quinta-feira, 31 de maio de 2012

Quando a satisfação tem por nome Piri Piri


Piripíri é o nome de uma malagueta pequena e vermelhinha mas com picante suficiente para nos deixar a boca em fogo e os olhos a pedir socorro. Piri Piri é também o nome da steak house situada no exterior do Sheranton Algarve & Pine Cliffs Resort, e onde a qualidade do que ali se serve leva-nos a querer voltar, uma e outra vez.

Num fim-de-tarde, de um dos dias que passámos no Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort, com uma ligeira brisa fresca a lembrar que o Verão ainda não chegou, eu e o Ricardo fomos jantar ao Piri Piri, mesmo junto à entrada do resort. O restaurante tem uma sala ampla no interior onde podemos encontrar um carrinho de madeira com produtos e molhos picantes em exposição. Nos dias quentes, o melhor é ficar na esplanada e aproveitar cada momento do Verão.

O Sr. Fraga, responsável pelo restaurante recebeu-nos de braços abertos e, habituado a receber bem, tratou de nos encaminhar na descoberta dos pratos de carne e outros bons petiscos que a casa serve.

A nossa degustação começou com o couvert, cenouras temperadas com alho e salsa e um queijo de cabra. De seguida foi-nos servido um gaspacho com pão estaladiço, salpicado de salsa, flor de sal e azeite. Fresquinho, foi uma excelente maneira de nos prepararmos para o que se iria seguir.

Começámos por provar as saladas frias e para a mesa veio salada de bacalhau com grão e salada de polvo. Estas saladas são pontos altos da nossa gastronomia. A combinação dos ingredientes é fabulosa e assim frescas, são de comer e chorar por mais.

Para a mesa veio também bolinhos de sapateira que ainda estavam morninhos e não podiam esperar, tâmaras com bacon que já não comia há uns bons anos e que adoro, camarão com alho e piripíri e amêijoas, mesmo a pedir que se molhe o pão no molho.


Depois passámos para as carnes. E a nossa mesa encheu-se de frango com piripíri, prato que deu o nome à casa, Angus rib eye, lombo de vitela Donald Russel e costeletas de borrego da Nova Zelândia, estas últimas servidas com mostarda em grão. Como acompanhamento para as carnes provámos puré de batata com trufa que estava excelente e que fiquei com vontade de reproduzir, batatas gratinadas, batatas, assadas e ratatouille. A acompanhar a carne vieram também vários molhos desde chimichurri, béarnaise, molho holandês, entre outros. Alguns dos molhos tinham a marca picante da casa.

A carne servida é suculenta, tenra e com uma ligeira doçura que nos leva a viajar por campos verdes com animais felizes a pastar, e que quase esboçam um sorriso a cada dentada na erva fresca. É essa felicidade que nos querem transmitir quando se deixam sacrificar para nosso deleite e produzem esta carne maravilhosa.

As carnes ali servidas vêm da Argentina e outras partes da América do Sul, Escócia e Austrália. Desta última, vem a carne Wagyu, em que as vacas recebem um tratamento de luxo, ouvem música clássica e bebem cerveja. A produção desta carne é inspirada na carne Kobe do Japão, mas como o Japão não exporta, os australianos tomaram a iniciativa. A carne portuguesa, restringe-se ao frango. Por enquanto, os produtores nacionais - foi nos dito - ainda não conseguem manter os mesmo níveis de alta qualidade ao longo do ano.


O vinho escolhido para acompanhar a nossa refeição foi uma garrafa de vinho tinto Castelo D'Alba reserva, que foi uma boa surpresa.

Para sobremesa, deliciámo-nos com uma mousse de chocolate e crème brûlée. Assim, que a minha colher partiu a camada de açúcar caramelizado do creme queimado, foi inevitável, surgiu-me a memória do rosto satisfeito e feliz de Amélie Poulain sempre que se preparava para comer esta sobremesa. Quem me visse, de certeza que descobria, em mim, o mesmo ar de felicidade e contentamento que Amélie esboçava.

