segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Diz que até não é um mau blog ...

A Fa nomeou o Cinco Quartos de Laranja com este prémio. Fa muito obrigada, é com muito orgulho que recebo esta nomeação.


«O premiado deve nomear 7 blogs, com base nos seguintes critérios: i) serem escritos em português ou por autores portugueses, ii) visualmente agradáveis, iii) gastronomicamente estimulantes, iv) e, principalmente, por serem espaços onde impera a simpatia e o bom humor.»

Dedico este prémio a todos os foodblogs que visito e a todos os visitantes deste blog. Um grande bem-haja!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Hoje o meu almoço foi ...


... Bacalhau com Broa. A receita fi-la a partir desta. No entanto, diminui a quantidade de broa para duas postas de bacalhau. Acompanhei com batata assada juntamente com o bacalhau e legumes cozidos.


Bacalhau com Broa

Ingredientes:
2 boas postas de bacalhau do lombo demolhadas
2 dl de azeite
2 colheres de (sopa) de banha
1 colher de (sobremesa) de colorau
400 g de miolo de broa
2 dentes de alho picados
2 cebolas médias picadas
1 folha de louro
Pimenta q.b.
1 copo e meio de vinho branco


1. Coloque as postas de bacalhau demolhado num tabuleiro, regue com meio copo de vinho, junte junte um pouco de azeite +- 4 colheres de (sopa), a folha de louro e tempere com pimenta.
2. Leve ao forno quente até alourar.
3. Amasse o miolo de broa com o restante vinho, os alhos picados, a banha, a cebola picada, o restante azeite, e o colorau.
4. Tempere com pimenta e sal caso seja necessário e espalhe sobre o bacalhau, fazendo-o aderir com as costas de uma colher, ou com as mãos.
5. Leve novamente ao forno até alourar bem a crosta regando várias vezes com o molho. Tempo de alourar é de +- 40 minutos.
6. Sirva quente e acompanhe com batatas salteadas ou batatas cozidas e salada.

in Portugal Roteiro Gastronómico

sábado, 29 de dezembro de 2007

Pêras com amêndoas picadas e canela e molho de chocolate


1. Cortei duas pêras e dispus num prato.

2. Polvilhei as pêras com amêndoa picada com um pouco de canela (que me tinha sobrado desta receita) .

3. Derreti chocolate em barra com um pouco de leite. Depois do chocolate derretido juntei-lhe um pouco de Bols - licor de creme de cacau. Mexi bem e coloquei por cima das pêras.

Uma verdadeira tentação!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sandes de peru assado

Hoje para o jantar não cozinhei. Tinha no frigorífico umas sobras do peru assado do dia de Natal. Olhei para as fatias do peito e pensei em fazer uma sandes. Ora assim fiz.


Coloquei na torradeira um pãozinho d´Avó aberto ao meio. Tirei uma fatia de peito de peru assado e coloquei num prato. Por cima, dispus 1 fatia e meia de queijo Havarti. Levei o prato ao microondas para o queijo derreter e aquecer o peru.

Coloquei o peru no pão e dispus rodelas fininhas de cenoura em pickles. Simples, mas uma delícia. É pena o pão ter acabado!

Ainda a propósito de Natal ....


O Natal é a festa da família, dos excessos, dos prazeres da mesa e do copo. Eu, costumo passar o dia 24 com uma parte da família na minha aldeia, no concelho de Santarém.

O jantar começou com uma salada de polvo, a que se seguiu camarão frito em alho e piripiri. Por volta das 23h30 serviu-se, então, o tradicional bacalhau cozido com couve e outros legumes. O vinho escolhido foi Dona Ermelinda tinto. Este vinho foi uma forma de homenagear a minha avó, de quem muitas vezes me lembro.

