada e saborosa. Bolos para mim combinam com festa ou fins-de-semana. Penso que raramente faço um bolo durante a semana. Faço-os normalmente quando tenho mais tempo para depois os apreciar com cuidado e atenção.


Ingredientes:
3 bananas maduras pequenas
3 ovos
3 colheres de sopa de leite
75g de margarina ou manteiga líquida
175g de açúcar amarelo
200g de farinha com fermento
1 colher de chá de canela
70g de nozes
1 pitada de sal
margarina para untar a forma


1. Esmagar as bananas. De seguida adicionar os ovo batidos previamente e o leite.

2. Acrescentar a margarina ou manteiga líquida e mexer bem.

3. Adicionar o açúcar, a farinha, a canela e o sal. Mexer bem.

4. Por fim, envolver na massa metade das nozes picadas.

5. Colocar o preparado numa forma tipo bolo inglês untada previamente com margarina. Por cima, colocar as restantes nozes picadas grosseiramente.

6. Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 50 minutos.


Se derreterem a manteiga ou margarina no micro-ondas ou no fogão, devem-na usar quando estiver praticamente fria. Quente vai, como se costuma dizer, enqueijar o bolo. Quem preferir poderá misturar as nozes picadas com duas colheres de sopa de açúcar mascavado claro e então colocar por cima do bolo.

Eu adoro bananas mas nos bolos fico sempre com receio que saiba demasiado. Este bolo fica muito saboroso, com uma mistura de sabores curiosa, sem saber demasiado a banana.

Já fiz este bolo várias vezes. Quem provou, gostou. Espero que gostem também.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Salada de frango com cuscuz e courgette a lembrar o Verão


O Outono continua quente. Nas lojas já se começam a ver os enfeites de Natal, já olhei para algumas roupas de Inverno, já pisquei o olho a umas botas para a chuva, mas com este calor não apetece pensar em roupas quentes ou outros agasalhos.

Gosto de viver as estações com o tempo típico que as caracteriza, por isso dou por mim com saudades da chuva, dos dias farruscos, do cheiro da lareira, da vontade de beber chocolate quente para ajudar a reconfortar. Enquanto o verdadeiro Outono não chega, por cá continua a apetecer saladas, sumos, gelados e outras coisas frescas. Para ajudar a enfrentar estes dias quentes de Outono, nada melhor do que uma salada com um cheirinho a verão.


Ingredientes:
1/2 frango assado
200g de cuscuz
250 ml de água quente
1 colher de sopa de manteiga
250g de tomate cereja
2 courgettes pequenas
1 ramo de salsa picada
agrião em folhas
0,75 dl de azeite
3 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto
1 colher de sopa de mostarda
sal e pimenta


1. Colocar os cuscuz numa taça. Adicionar a água aos poucos e ir mexendo com um garfo de modo a separar os grãos. Adicionar a manteiga, mexer e reservar.

2. Desfiar o frango para uma taça.

3. Com um descascador de legumes cortar as courgettes em fatias finas.

4. Juntar ao frango, as fatias de courgette, os cuscuz, o tomate cereja cortado ao meio, uma mão cheia de folhas de agrião e a salsa picada.

5. Preparar o molho: numa taça colocar o azeite, o vinagre, a mostarda, sal e pimenta. Mexer bem.

6. Regar a salada com o molho. Mexer e servir.


A courgette cortada em fatias bem finas fica muito agradável e crocante. À primeira vista poderá parecer estranho. Mas experimentem. O importante é as fatias da courgette ficarem bem fininhas.

Esta foi uma das minhas saladas preferidas do verão que passou ... ou que teima em ficar!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Gelado de marmelo cozido com mel e especiarias


Gosto de fazer experiências na cozinha. A cozinha funciona como um laboratório que me permite exercer a criatividade. Abstrair da rotina e do stress dos dias. É uma fuga. Gosto de misturar ingredientes e fazer combinações menos usuais. Gosto de explorar os produtos da época. Gosto de ver como os outros fazem. Gosto de passear por outras cozinhas e procurar inspiração. Gosto de descobrir novos sabores. Gosto de usar courgettes, tomate, figos, laranjas, dióspiros, romãs e marmelos. No Outono, o marmelo é uma das frutas que uso em abundância. Desde a marmelada, em pratos de carne, bolos e até como acompanhamento. Este ano aventurei-me nos gelados. A primeira experiência foi com marmelo assado e adorámos. Agora fiz uma nova experiência mas com marmelo cozido com especiarias e mel.