Com as sobremesas, provámos um licor de chocolate e piripíri, produção da casa.

Esta foi uma refeição magnífica, em que a carne servida era de excelente qualidade e chegava à mesa suculenta e deliciosa. Ao serviço, tenho apenas palavras de elogio a proferir. Simpático, disponível e sempre preocupado com o cliente.

E foi assim, com a alma cheia que nos despedimos do Sr. Fraga, com a promessa de voltar.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Do Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort até à praia da Falésia


Há locais que nos marcam de forma inspiradora. Deixam-nos a sonhar. Foi o que me aconteceu no Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort, onde estive alojada no passado fim-de-semana, a convite do mesmo.

Este local, inspirou-me pelo tom verde intenso dos pinheiros, pelo azul do mar, pelo ocre das falésias, pelo cheiro a flores e a campo. Por todo o lado, encontramos espaços com alecrim, alfazema, tomilho, laranjeiras, limoeiros, figueiras e verde, muito verde, marcado pela mancha de pinheiros e pela relva dos campos de golfe. A cada passo dado, inspira-se e expira-se tranquilidade e boa vida.

Durante o fim-de-semana procurei aproveitar o espaço o melhor que consegui. Andei a pé, pelos caminhos serpenteados entre o hotel, as vivendas, o alojamento do Clube de Férias e não resisti a espreitar para as magníficas villas que ali se encontram, entre cercas de vegetação, e pensar nas vidas que enchem aquelas grandiosas mansões.


Ao contemplar o horizonte e a falésia, o mar fala-nos ao ouvido e é obrigatório uma ida à praia. Apanhar sol e um mergulho na água são uma excelente forma para começar um fim-de-semana de puro prazer e fruição. Depois da praia, o cansaço dos pés sujos de areia, pede-nos para fazer uma paragem à beira da piscina e sempre que o calor aperta, é inevitável procurar a frescura da água tranquila, deitada ao nosso lado.


Tudo está preparado para proporcionar uma experiência de absoluta tranquilidade, de sossego e de descanso. Simultaneamente, o espaço está pensado para a comodidade de toda a família, desde a própria infraestrutura até ao serviço. Inclusive, existe uma área - o Porto Pirata - para a diversão das crianças, com mini-golfe. Depois de aqui entrarmos, esquecemo-nos que existe um mundo lá fora, de tal maneira é a sensação de conforto.

Por todo o resort encontramos pequenos jardins com fontes de água. A doce e fresca melodia da água a correr está omnipresente por todo o espaço, contribuindo para uma sensação de frescura geral. A par da água, a arquitetura com traços de inspiração árabe conjuga-se com a tradição portuguesa da azulejaria em grandes painéis a retratarem trajes e profissões de outrora, juntamente com alguns pormenores típicos da região, como as conhecidas chaminés algarvias.


Num dos dias, eu e o Ricardo, almoçámos na esplanada do restaurante O'Grill, junto a uma das seis piscinas do resort. Ali sentados a ouvir o barulho harmonioso e apaziguador da água deixámos-nos invadir por toda a tranquilidade que o verde do campo de golfe e dos pinheiros nos ofereciam. Uma vez por outra, visitava-nos um pardalito destemido.

Iniciámos a nossa refeição com umas amêijoas frescas salteadas com coentros e molho de espumante. As amêijoas estavam deliciosas e o molho não se ficava atrás. Por isso, não resistimos a ensopar o pão no molhinho! Para prato principal, eu escolhi robalo grelhado que deveria ter vindo do mar há poucas horas. O Ricardo optou por uma posta de espadarte, a lembrar uma das nossas viagens pelos Açores. Neste dia, a seguir ao almoço entrevistei o chef Fabien Martinez.


O nosso segundo almoço teve lugar no Corda Café. Um espaço junto a uma outra piscina, no sentido oposto ao da falésia, com uma ementa de refeições mais rápidas e leves. Para entrada escolhemos uma salada de mozzarella com tomate e pesto. Como tinha gostado tanto do robalo do primeiro almoço, aqui decidi repetir. Para mim veio filetes de robalo grelhado com amêijoas, alcaparras e legumes. O Ricardo optou por um generoso bife com batatas fritas. Finalizámos a refeição com um gelado e um cheesecake.