Eu fico sempre responsável pelos doces. Este ano fiz um pudim de ananás, um bolo de mel, sonhos de abóbora e um bolo de frutas, receita que encontrei na revista Vaqueiro de Dezembro de 1999. Gostei deste bolo. Intenso. Aqui fica a receita:

Bolo de Frutas Real

Ingredientes:
150 g de açúcar
100 g de margarina
6 ovos
200 g de geleia de marmelo
1 dl de azeite
1 dl de leite
0,5 dl de vinho do Porto
400 g de farinha com fermento
1 colher de sopa de fermento em pó
1 colher de chá de canela
1 colher de chá de erva doce
1 pitada de cravinho em pó
100 g de miolo de noz
100 g de ameixas secas (sem caroço)
100 g de alperces secos
Açúcar em pó para polvilhar

1. Bater o açúcar com a margarina até obter um creme.

2. Juntar os ovos, um a um. Bater muito bem entre cada ovo.

3. Adicionar a geleia, o azeite, o leite e o vinho do Porto. Bater muito bem à medida que se vai colocando os ingredientes.

4. Juntar a farinha peneirada com o fermento em pó, a canela, a erva doce e o cravinho. Bater muito bem.

5. Juntar as nozes picadas grosseiramente, as ameixas e os alperces aos bocadinhos. Misturar muito bem com a massa.

6. Levar ao forno, em forma de buraco untada com margarina e polvilhada com farinha, durante cerca de 1 hora a 180º C. Antes de retirar do forno verificar se o bolo está cozido.

7. Deixar arrefecer. Desenformar e decorar com o açúcar em pó.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Presentes gastronómicos



Mais umas quantas páginas para eu me inspirar em 2008!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Natal 2007 ...

Um Feliz Natal 2007 ...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Queques de abóbora

Ingredientes:
150 g de abóbora limpa
300 g de açúcar
70 g de margarina
2,5 dl de leite
100 g de pão ralado
200 g de farinha
1 colher de sobremesa de fermento em pó
4 ovos
meias nozes

1. Ralar ou picar a abóbora.

2. Misturar a abóbora com o açúcar, a margarina e o leite. Levar ao lume e deixar ferver em lume brando durante 5 minutos.

3. Retirar do lume e deixar arrefecer.

4. Adicionar o pão ralado, a farinha peneirada com o fermento e os ovos.

5. Bater muito bem.

6. Distribuir a massa pelas formas de queque previamente untadas com margarina.

7. Cozer em forno moderado 200ºC durante 10 minutos. Enterrar ligeiramente meia noz por queque e deixar acabar de cozer.A minha colega Sandra B. enviou-me, por email, um destes dias um livro de receitas da Vaqueiro. Estes queques chamaram-me a atenção e, como tinha os ingredientes à mão, não perdi tempo e experimentei logo. São uma delícia.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Marmelada ...


Ingredientes:
2 kg de marmelos
1.5 kg de açúcar
1 pau de canela
casca de 1 limão

1. Lavar muito bem os marmelos. Retirar-lhes as sementes e cortá-los em pequenos pedaços.

2. Num recipiente ir colocando alternadamente os marmelos e o açúcar. Deixar a macerar de um dia para o outro ou umas boas horas.

3. Colocar o preparado numa panela. Juntar o pau de canela e a casca de limão e levar ao lume.

4. Quando o marmelo estiver cozido, retirar o pau de canela e a casca de limão. Triturar o preparado.

5. Deixar apurar.

O ano passado fiz também uma receita de marmelada, mas com Vinho do Porto e os marmelos não ficavam a macerar no açúcar.

Gostei da ideia de os marmelos ficarem em açúcar de um dia para o outro e tinha que experimentar. Esta ideia encontrei-a aqui.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ginjinha ...



Ingredientes:
1 kg de ginjas
1 l de aguardente
1 copo de vinho tinto
1 kg de açúcar amarelo
1 pau de canela

1. Colocar num recipiente o açúcar, o vinho, o pau de canela e a aguardente. Mexer bem e adicionar as ginjas com o caroço.