Ingredientes:
500g de marmelo limpo de peles e sementes
6dl de água
1 pau de canela
1 estrela de anis
100g de açúcar
1,5dl de água de cozedura do marmelo
1 colher de chá de farinha Maizena
150g de mel
300g de iogurte grego
2dl de natas batidas


1. Colocar o marmelo num tacho com a água, a estrela de anis, a canela e o açúcar. Levar ao lume e deixar cozinhar até o marmelo estar cozido. Deixar arrefecer.

2. Escorrer o marmelo e triturar.

3. Colocar 1,5dl do caldo de cozedura do marmelo num tacho. Misturar a farinha Maizena e levar ao lume até engrossar, mexendo sempre com uma vara de arames. Retirar do lume e adicionar o mel. Mexer bem.

4. Adicionar a mistura do mel ao marmelo triturado. Mexer bem. Adicionar o iogurte e mexer.

5. Por fim, envolver as natas batidas.

6. Colocar na máquina de fazer gelados seguindo as indicações do fabricante.


Na boca sente-se um toque do perfume e textura do marmelo com um ligeiro travo do anis. Uma combinação fresca e agradável para estes dias quentes de Outono. Servido com um fio de mel, fica ainda melhor.

Espero que gostem.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Caldeirada de peixe à moda da Laranjinha


Já há algum tempo que não fazia uma caldeirada. Este fim-de-semana ao decidir o que cozinhar, resolvi fazer uma caldeirada de peixe, para um dos nossos almoços demorados e preguiçosos. Esta foi a forma que encontrei para aproveitar umas postas de Safio que o meu pai me ofereceu. Numa das suas pescarias trouxe um Safio que pesava quase 8Kg. Ficou tão contente que o congelou inteiro para eu e outras pessoas da família vermos. A primeira ideia que me veio à cabeça ao ver o tamanho do peixe foi como é que ele o conseguiu tirar sozinho do mar. Pelos vistos, coisas que só os pescadores sabem!


Ingredientes:
1,7Kg de peixe variado (Cherne, Garoupa, Corvina e Safio)
6 sardinhas
10 camarões grandes
500g de amêijoas
1,2Kg de batatas descascadas e cortadas às rodelas
1Kg de tomate maduro (limpar de peles e sementes e picar)
3 cebolas médias cortadas às rodelas
4 dentes de alho picados
1/2 pimento vermelho cortado às tiras
1/2 pimento verde cortado às tiras
3 folhas de louro
1 a 2 piripiris
pimenta preta de moinho
1 colher de chá de pimenta da Jamaica
1 ramo de salsa
1 ramo de coentros
1/2 bolbo de funcho cortado
1 colher de chá de pimentão doce
2dl de azeite
5dl de vinho branco
1dl de água
sal
fatias de pão para servir


1. Temperar o peixe com sal uma hora ou hora e meia antes de começar a preparar a caldeirada.

2. Colocar no fundo de uma panela, de modo a formar camadas, as cebolas cortadas, o alho, o tomate, os pimentos, a salsa, os coentros, o funcho, o piripiri, as batatas às rodelas e por fim o peixe.

3. Colocar o louro, o colorau, as pimentas, sal e o azeite. Regar com a água e o vinho branco. Tapar a panela e levar ao lume a cozinhar. Não mexer a caldeirada. Depois de ferver e uns minutos antes de retirar do lume, adicionar as sardinhas, o camarão e as amêijoas. Tapar a panela e deixar acabar de cozinhar. Estará pronta assim que as batatas estejam cozidas.