Um dos locais que me fascinou assim que saí do hotel, pela primeira vez, foi a zona de pinhal, com vista para o mar, e com umas convidativas espreguiçadeiras colocadas à sombra. Depois de um dos almoços, não resisti e decidi ver o mar daquela perspetiva. Que coisa boa! É impossível o sono não chegar. O melhor é não resistir ...


... e foi o que fiz!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Algarve Chefs Week, com o chef Fabien Martinez


No fim-de-semana passado fui, com o Ricardo, até ao Algarve conhecer a ementa do chef Fabien Martinez, no restaurante Jardim Gourmet, do Sheraton Algarve Pine Cliffs Residence, no âmbito da iniciativa Algarve Chefs Week.

Esta iniciativa, que vai na segunda edição, junta oito chefs dos principais hotéis de cinco estrelas do Algarve e pretende valorizar a gastronomia Algarvia e o papel que os chefs têm na mesma, tentando assim reforçar o destino Algarve em termos turísticos. Esta iniciativa decorre, este ano, de 25 de Maio a 2 de Junho.

O custo da refeição é de trinta euros sem bebidas. Do preço da refeição, um euro reverte a favor da associação de solidariedade social, CASA (delegação de Faro).

Depois de nos sentarmos e sermos muito bem recebidos pelo nosso anfitrião, o Sr. Vítor, a nossa refeição começou com o couvert de pães variados (de azeitonas, de centeio e branco) e manteiga. De seguida foi-nos servido queijo de cabra gratinado em folha de brick, com morango e redução de vinho do Porto. O queijo de cabra gratinado para mim é sempre um excelente amuse-bouche e com o toque fresco e ácido do morango a quebrar a intensidade do queijo em paralelo com o contraste da textura estaladiça da massa, resultou na perfeição.


A entrada servida foi melão com presunto de Parma e mousse de frango fumado em redução de Porto e balsâmico. O presunto com melão é uma combinação de sucesso conhecida, mas o elemento surpresa para mim, nesta entrada, foi a mousse de frango fumado. Intensa e a combinar bem com o contraste doce e fresco da fruta.


Para limparmos o palato - a mousse de frango exigia-o - foi-nos servido um sorbet de limão com mel, tangerina e tomilho. Muito fresco, preparou as nossas papilas gustativas para o prato principal.


Tamboril e medalhão de lagosta em ensopado de arroz de coentros. Este é um prato de mar a lembrar que estávamos no Algarve, combinado com a tradição portuguesa do arroz de tomate polvilhado com o sabor agradavelmente pronunciado dos coentros frescos. Uma maravilha.


Terminámos a nossa refeição com um bolo de chocolate com fios de ovos, sorbet de tangerina e molho de morango. O sabor a café e chocolate do bolo foi cortado com o suave aroma cítrico do sorbet de tangerina.


Acompanhámos a nossa refeição com um vinho branco da Quinta do Barranco Longo.

A oportunidade de degustar o menu do chef Fabien Martinez foi-nos gentilmente oferecida pelo Sheraton Algarve Pine Cliffs Residence.

Esta refeição, com um serviço de mesa irrepreensível, foi muito agradável. Permitiu-nos viajar num mundo de sabores com tradição portuguesa mas com inovação e requinte. Todos os pratos tiveram pormenores que os diferenciam do que estamos habituados.