2. Nos primeiros dias ir agitando o recipiente para que o açúcar não se acumule no fundo.

3. Colocar o recipinte ao sol para apurar.


Como não podem provar, eu digo-vos que esta ginjinha está uma delícia.

Agradeço à Isabel Rute que amavelmente me ofereceu as ginjas para esta receita.

domingo, 25 de novembro de 2007

Frango com marmelos

Adoro marmelos, especialmente assados no forno. Lembro-me que quando era miúda a minha mãe costumava assar marmelos no forno a lenha e ficavam uma delícia. Comia-os morninhos, sem açúcar e sem quaisquer outros condimentos.

Ontem recebi uma caixa com marmelos. Como já fiz marmelada (ainda não coloquei aqui) resolvi fazer um prato de carne com os marmelos. O ano passado fiz borrego assado com marmelos e não queria repetir. Então fiz uma pesquisa no Google e descobri esta receita de Frango com Marmelos. Não perdi tempo e fi-la hoje para o almoço. O resultado é este:


Ingredientes:
1 frango (cerca de 1 1/2 kg)
3 cebolas em rodelas
1/2 chávena de chá de óleo (usei 5 colheres de sopa)
sal
pimenta
1 colher de chá de paprica (ou pimentão doce)
1 colher de chá de gengibre
1 colher de chá de açafrão
1/2 L de água
1 kg de marmelos
4 colheres de sopa de margarina

1. Pedir no talho um frango partido aos pedaços e limpo de algumas gorduras.

2. Dourar no óleo o frango. Virar o frango para que fique ligeiramente dourado de todos os lados. Adicionar a cebola e deixar cozinhar mais um pouco.

3. Acrescentar o sal, a pimenta, a paprica, o gengibre e o açafrão.

4. Adicionar ao preparado 1/2 litro de água fria e deixar cozinhar sensivelmente durante 15 minutos.

5. Lavar e cortar os marmelos ao meio, sem descascar. Retirar as sementes.

6. Derreter a margarina e dourar os pedaços de marmelo em lume forte.

7. Colocar num recipiente de barro os pedaços de frango e os marmelos. Adicionar o caldo da cozedura e cobrir com uma folha de alumínio. Fazer no alumínio alguns furos.

8. Levar ao forno aquecido e deixar cozinhar durante sensivelmente 1 h.

9. Servir este frango com arroz branco.


Cá em casa este prato foi também acompanhado de uma garrafa de vinho tinto chileno PKNT - Cabernet Sauvignon. Nestes vinhos chilenos a rolha de plástico é que não está com nada. A garrafa parece que perde logo algum encanto.

Adorei a receita. O frango fica muito delicioso e o sabor ligeiramente ácido dos marmelos perde-se no aroma adocicado das especiarias.

P.S. Receita retirada do site NetMenu.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Romãs ...



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Pudim de Gelatina de Ananás


Ingredientes:
5 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de farinha Maisena
4 ovos
5 dl de leite
1 saqueta de gelatina de ananás
Canela para polvilhar
Amêndoa picada para polvilhar


1. Misturar o açúcar, a farinha, as gemas e o leite. Mexer muito bem e levar ao lume. Adicionar a gelatina e deixar engrossar o preparado. Ir mexendo o preparado.

2. Retirar do lume e deixar arrefecer.

3. Bater as claras em castelo. Adicioná-las ao preparado anterior.

4. Humedecer uma forma de pudim com água fria. Verter o preparado para a forma e levar ao frigorífico até estar bem firme.

5. Desenformar e polvilhar com a mistura de amêndoa picada e canela.

Esta receita foi-me dada pela Luísa G. com quem tenho partilhado algumas ideias sobre cozinha. Já a fiz várias vezes e sai sempre bem. Talvez não seja tão adequada para esta altura do ano pois, finalmente chegou a chuva e o frio, porque é uma sobremesa que cai melhor em tempo quente. Mas esta foi feita para o almoço de sábado passado, para o aniversário da minha sogra. E depois de tanta boa iguaria a que nunca resisto, soube muito bem algo fresquinho.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Cebolas ...



domingo, 11 de novembro de 2007

Dia de São Martinho

O Dia de S. Martinho, normalmente para mim, é um dia de convívio com a família à volta da mesa. Hoje, não foi excepção.

