quinta-feira, 31 de março de 2016

Pudim Molotov com caramelo


O engenho na cozinha faz-se também de aproveitamentos. Para dar destino às claras que sobraram do pão-de-ló que fiz para a mesa de domingo de Páscoa decidi preparar um pudim Molotov.

Este pudim chama-se originalmente "pudim Malakof", nome dado em homenagem a uma fortaleza que protegia a cidade de Sebastopol, durante a guerra da Crimeia (1854-1855). Quando o general francês Pélissier tomou a fortaleza recebeu o título de Duque de Malakof. No entanto, a designação Molotov vem da troca de nomes. Durante a II Guerra Mundial, notabilizou-se o ministro dos negócios estrangeiros da União Soviética, Vyacheslav Mikalovich Skriabine, conhecido como Molotov. Confundindo os nomes, os portugueses designaram o pudim de Molotov.

Independentemente da designação, este é um pudim fantástico, leve, delicioso, que cá em casa adoramos!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Perna de borrego recheada com farinheira e espinafres


O borrego é uma carne que cá em casa gostamos muito. Adoramos costeletas de borrego grelhadas ou na frigideira, borrego com ervilhas, estufado e até em sopa.

Para estes dias de Páscoa, para uma refeição cá em casa, decidi assar um pedaço de perna de borrego que tinha no congelador à espera de destino.

Uma das coisas que há muito queria experimentar fazer era desossar uma perna de borrego. A de porco faço já há vários anos com relativa facilidade mas a de borrego era um desafio. Quando tirei a carne do congelador pensei, é desta. E assim foi.

terça-feira, 29 de março de 2016

Pão-de-ló tipo de Margaride


De norte a sul do país encontramos diversos tipos de pão-de-ló, alguns até com designação de origem, como o de Alfeizerão ou de Margaride, para dar alguns exemplos. Na minha casa lembro-me que quando era miúda, era um bolo que fazia parte da mesa em dia de festa, às vezes até para dar destino à abundância de ovos.

Para a mesa da Páscoa, este ano, decidi fazer pão-de-ló mas tipo de Margaride. O de Margaride é cozido em forno de lenha, usando formas de barro não vidradas constituídas por três tigelas, duas iguais e uma muito mais pequena que é colocada no meio de uma das outras, formando um cano. A forma é forrada com papel manteiga, grosso. Quando vai ao forno, tapa-se com a outra tigela.

A receita que vos trago hoje é uma versão deste tradicional e tão conhecido pão-de-ló. Das coisas doces que fiz para o almoço de domingo de Páscoa, este foi dos que mais sucesso fez entre os comensais. Fica fofo, sem ser muito doce e nota-se uma ligeira humidade. Mesmo muito bom! Das vezes que fiz este pão-de-ló apetece-me sempre parti-lo com a mão.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Puré de ervilhas com salmão grelhado

( Fotografia de Nuno Correia )

Há ingredientes que gosto de ter sempre em casa prontos a usar. É o caso das ervilhas congeladas da Iglo. Cozem-se num instante, mantêm depois de cozidas o sabor fresco e doce que as caracteriza. Por isso, quando a Iglo me desafiou no início deste ano a desenvolver algumas receitas com ervilhas aceitei de bom grado.

A primeira que preparei foi um arroz de ervilhas com camarão que fica delicioso. A segunda receita é algo que faço muitas vezes cá em casa, puré de ervilhas com salmão grelhado que se prepara num abrir e fechar de olhos e é um prato repleto de sabor.

domingo, 27 de março de 2016

Uma Páscoa feliz e doce

A todos os leitores, votos de uma Páscoa muito feliz e doce!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Polvo com migas de broa e espinafres


Quando penso em juntar a família à volta da mesa há ingredientes que surgem logo naturalmente, pois sei que toda a gente gosta. Um desses ingredientes é o polvo. Em dias de festa um prato de polvo regado com bom azeite faz sempre sucesso.