Antes da refeição, e no meio da atarefada rotina diária do meu interlocutor, tive a possibilidade de conversar com o chef Fabien Martinez:

1. Quem é o chef Fabien? Fale-me da sua experiência profissional e da sua paixão pela comida.

Quem é o chef Fabien?! Bem, tenho um percurso algo atípico em termos de cozinha. Nasci na Coreia do Sul e fui viver para França aos quatro anos de idade. Por lá estudei e graduei-me. Passei por Paris onde trabalhei para chefs muito famosos como, por exemplo, o chef Alain Passard que obteve três estrelas Michelin, em 1995. Aprendi o básico de cozinha com eles, aprendi a dureza que o trabalho na cozinha envolve. Aprendi a ser preciso. Aprendi também muito sobre os ingredientes e a sua riqueza. Aprendi a importância de respeitá-los e a necessidade dos ingredientes serem de qualidade. Depois fui para Miami, nos Estados Unidos, onde trabalhei para Michel Roux e onde fui responsável pelo lançamento e supervisão dos serviços de comida de três linhas de cruzeiro. Um tipo de operação muito diferente de um restaurante com estrelas Michelin, pois envolve organizar e preparar mais de 2.000 refeições por dia. É um tipo de comida menos preciso e dado a pormenores, no entanto foi uma experiência muito rica em termos humanos. Envolveu liderar uma equipa com uma grande mistura de culturas e lidar com pessoas de múltiplas formações e também com motivações diferentes. Que mais posso dizer? ...


2. E aqui em Portugal, no Algarve? Que tipo de ingredientes é que utiliza? Reparei que usa com frequência os coentros!?

Sim, a minha cozinha é como o meu bilhete de identidade. Sou um francês de ascendência asiática que viveu e trabalhou em várias zonas do mundo, como o Norte de África, em mais que um país árabe no Médio Oriente, Ásia e agora em Portugal. Este percurso enriqueceu-me muito. Aprendi imenso, nomeadamente a lidar com os ingredientes. Em relação à cozinha Portuguesa, sinto que tem uma carga de tradições e história muito grande. Podemos falar em ingredientes muito importantes como o bacalhau, o porco e claro, não esquecer a galinha. Uma grande riqueza tanto na variedade como na qualidade dos ingredientes. Eu tento utilizá-los no meu dia-a-dia. Por exemplo, no menu de hoje, na iniciativa Algarve Chefs Week, utilizei como ponto de partida a cozinha francesa mas utilizando os ingredientes ibéricos, nomeadamente os portugueses. Uma combinação muito boa.


3. É da opinião que Portugal tem o melhor peixe do mundo?

Eu diria antes que o carácter diferenciador do vosso peixe é a sua frescura! As características do mar e da vossa costa, especialmente aqui no Algarve, fazem com que o peixe seja muito rico em proteína e seja de uma frescura ímpar. Por exemplo, em certas zonas da Ásia, como o Japão, é-se muito exigente com o peixe que se come. Muito do peixe fresco que é consumido é importado, nomeadamente de Portugal.


4. E a Algarve Chefs Week? Porquê? O que está por detrás desta iniciativa?

Bem, a Algarve Chefs Week nasceu da ideia da valorização da comida Algarvia. Não só em termos de ingredientes e de receitas, mas também do papel que os chefs têm na mesma. Promove ainda uma troca de experiências entre os vários chefs que como eu trabalham os ingredientes locais. Considero um factor muito positivo. Permite-nos partilhar técnicas e receitas. Esta iniciativa promovida pelos principais hotéis de cinco estrelas do Algarve serve também para reforçar a importância do destino turístico por excelência que o Algarve representa. Serve ainda para promover uma causa. Este ano, por cada refeição servida, será entregue um euro à Associação de solidariedade social, CASA (delegação de Faro). Espero que consigamos angariar uma boa quantia.


5. Tinha mais uma pergunta - penso que já falou um pouco sobre isso - e que era, como é que chegou a este menu? Que sabores/sensações quer partilhar com os seus clientes?

Bem, tento trabalhar alguns ingredientes tipicamente portugueses, como por exemplo o presunto, o melão, o tamboril. Parto de uma receita tradicional mas vou utilizando técnicas e combinações menos tradicionais de maneira a que o resultado final possa ser uma espécie de fusão com a "cozinha internacional".