Comecei este dia de S. Martinho de uma forma fantástica. No Museu do Teatro, à conversa com Onésimo Teotónio Almeida sobre o livro As Aventuras de um Nabogador. Onésimo aceitou prontamente o convite do À Volta das Letras e passámos uma manhã muito bem disposta a falar de livros e de outras estórias. A cozinha portuguesa também foi tema de conversa.

Ao almoço comi um arroz de polvo com coentros, feito pela mão da sogra. À tarde seguiu-se um passeio pelo Parque das Nações e ao final do dia comemorámos, à volta da mesa, o dia de S. Martinho.


Do menu constava, como não poderia deixar de ser, as tradicionais castanhas. Para satisfazer os diferentes pedidos dos comensais tivemos: castanhas assadas e castanhas cozidas com erva doce. Brindámos à tradição com jeropiga. A tradição também pede água-pé, mas a sua venda está proibida, nem sei bem porquê.

Na aldeia ribatejana onde cresci era comum ouvir o seguinte provérbio "No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o teu vinho". Nessa altura, quase todas as famílias produziam o seu próprio vinho e era comum abrirem as adegas para a prova da água-pé ou do vinho novo. Uma autêntica festa de alegria, convívio e também de alguns excessos, especialmente de embriaguês, que o deus Baco apadrinhava.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Tachos, panelas & outros utensílios

domingo, 4 de novembro de 2007

Ananás de S. Miguel

Em Agosto deste ano passei três dias na Ilha de S. Miguel, Açores. Muitas eram as coisas que levava indicadas no meu bloco de notas para visitar. Um desses pontos, era as estufas de ananases em Fajã de Baixo, mesmo junto à cidade de Ponta Delgada.


Cheguei a Fajã de Baixo depois da tentativa aventurosa de ir visitar a Lagoa do Fogo. A sinalética está bem colocada e foi fácil encontrar as famosas estufas.

As estufas podem ser visitadas livremente, dentro do horário de funcionamento. Depois de dar uma volta. Tirar fotografias e ir percebendo as variações de temperatura de estufa para estufa, fiquei com vontade de saber mais. Esta visita estava a saber a pouco. As minhas expectativas em relação à produção do ananás micaelense eram mais elevadas. Mas eis senão quando, chega ao recinto uma visita guiada. Um conjunto de emigrantes portugueses nos EUA e outros turistas acompanhados por um guia. Assim como quem não quer nada fui me juntando ao grupo. E ainda bem que o fiz, porque aprendi muito mais. No local não há informação sobre o processo de produção deste famoso ananás, ou pelo menos eu não a encontrei.

O guia era daquelas pessoas com que se apetece ficar a conversar a tarde toda. Um pessoa cheia de estórias e de sabedoria sobre os Açores e o cultivo do ananás.


Sobre a introdução e evolução do cultivo do ananás, o Eng.º Ponte Tavares escreveu assim:

«A introdução da planta do ananás na Região Açores teve lugar na primeira década do século XIX. A variante aqui introduzida, a Smooth-Cayenne, era originária da América Central e do Sul.

A sua primeira utilização foi como planta ornamental, e cultivada em vasos em estufas de pequena dimensão.

A sua real projecção só chega quando se origina a regressão da cultura da laranja, fruto de uma doença que começou a afectar estas culturas. Foi então, pela mão de José Bensaúde e de Manuel Botelho de Gusmão que tem início uma fase experimental da cultura do ananás, que anos mais tarde assumiu o título de Rei dos Frutos.