4. Servir a caldeirada com fatias de pão.


Esta caldeirada dá para 6 a 8 pessoas. Fica com bastante molho, mas cá em casa gostamos assim, para acompanhar com fatias de pão a gosto. O caldo que sobra é normalmente aproveitado para fazer um arroz.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Esparguete negro com tinta de choco, camarão e manga


Cheguei a casa tarde. Ontem, sai do trabalho e ainda fui ouvir a escritora Inês Pedrosa falar sobre livros, sobre escrita e sobre o seu percurso enquanto jornalista e escritora. Adorei. Valeu cada minuto que a ouvi e ainda estaria mais, se tivesse sido possível. Gosto de ouvir contar as histórias por detrás dos livros, perceber como é que surgem as ideias para os romances, como é que as pessoas escrevem, porque é que escrevem e até o que andam a ler e quais os livros que apreciam. Este mês já tive a sorte de ouvir também o Miguel Real e o valter hugo mãe.

Como não havia tempo para estar na cozinha e nem tinha planeado nada para o jantar, tive que improvisar e fazer um refeição rápida, mas reconfortante, que ajudasse a colocar as energias no sítio. Daquelas, como costumo dizer cá em casa, que merecem ser acompanhadas por um copo de vinho.

Abri o frigorífico e não vi nada de especial a não ser ovos, mas esta semana já os tinha usado para outro jantar improvisado. Entretanto lembrei-me que tinha trazido de Itália um pacote de esparguete negro com tinta de choco a que podia juntar uns camarões (procuro ter sempre miolo de camarão congelado - é uma óptima solução para uma refeição rápida - e uns pedaços de manga. Dito e feito!


Ingredientes:
250g de esparguete negro seco (spaghetti al nero di seppia)
4 dentes de alho picados
azeite
sal e pimenta
250g de miolo de camarão gigante
folhas de manjericão
2 colheres de sopa de queijo grana padano ralado


1. Cozer a massa al dente em água a ferver com sal.

2. Enquanto a massa coze, colocar azeite numa frigideira até tapar o fundo. Levar ao lume com o alho. Deixar frigir um pouco e adicionar o camarão. Temperar com sal e pimenta acabada de moer a gosto. Depois do camarão cozinhado, retirar do lume.

3. Depois da massa cozida, escorrer.

4. Adicionar o queijo ralado à massa e as folhas de manjericão. Por fim, adicionar o camarão com o azeite e o alho. Misturar bem.

5. Servir com a manga cortada em cubos.


Este prato surpreendeu. A massa com o camarão e a manga fica uma delícia. Acompanhámos este prato com um vinho Chianti da zona de San Gimignano.

O Ricardo deu-me uma ajuda na preparação do jantar. A dois, uma refeição rápida ainda se torna mais rápida. Quando estava a começar a descascar os alho, o Ricardo lembrou-me de um vídeo em que é feita uma pequena demonstração em que é possível descascar uma cabeça de alhos em menos de dez segundos. Quando vi o vídeo, achei piada e coloquei em dúvida se seria possível. Agora que ele levantava a questão por que não experimentar? Não custava nada!

Colocámos os alhos dentro de um tacho pequeno. Tapámos e o Ricardo agitou o tacho durante uns segundos. Confesso que estávamos os dois um pouco cépticos. Mas quando abrimos a tampa, os alhos estavam descascados. Limpinhos. Afinal, é mesmo possível descascar os alhos em menos de dez segundos! :)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pernas de pato com tomilho e mostarda


Cá em casa, como em muitas outras casas em que à mesa só se sentam dois, um pato é dividido por pelo menos três refeições. Cozinho separadamente os peitos, as pernas e por fim, o que resta ainda vai parar à panela para fazer um caldo para um delicioso arroz, a que junto a carne desfiada, um chouriço, e umas folhas de couve lombarda. Rentabilizo e acabamos por diversificar o modo como consumimos a carne desta ave. Hoje, deixo-vos o modo como cozinhei as pernas do último pato que entrou na minha cozinha.


