Se há uns anos atrás, me dissessem que um dia me iria interessar por utensílios agrícolas, tesouras de poda, substratos, técnicas de cultivo e de irrigação. Que um dia, iria a lojas à procura de serrotes e motoserras, roçadoras com rodas, entre outras coisas, acho que a primeira reação seria rir-me! E depois, possivelmente, diria que isso dificilmente iria acontecer porque os meus interesses e actividades estavam focados noutras áreas.
Mas a vida não é uma linha reta. E o que o ontem parecia impossível, hoje, tornou-se uma realidade. Desde que comprei a minha casa no Ribatejo, que passei a querer ter uma horta, a querer cuidar do terreno e das árvores. Passei a querer cortar lenha para a lareira e a cuidar do jardim.
Ter uma horta é muito gratificante. Para além de nos permitir estar ao ar livre, colocar as mãos na terra, no final, temos a recompensa de colher o que vimos crescer. E este processo é inigualável.
Posso dizer que ter uma horta é uma forma de aprendizagem. É algo que nos acaba por mudar. Uma das coisas que mudou, aqui em casa, foi a organização do lixo. Sempre fizémos a separação do lixo, mas agora tem um destino diferente. Tudo o que seja biodegradável vai para o compostor. Tenho um
compostor pequeno, aqui em casa, que depois despejo para um de maiores dimensões que tenho no terreno. Papéis e cartões vão para o compostor ou para a lareira. Posso dizer-vos que o lixo produzido, aqui em casa, reduz-se, praticamente às embalagens. E isso deixa-me muito contente.
Outra mudança que ocorreu foi que me passei a interessar por sementes. Hoje em dia, procuro guardar sementes. E passei a querer colocar na horta, legumes que fizeram parte da minha infância. O ano passado, comprei sementes de abóbora porqueira. Sempre me lembro de a minha mãe dizer que a abóbora porqueira era óptima para fazer doce. E na horta, com a ajuda da minha mãe, tivemos abóboras porqueiras. Para partilhar com a família fiz
doce de abóbora e doce de abóbora com nozes e vinho do Porto, que fez muito sucesso. Deixo-vos, hoje, a receita.