Para quem gosta de boa comida internacional, mas com sabores portugueses, aconselho uma visita ao restaurante Jardim Gourmet para conhecer os menus do chef Fabien Martinez. Vai valer a pena.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sargos ao sal


Adoro comer peixe e quando sei que é fresco, procuro cozinhá-lo de forma a aproveitar todo o seu sabor. Quando tinha quintal, o destino certo destes sargos seria a grelha, mas agora como não tenho, a escolha recaiu no forno.

Ingredientes:
2 sargos grandes com a escama
1Kg de sal grosso
1 ramo de alecrim, tomilho e salsa


1. Pré-aquecer o forno a 250ºC.

2. Rechear a barriga do peixe com as ervas aromáticas.

3. Colocar uma camada de sal num tabuleiro de forno. Por cima colocar os peixes e tapar com o restante sal.

4. Levar ao forno durante 15 minutos.


De há uns tempos a esta parte que tinha curiosidade em fazer sargo ao sal. O peixe fica com um delicioso aroma ao alecrim.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Infusão gelada de erva-príncipe com gengibre e limão


Agora que os dias quentes e bonitos chegaram, cá em casa começam a aparecer as bebidas frescas.

Um destes dias resolvi fazer esta infusão para aproveitar a erva-príncipe fresca que tinha em casa, colhida no jardim de uma amiga muito querida depois de um farto e delicioso almoço onde tive o prazer de conhecer uma diva da gastronomia portuguesa, Maria de Lourdes Modesto.

Eu adoro erva-príncipe, mas como é difícil de encontrar, quando tenho faço uma verdadeira festa.

Ingredientes:
1L de água
25g de erva-príncipe fresca
10g de raiz de gengibre cortado às rodelas finas
1 colher de sopa de açúcar (facultativo)
1 limão cortado às rodelas
1 raminho de hortelã
cubos de gelo


1. Ferver a água com a erva-príncipe e o gengibre.

2. Deixar arrefecer.

3. Coar a infusão para um jarro. Adicionar o limão, a hortelã, o açúcar (facultativo) e cubos de gelo.


Para dias como o de hoje, esta bebida sabe muito bem. Bem fresca, faz-nos lembrar as sombras à beira de um riacho ou a sensação de refrescar os pés num dia de calor tórrido depois de uma caminhada.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cinque Terre e uma viagem de barco pelo Golfo dos Poetas


O dia acordou com o sol a brilhar num céu azul sonhador. O percurso para este dia estava definido, depois de uma reunião com os nossos amigos e companheiros de viagem, o Nuno e a Graciete, e de pelo meio termos ainda uma deliciosa conversa com o empregado de mesa do hotel sobre futebol. O modo como José Mourinho é amado pelos italianos é verdadeiramente comovente, ao ponto de deixar-nos orgulhosos e felizes por sermos portugueses.

De Montecatini iríamos até às Cinque Terre. A ideia que tinha das Cinco Terras, pequenas aldeias de pescadores situadas nas encostas escarpadas ao pé do Golfo dos Poetas, era algo de romântico e que me fazia sonhar com boa comida, ruas estreitas, casas coloridas e mulheres italianas a fazer pasta junto à entrada das casas.

Apanhámos o barco em La Spezia ao final da manhã. O sol era tão quente que tive que improvisar e fazer do casaco um chapéu para colocar na cabeça. A viagem durou aproximadamente uma hora. Partimos de La Spezia e fomos passando por Portovenere e pelas famosas Cinque Terre, a saber, Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare.


As casas penduradas nas rochas, pintadas com cores coloridas parecem verdadeiros postais. É curioso como conseguiram construir nestas encostas. Mas o que mais me impressionou foi ver a luta silenciosa e pacífica dos veraneantes por um bocado de rocha para estender a toalha e aproveitar o sol e o mar. Ali só pensei, que boas praias nós temos em Portugal!

Decidimos parar apenas em Monterosso al Mare. A última localidade do percurso de barco. Aqui deparámos com pessoas a aproveitarem o sol com as toalhas estendidas nas rochas, mas também uma praia com areal e muitos chapéus de sol. Decidimos ir almoçar, num bar/restaurante mesmo junto à praia.