Ingredientes:
2 pernas de pato
1 colher de sopa de folhas de tomilho frescas
sal e pimenta q.b.
1 colher de sopa de mostarda Dijon
12 batatinhas para assar
2 cenouras
1,5dl de caldo de carne
3 colheres de sopa de azeite


1. Temperar as pernas de pato com sal, pimenta e as folhas de tomilho. Barrar com a mostarda.

2. Colocar as pernas de pato num tabuleiro de forno. Em volta dispor as batatas e as cenouras cortadas.Temperar os legumes com uma pitada de sal a gosto.

3. Regar o preparado com o caldo de carne e por fim o azeite.

4. Levar ao forno a assar a 190ºC durante 50 minutos.


Acompanhar o assado com uma salada de verdes.

Espero que gostem!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um jantar em Pisa


Chegámos a Pisa vindos de San Gimignano. A paisagem pelo caminho foi marcada por campos de vinhas, girassóis e muito verde. A Toscana é uma região magnífica em termos de paisagem. Em Pisa, depois de me enganar no caminho e de fazer os meus companheiros de viagem andarem mais do que era suposto, acabámos por fizer uma visita rápida à famosa torre inclinada, a que se seguiu algumas fotografias antes de o sol se esconder.


De seguida e sem recomendações, fomos escolher o local para jantar. A escolha recaiu na Osteria I Santi. Decidimos ficar na esplanada. Aqui escolhemos uma salada Caprese e bruschettas de tomate, um arroz do mar, tagliatelle com cogumelos, lasanha, ravioli com courgette e pinhões. A refeição soube bem. Agradável numa noite quente de Verão.


Daqui, cansados, partimos para Montecatini Terme. No dia a seguir estaríamos em Lucca.

San Gimignano e o melhor gelado do mundo


Depois de almoçar em Siena partimos para San Gimignano, uma localidade em plena região da Toscana. San Gimignano é conhecida pelas suas catorze torres e pelo centro histórico de arquitetura medieval. Depois de andarmos pelas ruas empedradas e limpas, de ver os edifícios cuidados e com flores, de visitar algumas lojas de artesanato e de produtos alimentares, de ouvir um grupo de jovens a cantar fomos até à Piazza della Cisterna.


Com o fim da tarde a aproximar-se, fomos à procura do verdadeiro motivo da nossa visita a San Gimignano, a Gelateria di Piazza, considerada a melhor do mundo (de 2006 a 2009). O espaço era pequeno, mas estava cheio de gente a querer provar os gelados. Eu não resisti especialmente ao aroma de figo. Foi este gelado que me motivou a que no dia dos meus anos usasse pela primeira vez a máquina de gelados. Por estes gelados, de certeza que voltaria a esta encantadora vila medieval.


Antes de sairmos de San Gimignano tivemos a oportunidade de contemplar a paisagem envolvente, típica da região da Toscana. Os campos verdes, as vinhas, os ciprestes e as casas cor-de-terra amarelada a destacarem-se na paisagem, foram também um dos pontos altos desta nossa viagem. E foi a sonhar com esta paisagem inspiradora que seguimos viagem. Pisa seria o nosso próximo destino.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Marmelada de marmelo e O Sítio do Pica-Pau Amarelo


Ao começar a escrever este texto lembrei-me de uma série que adorava ver quando era miúda. A música do genérico, composto por Gilberto Gil, não me sai da cabeça. Lembram-se?

Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
(...)


Eu desde que sou gente que adoro marmelada com pão fresco e macio. Alguns dos meus lanches passados a ver O Sítio do Pica-Pau Amarelo, a deliciar-me com as aventuras da Emília, do Visconde, da Dona Benta, da Tia Anastácia, da Narizinho, do Pedrinho, do Saci e da terrível Cuca, tinham um pãozinho com marmelada.

Também não me esqueço das tardes passadas em casa do meu avô Augusto, que tinha uma pequena mercearia e vendia a marmelada cortada à fatia. A marmelada vinha para a loja em tabuleiros rectangulares de plástico, cobertos com uma folha de papel vegetal. O cheiro, a cor e a forma da marmelada nunca mais me saiu da cabeça. Talvez por isso prefira fazer a marmelada de modo a que fique para cortar à fatia.