O azeite escolhido neste prato é um ingrediente determinante. O que usei, Oliveira da Serra 1ª Colheita, é um azeite feito com as primeiras azeitonas da época colhidas ainda jovens. É um azeite frutado, com um aroma e sabor ligeiramente amargo e picante. Uso-o tanto em cru, para saladas ou para servir na mesa, como em pratos cozinhados.

O polvo é um ingrediente muito versátil, combina com arroz, combina com batatas e combina com broa. Para uma refeição em família nesta Páscoa, deixo-vos uma receita que preparei para a rubrica da Oliveira da Serra, polvo com migas de broa e espinafres regado com um bom azeite.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Bolo de laranja com amêndoa


A Páscoa está quase a chegar. Gosto desta época do ano. Tal como no Natal, é tempo de juntar a família à volta da mesa. Confesso que vivo esta altura do ano com entusiasmo.

O ovo e a amêndoa são dois importantes símbolos da Páscoa. O ovo simboliza a fertilidade, associa-se ao nascimento à renovação. A amêndoa no cristianismo simboliza Jesus Cristo, a natureza humana oculta a sua natureza divina, assim como a amêndoa esconde o seu fruto. Ambos são usados em múltiplas receitas de norte a sul do país nesta quadra festiva.

Para saborear, nesta Páscoa, deixo-vos um delicioso bolo, perfumado com os aromas da laranja e com os sabores doces da amêndoa. Fica muito fofo, graças a um pequeno segredo, o uso de Maizena. Este bolo é ideal para acompanhar um café ou um chá com a família à volta da mesa e muitas gargalhadas felizes.

A Maizena, uma marca presente no mercado nacional há mais de 110 anos, está a promover um passatempo para todos os que queiram partilhar os seus segredos na confecção de receitas. Vejam aqui como poderão participar até 22 de Abril de 2016.

terça-feira, 22 de março de 2016

Cenouras assadas com sementes de cominhos


Cá em casa somos fãs de legumes assados no forno. Costumo fazer uma mistura de legumes como couve-flor, cenoura, cogumelos, tomate e couves-de-Bruxelas num tabuleiro e levo ao forno temperado com ervas aromáticas e azeite. Umas vezes faço esta mistura ou outra dependendo dos legumes que tenho em casa, ou então asso-os sozinhos.

Desde que descobri à venda as cenouras coloridas - roxas, brancas e laranja - em embalagens de um quilo que as tenho assado sozinhas. Ficam ligeiramente caramelizadas, doces, mesmo muito boas. São um excelente acompanhamento para um prato de carne.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Sopa de tomate com lentilhas vermelhas e queijo


A Primavera chegou tímida, com chuva. Mas isso não nos impediu, no domingo à tarde, de fazer um passeio pelo parque da Bela Vista. As árvores estão cheias de flor, os campos estão cobertos de tapetes de relva verde, ouvem-se os pássaros a cantar empoleirados nos ramos floridos das árvores. Esta é uma das alturas mais bonitas do ano. Bem-vinda Primavera!

Para jantar, decidi dar destino a um resto de lentilhas vermelhas que tinha quase em fim de validade. Eram poucas para uma salada. E que tal juntá-las com tomate numa sopa? - pensei eu. O resultado final agradou muito cá por casa.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Ementas para a Páscoa


A Páscoa está a chegar e é altura de juntar a família à volta da mesa, trocarmos as tradicionais ofertas de amêndoas ou ovinhos de chocolate, que tanto adoro. Para vos inspirar a preparar o almoço de Domingo de Páscoa, deixo-vos várias sugestões para um delicioso menu:

Entradas:
- Alheira com ovo e salsa;
- Ovos mexidos com farinheira e vinho do Porto;
- Queijo Brie panado com compota de frutos vermelhos;
- Queijo feta no forno com tomilho;
- Rolinhos de massa filo com queijo e fiambre.


Sopas:
- Creme de marisco;
- Sopa de abóbora assada com castanhas e queijo;
- Sopa de abóbora com gengibre;
- Sopa de batata com bacon crocante;
- Sopa de beterraba com cominhos e queijo feta.


