quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Presentes gastronómicos

O Natal já passou. Tanta azáfama, tanta correria a preparar a festa e depois passa num abrir e fechar de olhos.

O Ano Novo já está aí à porta, mas antes de deixá-lo entrar, queria partilhar convosco os presentes que esta cozinha ganhou para se inspirar em 2009.


domingo, 28 de dezembro de 2008

A tradição ainda é o que era ...

O Natal é a festa da família. É juntarmo-nos em espírito de solidariedade e reunirmo-nos à volta da mesa. Natal é sinónimo de festa e de alegria.

No cardápio das tradições natalícias do dia 24 de Dezembro, a noite da consoada, consta, em várias regiões do nosso país, o bacalhau com couves e batatas. E tradição é tradição, foi o nosso prato na véspera de Natal.

Passei a noite da consoada em casa dos meus sogros. Enquanto acabava de fazer as últimas etiquetas para os presentes a colocar na árvore de Natal, na cozinha decorria a habitual azáfama desta altura.

Acrescentam-se dois fogões de campismo, lavam-se e preparam-se os legumes, contam-se os ovos e as postas de bacalhau para não faltar, colocam-se ao lume as panelas grandes sempre prontas para estes dias de festa, põe-se a jeito as travessas e os panos. As cozinheiras não param.



Ingredientes:
1 posta de bacalhau por pessoa
1 ovo por pessoa
couve portuguesa
brócolos (facultativo)
batatas com pele
cenouras e cabeças de nabo (facultativo)

1. Cozer as couves com o bacalhau previamente bem demolhado.

2. À parte cozer os ovos, as batatas com a casca, as cenouras e as cabeças de nabo, em água com um pouco de sal. Para que os brócolos fiquem inteirinhos cozê-los também à parte numa panela com água temperada de sal. Não tapar a panela para os brócolos ficarem bem verdes.

3. Assim que estiver cozido servir em travessas. Os ovos devem ser servidos descascados.


Ao servir os legumes podem embrulhá-los em panos brancos ou mesmo de cozinha. O pano ajuda, por um lado, a absorver a água, que os legumes ainda deitam mesmo depois de escorridos e, por outro lado, permite que os legumes não arrefeçam tão rapidamente.

Para temperar este prato costuma-se usar um molho de azeite e alho (levar ao lume azeite com dentes de alho cortados em rodelinhas, quando ferver retirar, juntar um pouco de vinagre e servir), mas nós optámos pelo galheteiro com o azeite e o vinagre.

Para sobremesa tivemos rabanadas, sonhos e fritos de abóbora. Depois do café, foi servida uma ginjinha.

À meia-noite, junto à lareira, começámos a abrir os presentes. Um a um. A ler as etiquetas e a tentar adivinhar o que se esconde nos embrulhos. A rir e a pensar que é bom viver estes momentos em família, e a desejar que para o ano seja no mínimo tão bom como este ano.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal 2008

Feliz Natal 2008 ...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Folhadinhos de marmelada com nozes

O Natal aproxima-se a toda a velocidade. Ainda faltam alguns presentes. Nunca consigo comprar tudo a seu devido tempo. Fica sempre um presentito ou outro para comprar mesmo à última da hora!

No sábado passei a manhã na baixa da cidade. De um lado para o outro às compras. Fazer compras quase por obrigação torna-se cansativo. Nem sempre se encontra o que se quer e nem sempre o que se encontra serve.

Depois de uma manhã cansativa, fiquei a tarde em casa. Depois do almoço seguiu-se uma sessão de cinema. Já há algum tempo que fiz uma lista de filmes que gostaria de ver ligados ao tema da gastronomia. Nessa lista constava o filme Bella Martha, que finalmente consegui arranjar. Foi o filme para a tarde de sábado.

Para acompanhar esta tarde caseirinha, resolvi fazer uns folhados de marmelada e nozes. A ideia dos folhadinhos com marmelada roubei-a aqui, no blogue Vitamina ABC da Moonlight, e acrescentei as nozes.

Usei uma embalagem de massa folhada fresca. Barrei com marmelada apenas metade da massa. De seguida, polvilhei a marmelada com nozes picadas. Com a outra metada da massa fechei o folhado. Pincelei com uma gema de ovo e cortei a massa em pequenos rectângulos. Levei ao forno a cozer.