Escolhemos uma salada de farro, meloa com presunto, mexilhões recheados e cerveja bem fresca. No final, pedimos ainda uma enorme taça de gelado que nos soube a dias frescos, às sombras das árvores e a grossas gotas de chuva gelada. Com o calor que se fazia sentir, estar a almoçar a ver e a sentir o aroma do mar transformou esta refeição num momento muito especial.


Depois do almoço pensámos em ir molhar os pés no mar, mas descobrimos que a praia era paga. Dezassete euros por dia com direito a chapéu e duas cadeiras. Com espreguiçadeira o valor passava para vinte e três euros.


Um pouco antes do pôr-do-sol apanhámos o barco de regresso. Na viagem, a sentir o aroma fresco da água do mar, pensei que também gostaria de fazer o percurso a pé pelo Caminho do Amor que liga as Cinque Terre ou até mesmo a respectiva viagem de comboio.

De La Spezia seguimos viagem por uma estrada cheia de curvas até Collecchio, nome que me fez lembrar um dos júris do programa americano de cozinha Top Chef. No dia seguinte, a viagem continuaria.

Este apontamento integra-se no relato da minha viagem, o ano passado, a Itália.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Pão-de-ló húmido


O primeiro pão-de-ló húmido que conheci e comi foi o de Rio Maior, onde passei parte da minha adolescência e onde ainda tenho muitos bons amigos. Encontrava-se, praticamente em todas as pastelarias e era, e é, em termos gastronómicos, um ex-líbris da cidade.

Um destes fins-de-semana, vinda da zona Oeste para Santarém, passei por Rio Maior, terra de salinas e sem mar, e fiquei com saudades do seu delicioso pão-de-ló. Como não tenho a receita do autêntico, aqui fica a minha versão.


Ingredientes:
8 ovos
10 gemas
180g de açúcar amarelo
100g de farinha sem fermento


1. Aquecer o forno a 230ºC.

2. Bater os ovos com o açúcar na batedeira durante 5 minutos.

3. Desfazer e bater as gemas. Adicionar ao preparado anterior e bater mais 3 minutos.

4. Adicionar a farinha peneirada e envolver com uma colher ou vara de arames.

5. Colocar a massa numa forma redonda com 26 cm forrada com papel vegetal.

6. Levar ao forno durante 10 a 11 minutos.


Este pão-de-ló fica delicioso. A parte central fica completamente húmida. O aspecto não é de todo o mais fotogénico, mas em sabor é de comer e chorar por mais.

Bom dia a todos!

[ Published in English as Traditional Portuguese moist sponge cake ]

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bife de vaca com vinagre balsâmico


Adoro ter um dia na semana em que posso vir almoçar a casa. A sensação de ter a tarde livre é muito boa. Mas como sei que irá passar num instante, tento aproveitá-la ao máximo. Nem imaginam a quantidade de coisas que hoje já pensei em fazer.

O almoço foi algo que fiz num instante. Nestes dias tem mesmo que ser, especialmente quando se chega a casa esfomeada e em que o sentido de humor é como o 31 de Fevereiro, com fome, para mim, é algo que não existe!

Desde que comi um bife com vinagre balsâmico, em Florença, num restaurante com vista para a Ponte Vecchio que fiquei com vontade de experimentar cá em casa. Hoje foi o dia.


Ingredientes:
2 bifes de vaca
2 chalotas picadas
1 colher de chá de pimenta verde em grão
0,5dl de azeite
1dl de vinagre balsâmico
1 colher de chá de farinha Maizena
Flor de sal


1. Colocar as chalotas picadas numa frigideira. Levar ao lume com o azeite e a pimenta verde.

2. Quando as chalotas quebrarem, adicionar o vinagre balsâmico e a farinha. Mexer com uma vara de arames e deixar engrossar.