Pratos de peixe:
- Bacalhau com broa de milho e couve lombarda;
- Bacalhau à Gomes de Sá;
- Cataplana de polvo;
- Polvo assado com batata-doce;
- Risoto de safio com agrião.


Pratos de carne:
- Arroz de pato;
- Carne de vaca no tacho com feijão manteiga;
- Ossobuco com vinho tinto;
- Peitos de frango recheados com farinheira e arroz de espinafres;
- Perna de borrego assada com alecrim.


Sobremesas:
- Bolo de amêndoa com recheio de compota;
- Crème brûlée com chocolate branco e framboesas;
- Folar de rosas com doce de gila e amêndoa;
- Leite creme;
- Panna cotta de morango.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Bolo de leite condensado com caramelo e nozes


A Nestlé lançou-me o desafio de criar uma receita com leite condensado para um momento doce do meu dia. Decidi aceitar o desafio e uma das receitas que pensei logo em fazer foi um bolo.

Adoro bolos de cortar à fatia, daqueles bolos caseiros que me fazem lembrar a infância, feitos em forma de buraco e quando estão no forno enchem a cozinha de aromas doces e reconfortantes. Gosto destes bolos para acompanhar um chá ou um café, tanto ao pequeno-almoço como a meio da tarde, com a família ou amigos à volta da mesa. Sabem sempre tão bem.

As notas a caramelo e a textura das nozes misturados com os aromas do leite condensado tornam este bolo uma deliciosa tentação!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Arroz de perdiz com nabiças


Lembro-me de em minha casa, no tempo em que o meu pai ia à caça, de se falar da perdiz como um petisco imperdível. Não me lembro de alguma vez a ter cozinhado. Mas um destes dias o meu irmão que herdou a paixão da caça presente na família, ofereceu-me uma perdiz e eu pulei de contente. Cá em casa, decidi cozinhá-la com arroz e uma mãozinha de nabiças. O resultado foi um almoço maravilhoso!

terça-feira, 15 de março de 2016

10 anos, 10 livros de cozinha


Adoro listas de livros. Quando algum jornal ou revista elabora uma lista de livros temática ou a não perder, eu vou logo ver qual a selecção que foi feita. Seja uma lista de grandes romances que todos deveríamos ter lido antes dos quarenta anos, seja aqueles que devemos ler nas férias, ou listas com romances promissores. Como devem conseguir imaginar, perco-me nas listas de livros de comida. Adoro ver as listas que seleccionam os melhores livros do ano, as que promovem os grandes livros a chegar na Primavera, aqueles que deveríamos ter imprescindivelmente nas nossas cozinhas, entre muitas outras que vão surgindo para nosso contentamento.

Este meu gosto pelas listas de livros foi a inspiração para partilhar convosco a lista dos 10 livros que me foram acompanhando ao longo destes 10 anos de blogue ou que de alguma forma determinaram o meu gosto pelo mundo da cozinha. A escolha recaiu sobre livros em português ou que se encontrem traduzidos. Eis então, dez livros de comida que têm sido importantes ao longo destes dez anos:

- A Dieta Ideal de Francisco José Viegas - um dos escritores que foram abrindo o meu imaginário à volta da comida foi este autor. Durante anos fui leitora assídua das suas crónicas de cozinha na revista Grande Reportagem. Quando mudei de casa e tive que me desfazer da colecção de revistas acumuladas ao longo dos anos, fui uma a uma e guardei as crónicas do autor de Longe de Manaus e do seu carismático inspector Ramos. Quando vi o seu livro à venda, não hesitei;

- Alimentos ao Sabor da História de Fortunato da Câmara - recorro imenso a este livro que conta a história e curiosidades de 55 alimentos como o ananás, a avelã, a beldroega, a baunilha, o cardo, passando pela salicórnia até às tâmaras, entre outros. Para cada um deles apresenta uma receita;

- As Minhas Receitas de Bacalhau de Vitor Sobral - há muito que fazia falta um livro que para além das receitas de bacalhau, nos desse a conhecer, um pouco mais, deste peixe que faz parte da mesa dos portugueses de mil e uma maneiras;