Foi na profunda experimentação da cultura da planta que, graças a Manuel Botelho de Gusmão, se revelou um nova forma económica em termos produtivos nos Açores. Carecendo de ser cultivado em estufas, face ao clima diferente do da sua origem, o desenvolvimento (em termos comerciais) teve o seu início por volta do ano de 1864, depois de boas experiências com ananases enviados para Londres. E foi rápida a exportação para o exterior. Dez anos apenas passados da exportação atrás referida, a Região havia exportado, em 1874, qualquer coisa como 17 mil toneladas. Um ano mais tarde, em 1875, existiam três estufas a produzir, com capacidade para as 40.000 plantas.

Perante a 1ª Grande Guerra, a cultura do ananás sofreu o primeiro abalo na sua comercialização, voltando à normalidade alguns anos mais tarde. Aliás, entre o período de anos que decorreu entre a 1ª e a 2ª Grandes Guerras, a cultura do fruto atingiu excelentes resultados.

Foi no eclodir da 2ª Guerra Mundial que se registou uma das piores crises na produção da fruta. Nos dois anos posteriores ao fim da Guerra conseguiu-se retomar a exportação para Londres, mas pelo caminho haviam ficado vários produtores que, sem capacidade de suportar os custos inerentes à crise provocada pela guerra, deixariam cair a sua actividade. A debilidade económica de Londres levou os produtores a encontrarem novos destinos para acolherem o fruto. Surgem como hipóteses países como a Bélgica, a França, a Alemanha, a Suíça, a Holanda, a Itália, Estados Unidos da América, Portugal Continental e a própria Região Autónoma da Madeira. (...)»


A produção do ananás micaelense é feita em estufas de madeira e vidro. Na Primavera as estufas são caiadas de branco de modo a impedir a entrada dos raios solares, pois o ananás necessita de calor, mas não da força directa do sol.

O solo da estufa é também tratado. Antigamente, segundo o guia, era preparado com a chamada "lenha de estufa". Na preparação do solo, entra a leiva, lenha, terras de anteriores culturas, aparas de madeira, etc.

Outra particularidade no cultivo deste ananás é o recurso ao fumo. É colocado, ao final do dia, na estufa, um recipiente de lata com vários furos, que ajuda o fumo a sair. Nessa lata faz-se uma fogueira com restos de, por exemplo, folha de bananeira, entre outro tipo de matéria orgânica que ajuda a fazer muito fumo. O fumo fica na estufa durante toda a noite. Só pela amanhã se abrem as portas para arejar a estufa. Este processo repete-se durante 8 meses e permite que as plantas floresçam ao mesmo tempo.

Cada uma destas flores vai dar lugar a uma escama da casca do ananás.

Pelo que se sabe esta técnica foi descoberta por acaso. Um dia, um cigarro mal colocado, de um grupo de trabalhadores, levou ao acender de um pequeno incêndio que encheu de fumo as estufas. O que parecia ser uma desgraça para o proprietário com a consequente morte das plantas, afinal revelou-se o contrário.

Um ananás demora, sensivelmente, dois anos a produzir. É obra , não é?

No final da visita, tive a oportunidade de provar um maravilhoso licor de ananás, à venda na loja que dá apoio às estufas.


P.S.: Vale a pena visitar o The Azores Islands para se conhecer um pouco mais do que aqui foi dito.

sábado, 3 de novembro de 2007

A cozinha e a arte

Natureza Morta com maçãs e romãs
Gustave Coubert

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Arroz de Bacalhau do Francisco José Viegas



Há uns tempos atrás, li o romance Longe de Manaus de Francisco José Viegas. Acompanhei os passos do detective Jaime Ramos na investigação de um crime que liga Portugal e o Brasil, mais concretamente à cidade de Manaus.

Francisco José Viegas é um respeitado autor nacional, que se tem destacado na área do romance, na crónica jornalística e gastronómica, na rádio e na televisão. Acompanhei sempre com interesse as suas crónicas (O Cozinheiro Ideal e À Mesa) na revista Grande Reportagem e que ainda hoje guardo. Que pena esta publicação ter acabado!

