sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Arroz de cogumelos senderilha com tomate seco e queijo de Nisa


Outubro chega ao fim. Para mim, este é o mês que representa o Outono. Noites mais frias, as folhas das árvores começam a cair e os campos enchem-se de um verde intenso, graças às primeiras chuvas. Durante este mês li alguns livros de autores portugueses sobre comida. Voltei ao Porto para dois workshops, onde se juntam sempre pessoas que adoro conhecer ou rever, e fiz showcookings, um no Open Day da Moulinex e outro, com receitas do Delicioso Piquenique no Amoreiras Shopping.

Durante este mês procurei aproveitar as coisas boas que chegam ao mercado. Os marmelos, as abóboras e os cogumelos. Fiz pela primeira vez marmelada com maçã e chips de banana-pão, que adorei e foram uma boa surpresa, por um lado, pela simplicidade e por outro, pelo resultado final, que é irresistível.

Novembro está à porta. Este é o mês dos preparativos para o Natal. E para quem como eu começa a pensar nos presentes, hoje deixo-vos uma sugestão. A TerriuS tem uns simpáticos cabazes de Natal. Um deles, repleto de produtos alentejanos de excelente qualidade, a pensar em refeições ao ar livre, a acompanhar um exemplar do meu livro Delicioso Piquenique.


Enquanto o Natal não chega e aproveitando os sabores que caracterizam o Outono, deixo-vos um saboroso arroz com muitos produtos portugueses.

Showcooking no Mercadinho de Torres


Neste sábado, dia 1 de Novembro, vou estar em Torres Vedras no Arena Shopping para dois showcookings inseridos no evento Mercadinho de Torres. Um às 15h30 e o outro às 17h30. Irei apresentar duas saborosas receitas do meu livro Delicioso Piquenique. Para além de poderem provar o que irei confeccionar também terão a oportunidade de adquirir os meus livros autografados.

Conto convosco. Apareçam!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sopa de mexilhão com tomate


Em Agosto estive a cozinhar no festival Marisco no Largo na cidade de Setúbal. Uma das receitas que preparei durante o meu showcooking foi a sopa de mexilhão com tomate que hoje vos trago. É uma sopa cheia de sabor, que resulta bem em qualquer altura do ano.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Batatas fritas com alecrim


Um destes fins-de-semana o Ricardo e eu ficámos por casa. Às vezes sabe-nos bem pararmos um pouco e termos tempo para nós. Vamos ao mercado juntos, lemos e comentamos as notícias da actualidade, rimos, organizamos as coisas da casa, fazemos um almoço mais demorado ou um lanche com alguma coisa mais especial. Uma das coisas que preparei num momento desses foi umas batatas fritas, crocantes, ligeiramente picantes e com um aroma delicioso a alecrim. Como estava quente, acompanhámos estas batatas com uma cerveja bem fresca. Soube-nos tão bem este petisco!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Creme de marisco


Cresci numa aldeia perto de Santarém. E uma das memórias que guardo com muito carinho é a das festas de casamento. Nas casas dos pais dos noivos vivia-se uma verdadeira azáfama. As cozinhas não paravam. Faziam-se os bolos em forma de ferradura para oferecer aos convidados no dia do casamento. Os padrinhos dos noivos recebiam um tabuleiro cheio de coisas doces, onde não faltava uma travessa de arroz doce enfeitado com canela. No dia do casamento, o menu da boda era sempre comentado. Houve uma altura, em que era habitual servirem em quase todos os casamentos, bacalhau à Brás e creme de marisco. Eram pratos que agradavam a todos, de uma maneira geral. A pouco e pouco as ementas foram sendo alteradas, mas confesso que estes pratos me deixaram boas recordações.