- Cozinha Tradicional Portuguesa de Maria de Lourdes Modesto - quando tenho dúvidas sobre pratos tradicionais portugueses, como variam de região para região é a este livro que recorro;

- Culinária Portuguesa, António Maria Oliveira Bello - um livro que é um verdadeiro tesouro sobre a cozinha portuguesa, desde sopas, cozido à portuguesa, passando pelo arroz de lampreia, capão recheado à lisboeta, entre muitas outras receitas que fazem parte da tradição culinária portuguesa. Um livro que gosto de consultar;

- Dicionário Prático de Cozinha Portuguesa de Virgílio Nogueiro Gomes - fazia falta um livro como este dicionário. Para quem cozinha, para quem escreve ou para quem gosta de saber mais sobre comida este livro é uma ferramenta importante, para descobrir o significado de termos, técnicas ou expressões;

- História da Invenção na Cozinha de Bee Wilson - um livro que fala de diversos utensílios de cozinha como a importância da colher-de-pau, das diversas facas, de diversos tachos e panelas, dos fornos a gás, das batedeiras, dos descascadores até aos actuais robots de cozinha. Um livro que consulto inúmeras vezes;

- O Dicionário dos Sabores de Niki Segnit - adoro este livro. Acho que já não deve ter uma página que não esteja anotada, sublinhada, com notas à margem do texto. É um livro que explica o que combina com o quê. Que tipo de alimentos combinam uns com os outros. Apresenta cerca de 99 ingredientes e mais de 400 combinações, desde as clássicas como o porco e maçã ou outras como beterraba e chocolate ou melancia e ostras. Um livro que é uma referência na minha cozinha;

- O Grande Livro dos Chefs de Fátima Moura - li e reli várias vezes os textos com conselhos e dicas dos diferentes chefs sobre bacalhau, azeite, arroz, peixe, entre outros ingredientes. Um livro a que volto regularmente;

- O Livro de Pantagruel de Berta Rosa Limpo - foi dos primeiros livros de cozinha que comprei. Uma enciclopédia de receitas e técnicas muito útil para quem gosta de cozinhar. Quando procuro alguma receita é por este livro que começo.


Nestes últimos dez anos, contribuí com dois livros para este mundo maravilhoso que é a cozinha. O primeiro, o Cozinha para Dias Felizes e o segundo, o Delicioso Piquenique, que passaram a ser presença assídua na minha cozinha.

Quais os vossos livros de cozinha preferidos?

segunda-feira, 14 de março de 2016

Peitos de frango recheados com farinheira e arroz de espinafres


O Cinco Quartos de Laranja comemorou 10 anos no dia 13 de Fevereiro de 2016. Um dos eventos realizados para celebrar esta data, foi uma experiência culinária em jeito de jantar oferecida aos leitores do blogue no espaço Samsung Chef's Experience no Mercado da Ribeira, em Lisboa.

Para prato principal escolhi confeccionar, com os participantes, peito de frango recheado com farinheira servido com um cremoso arroz de espinafres, que fica maravilhoso. Adoro o sabor da carne de frango com os aromas fortes, cheios de personalidade da farinheira. Um prato que fez sorrisos de satisfação durante o jantar.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Broas de batata-doce com nozes


Já vos disse que adoro batata-doce? Assadas no forno, em puré, em guisados, sopas, resultam sempre muito bem. Para além de as usar em pratos salgados gosto também de as usar em bolos, biscoitos ou em broas.

A última receita que fiz de broas foi para a edição de Novembro/Dezembro de 2015 da revista Comer. Juntei-lhe nozes, especiarias e mel. Ficaram mesmo boas! Nestes dias de fim de Inverno sabem de forma maravilhosa com um chá ou um café a meio da tarde. Experimentem.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Como fazer extracto de laranja?


Nos últimos tempos tenho tentado aproveitar a abundância de laranjas que trago do quintal dos meus pais. Ora faço bolo de laranja, ora sumos, ora comem-se ao natural com canela em pó. Já experimentaram? A laranja cortada às rodelas, com canela por cima, sabe tão bem!