Uma delícia. Comem-se mesmo sem vontade. Em relação ao filme, gostei. Mas fiquei um pouco desiludida porque já tinha visto o No Reservations, que é uma adaptação do original alemão, mas ao estilo de Hollywood.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Salada de grão de bico com beringela grelhada

Nestes últimos dias tenho andado numa azáfama. Nesta altura do ano há sempre um pico de trabalho na minha profissão e, para complicar mais a situação, ainda não comprei os presentes para oferecer a toda a família.


Na cozinha tenho procurado fazer coisas rápidas e simples. Na terça-feira fiz esta salada de grão com beringela grelhada. Inspirei-me na receita de Beringela marroquina & Salada de Grão da revista Good Food de Setembro de 2006, mas foi mesmo isso, inspiração, pois quando dei por mim já estava a acrescentar ingredientes e a fazer um molho para temperar a salada diferente do que é apresentado na revista. Confesso que não sou muito fã de beringelas, mas como o Ricardo adora, tento de vez em quando confeccionar pratos com este legume.


Coloquei 500 g de grão cozido numa saladeira. Piquei uma cebola roxa e juntei ao grão. Entretanto grelhei uma embalagem de cogumelos laminados e juntei aos ingredientes anteriores.

Lavei e cortei em rodelas duas beringelas. Temperei com sal e pimenta. Pincelei com azeite e levei a grelhar. Quando virei as rodelas de beringela voltei a pincelar com azeite.

Depois da beringela grelhada, cortei as fatias ao meio e adicionei à salada. Juntei também queijo feta cortado em cubos. Polvilhei a salada com um raminho de coentros picados.

Servi esta salada com o seguinte molho: azeite, vinagre balsâmico, molho de soja, uma pitada de cominhos e de pimenta cayenna. Mexi bem.

Apesar de não ser uma grande fã de beringela gostei bastante da beringela grelhada.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Medalhões de pescada com manga e laranja

Medalhões de peixe é algo que costumo ter sempre em casa. São práticos e rápidos de confeccionar. A receita encontrei-a na minha lista de receitas a confeccionar. Lista que fiz a partir das várias revistas de culinária que tenho comprado ao longo dos anos e que sinto que não tenho usado como deveria. Mas ando a tentar.



Ingredientes:
4 medalhões de pescada congelados
1 laranja
sal
pimenta
4 sementes de cardamomo
pão ralado
40 g de margarina
0,5 dl de rum
1 manga
2 colheres de sopa de sementes de sésamo (facultativo)

1. Regar os medalhões de pescada com o sumo de laranja. Temperar com sal e pimenta a gosto. Adicionar as sementes de cardamomo esmagadas. Deixar o peixe a descongelar.

2. Escorrer os medalhões e passá-los pelo pão ralado, estilo panado.

3. Levar ao lume a margarina numa frigideira. Depois da margarina derretida, fritar os medalhões durante 3 a 4 minutos. Voltar os medalhões cuidadosamente para que não partam e fritem do outro lado.

4. Regar o preparado com o rum e deixar ferver 2 a 3 minutos. Juntar o líquido da marinada e deixar ferver mais um pouco.

5. Servir o peixe numa travessa com o molho por cima e pedaços de manga. Quem gostar pode polvilhar com sementes de sésamo.

A mistura de sabores vinda da laranja e do cardamomo tornam estes medalhões muito agradáveis. Acompanhei os medalhões com arroz selvagem cozido e uma salada mista.

P.S. Receita da revista Saberes & Sabores, nº 51, Maio de 1998.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Como comer uma laranja?

Houve tempos em que, para mim, comer uma laranja era sinónimo de a comer ao natural. Ou seja, simplesmente descascá-la e estava pronta a comer. Ou cortada às rodelas ou simplesmente em gomos. Açúcar, estava e está completamente fora de questão. Depois surpreendi-me com o sabor da canela e da laranja. E com o entusiasmo de quem descobre algo novo, durante algum tempo, sempre que decidia comer laranja lá tinha que estar a canela. Agora, cada vez mais me surpreendo com a versatilidade da laranja.

A primeira grande surpresa foi laranja com cebola e presunto e a segunda é, agora, esta receita de laranja azeitada à transmontana, que descobri no livro Palavra Puxa Receita de Maria de Lourdes Modesto.


Ingredientes:
1 laranja descascada
4 pingos de piripiri
1 dente de alho picado
Azeite q.b.


