Setembro é para muitos o fim das férias e o regresso às rotinas do trabalho, da casa, da família. Prepara-se o regresso à escola das crianças, pensam-se nos almoços e jantares da semana, organizam-se as ementas. Se forem como eu, nestes primeiros dias há como que uma fase de adaptação que acaba por me deixar pouco tempo para as coisas que tanto gosto de fazer. E uma dessas coisas é ler.
Gosto de ler nos transportes públicos. Leio quando me sento para tomar café numa esplanada ou enquanto espero por uma consulta. Gosto de ler antes de me deitar. Como nesta altura do ano temos menos tempo para dedicar às leituras, deixo-vos 10 livros fininhos mas deliciosos que se lêem num abrir e fechar de olhos:
Crónica dos Bons Malandros de Mário Zambujal
Este é um livro fantástico. Já o tinha recomendado como leitura de férias de Verão e volto a agora a falar nele. Lê-se num instante e é muito, muito bem disposto!
Bartleby, O Escrivão de Herman Melville
O livro é apresentado assim: « Quando um advogado de Nova Iorque precisa de empregar um escrivão, é Bartleby quem responde ao anúncio. Apresenta-se «pálido e asseado, com um ar respeitável mas que inspirava compaixão, e claramente desamparado». Mostrando-se de início um empregado prestável, rapidamente começa a recusar trabalho, dizendo apenas: «Preferia não o fazer.» Assim começa a história de Bartleby — absurdamente passivo, paradoxalmente disruptivo -, uma história que rapidamente muda de registo de farsa para uma inexplicável tragédia. » É daquelas histórias que primeiro estranhamos mas depois ficamos cada vez mais curiosos com a atitude de Bartleby. Quem é ele? O que o faz recusar o trabalho? Tem família? O que está por detrás das suas recusas? O que diria Bartleby se fosse ele o narrador?
Vamos Comprar um Poeta de Afonso Cruz
Cheguei a este livro por uma recomendação na minha conta do Goodreads. Adorei! Todos deveríamos poder comprar um poeta para nos ajudar a ver a vida e a beleza das coisas com poesia. Um livro delicioso. Deveria ser de leitura obrigatória. A escrita de Afonso Cruz conquistou-me.
Os Assaltos à Padaria de Haruki Murakami
No primeiro conto temos dois amigos que decidem assaltar uma padaria. À medida que se aproximam, o cheiro bom a pão quente, aumenta-lhes a vontade de fazer mal. Mas nem tudo corre como esperado. No segundo conto temos um homem e uma mulher casados há pouco tempo que a meio da noite, cheios de fome, decidem assaltar uma padaria. Mas como não encontram uma padaria, a solução vai passar por uma outra estratégia. Duas histórias com sabor a pão quente que se lêem num instante.
História de um gato e de um rato que se tornaram amigos de Luís Sepúlveda
É uma história deliciosa sobre uma amizade improvável. Para leitores de todas as idades.
História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luís Sepúlveda
Zorbas é um gato que recebe, de uma gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo, um ovo. Perante o pedido da gaivota moribunda, Zorbas promete cuidar do ovo e ensinar a futura gaivota a voar. Uma história com final feliz sobre altruísmo, sobre ajudar os outros, principalmente aqueles que são diferentes de nós. « Só voa quem se atreve a fazê-lo! »
Morreste-me de José Luís Peixoto
Um livro poderoso. As palavras de José Luís Peixoto à morte do pai não nos deixam indiferentes. Lemos e voltamos a reler. Há escritores assim, com o poder de nos agarrar aos livros, às ideias e aos sentimentos que nos transmitem. Há quem tenha chorado a ler este livro.
No teu deserto de Miguel Sousa Tavares
Nesta obra, o narrador relata-nos uma viagem ao deserto do Saara na companhia de uma jovem, Cláudia. É uma história linda de amor, mas que acabou por não ser vivida. A escrita é intensa, deliciosa. Leva-nos a reflectir sobre a importância das pessoas na nossa vida e de como lhe devemos dar valor enquanto estão ao nosso lado. Porque, às vezes, quando não o fazemos no tempo devido, podemos já não ter essa oportunidade.
O Caderno Vermelho de Paul Auster.
Um livro fininho de um autor que admiro. Houve uma altura que assim que saia um livro de Paul Auster lá ia eu a correr à livraria. Tive tanta pena de não conseguir ir vê-lo há uns bons anos à Culturgest. Quando cheguei, a fila para a bilheteira quase que dava a volta ao quarteirão. Fiquei a ouvi-lo durante um bom bocado num dos ecrãs onde estava a ser transmitido a sua apresentação e conversa com os leitores. Mas queria tanto lá ter estado! O Caderno Vermelho foi o meu primeiro livro de Paul Auster.
Um Homem: Klaus Klump de Gonçalo M. Tavares
É a história de Klaus Klump, um homem que passa por uma guerra, pela prisão e se transforma perante a força e a violência dos acontecimentos. No final, decide assumir os negócios da família, situação que no início renegava. Um livro sobre a natureza humana.
Destes dez já leram algum? Que outros livros fininhos mas deliciosos é que me recomendam? Fico a aguardar as vossas sugestões.
7 comentários :
Pouco fininho mas super deliciosos: The Redwall Chronicles, de Brian Jacques. Desses li A Crónica dos Bons Malandros, que era um dos preferidos do meu pai, mas temos claramente gostos muito diferentes no que toca a literatura ehehehehehe.
Obrigada, Ruth. Vou procurar. Não conheço.
Li A Crónica dos Bons Malandros há uns anos e recordo-me de me fartar de rir com as situações hilariantes dos bons malandros. :)
Um beijinho.
Isabel, sugiro 2 livros fininhos que se lêem super bem e que me marcaram são:
. Caim do Saramago e a
. Metarmofose do Kafka
São ambos divertidos.
Assim mais para pensar na vida e que é lindo e le-se num dia é o "Noites Brancas" do Dostoiévski.
Ja leste algum?
Beijinhosss,
Sandra
Boas tardes! Sigo o seu blog e não consegui resistir em aconselhar umas leituras "fininhas" que já li:
O velho que lia romances de amor, Luís Sepúlveda;
O vendedor de passados, José Eduardo Agualusa;
A loja dos suicídios, Jean Teulé;
Carta à mulher do meu futuro, Péter Gárdos;
O rapaz do pijama às riscas, John Boyne;
Quando Hitler roubou o coelho cor de rosa (juvenil), Judith Kerr
BOAS LEITURAS!!!!!
Olá Sandra,
Li apemas a Metamorfose. Houve uma altura que li muito Saramago, tenho que retomar.
Fiquei curiosa com o "Noites Brancas". Vai já para a minha lista.
Obrigada.
Um beijinho grande.
Olá Tânia,
que sugestões deliciosas. Adorei O Velho que lia Romances de Amor.
Fiquei curiosa com as outras sugestões. Vou procurar.
Obrigada.
Um beijinho grande.
O Noites Brancas é o melhor livro do Dostoievski, aos quinze anos sabia o ultimo capitulo de cor, tal foi a forma como me marcou!!! O Jogador, do mesmo autor tb é mto bom e lê-se depressa, tb é piqueno!
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