Hoje deixo-vos uma versão de creme de marisco, que adaptei de uma receita da chef Maria Genoveva, para quem como eu tem boas recordações desta sopa.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Patê de cavala em azeite com ervas


Neste fim-de-semana estive no Porto. Regressei para dois workshops. Um dos quais, foi dedicado ao tema das conservas de peixe. Confeccionámos receitas com vários tipos de conservas. Os participantes adoraram. Surpreenderam-se com as receitas e até com algumas das conservas, como o bacalhau em azeite e alho e as ovas de sardinha. Diziam-me no fim, a quantidade de receitas que se podem fazer com conservas é surpreendente! Uma das receitas preparadas foi este delicioso patê.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Creme de castanhas com cogumelos


As castanhas e os cogumelos são sabores que marcam o Outono. Os cogumelos eram considerados um alimento divino para os faraós, foram também muito apreciados pelos Romanos, que os consideravam um boa fonte de energia para os soldados. Hoje em dia, conseguimos encontrá-los facilmente à venda.

A castanha é consumida pelo homem, desde a pré-história e o castanheiro ficou conhecido, ao longo dos tempos, como a "árvore-pão", principalmente em zonas onde o trigo não se dava e a base do pão era a farinha de castanha. Com a chegada da batata à Europa, a castanha perdeu grande parte do seu protagonismo. Mas, umas boas castanhas assadas, cozinhadas com carne ou em sopas, sabem sempre bem.

Nesta altura do ano procuro aproveitar este dois ingredientes da melhor forma possível. E por que não juntá-los? Castanhas e cogumelos resultam numa combinação muito interessante. E onde os junto mais vezes é em sopas. Esta que hoje vos deixo, fica com um sabor intenso e rico. Deliciosa.

Desenvolvi este delicioso creme de castanhas com cogumelos para a rubrica Cuisine Companion.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Mais workshops no Porto


No próximo, sábado, dia 25 de Outubro volto ao Porto para dois workshops, um dedicado a petiscos com conservas e outro, à tarde, alusivo à doçaria tradicional portuguesa. Mas hoje, gostava de vos deixar algumas momentos dos dois workshops que realizei também no Porto, no espaço WORK IT, no passado mês de Setembro.


Um dos workshops foi dedicado a entradas e petiscos. Preparámos doze receitas, onde incluímos saladas, tostas de sardinhas, pão aos retalhos com queijo e azeite de coentros, pataniscas de bacalhau, fofos de pimento, almôndegas, cogumelos recheados, croquetes, entre muitas outras coisas boas para petiscar com amigos ou servir como entrada numa festa. O grupo juntou alegria e muita boa disposição a esta manhã de sábado.


O workshop da tarde foi dedicado aos doces de chocolate. Preparámos doze receitas usando diferentes tipos de chocolate, em pó, branco e negro, com diferentes percentagens de chocolate.


O cheiro bom do chocolate a cozer ou a derreter em banho-maria misturado com a alegria de todas as pessoas presentes, tornaram esta tarde ainda mais doce. Estes workshops foram muito especiais. As pessoas que participam tornam-nos únicos. Regresso sempre com boas memórias.


No próximo sábado, estarei no Porto para mais dois workshops. No final, para além de degustarmos tudo o que foi preparado, terão também uma pequena lembrança para levar para casa. Encontramo-nos, lá?

Últimas inscrições disponíveis: work@sott.pt   91 700 1802

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Chips de banana-pão


Um destes dias participei num almoço de apresentação da Colômbia numa campanha de acção turística, no hotel D. Pedro, cá em Lisboa. O almoço foi preparado pelos chefs colombianos Isa Lon­doño e Luis Otoya. A cozinha sul americana desperta-me curiosidade. O país que mais projecção tem tido em termos de revolução gastronómica é o Peru, com tantos produtos novos, e uma cozinha em verdadeira ascenção. Da Colômbia, sabia muito pouco e estava curiosa. Durante a apresentação percebi que o país não tem estações definidas, é muito rico em peixe, produz café, tem praias lindas, com cenários paradisíacos. Fiquei com vontade de dar um pulinho a essa zona da América do Sul!