Mas voltando ao romance policial Longe de Manaus. A determinada altura o personagem Jaime Ramos cozinha um arroz que me deixou cheia de vontade de experimentar, quase que consegui sentir o cheirinho do refogado de tomate e do pimento a invadir os meus sentidos. Como eu gostava de me ter sentado à mesa, nesse dia, com Jaime Ramos e Ramiro.

Francisco José Viegas escreveu assim:
«(...) Jaime Ramos tinha terminado de fazer em lascas o bacalhau apenas escaldado e arrefecido de seguida no parapeito da janela. A água onde fervera durante três minutos o bacalhau fora acrescentada ao refogado de cebola, alhos, tomate, meio pimento verde e meio pimento vermelho. Quando chegou a hora de acrescentar o arroz ao caldo, juntamente com o bacalhau desfeito em lascas, procurou o resto dos pimentos, um molho de salsa, duas malaguetas douradas, uma folha de louro – e olhou para o tacho com melancolia, tapando-o.» (p.198)

Ora bem, como esta receita tinha povoado a minha imaginação, hoje resolvi pô-la em prática. Fiz assim:



1. Cozi durante sensivelmente três minutos duas postas de bacalhau (usei postas de bacalhau congeladas, já previamente demolhadas). Retirei o bacalhau e deixei arrefecer. Reservei a água.

2. Para um tacho, piquei uma cebola, 4 dentes de alhos. Reguei com azeite e levei ao lume.

3. Limpei de peles e sementes 3 tomates grandes e bem madurinhos. Cortei-os em pedaçinhos e juntei ao refogado da cebola e alho.

4. De seguida, cortei 1/2 pimento verde e 1/2 pimento vermelho. Adicionei ao refogado. Deixei cozinhar um pouco.

5. Antes de adicionar 2 chávenas de chá de arroz, juntei ao refogado a água de cozedura do bacalhau. Assim que a água levantou fervura, juntei o bacalhau previamente desfiado, o arroz, 2 piripiris, 2 folhas de louro e um ramo de salsa. Adicionei também um pouco de sal.

6. Tapei o tacho e deixei cozinhar.


Segui, praticamente todas as indicações de Jaime Ramos, excepto a utilização do resto dos pimentos.

Assim que vi que o arroz já estava cozido servi de imediato, pois eu gosto dele malandrinho. Tal como Jaime Ramos fez, eu também acompanhei este arroz com uma garrafa de vinho. Escolhi um vinho branco meio seco do Douro, Grandjó de 2006.

Querem vir almoçar?

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dióspiro com canela


Esta foi a sobremesa de ontem à noite.

Sobre o Dióspiro, encontrei este texto aqui, muito interessante.


P.S. Obrigada, Witchie pela sugestão do dióspiro com canela.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Entrecosto no forno


Esta receita de entrecosto é das mais simples que conheço. A primeira vez que a comi, fiquei cheia de curiosidade para saber como é que era confeccionada. Queria perceber como era feito este entrecosto suculento e estaladiço. Dei o meu palpite, mas errei. A receita era ainda bem mais simples do que a minha tentativa.

O primeiro truque está na compra do entrecosto. Por cá existe o hábito de separar o entrecosto do chamado toucinho entremeado. No talho peça para numa peça de entremeada tirarem só a pele do porco (o courato) e deixarem o entrecosto com mais carne. Mandar cortar o entrecosto às tiras.

1. Num tabuleiro baixo - eu costumo usar um do próprio forno - dispor o entrecosto. Temperar com sal e piripiri a gosto. Regar com um pouco de azeite.

2. Levar ao forno e deixar assar. De vez em quando virar o entrecosto para que fique dourado de ambos os lados.


Para servir este entrecosto os acompanhamentos são variados. Podem acompanhar com salada, arroz, batatas fritas, legumes cozidos ... o que mais gostarem.

domingo, 28 de outubro de 2007

Notas de viagem

Hoje fiquei um pouco nostálgica e ando a rever as minhas fotos das últimas férias. E como não poderia deixar de ser a comida está sempre presente.