Uma das coisas que decidi fazer este ano foi extractos. Já fiz de baunilha e trago-vos, hoje, a receita do extracto de laranja. Este extracto de laranja pode ser usado em bolos, sobremesas diversas, molhos, entre outras utilizações que lhe queiram dar.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Um almoço com Estória


Num sábado de Fevereiro, com sol e céu azul, fui até à Cruz Quebrada para conhecer o restaurante Estória, do chef Vítor Areias. Assim que entrei, achei o espaço muito bonito. O restaurante, aberto desde Outubro de 2015, fica num antigo palácio onde o Marquês de Pombal pernoitava muitas vezes nas suas viagens entre Lisboa e Oeiras, e está divido em três salas com características diferentes. Em todas as salas encontramos vestígios históricos do edifício. O painel de azulejos logo à entrada, em tons de azul, ajuda a tornar o espaço encantador.

Sentados à mesa, fomos recebidos com um welcome drink, um espumante com groselha, fresquinho soube muito bem. Depois de vermos a carta e de conversar um pouco com o chef Vítor Areias que fez questão de nos convidar para este almoço, fomo-nos deliciando com o couvert, manteiga, pasta de feijão e um surpreendente patê de tremoço. Adoro experimentar produtos menos usuais na cozinha e fiquei encantada com o patê de tremoço, que evidenciava uma ligeira textura e que barrado no pão soube a uma viagem numa estrada sem carros, pela planície alentejana, num dia de sol, em que nos sentimos gratos pela vida.

Começámos a refeição com um saboroso caldo, perfumado com chouriço e polvo corado e nabiças. O caldinho com os aromas quentes do chouriço combinou de forma tentadora com o polvo.


Bacalhau à Conde da Guarda ao estilo da casa foi o primeiro prato de peixe. Um bacalhau cremoso, mas sem as natas e o queijo da receita original do mestre João Ribeiro. A acompanhar um feijão verde de cebolada e molho pil-pil. Por cima ervas frescas, salsa e poejo. A combinação do bacalhau com o feijão verde e o molho, revelou-se gulosa. Um prato a repetir numa próxima ida ao Estória.


A seguir fomos surpreendidos com um prato em forma de elogio ao mar. Garoupa com estufado de três tipos de algas - alface do mar, musgo irlandesa e erva patinha - com abóbora glaceada em manteiga e caldo feito das espinhas e fígados do peixe, e caldo de marisco. Cada garfada era um mergulho no mar, fresco, saboroso e com uma textura especial dada pela alga musgo irlandesa. A garoupa estava suculenta e deliciosa. Um prato de peixe muito bom!


Depois do peixe chegou a carne, entrecosto de javali, a que retiraram os ossinhos e a acompanhar aipo bola glaceado em ervas. Um prato com uma mistura de sabores curiosa. O sabor fresco, anisado do aipo sobressai misturado com a carne tenra e suculenta, a desfazer-se a cada garfada.


Os pratos de peixe foram acompanhados com vinho verde Quinta de Gomariz Grande Escolha 2015 e o prato de carne foi acompanhado com um Dão tinto Quinta das Camélias Reserva 2010.


Terminámos o almoço com um surpreendente pão-de-ló de azeite com creme de limão e merengue de flor-de-laranjeira. Uma verdadeira delícia. Saboroso. Fresco. A notar-se os aromas delicados da flor-de-laranjeira. Uma sobremesa que deixou boas memórias!


O Estória é um restaurante para quem gosta de cozinha de autor com influências de matriz portuguesa, com destaque para os produtos da estação. Vale a pena uma visita a este restaurante pela boa comida e pela criatividade do chef Vítor Areias.

terça-feira, 8 de março de 2016

Húmus de batata-doce


Há alturas em que sabe tão bem juntar a família ou os amigos à volta da mesa. Uma das coisas que adoro preparar para partilhar é húmus, um prato muito característico das cozinhas do Médio Oriente. Já fiz com pimento vermelho assado, com batata roxa doce e com salsa. Resulta sempre muito bem, com umas tostas ou fatias de pão fresco.