1. Cortar a laranja em rodelas. Regar com azeite de boa qualidade. Espalhar por cima o alho picado e o piripiri.

Simplesmente delicioso. É curioso perceber a reacção das pessoas sempre que falo em misturar laranja e azeite. Inevitalmente me dizem: "Que coisa mais estranha!". Acredito que possa parecer estranho, mas é muito bom.


Como comer uma laranja?

Talvez não consiga encontrar 1001 maneiras como para o bacalhau, mas que há muitas maneiras, lá isso há!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pêra nashi



A pêra nashi ou pêra asiática tem esta particularidade, por fora assemelha-se a uma maçã, mas por dentro tem as características de uma pêra.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Salada de dois queijos com romã e pinhões

Nestes últimos dias tenho sentido que ultimamente ando a abusar nas comidinhas. Portanto, num dos dias deste último fim-de-semana grande, apesar do tempo pedir comidinhas a fumegar, decidi que deveria fazer uma salada para tentar equilibar as calorias.

Numa taça misturei folhas de alface roxa aos bocados, tomates cereja partidos ao meio, uma mão cheia de folhas de rúcula selvagem, 4 rabanetes cortados às rodelas, uma embalagem de queijinhos frescos da Matinal, uma embalagem de queijos mozzarella frescos em miniatura, bagos de romã, pinhões tostados e croutons.

Temperei esta salada com preparado de bruschetta, que confeccionei segundo as indicações da embalagem.

A salada ficou muito agradável. A mistura de ingredientes com os bagos de romã resultou muito bem.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

3 livros é uma escolha difícil

A Suzana do Gourmets Amadores desafiou-me, há já algum tempo, a escolher os meus três livros favoritos. Entre uma chávena de chá e uns bolinhos a lembrar o Natal, ontem resolvi, finalmente, responder ao desafio.

É difícil para quem gosta de ler escolher apenas três livros. No entanto, para facilitar a minha tarefa pensei em escolher um tipo de livros com os quais me identifico. A minha escolha recaiu em livros que, de uma maneira ou de outra, focam a vida quotidiana, que para além de terem receitas também revelam aspectos dos autores, dos locais onde vivem ou que visitam. Basicamente, livros que nos abrem a porta para uma partilha de experiências, gostos, aspectos culturais e, se possível, com boas fotografias.

Para este desafio escolho então:

- The Kitchen Diaries de Nigel Slater. Neste livro Nigel começa por nos falar da importância que a comida tem para si. Acredita na "boa comida, no sítio certo, à hora certa". Os diferentes produtos sabem bem na sua época. Comenta que nunca conheceu ninguém que gostasse de comer uma fatia de melancia numa noite fria de inverno. Refere ainda a importância de escolher produtos frescos e, se possível saber a proveniência do que se come. Depois da breve introdução, o livro é um registo diário das refeições que vai cozinhando.

- A Cozinha Francesa de Joanne Harris & Fran Warde. A autora do romance Cinco Quartos de Laranja e Chocolate tem também livros de cozinha publicados. Este é o primeiro que saiu cá em Portugal. Joanne neste livro refere que muitas das suas recordações mais antigas estão ligadas à comida. Valoriza pequenas coisas que fez com os avós e outros familiares ou melhor, através do mundo dos sabores viaja pela memória a sítios, lugares e recorda pessoas. «(...) E são inúmeros os lugares que podem ser relembrados usando simplesmente uma mão- cheia de ervas ou uma receita antiga.»

Uma das coisas que a autora refere e que também concordo, é: "A comida de má qualidade não tem nada de vantajoso. Quando estamos com pressa, continuamos a demorar menos tempo a preparar uma salada fabulosa, uma sanduíche ou um prato de massa do que demoramos a descongelar uma embalagem de comida de má qualidade que custa uma exorbitância.»

- Sabores da Toscana de Stephanie Alexander e Maggie Beer. É um livro delicioso, com imagens fabulosas. Apresenta a experiência de duas australianas que viajaram até à Toscana para ministrar cursos de culinária.

O livro relata-nos o modo como as autoras vão interagindo com a cultura local e como vão cozinhando com os produtos da época, como referem: «A incerteza daquilo que o mercado nos podia oferecer cada semana ensinou-nos uma lição preciosa. Comprar produtos da época, quer dizer que temos de ser flexíveis. Muitas das vezes dávamos por nós a substituir um ingrediente por outro, ou alterando todo o carácter de um prato planeado ou criando um prato inteiramente novo por não haver um certo ingrediente ou por um novo e interessante ter aparecido. »

domingo, 7 de dezembro de 2008

Almoço de aniversário

Ontem o dia esteve chuvoso e cinzentão. De Lisboa à Malveira, onde fui à festa de aniversário do Paulo, esteve quase sempre a chover. Mas festa é festa, e mesmo a chover é tempo de comemorar.