No almoço, uma das entradas servidas foi ceviche de peixe al suero y tostones de plátano apresentado dentro de um coco. Uau, foi a minha primeira reacção. Mas o que adorei mesmo e que nunca mais me saiu da cabeça foram os tostones de plátano, fatias finas, crocantes de banana-pão com sal. Deliciosas. A descoberta de um novo sabor, é algo que me encanta e fascina. Saí do almoço, a pensar que tinha que experimentar fazer os tostones.

Adoro quando a vida me surpreende. Quando o que nem pensamos possível, acontece, é maravilhoso. Nesse mesmo dia à noite, conheço a chef colombiana Maria Genoveva, a trabalhar há vários anos em Portugal. E querem saber o que é que eu lhe perguntei assim que começámos a falar? Como se fazem as fatias finas e crocantes de banana-pão?

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Salmão no forno com crosta de queijo


Ler livros é uma paixão. Desde que me lembro que sempre gostei de ler, principalmente romances. Fazia e continuo a fazer listas do livros que vou lendo. Defino metas de leitura por ano. É uma mania como qualquer outra. Desde que comecei o Cinco Quartos de Laranja que as minhas leituras têm sofrido algumas alterações. A par dos romances, livros de poesia, vou também lendo obras dedicados à história da alimentação ou em que o tema se relacione com comida.

Outubro tem sido um mês de leituras em que os sabores são o principal ingrediente. Comecei este mês por ler Delancey: A Man, a Woman, a Restaurant, a Marriage da conhecida blogger americana Molly Wizenberg, de quem aprecio imenso o trabalho. O livro relata a experiência de Molly e do marido Brandon Pettit, quando este decidiu abrir um restaurante passados poucos meses de estarem casados. Molly fala-nos dos seus sonhos, da vontade de construir uma vida a dois e do que é pensar num negócio, neste caso uma pizzaria. Inicialmente vê-se confrontada com algo que não tinha desejado, mas o entusiasmo de Brandon, a persistência que demonstrou para conseguir colocar o seu projecto a funcionar, acabam por fazê-la encontrar um equilíbrio. Molly escreve de forma deliciosa. Para mim foi um prazer acompanhá-los nesta aventura.

Li também, Doces da Nossa Vida de Virgílio Nogueiro Gomes, para mim uma das grandes referências portuguesas em termos de história da alimentação. Este é um livro que nos transporta ao que de melhor temos na nossa doçaria, tanto popular como conventual. Para além das receitas, Virgílio conta-nos a história de muitos dos doces que marcam a nossa vida. Este livro é uma referência para quem se interessa sobre a cozinha tradicional portuguesa, e a doçaria em particular.

Maria de Lourdes Modesto publicou este mês Sabores com Histórias, um livro com receitas e vários textos sobre alimentos. Há uns anos li da autora, Palavra Puxa Receita, e assim que vi o seu novo livro à venda, com crónicas não resisti. A autora fala-nos sobre como escolher o azeite a usar, observa a atitude de alguns chefs da nossa praça sobre por exemplo o nome dos pratos no menu e relembra sempre a importância de preservar a cozinha tradicional portuguesa, que é importante inovar, mas com sabedoria. Maria de Lourdes Modesto é uma das minhas referências da cozinha portuguesa.