Desenvolvi esta receita para a edição de Novembro/Dezembro de 2015 da revista Comer.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Os workshops em Lisboa são assim ...


Juntar pessoas que gostam de cozinhar e de aprender sobre comida é sempre uma festa bonita. E foi isso que aconteceu em finais de Janeiro quando realizei dois workshops em Lisboa. De manhã estivemos a preparar receitas para Brunch - uma refeição que junta o pequeno-almoço e o almoço - e à tarde dedicámo-nos aos Doces de Chocolate.


Em cada um dos workshops confeccionámos mais de dez receitas. De manhã, preparámos panquecas, waffles, queques doces e salgados, bolo de banana, tomate recheado, entre muitas coisas boas que fizeram a alegria de quem participou. À tarde confeccionámos receitas com diferentes tipos de chocolate, desde bolos, tartes, pudins com framboesas, panna cotta de chocolate branco com molho de morango, palmiers, entre muitas outras coisas doces que souberam muito bem entre risos, gargalhadas, boa disposição e um chá quentinho.


Cozinhar com companhia é sempre muito mais divertido, por isso, nos meus workshops há sempre ajuda para preparar as receitas. Para além de explicar, demonstro, dou dicas, mas as receitas são sempre confeccionadas pelos participantes, em grupos (de dois ou de três). Coloca-se mesmo a mão na massa e não se fica apenas a ver, o que torna a experiência do workshop muito mais enriquecedora. Ao fazer, muitas vezes surgem dúvidas que quando vemos alguém fazer não nos ocorrem. Ou às vezes parece tão fácil e quando vamos experimentar não é bem assim, por isso nada como workshops práticos em que os participantes cortam, picam, levam os tachos ao lume, derretem chocolate, batem claras em castelo, colocam no forno as formas ou tabuleiros, desenformam, decoram e no final, surge a deliciosa compensação. Juntamo-nos à volta da mesa e saboreamos tudo o que foi confeccionado, muitas vezes com direito a um brinde à vida e muitas fotos para registar o momento.


No próximo sábado, dia 12 de Março, volto aos workshops em Lisboa. De manhã vamos confeccionar Pratos de Arroz - risotos, pastéis, queques de arroz com frango, camarão com ananás e arroz, sobremesas. À tarde iremos preparar Doces de Páscoa - folar tradicional, de folhas, de rosas, bolo ninho, entre muitas outras coisas boas e doces para uma Páscoa em família ainda mais feliz.

Conto convosco?

Inscrições e mais informações:
formacao@acpp.pt   21 362 2705   ACPP

sexta-feira, 4 de março de 2016

Fevereiro, foi assim ...


O Inverno mostrou a sua força e poder, por isso em Fevereiro fez frio, chuva e tivemos dias de céu nublado, cinzento. Para contrariar as agruras dos dias frios , cá por casa bebeu-se chá, cozinhou-se comida de tacho, aconchegou-se as tardes de domingo com um bolo, fez-se ervilhas e pão. À semelhança do que fiz em Janeiro, trago-vos, hoje, as imagens do meu projecto 365 do mês de Fevereiro.

Em Fevereiro, fui conhecer novos restaurantes. Jantei com amigos numa noite feliz de muita conversa. Estes momentos entre o rebuliço das nossas vidas são um oásis maravilhoso para nossa satisfação pessoal. Comemorei o Dia dos Namorados com um almoço, cá em casa, a dois. Abrimos uma garrafa de vinho. E para acompanhar o café uma deliciosa caixa de bombons. Não temos por hábito oferecer presentes um ao outro. Gostamos apenas de festejar, a dois, este dia com uma refeição especial.


Fui visitar os meus pais. Gosto de ir ao quintal com a minha mãe. Espreito as galinhas, vejo as ovelhas a pastar com os filhotes que correm despreocupados de um lado para o outro. Apanho laranjas e limões. E em dias de sorte, trago para casa um peixinho pescado pelo meu pai. A atitude das pessoas em relação à reforma não é a mesma e vejo no meu pai um exemplo curioso. Tirou a carta de marinheiro, vai para o alto mar à pesca com os amigos e nas horas livres toca acordeão ... e canta. A música foi um percurso interrompido pela vida e agora que tem disponibilidade, aproveita. Acho delicioso!