Começámos a comemoração do seu aniversário com umas entradinhas. Frutos secos, tostinhas, espetadinhas de queijo, fiambre, paté de atum, moelinhas guisadas, etc.

Moelinhas guisadas.


O prato principal foi Cozido à Portuguesa, feito pela Dona Antonieta.

Depois do cozido, tivemos para sobremesa um crumble de maçã com marmelo e ameixa, um doce de chocolate e mascarpone, feito pela Cristina que conquistou todos os convivas, um bolo rei folhado e , naturalmente o bolo de aniversário.

Crumble de maçã com marmelo e ameixa. Receita adaptada desta. Apenas acrescentei as ameixas, que deixei a macerar no vinho do Porto.

Bolo rei folhado.

Doce de chocolate e queijo mascarpone.

A minha cunhada Cristina tem sempre a capacidade de nos surpreender com as suas sobremesas. Numa outra festa apresentou-nos um doce com requeijão e leite condensado cozido. Simples, mas excelente. E agora, deixou-nos a salivar com este doce de chocolate e queijo mascarpone. Uma delícia.

Depois da festa, seguiu-se um cafézinho na Fábrica das Trouxas (doce típico da Malveira) e a vontade de visitar as bancas dos agricultores da região que, normalmente aos sábados estão ali instaladas.

Zimbro

Bagas de Zimbro.

Encontrei estas bagas na loja/café da Dona Natália (Casa Pereira) nas Penhas da Saúde, Serra da Estrela. Assim que entrei na loja vi um saco cheio de bolinhas pretas e fiquei curiosa.

"Zimbro - disse-me a senhora. É bom para muita coisa, dor de barriga, chá, para colocar nos cozinhados de carne e o licor de zimbro é uma maravilha. Quer provar?"

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Besugo assado no forno

Nos últimos tempos tenho abusado dos pratos de forno. Com o frio que tem feito, apetece é mesmo comidinhas a fumegar.

Como tem sido hábito nos últimos meses, tenho quase sempre feito ao sábado ou, como neste caso, ao domingo peixe assado no forno.

A receita encontrei-a aqui e como apenas fiz alterações na quantidade de alguns ingredientes, transcrevo-a na íntegra.


Ingredientes:
1 besugo com cerca de 1,2 kg (usei 4 besugos com sensivelmente 1 kg)
1 limão

sal e pimenta q.b.

600 g de batatinhas
1 cebola
6 dentes de alho
(usei 8)
1 tomate maduro (usei 2)

2 c. de sopa de tomilho fresco picado

1dl de azeite
2,5 dl de vinho branco
2 c. de sopa de salsa picada
2 c. de sopa de pão ralado

Preparação:

Lave o limão e corte-o ao meio no sentido do comprimento. Reserve uma das metades e corte a outra em 8 gomos finos.

Lave o peixe em água corrente e enxugue bem. Tempere-o por dentro e por fora, com sal, pimenta e o sumo do meio limão. Com uma faca afiada faça 4 incisões de cada lado do besugo e introduza nas ranhuras os gomos de limão.

Descasque as batatas, a cebola e o alho e pele o tomate. Corte as batatas e as cebolas em rodelas e misture numa tigela com 2 dentes de alho esmagados e o tomate, sem grainhas, cortado em cubinhos. Junte o tomilho e tempere com sal e pimenta.

Deixe os legumes num tabuleiro, regue com o azeite e com o vinho branco e coloque o besugo por cima.

À parte, misture a salsa picada com o pão ralado e os restantes alhos picadinhos e polvilhe o peixe com este preparado.

Leve a assar em forno médio a 180ºC, durante cerca de 50 minutos, regando de vez em quando com o molho.

O peixe fica muito saboroso. O limão e a mistura de pão ralado com a salsa e o alho dão-lhe um toque muito especial.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Bolo de marmelo com canela, laranja e amêndoa

Num dos últimos fins-de-semana que fui a Santarém descobri, com a ajuda do meu pai, um terreno abandonado com marmeleiros. Passei por lá e trouxe um saco de marmelos amarelinhos e bem cheirosos.

Tenho-os usado como acompanhamento de carne e, na segunda-feira para o almoço com a família, resolvi fazer um bolo de marmelo "inventado" por mim e que resultou muito bem.