Da pucarinha de barro ao restaurante de luxo - reflexões gastronómicas de Maria Antónia Goes, é um dos livros que marca também as leituras de Outubro. Como o título indica, a autora apresenta um conjunto de crónicas sobre os mais diversos assuntos, desde as mesas dos reis, ao uso do garfo, passando pela utilização das ervas na cozinha popular, a importância do pão na alimentação de outros tempos, apresenta-nos algumas celebridades que deram nomes a pratos e até de restaurantes de luxo. O livro tem ao longo das crónicas várias receitas. Uma das iguarias apresentadas, que tal como a autora, não tenho grandes esperanças de vir a provar é o ortolan. Nunca tinha ouvido falar, mas pela descrição fiquei curiosa. « O ortolan é um passarinho lendário. Minúsculo, mas que uma vez metido numa gaiola e cevado, fica atafulhado em gordura. Tem fama de ter a mais deliciosa carne, gorda e fina, de perfume potente, aliada à textura tenra dos ossos que se podem comer como quem come jaquinzinhos fritos, salvo as devidas distâncias. Em França, quando se quer nomear um prato muito bom ou muito requintado, um manjar dos deuses, fala-se em ortolan », pág. 107. Este é um livro para quem gosta de saber um pouco mais sobre história da alimentação.

Como não posso experimentar o ortolan, rendo-me aos encantos de um lombo de salmão, que me soube às mil maravilhas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Bolo de agrião com cobertura de mascarpone e chocolate branco


Há bolos que nos surpreendem. Seja pela sua imponência, decoração, sabor e/ou pelos ingredientes inesperados que contêm. Confesso que os bolos com produtos hortícolas me despertam alguma curiosidade. Não me esqueço da minha reacção à primeira vez que vi e experimentei bolo de curgete. Bolo de curgete? - que estranho e assim que provei, nem tive tempo para dúvidas. Adorei. Rendi-me aos encantos da curgete nos bolos. Entretanto, seguiram-se outras experiências, com beterraba, batata e no meu livro, Delicioso Piquenique apresento um bolo com cherovia.

Desde que provei, pela primeira vez, bolo de agrião que fiquei com vontade de experimentar fazer cá em casa. A decisão ficou tomada quando escrevi para a revista Comer um texto sobre agrião e apresentei algumas receitas com este ingrediente. Umas delas foi este delicioso bolo que vos deixo hoje.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Tamboril envolto em presunto com legumes Primavera


Cozinhar pode ser um grande teste, principalmente quando o fazemos em público. Um teste para nós, para as nossas capacidades e até para a nossa confiança. Mas o desafio pode ser muito mais elevado, quando nos são impostas regras que temos que seguir e um objectivo final a atingir. E foi isso que senti em Paris, que tinha um enorme desafio. Foi-nos proposto a realização de uma receita em que o empratamento final deveria ficar igual ou o mais idêntico possível ao que estava na imagem que acompanhava a receita, do chef Stéphane Pitre. A fotografia da receita que iria confeccionar, era esta:

( Foto de Philippe Martineau )

Parece-vos fácil? Confesso, que assim que olhei para a imagem, pensei: - E agora? Esta receita tem um empratamento de restaurante com estrelas Michelin! Será que sou capaz!? Assim que nos foi dada indicação para começar, respirei fundo. Li a receita em francês e comecei. Ao longo da confecção tive, obviamente algumas dúvidas a que o chef prontamente me respondia.

Foi com um enorme orgulho que vi o chef Stéphane dar indicação para o meu prato seguir para a zona de fotografia, sem que a food stylist corrigisse o empratamento. Ufa, pensei, eu. Afinal, fui capaz. Fiquei tão contente. É uma sensação tão boa conseguirmos atingir os objectivos propostos, numa situação que envolveu alguma pressão, pois o desafio realizado era em estilo de concurso de televisão, com tempo para a realização das tarefas e à volta uma equipa de profissionais, com um realizador, um maquilhador e várias câmaras a filmar o que fazíamos. O que acham? Não me saí muito mal, pois não?

Deixo-vos a receita. Há alguém que queira experimentar fazer em casa?