Aos domingos houve tempo para preparar pequenos-almoços demorados, com sumo de laranja fresco. Para falar das pequenas coisas da vida. Fazer planos e muitas vezes sonhar.

Em Fevereiro li o livro Um Momento Meu de Paulo Caiado, um livro sobre a geração que nesta altura tem quarenta, que recorda os anos 80 com nostalgia - a minha geração! A história do romance anda à volta das relações entre homens, Lucas e o seu grupo de amigos, e mulheres que nesta altura da vida tentam encontrar o amor ou voltar para quem amaram. Um livro a ler por quem tem quarenta anos!

Sempre que ando pela cidade nestes dias frios não resisto a umas castanhas assadas. Adoro!


Voltei, em algumas quartas-feiras, ao Porto, para participar no programa A Praça da RTP1, onde apresentei uma salada de beterraba com queijo de cabra do meu livro Cozinha para Dias Felizes, preparei uns deliciosos medalhões de pescada com mostarda e fiz o saboroso bolo de curgete com nozes, que surpreende sempre quem o prova.

Fevereiro foi o mês em que o Cinco Quartos de Laranja fez 10 anos. Festejei com um bolo e com um workshop no espaço Samsung Chef's Experience no Mercado da Ribeira, com leitores do blogue. Foi um jantar muito especial!


Que Março nos traga sorrisos e muitos momentos felizes.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Polvo guisado com feijão branco


Queria que 2016 fosse um ano de muitas leituras. Gosto de ler. Os livros fazem parte dos meus dias. Não resisto a comprar livros. Faço listas que aos poucos e poucos vou conseguindo obter. Tracei como objectivo para este ano ler pelo menos um romance por mês.

Em Janeiro escolhi A Morte de Um Apicultor, um homem com cancro recusa-se a ir para o hospital e vai vivendo os seus dias entre a solidão no meio rural, onde vai reflectindo sobre a sua vida. Li também O que faz Deus quando se sente sozinho, o primeiro romance de Paulo Amado. Um livro que achei delicioso.  Em Fevereiro escolhi Um Momento Meu de Paulo Caiado, um romance à volta dos 40. As indecisões, os amores, as separações e as inseguranças da malta que teve nos anos 80 a sua adolescência. Para este mês de Março a escolha recaiu sobre A de Açor de Helen Macdonald, um livro que quando vi que estava traduzido para português entrou logo na minha lista de aquisições. Ainda vou nas primeiras páginas mas estou desejosa de avançar.

Entre as leituras, a escrita, por cá vai-se cozinhado muita comida com sabores portugueses. Um dos últimos pratos que fiz para saborear com tempo foi polvo guisado com feijão branco que fica maravilhoso. Adoro o sabor, a cremosidade do feijão num guisado. E com polvo fica divino!

terça-feira, 1 de março de 2016

Salada de bacalhau com brócolos e grão


Cada mês é um recomeço. Renovam-se ideias, reveem-se projectos, traçam-se novas metas. Março chegou com sol e traz nos dias a promessa de um mês luminoso, com as árvores a encherem-se de flores para receber a doce Primavera. Gostos destes dias em que se sente o vigor da terra a germinar. Gosto destes dias em que se sente no ar a mudança de estação.

Março traz novos workshops. Volto ao Porto no dia 5, sábado, para uma manhã dedicada ao Brunch e à tarde iremos preparar Doces de Páscoa. No dia 12, em Lisboa, organizo um workshop dedicado a Pratos de Arroz e à tarde vamos preparar coisas doces para a mesa de Páscoa. Conto convosco?

E para receber o mês de Março à mesa preparei uma salada com a frescura dos brócolos, a luminosidade do ovo e os sabores quentes do grão e do bacalhau. Gostam?