Em tempos de crise fala-se muito mais de poupança do que noutras alturas. Por norma é assim. E quando se fala em poupar é em todas as áreas, nomeadamente na comida. Como é que podemos poupar na cozinha sem perder a qualidade da nossa alimentação?
Poupar na cozinha passa pelo rentabilizar e aproveitar os produtos que compramos, principalmente.
As 51 dicas que a seguir apresento, algumas das quais não são novidade, outras são retiradas da minha prática pessoal ou da minha família e espero que sejam uma ajuda a quem quer poupar na cozinha.
1. Cozinhar em casa - Cozinhar é uma forma de poupar e de comer de forma mais saudável. Mesmo as sobremesas. As coisas feitas por nós têm mais valor e normalmente são mais saudáveis. A comida feita em casa é uma forma de
poder!
2. Aproveitar os produtos da estação. Como se sabe, na época os produtos chegam ao mercado em abundância, são mais saborosos e o preço baixa. Como diz
Nigel Slater, quem é que quer comer melancia em Janeiro?! Mas como aproveitar os produtos da estação?
Rentabilizá-los em refeições: Há legumes muito versáteis que fazem refeições em conta, por exemplo a
courgette. Pode ser usada em sopas, arrozes, pode ser recheada ou servir como acompanhamento. Pode-se numa época comer o mesmo legume de diversas maneiras. E as batatas? Tradicionalmente usamos as batatas em sopa, saladas e acompanhamento. Já experimentaram fazer delas um prato principal, por exemplo
recheadas?
Congelar: Pode-se congelar tomate, abóbora, courgette, pimento, cebola, alho-francês, cenoura, etc. Ao congelar deverão cortar os legumes a pensar na forma como os irão usar. Que tal fazer molho de tomate e congelar em caixinhas pronto a usar?
Fazer
compotas e/ou conservas são outras excelentes formas de rentabilizar a fruta da época.
Desidratar, pode ser também uma opção. Podem-se desidratar frutas e/ou legumes.
3. Tomar o pequeno-almoço em casa. Uma torrada, um iogurte, uma peça de fruta e um café, em casa sai mais barato do que um galão e uma sandes numa pastelaria. Esta é a refeição mais importante do dia.
4. Levar o almoço para o trabalho pelo menos duas a três vezes por semana. Se conseguir, veja o dinheiro que poupa.
5. Levar, para o local de trabalho, os lanches (uma peça de fruta (a maçã é ideal), uma sandes, iogurte líquido, bolachas Maria - elementos práticos, que se ingerem rapidamente e não deixam cheiro, uma mão cheia de frutos secos, um copo de gelatina). Ao final do mês, vai notar a diferença.
6. Reservar partes de legumes, folhas, talos, cascas, etc, para fazer caldos.
7. Reservar por exemplo, as cabeças de peixe, ossos de porco, vaca ou galinha para fazer caldo, juntamente com alguns legumes e ervas aromáticas.
8. Aproveitar os caldos de cozedura (por exemplo o caldo de cozedura do bacalhau, camarão, legumes, carne ou peixe). Colocá-los em caixinhas com a indicação da quantidade ou usar sacos de gelo, para depois usar à medida em sopas ou arrozes.
9. Ervas aromáticas - colocar em vasinhos as suas ervas aromáticas preferidas e ir usando. Acontece que compramos um raminho, usamos pouco e quando nos apercebemos já se estragaram. As ervas aromáticas também poderão ser congeladas. Se for em grande quantidade poderão fazer
piso ou
pesto. Costumo guardar as ervas frescas num copo com água no frigorífico, tapadas com um saco de plástico.
10. Congelar as claras de ovo. Quando fazemos uma receita que exige gemas, não temos que obrigatoriamente dar logo uso às claras. Estas podem ser congeladas e usadas mais tarde em sobremesas, omeletas ou até mesmo acrescentar num bacalhau à Brás. Indicar no recipiente o número de claras que contém.
11. Limão. Quando se usa a raspa de limão poderão congelar o sumo em couvetes e depois usar, por exemplo em limonadas. A raspa também poderá ser congelada.
12. Congelar o resto das natas que não se usaram. Se forem para o frigorífico o mais certo é estragarem-se.
13. Nas compras comparar preços. Não ir só a uma superfície. Se variar, vai perceber que há produtos mais baratos numa superfície comercial do que noutra. Visitar regularmente os mercados de frutas e legumes da zona.
14. Comprar os produtos a granel. Embalados são geralmente mais caros, para além de trazermos uma quantidade de embalagens desnecessariamente. O valor do IVA é mais alto para produtos processados.
15. Fazer compras por exemplo uma vez por semana com uma lista. A lista ajuda a que haja mais controlo no que é realmente necessário.
16. Preparar as ementas da semana a partir de promoções ou dos produtos da estação. Só comprar o que vai realmente cozinhar.
17. Preparar
menus económicos.