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Marmelada com maçã


O tempo não se detém. E assim quase sem nos apercebermos, já estamos quase a chegar a meio de Outubro. Boa parte deste mês tem sido dedicado a preparar os meus próximos workshops. Vou estar no Porto, no dia 25, no espaço WORK IT:
- De manhã, o workshop será dedicado às conservas de peixe portuguesas. Temos uma longa tradição na indústria conserveira e nos últimos anos têm aparecido novos produtos de grande qualidade. Iremos trabalhar a sardinha sem pele e sem espinha, a cavala, os filetes de atum e as ovas de sardinhas, conhecidas como o caviar português;

- À tarde, iremos preparar doces tradicionais portugueses e viajar pelos bons sabores da nossa doçaria regional, com alguns ingredientes característicos, ovos, amêndoa e claro, muito açúcar.

No final dos workshops, todos os participantes levam uma lembrança para, em casa, colocarem em prática alguma das receitas trabalhadas.

Aceitam o desafio? As inscrições são limitadas ao número de vagas: work@sott.pt   91 700 1802

Na minha cozinha, a par de várias receitas testadas, procuro aproveitar o bom desta época do ano. Numa das minhas últimas idas ao mercado trouxe um saco cheio de marmelos perfumados. Lindos. Todos os anos gosto de fazer marmelada. A minha preferida é a que se corta à fatia. Adoro!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Bolo de abóbora com frutos secos


A cozinha faz-se de evoluções. Hoje em dia, a par de utensílios vários, temos diversos equipamentos que nos auxiliam e facilitam a vida. Preparar comida em casa é cada vez mais fácil graças ao desenvolvimento científico e tecnológico que coloca no mercado excelentes opções para preparamos refeições ou realizar processos num curto espaço de tempo. As nossas vidas são cada vez mais atarefadas, sobrando-nos pouco tempo para aquilo que mais gostamos e quando chega a hora de preparar refeições se tivermos uma ajuda, melhor.

Todos comemos, é uma verdade evidente e irrefutável. Tanto é um prazer como uma preocupação. Não há como fugir à comida. Quem cozinha, quem tem família, questiona-se várias vezes sobre as refeições a preparar: - O que é que eu faço hoje para o jantar? Não deixei carne a descongelar e agora? O que é que eu tenho em casa que possa preparar sem estar muito tempo na cozinha? A tecnologia, as invenções ajudam-nos a encontrar as melhores formas de nos alimentarmos e se pouparmos tempo, melhor ainda.

Começa hoje no Cinco Quartos de Laranja, uma nova rubrica de receitas que desenvolvi para o robot de cozinha Cuisine Companion da Moulinex.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Marmelos no forno com mel e especiarias


O Outono traz a vontade de comidas de conforto, cozinhadas no tacho ou em sopas. Sopas cheias de legumes, que nos ajudam a aquecer o corpo e a alma. Mas o Outono traz-nos também novidades. Nesta altura do ano chegam-nos as castanhas, as tangerinas, as romãs, os kiwis e os marmelos. Sobre o marmelo, Virgílio Nogueiro Gomes no seu livro Doces da Nossa Vida, diz-nos na página 106, "supõe-se [que o marmelo] tenha origem no Médio Oriente, mas foram os gregos que o notabilizaram chamando-lhe «maçã de ouro», simbolizando a fertilidade feminina, e ainda os ofertavam a Afrodite, a deusa do amor. (...) Consta que na Grécia Antiga, a noiva, em dia de casamento, deveria comer um marmelo, acção que o noivo se deveria abster.» Eu adoro marmelos. Nesta altura do ano procuro aproveitá-los o melhor que posso. Uma das formas que aprecio é assados no forno. Tão bons!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Madalenas com mel


Já há algum tempo que queria fazer madalenas. Depois de estar em Paris, para além dos bons momentos que vivi nesta cidade a que quero voltar, trouxe na memória o sabor bom, a mel, de umas madelenas que ali tive o prazer de provar. Quando cheguei a decisão estava tomada. Tinha que encontrar a minha versão.