Na foto está o pequeno-almoço servido, em primeira classe, no comboio que faz a ligação Boston-Nova Iorque, e no qual eu viajei.

Antes de ir para os EUA, tinha a ideia que lá se comia mal, que se comia muito à base de hamburguers e de fast food, pouca qualidade e muitas gorduras. Esta minha opinião era unicamente baseada no senso comum e partilhada, até por algumas pessoas que conheço. Ideia talvez veiculada por alguns filmes e alguma pouca informação.

O pouco que conheci levou-me a alterar a opinião. É certo que há a chamada fast food de má qualidade, mas também existe o contrário e em muita variedade. O problema às vezes está na escolha. "Too many options" - diziamos nós na brincadeira. Encontramos restaurantes com comida muito agradável e servida com qualidade, e também encontramos espaços tipo self service em que somos servidos com comida para ser consumida de forma rápida. Nestes espaços, o que eu estranhei foram os recipientes e os talheres. É tudo de plástico. Não me dá gozo comer com um garfo de plástico ou experimentar uma sopa fumegante com uma colher de plástico, num recipiente plastificado. É como se o sabor se perdesse e o plástico se sobrepusesse ao prato que vamos degustar. O recipiente onde é servida a comida conta, ajuda a fazer o prato. Isso marca a diferença.

Para quem está habituada a beber café numa chávena de cerâmica ou porcelana, a apreciar o sabor, o cheiro, a intensidade, é claro que estranha quando lhe colocam um copo de plástico/papel de grandes dimensões. Mas os americanos bebem o café de uma maneira diferente de nós. Adaptaram a forma de cozinhar às exigências da sua vida, tal como qualquer outra sociedade, não é verdade?

Percebi que a comida americana é muito variada. Daquilo que eu pude ver e do pouco que visitei, na zona de Nova Inglaterra, encontramos influências inglesas, irlandesas, até portuguesas, etc ... Desde a sopa Clam Chowder, às massas, os churrascos, lavagante e outros mariscos, aos diferentes tipos de frutos silvestres, tartes, as panquecas, o maple syrup, os cupcakes, etc...

I love America!

sábado, 27 de outubro de 2007

Bolo de Dióspiro

As sextas-feiras à noite, costumam ser passadas cá em casa, às vezes, estilo home cinema. Um filme em DVD e sempre mais qualquer coisa para ir alimentando a vontade de comer, de preferência doce. É um vício péssimo comer em frente à televisão, pois não nos apercebemos do quanto já comemos. Mas enfim, eu acabei por me portar bem e só comi duas fatias do bolo de dióspiros que fiz.

Tinha cá em casa vários dióspiros madurinhos e andava a apetecer-me fazer uma sobremesa com eles. Procurei n´O Livro de Pantagruel e não encontrei nada. Entretanto fiz uma pesquisa no Google e surgiu este link com uma receita de um bolo de dióspiro, da página de João Luís Honório Matias, e uma outra que me ficou debaixo de olho para experimentar muito brevemente, se ainda tiver dióspiros. Aqui fica a receita que copiei do referido link:

Ingredientes:
1 gema
250 gr açúcar
2 colheres de sopa de manteiga (derretida e arrefecida)
± 4 dióspiros (usei dióspiros bem maduros)
1 colher de chá de canela
Raspa de meia laranja grande
Raspa de meio limão grande
1/4 colher de chá de sal
300 gr farinha
2 colheres de chá de fermento
1/2 chávena de nozes picadas (usei uma chávena de chá)
1 clara

Bater a gema e adicionar progressivamente todos os ingredientes listados até ao sal.

Quando a massa estiver homogénea, misturar a farinha e o fermento.

Por fim, introduzir as nozes. Juntar esta massa à clara batida em castelo bem firme e envolver com uma colher de pau.

Levar a cozer em forno médio, em forma untada e polvilhada com farinha, aproximadamente 1 hora.

Depois de cozido polvilhei com um pouco de açúcar em pó.