Hoje adoro-a com bolachinhas e queijo, de preferência da Ilha de São Jorge, para fazer um delicioso contraste de sabores.


Ingredientes:
2 kg de marmelo cortado aos pedaços com a casca mas sem as sementes
1,8 kg de açúcar amarelo
1 dl de água


1. Colocar a água numa panela. De seguida juntar o marmelo com o açúcar. Levar ao lume.

2. Quando o marmelo estiver cozido, triturar. Deixar apurar.

3. Colocar a marmelada em taças.


Como não há goiabada de marmelo, ficamo-nos por uma marmelada magnífica. Para comer com pão, queijo ou simplesmente para viajar até à infância e relembrar o que vos fazia felizes.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pá de porco assada no forno com alecrim e laranja


O Outono teima em andar disfarçado de Verão. Mas cá por casa, mesmo com calor há dias em que os assados são reis, especialmente aos fins de semana, altura em que tenho mais tempo para me dedicar aquilo que gosto de fazer. Quando posso dá-me imenso prazer fazer uma refeição com tempo, normalmente ao som de música, abrir uma garrafa de vinho e acabar a tarde a ver um filme ou sentada no sofá a ler um livro, e sentir que há silêncio à minha volta. Há dias em que para mim isto assemelha-se a um dia quase perfeito. Sem pressas. Sem preocupações.


Ingredientes:
2,3Kg de pá de porco com osso
10 dentes de alho
1 raminho de alecrim
1 colher de sopa de sementes de cominhos
1dl de azeite
sal e pimenta
1 laranja grande cortada às rodelas
1dl de vinho branco


1. Numa taça misturar os dentes de alho picados com o alecrim, as sementes de cominhos, o azeite, sal e pimenta. Mexer bem.

2. Barrar a carne com esta mistura. Colocá-la num tabuleiro. Por cima dispor as rodelas de laranja. Regar com o vinho branco.

3. Levar a assar em forno pré-aquecido a 200ºC durante 30 minutos, depois baixar a temperatura a 140ºC e deixar assar.


Para um eficaz controlo da carne no forno aconselho o uso de um termómetro de carne. A carne assada lentamente fica muito saborosa e suculenta.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Salada de abóbora manteiga assada com lentilhas


Nos últimos tempos tenho procurado ver alguns filmes relacionados com comida ou sobre alimentação. Vi:

- Love's Kitchen, com o chef Gordon Ramsay, a fazer dele próprio, num filme que conta a história de um chef londrino de renome, Rob Haley interpretado por Dougray Scott, que depois da morte da mulher num acidente de automóvel desiste de cozinhar. É aqui que o chef Gordon Ramsay aparece e dá um empurrãozinho ao seu amigo. Rob decide mudar-se para uma zona rural com a filha e o seu staff. Aí, transforma um pub num restaurante gourmet. O filme mostra-nos a reação dos locais à abertura do espaço e o modo como ficam rendidos ao trifle especial ali servido. A comida capta a atenção da americana e crítica de comida, Kate Templeton (Claire Forloni) que escreve sobre o espaço e traz a clientela merecida ao restaurante. O chef Rob volta-se a apaixonar. Quando tudo parece correr bem, há um volte face e o chef terá que cozinhar para um famoso crítico gastronómico. Dessa refeição dependerá o futuro do espaço e o seu próprio trabalho. Escusado será dizer que no final vence o amor e que o trifle, a sobremesa sensação da casa, irá fazer sucesso. O filme é simpático e mostra um pouco da azáfama de uma cozinha. Gordon Ramsay, surge simplesmente para chamar a atenção para o filme. Está bem mellhor em Hell's Kitchen a fazer de mauzão.