18. Escolher produtos de marca própria, que são mais baratos e geralmente, de boa qualidade.
19. Congelar a comida em recipientes de vidro que depois possam ir ao forno, sem sujar mais loiça.
20. Ter atenção ao preço por quilo. As embalagens maiores nem sempre são as mais baratas.
21. Aproveitar as promoções e os cupões de descontos que valham mesmo a pena.
22. Não ir às compras com fome ou com as crianças. (Quando vou com fome não resisto a trazer um saquinho de pães com chouriço e sumo, para comer pelo caminho!)
23. Lavar as suas próprias saladas e reaproveitar a água, para regar plantas, por exemplo, ou as ervas aromáticas. As saladas embaladas e pré-lavadas ficam mais caras. Fazer o investimento num centrifugador de legumes, pode ser uma execelente forma de poupar a longo prazo.
24. Moderar o consumo de carne e de peixe.
25. Usar as leguminosas (grão, feijão, lentilhas). São uma excelente alternativa às proteínas animais.
26. Comer sopa. Sempre! As sopas são uma excelente maneira de iniciar a refeição ou poderão constituir só por si uma refeição.
27. Aproveitar o molho de um assado ou de um guisado e usar por exemplo na confeção de um arroz.
28. Usar o pedaço de queijo seco que ficou esquecido no frigorífico para aromatizar uma sopa. Assim, como o osso do presunto. Quando vejo que não vou gastar um queijo em tempo útil, ralo-o, coloco num saco e congelo.
29. Aproveitar o pão duro para fazer pão ralado, açordas, pudins ou até mesmo rabanadas.
30. Fazer regularmente uma inspeção à despensa. Não deixar que os produtos cheguem ao fim da validade.
31. Reaproveitar sobras. Sobrou frango assado ao almoço, fazer ao jantar uma frittata. Se sobraram legumes cozidos, que tal salteá-los em azeite, alho e ervas aromáticas? Até
peixe grelhado poderá ir para uma salada.
32. Utilizar a fruta madura. As bananas muito maduras poderão ser usadas em
bolos, gelados ou sumos. As peras e as
maçãs podem usar usadas em tartes ou em puré como acompanhamento. Compotas são sempre uma alternativa. A fruta pode ser também congelada e depois, usar, por exemplo em sumos ou batidos.
33. Ter atenção ao tipo de carne que se compra. As costeletas do cachaço de porco são por norma mais baratas que as do lombo. A pá de porco é mais barata que a perna.
34. Comprar carne em quantidade fica mais barato. Se tiver uma arca congeladora poderá comprar 1/4 de porco ou 1/2. O mesmo se diz do borrego. Dividir é uma opção. Fale com um familiar ou amigo. Esta prática caiu em desuso, mas já foi muito comum em tempos idos.
35. Comprar um peixe inteiro fica mais barato do que comprar às postas.
36. O peixe congelado pode ser uma alternativa mais barata ao peixe fresco e igualmente bom.
37. Há peixes que caíram em desuso, exemplo carapaus, e fazem óptimas refeições. Usar a imaginação ou fazer uma pesquisa em blogues de cozinha.
38. Desligar o fogão uns minutos antes de terminar de cozinhar algo. Deixar o recipiente fechado que acaba de cozinhar. A tampa ajuda a reduzir o tempo de cozedura.
39. Adeqúe o recipiente ao bico. Não coloque um tacho pequeno no bico grande. Parte da energia perde-se.
40. Demolhar o seu próprio bacalhau. Comprar bacalhau demolhado congelado é muito prático, mas fica mais caro.
41. Uma vez por outra procurar cozinhar com o que se tem em casa. Temos sempre mais coisas do que pensamos. Vai ver que saem excelentes refeições.
42. Para reaquecer a comida dê preferência ao micro-ondas.
43. Aos domingos fazer um almoço tardio e servir ao jantar uma sopa ou salada, algo mais leve.
44. Ao jantar procurar fazer refeições com menos hidratos de carbono e proteínas animais.
45. Sobrou um resto de vinho, no frigorífico oxida e depois já ninguém quer beber. Congelar e usar em assados, guisados ou arrozes.
46. Cozer leguminosas em quantidade. Reservar em embalagens e congelar à medida do que se pretende.
47. Valorize nas suas refeições alguns produtos económicos: massas, arroz, cenouras, batatas, frango, algumas conservas, leguminosas, ovos, bananas, maçãs e peras.
48. O almoço de domingo foi cozido à Portuguesa. O que fazer com o que sobrou? Com o resto dos legumes e enchidos fazer uma sopa. Adicionar massa e um raminho de hortelã. Com a carne magra, picar e fazer croquetes. Fazer uma bôla com os restos do cozido, pode ser uma excelente forma de aproveitar as carnes que sobraram.
49. Descongelar ao natural. Sem água e sem o uso do micro-ondas.
50. Abrir o frigorífico ou o congelador o menos possível. De uma só vez retirar o que se precisa. Quando mais vezes se abrir, mas tempo demora até atingir a temperatura ideal.
51. Fazer pão em casa sem o recurso a farinhas pré-preparadas.
Podemos ainda aumentar a lista. Quais as vossas dicas?!