Receita aprovada. É pena a época dos dióspiros ser tão curta!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Folhados de espinafres, cogumelos e pinhões

No frigorífico tinha uma embalagem de massa folhada fresca em fim de validade, para a usar pensei em fazer uma sobremesa. Gosto de tartes de massa folhada com maçã e canela. Mas as exigências de um jantar fora de horas mudaram o rumo de uso desta massa.


Salteei, em azeite, uma cebola cortada em meias luas. De seguida juntei espinafres (usei congelados) e cogumelos laminados (uma lata das pequenas, bem escorridos). Temperei com sal e pimenta. Deixei cozinhar um pouco. Por fim, juntei pinhões ligeiramente torrados e retirei do lume.

Estendi a massa folhada e cortei-a em círculos. Recheei os círculos com o preparado anterior. Fechei os círculos de modo a fazer meias luas. Pincelei-os com gema de ovo e levei ao forno. Retirei assim que vi que já estavam bem loirinhos.

Nham ...nham ... uma delícia!

Estes folhadinhos foram acompanhados por uma cerveja belga de framboesa, bem fresquinha.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A cozinha e a arte

Vessels, Basket and Fruit
Paul Cezanne

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Lombo de porco recheado com azeitonas verdes

No domingo deixei a descongelar lombo de porco para fazer para o jantar. Mas, a preguicite do final da tarde, bem merecida, depois de uma manhã, na Gulbenkian, a visitar a exposição Os Gregos, adiou a tarefa de cozinhar tal pedaço de carne. Ontem, não pude adiar a tarefa e meti mãos à obra.

Fazer este lombo recheado com azeitonas era uma ideia que queria experimentar já há algum tempo e, na última ida às compras, adquiri as azeitonas, optei pelas verdes já descaroçadas e cortadas, e o raminho de tomilho.

Ingredientes:
4 dentes de alho
150 g de azeitonas verdes já descaroçadas e cortadas
Lombo de porco (aprox. 1 kg)
4 cebolas
3 colheres de sopa de azeite
2 folhas de louro
1 raminho de tomilho
vinho branco seco
Sal e pimenta

1. Descascar 2 dentes de alhos e picá-los. Juntar o alho picado às azeitonas.

2. Rechear o lombo com o preparado de azeitonas. Temperar com sal e pimenta a gosto.

3. Enrolar o lombo e atar com um fio.

4. Levar ao lume o azeite. Quando estiver bem quente, colocar a carne e deixar alourar de todos os lados.

5. Juntar as cebolas cortadas, os restantes alhos, o louro e o ramo de tomilho.

6. Temperar com sal e pimenta. Regar com um pouco de vinho.

7. Tapar o recipiente e deixar cozinhar sensivelmente durante 1 hora. Vigiar o assado e sempre que necessário refresque com vinho branco.

Acompanhei este lombo com arroz branco e feijão verde cozido. E a receita correspondeu às expectativas!

P.S. Receita do livro Apascentai o meu Rebanho.

Imprescindíveis ...



... nesta cozinha.

domingo, 14 de outubro de 2007

Maduros, muito madurinhos é que são bons!

O dióspiro, conhecido pelos antigos gregos como a "fruta dos deuses" é das poucas frutas que, geralmente, só são boas bem madurinhas. É uma fruta delicada e que precisa de ficar bem madura, pois só quando estão bem maduros, quase a abrirem fendas é que, poderemos apreciar o sabor doce, deliciosamente doce desta fruta digna dos Deuses.

Adoro dióspiros!

Mais livros ...

Nesta foto estão os livros que comprei durante as minhas férias de verão. Tenho o hábito, sempre que viajo, de trazer comigo alguns livros de gastronomia ou algumas revistas dedicadas ao tema.

Desta lista, o autor Alton Brown foi-me recomendado. Tive a oportunidade de ver dois dos seus programas de televisão e fiquei fã. Cá por Portugal nunca tinha ouvido falar deste autor nem dos seus programas.