- The Ramen Girl - Já vos aconteceu um filme abrir-vos o apetite para comer um prato de sopa fumegante e com um caldo perfumado e cheio de sabor? - Foi o que este filme me fez. Abriu-me o apetite para experimentar ramen, uma famosa sopa tradicional japonesa, em que o segredo está na preparação do caldo. Os mestres de ramen têm que ter a benção de um outro mestre. Abby (Brittany Murphy), a protagonista do filme vê-se sozinha no Japão, abandonada pelo namorado, decide ir aprender a fazer ramen com o mestre Maezumi, que parece sempre mal humorado. Abby e o mestre vão ter muitas divergências, mas no final a jovem percebe que o mais importante é cozinhar com amor.

- Toast conta-nos a vida de Nigel Slater. Desde a morte da mãe, a sua relação com o pai e com a madrasta, que não parava de cozinhar e que a pouco e pouco foi empanturrando o pai de comida. O relacionamento de Nigel com a madrasta foi sempre de competição. Ela cozinhava bem e ele quis cozinhar ainda melhor. Conseguiu.

- Food Matters é um documentário com entrevistas a vários especialistas e chama a atenção para aquilo que comemos defendendo a tese de que "somos o que comemos". Que algumas das doenças que afectam as sociedades ocidentais são o resultado da nossa alimentação. Se nos preocupamos em ser saudáveis, então devemos procurar ter boa comida à mesa, de preferência sem químicos e antibióticos. Defende que é importante incluirmos muitos vegetais na nossa alimentação, especialmente crus. Diminuir o consumo de carne, beber muita água e fazer meditação. Alerta-nos para o recurso constante a medicamentos. Em alternativa sugere-nos as vitaminas e o poder curativo dos alimentos, falam inclusive em super-alimentos.

Curiosamente vi este filme/documentário num dia ao jantar enquanto comia uma salada de abóbora manteiga assada com lentillhas. Fiquei tão impressionada com o filme, que voltei à cozinha, abri o frigorífico, procurei a embalagem com as folhas de alface e enchi o meu prato!


Ingredientes para a abóbora assada:
550g de abóbora manteiga cortada em cubos (1 abóbora pequena)
3 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de vinagre balsâmico
1 haste de alecrim


1. Colocar a abóbora num tabuleiro de forno. Adicionar o alecrim. Regar com o vinagre balsâmico e com o azeite.

2. Levar ao forno pré-aquecido a 200ºC durante 35 minutos.


Ingredientes para a salada:
abóbora manteiga assada
500g de lentilhas castanhas cozidas
1 cebola roxa picada
100g de queijo feta cortado em cubos
2 queijos frescos pequenos cortados
folhas de alface
sal q.b.
azeite e vinagre q.b.


1. Juntar os ingredientes numa taça. Temperar com sal, azeite e vinagre a gosto.


A abóbora assada com o vinagre balsâmico e o alecrim dão um toque muito especial a esta salada, que ficou deliciosa. Se quiserem façam como eu, sirvam com uma boa cama de folhas de alface ou de outras verduras cruas a gosto.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um casamento, uma receita ...


Num dos fins-de-semana de Setembro assisti ao casamento da minha prima Sofia. O casamento realizou-se na bonita Igreja da Graça, em Santarém.


Estes eventos são a melhor forma de encontrar toda a família. Fico tão contente nestas alturas. Há familiares que vejo tão poucas vezes que quando nos encontramos fartamo-nos de falar, contar novidades, falar da vida, rir e perceber que não estamos mais novos. Eu e o Ricardo criámos uma pequena tradição, nestas alturas procuramos tirar fotografias de grupo com a família, com as tias, os primos, eu e o meu irmão, etc. Depois no Natal acabamos por surpreender a família com umas prendas diferentes e que toda a gente adora.

O copo de água foi no restaurante o Malho, de cozinha típica ribatejana. Começou, na esplanada junto ao jardim do restaurante, com rissóis de camarão, croquetes de vitela, pão com chouriço, morcelas assadas, peixinhos da horta, pataniscas de peixe, pães variados e melão com presunto. Tudo bem servido e confecionado. Os peixinhos da horta, as pataniscas, as morcelas assadas com pão fresco e o melão com presunto fizeram as minhas delícias. Depois das entradas e de muitas fotografias, fomos convidados a entrar para a sala de jantar.