Existem várias histórias à volta da origem destes bolos que tão bem acompanham um café ou chá, a meio da tarde ou para servir no final de um pequeno-almoço demorado. Uma das mais populares é que o nome Madalena foi atribuído a estes bolinhos por Stanislas Leczinski em 1755, rei deposto da Polónia, exilado em Commercy, França. Segundo a lenda, o rei depois de jantar apercebeu-se que não haveria sobremesa e insistiu que queria uma. Nessa altura, uma das criadas trouxe-lhe uns bolinhos que o rei gostou muito e que depois enviou para a sua filha Maria, casada com Luís XVI, em Versalhes. O nome da criada era Madalena.

O que me intriga nestes bolos é a sua forma de concha. E apesar das muitas estórias existentes, a que eu mais gosto é esta: Madalena, uma jovem rapariga, que queria ajudar os peregrinos que viajavam até Santiago de Compostela, decidiu fazer uns bolinhos para oferecer, mas como não tinha formas, decidiu usar conchas.

Quando se fala em madalenas é inevitável surgir o nome de Marcel Proust autor da obra Em Busca do Tempo Perdido, em sete volumes. Proust descreve no primeiro volume, Do Lado de Swann, que ao tomar um chá com madalenas, esta experiência o fez recordar a sua infância.

No meu caso, o sabor das madalenas vai estar sempre associado a Paris e a uma visita à Torre Eiffel. Estas madalenas são muito tentadoras. Cá por casa, demoram mais tempo a confeccionar do que a desaparecer do prato!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Uma viagem a Paris para cozinhar


Paris fascina-me. Há qualquer coisa de mágico que me deixa curiosa com esta cidade. Talvez influenciada pelo romantismo francês que os filmes me fazem sentir, mas desde que me lembro que gostava de passear junto ao Sena, de subir à Torre Eiffel, de ver a Mona Lisa no Louvre, visitar Montmartre, comer macarons.

Sempre imaginei Paris como uma cidade a fervilhar, com pessoas nas esplanadas dos cafés, jovens de baguette debaixo do braço, lojas cheias de queijos, tantos que seria tarefa árdua tentar memorizar os seus nomes, pintores a captar a luz da cidade quase ao pôr-do-sol, turistas a comer croissants mornos ao pequeno-almoço. Visitar Paris estava na minha lista de desejos.

A oportunidade de ir a Paris surgiu no passado mês de Julho a convite da Moulinex. Fui até à cidade das luzes cozinhar com o robot de cozinha Cuisine Companion.


A minha visita a esta cidade começou com um passeio de carro até à Torre Eiffel, onde fomos passando pelos locais mais emblemáticos, como os Champs-Élysées ou o Arco do Triunfo. A vista da cidade, a partir da Torre Eiffel, é fabulosa! Depois de várias fotos da praxe, seguiu-se o almoço no restaurante Vivant Table, um local muito simpático e acolhedor a lembrar as antigas tascas, com boa comida. À tarde teve lugar o grande momento, cozinhar, em jeito de concurso na Cuisine Companion Academy.

( Fotos enviadas pela Moulinex )

Para este desafio foram convidadas quatro simpáticas bloggers francesas, uma italiana - a Paola com quem acabei por conversar mais - e eu. A cada uma foi atribuída uma bancada de trabalho e uma receita. As receitas a confeccionar foram pensadas pelo chef Stéphane Pitre que nos deu apoio durante a realização das mesmas.

( Foto enviada pela Moulinex )

A ideia era reproduzir na íntegra a receita, inclusive o empratamento, e aqui tínhamos a ajuda da food styler, Anne-Sophie Lhomme. Confesso que quando vi a receita que me calhou - tamboril com presunto e legumes - senti algumas centenas de borboletas a agitarem as asas na minha barriga. Nos pensamentos, muitos pontos de interrogação a surgirem. Confeccionar uma receita de chef e executar um empratamento profissional. Como é que eu me iria sair?!