3. Grelhar os bifes. Depois de grelhados polvilhar com flor de sal. Servir com o molho de vinagre balsâmico.


Acompanhei os bifes com brócolos cozidos e tomate de rama mini. Quem quiser poderá servir o bife com o molho e umas lascas de queijo da Ilha. Fica muito bem.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um workshop na Escola de Cozinha Arola - As participações


A Escola de Cozinha Arola organiza de Fevereiro a Julho diversas aulas de cozinha com prestigiados chefs. A próxima aula irá decorrer no dia 19 de Maio 2012, das 11h00 às 14h00 (inclui almoço), sob o tema Cozinha Dourada no restaurante Arola do Penha Longa Hotel Spa & Golf Resort, em Sintra. O Cinco Quartos de Laranja, em parceria com a Escola de Cozinha Arola, promoveu um pequeno desafio para oferecer duas inscrições.

Este desafio chegou ao fim. Publico agora as participações, todas elas com palavras muito simpáticas. A todos que concorreram o meu muito obrigada!

1
Ana Moreira
Aprender a cozinhar com ouro é um privilegio que nos faculta a Escola de Cozinha Arola com um apoio do melhor Blogue do ano 2011,Cinco Quartos de Laranja, obrigada por existirem.
2
Sandra Batista
De roda dos tachos e panelas e sobre as lindas paisagens da serra de Sintra vamos todos cozinhar, na escola de cozinha arola e na companhia do cinco quartos de laranja, festejar.
3
Cristina Fonseca
Cozinhar com Ouro é algo profundo e requintado que só poderia acontecer na conceituada Escola de Cozinha Arola, no ambiente místico da Serra de Sintra, e claro com a parceria de um Blog Nobre: o Cinco Quartos de Laranja.
4
Jaime Neto
Misture cinco quartos de laranja com a luz vibrante a entrar pela janela: a massa é agora uma lêveda e dourada bola, não há dúvida, está na Escola de Cozinha Arola!
5
j.
Com açúcar, água, limão e Cinco Quartos de Laranja faço uma compota, com o workshop da Escola de Cozinha Arola vou aprender a transformá-la em ouro!
6
Maria Caetano
Aos Cinco Quartos de Laranja,
todos os dias vou clikar
e buscar a minha inspiração
para cozinhar!
Se....
Conseguir chegar no dia 19 à Escola de Cozinha Arola
Sei que vou ficar tão encantada,
que vou passar a cozinhar...
Cozinha Dourada
7
Living2Cook
Na Escola de Cozinha Arola, vou conhecer Cinco Quartos de Laranja, com Sintra à minha volta, o Workshop vai ser canja.
8
Lucinda Duarte
Cozinhar com Cinco Quartos de Laranja,
Adicionando muita imaginação, sem ser artola,
Pode garantir-me um lugar no coração
Do mestre cozinheiro da Escola de cozinha Arola!
9
Filipe Baptista
A Escola de Cozinha Arola ensina-nos coisas extraordinárias, faz-nos ter o poder de fabricar o mais maravilhoso petisco e até pensar que um simples citrino pode ser separado em Cinco Quartos de Laranja.


Das participações a concurso, foram sorteadas as duas seguintes:



Muitos parabéns! As duas pessoas sorteadas serão contactadas pela organização do evento através de eMail ainda hoje. Espero que gostem de participar e ficarei à espera do relato da vossa experiência.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Salada de ervilhas com batata e queijo feta


Maio chegou. É um dos meses de que mais gosto. Mas este ano o mês de Maio tem passado a correr. Ou melhor, eu não tenho parado.

No início do mês, finalmente conclui o relatório de que vos falei há tempos. E tenho visitado alguns restaurantes, como sabem que gosto de fazer. Passei pelo Colares Velho, que já conhecia e que recomendo porque acho que vale a pena, pela comida e pela decoração. Fui pela primeira vez ao Assinatura de Henrique Mouro, ao Faz Gostos no Bairro Alto, ao Claro! de Vítor Claro que também recomendo vivamente e onde fui muito bem servida, ao Mensagem no Hotel Altis Belém e ao restaurante Largo do Paço no magnífico Hotel Casa da Calçada Relais & Châteaux, em Amarante, onde fui com um grupo de amigos muito especial, pela mão da Fátima Moura e que é de visita obrigatória para quem aprecia a boa comida.