As mesas da sala de jantar estavam muito bonitas, cada uma com um nome alusivo à cidade de Santarém e decoradas com arranjos florais em que dominavam os girassóis. Os girassóis são as flores mais "felizes". Simbolicamente significam fama, sucesso, sorte e muita felicidade. Nada melhor para começar uma nova etapa da vida.

O jantar começou com um creme de legumes a que se seguiu um prato de filetes de corvina gratinados com camarão e boi com vinho tinto servido com arroz e couve-flor. Para sobremesa foi servido um gelado de natas com geleia de cerejas.


A comida estava muito boa. Gostei tanto do prato de carne que uns dias a seguir quis logo experimentar e adaptei a receita. Ficou maravilhosa.

Carne de vaca estufada com tomilho e especiarias


Ingredientes:
1,200 kg de carne de vaca cortada
1 dl de azeite
0,5 dl de água
1,5 dl de vinho tinto
sal e pimenta preta de moinho q.b.
1 colher de chá de pimenta da Jamaica
1 raminho de tomilho
3 cravinhos
2 folhas de louro
5 cebolas pequenas
1 cenoura cortada às rodelas


1. Colocar todos os ingredientes num tacho. Tapar e levar ao lume. Deixar cozinhar em lume brando durante uma hora.


Servir a carne com couve-flor cozida. A carne fica muito tenra e saborosa. Nem o molho resistiu a uma fatia de pão fresco.

Depois do jantar seguiram-se as sobremesas com vários tipos de doces e frutas e queijos vários. Eu não resisti aos queijos, às frutas e à sericaia com as deliciosas Ameixas de Elvas. No final, os noivos cortaram o bolo da noiva que foi servido com um copo de champanhe.


O bolo era maravilhoso, húmido, com um toque de sumo de laranja e recheado com morangos frescos envolvidos em natas batidas. No final, ainda caí na tentação de provar umas saladinhas frias, mariscos e umas deliciosas ostras frescas com limão.


Aos noivos, Sofia e Tiago, votos de muitas felicidades!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gelado de marmelo com Moscatel


Um dos meus objectivos para 2011 era fazer gelados. Eu adoro gelados, recebi uma máquina para me ajudar a fazê-los e nem sei bem porquê fui adiando a experiência. O primeiro gelado que fiz foi no dia do meu aniversário e escolhi uma das minhas frutas favoritas, o figo. Agora voltei a fazer gelado e escolhi outra fruta que adoro, o marmelo.

Eu gosto imenso de marmelo assado com especiarias ou até mesmo simples. Perco-me por eles quentinhos, comidos com uma colher. No fim-de-semana esteve tanto calor que decidi transformar alguns dos marmelos que tinha assados num delicioso gelado.


Ingredientes:
550g de polpa de marmelo assado (aprox. 4 marmelos)
1dl de vinho Moscatel
2 colheres de sopa de mel
1 iogurte tipo grego natural (125g)
1/2 colher de chá de canela
1 pitada de noz moscada
400ml de natas com 35% de gordura
250g de açúcar


1. Numa taça ou no copo do liquidificador juntar a polpa de marmelo assado, o moscatel, o mel, a canela e a noz moscada. Triturar. Juntar o iogurte tipo grego e voltar a triturar.

2. Bater muito bem as natas, que deverão estar frias, com o açúcar.

3. Juntar a mistura de marmelo com as natas. Envolver muito bem.

4. Colocar o preparado na máquina de fazer gelados e seguir as indicações do fabricante.


Gelado de marmelo assado pode parecer estranho, mas resultou num gelado perfumado e cremoso. Finalmente consegui uma consistência que me deixou com vontade de fazer muitos mais gelados. A opção pelo vinho Moscatel, uma das castas mais perfumadas do mundo, resultou na perfeição. Este gelado fica com um agradável sabor do marmelo assado, o perfume do Moscatel e um simpático aroma da canela.

A minha imaginação entretanto não parou. Esta semana, se tudo correr bem, vai ser recheada de gelados e um deles vai ser de certeza com sabor a marmelo, mas desta vez cozido.