Passo a passo a receita foi sendo feita e o empratamento saiu na perfeição. Nem imaginam o meu ar de contente, quando o chef Stéphane compôs as pequenas tiras de cebola em cima do rolo de tamboril e me disse para seguir para a sessão fotográfica. Consegui! Trabalhar com a Cuisine Companion foi muito intuitivo. As receitas confeccionadas foram todas fotografadas, no final, pelo fotógrafo Philippe Martineau e avaliadas por um júri, estilo concurso de televisão.


Sempre sonhei com uma ida a Paris. Passear junto ao Sena. Comer croissants. Mas ir pela primeira vez a esta cidade, que me enche de sonhos, para cozinhar, foi algo que nunca imaginei. A vida ultrapassa em muito as nossas vontades e ainda bem. Cozinhar em Paris foi uma experiência muito feliz!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Em Outubro, 2 workshops no Porto


Este mês de Outubro volto ao Porto para mais dois workshops no espaço WORK IT. Um de manhã, com o tema Conservas Portuguesas na Ementa onde iremos preparar mais de uma dezena de receitas práticas com conservas de peixe. Vamos trabalhar com sardinhas sem pele e sem espinha, bacalhau em azeite e alho, filetes de cavala e de atum, e ovas de sardinha.

À tarde o tema é Doçaria Tradicional Portuguesa onde iremos confeccionar várias receitas do receituário tradicional português, de norte a sul do país. Vai ser uma tarde muito doce e de certeza, muito divertida. No final dos workshops haverá degustação de todas as receitas realizadas.


Conto com a vossa participação. Inscrevam-se!

Para mais informações:
work@sott.pt   91 700 1802   espaço WORK IT


Que temas gostavam que eu abordasse nos meus próximos workshops? Deixem as vossas sugestões no formulário. Obrigada.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Leite-creme tradicional da Beira Alta


Setembro foi um mês grande e doce. Um mês cheio de coisas boas. Conheci novos restaurante e visitei outros de que gosto muito. Um dos a que voltei foi ao To.B, um restaurante na zona do Chiado com hambúrgueres feitos com carne dos Açores. Fui até lá no dia em que festejou um ano de existência e tive a possibilidade de provar um novo hambúrguer, com cogumelos, a entrar brevemente na carta.

Passei pelo hotel Ritz Four Seasons para um jantar organizado pelo Lidl para apresentação de vinhos franceses à venda nas suas lojas. A prova de vinhos foi apresentada pelo enólogo Paulo Laureano. Provar vinhos para mim é sempre uma experiência muito especial, transforma-se numa viagem maravilhosa em busca de memórias e associações "olfacto-gustativas". Os vinhos apresentados, à venda a partir de dia 2 de Outubro de 2014, de várias regiões francesas entre elas a conhecida região de Bordéus, revelaram-se uma boa surpresa, não apenas em termos de qualidade, mas nos preços, que oscilam entre os 2,79 e os 9,99 euros. Desta noite, destaco um vinho espumante, Créamont de Bordeaux AOC Baron Louis Felix, que servido com uma salada de polvo marinada com citrinos ajudou a acentuar os sabores frescos do prato. Entre brancos e tintos, na maioria das vezes a minha escolha vai para os tintos. E deste jantar destaco os tintos Côtes du Rhône Fruité 2013 e Bordeaux Saint-Emilion Grand Cru AOP Chateau vieux Labarthe 2011, vinhos com notas e aromas a frutos e especiarias, que caem bem, na minha opinião, com pratos de carne ou de bacalhau.

Hoje damos as boas-vindas a Outubro. Por Lisboa, já se começa a sentir o cheiro a castanha assada. Este mês traz-nos a chuva e o frio. Na cozinha, nasce a vontade de preparar pratos de forno e sopas reconfortantes. Cada mês é um desafio, uma folha em branco à espera de aventuras. A pouco e pouco, vou marcando na agenda novos trabalhos, workshops e as datas para entrega de textos e receitas. Espero que este mês seja doce. E doce é muitas vezes sinal de sobremesa. Por isso, hoje deixo-vos uma receita docinha, que me traz sempre memórias felizes à volta da mesa.