Maio é o mês em que li o livro Transmontanices de Virgílio Nogueiro Gomes e aprendi um pouco mais sobre a cozinha de Trás-os-Montes.

Maio é também o mês em que a minha amiga Margarida lançou um projecto que faz jus à sua criatividade, Cake a Wish. Adoro o seu trabalho!

Se tenho andado a correr de um lado para o outro, o que é certo é que tenho cozinhado muito pouco. Nos últimos dias para aproveitar as ervilhas e as batatinhas novas que chegaram à minha cozinha decidi fazer uma salada de ervilhas com batata e queijo feta.


Ingredientes:
400g de ervilhas cozidas
175g de queijo feta cortado em cubinhos ou desfeito grosseiramente
10 batatas novas pequenas cozidas e cortadas ao meio
1/2 cebola cortada em meias-luas finas
5 rabanetes cortados às rodelas
4 folhas de alface

Molho:
10 colheres de sopa de azeite
3 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
sal
pimenta preta de moinho


1. Colocar os ingredientes da salada numa taça. Eu cozi as batatas com pele e depois retirei-a.

2. Para preparar o molho basta colocar os ingredientes num copo, mexer muito bem com uma vara de arames.

3. Regar a salada com o molho e servir.


Esta salada fica deliciosa graças ao sabor bom e rico das batatas e das ervilhas. Os produtos da época fazem toda a diferença. Tornam tudo mais saboroso.

Maio, maduro Maio, que traga a todos, dias muito felizes!


P.S.: Relembro que até às 24h de hoje, podem ainda concorrer a uma entrada gratuita no workshop de Cozinha Dourada que vai realizar-se no sábado, dia 19 de Maio 2012 (das 11h00 às 14h00 com almoço incluído), no restaurante Arola do Penha Longa Hotel Spa & Golf Resort.

Para tal, basta escrever uma frase!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Bolo de requeijão com amêndoa e nozes


O tema proposto para os meus cozinhados na Academia do Queijo da Saloio foi a Páscoa. Os princípios orientadores das receitas que escolhi fazer foram os produtos tradicionais usados nesta altura do ano, a rapidez e elegância das receitas.

Para amouse-bouche propus umas tartelettes de salmão com requeijão de alho e ervas que cativam pela simplicidade e pela mistura de cores, o prato de carne foi costeletas de borrego na frigideira com alho e alecrim acompanhadas com puré de ervilhas e batata, que fica simplesmente delicioso. Para sobremesa decidi usar amêndoa, ingrediente que caracteriza os doces da quadra festiva da Páscoa e confeccionei um bolo para toda a família.

Bolo de requeijão com amêndoa e nozes


Ingredientes:
5 ovos
1 requeijão Saloio
175g de manteiga sem sal
200g de açúcar amarelo
100g de amêndoa finamente ralada
200g de farinha com fermento
50g de miolo de noz picado grosseiramente
açúcar em pó para polvilhar
amêndoas de chocolate coloridas para decorar


1. Pré-aquecer o forno a 180ºC.

2. Bater a manteiga com o açúcar.

3. Juntar o requeijão desfeito com um garfo e mexer.

4. Adicionar os ovos um a um e mexer entre cada adição.

5. Juntar a amêndoa ralada e mexer.

6. Juntar a farinha e mexer.

7. Por fim, adicionar as nozes.

8. Colocar o preparado numa forma redonda com 26cm, untada com margarina ou manteiga. Levar ao forno durante 30 minutos.

9. Depois de desenformado, polvilhar com açúcar em pó e decorar com amêndoas de chocolate coloridas.


O bolo fica delicioso e as nozes picadas dão-lhe uma graça incrível. Experimentem!

Fotografias e grafismo da autoria da Saloio

Filme da autoria da Saloio