Ingredientes:

Marmelos:
60g de margarina
canela em pó a gosto
650g de marmelo descascado e descaroçado
3 colheres de sopa de açúcar amarelo
1 colher de sopa de mel
sumo de meia laranja pequena

Bolo:
250g de açúcar
75g de manteiga
4 ovos grandes
220g de farinha com fermento
raspa de 1 laranja
3 colheres de sopa de leite
70g de amêndoa triturada
1 colher de chá de canela


1. Colocar a margarina numa frigideira funda. Levar ao lume e deixar derreter. Adicionar os marmelos cortados às fatias. Deixar saltear um pouco, mexendo. Adicionar o açúcar e canela a gosto. Mexer e deixar o açúcar envolver os marmelos. Por fim, adicionar o mel e o sumo da laranja. Mexer e deixar o marmelo ficar tenro, mas sem se derreter.

2. Depois do marmelo estar macio, retirar do lume e deixá-lo a escorrer.

3. Bater o açúcar com a margarina. Depois de bem batido, adicionar os ovos um a um e bater bem entre cada adição.

4. Juntar a farinha, a raspa de laranja, a canela e o leite. Bater bem.

5. Por fim, adicionar a amêndoa ralada.

6. Colocar metade da massa numa forma untada e polvilhada de farinha. Distribuir parte dos marmelos por cima da massa. Colocar a restante massa por cima da camada de marmelos. Por cima desta última camada de massa, distribuir as restantes fatias de marmelos.

7. Levar ao forno para cozer.


O bolo fica muito interessante, o sabor da laranja com a canela e o marmelo combinam muito bem.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Porco assado com zimbro e um post cheio de música

Chamava-se Nini
Vestia de organdi
E dançava (dançava)
Dançava só pra mim
Uma dança sem fim
E eu olhava (olhava)

E desde então me lembro o seu olhar
É só pra recordar
Que lá no baile não havia outro igual
E eu ia para o bar
Beber e suspirar
Pensar que tanto amor ainda acabava mal

Ou então ...

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci

Estas são as músicas que nos últimos dias andam na minha cabeça. Dou por mim e estou a trauteá-las baixinho ou então, a mostrar o meu péssimo talento vocal cantando os refrões em plenos pulmões, mas isso só aqui em casa, claro!

As músicas são de Paulo de Carvalho. A primeira intitula-se Nini dos meus 15 anos e a segunda E depois do Adeus, que representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção e serviu como senha na noite de 24 de Abril para dar início às movimentações que conduziram à Revolução dos Cravos, e à conquista da liberdade no nosso país. Estas músicas têm andando na minha cabeça desde uma conversa que tive cá em casa sobre as músicas que ouvia quando era miúda. E sem me aperceber ficaram a tocar na minha cabeça. Espero que passe.

Como este post não é sobre música, vou passar a explicar-vos como usei pela primeira vez as bagas de zimbro. Quando comprei as bagas, a vendedora, a D. Natália, referiu que ficavam muito bem em assados de carne ou mesmo estufados. Como tal, resolvi experimentá-las num assado de carne de porco. Não coloquei muitas porque, o zimbro tem um sabor muito intenso.
Num almofariz, esmaguei dentes de alho, sal, coentros em grão e pimenta em grão. De seguida adicionei a esta mistura um pouco de colorau e um fio de azeite de modo a formar uma pasta com os ingredientes. Com esta pasta barrei um pedaço de carne do cachaço de porco. Esmaguei grosseiramente 6 bagas de zimbro e espalhei-as pela carne. Adicionei um ramo de tomilho fresco cortado. Reguei a carne com vinho branco e deixei-a a descansar sensivelmente 1 h.


Antes de levar a carne a assar no forno, reguei-a com um fio de azeite. De tempos a tempos, fui voltando e regando a carne com o molho.

Acompanhei este assado com marmelos salteados e um vinho tinto ribatejano, Encostas de Gouxa, oferta da Marizé.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sopa de cação

Tenho estado um pouco constipada e decidi este fim-de-semana ficar em casa. Os dias têm estado frios e a chuva não tem parado, o que não convida a saídas, nem mesmo aos meus pequenos passeios pela zona da Graça, Portas do Sol e baixa da cidade, que tanto gosto de fazer.

No sábado fiz a minha visita semanal à praça, mas muito breve, porque tinha mesmo que ser. Faltavam cá em casa, dois ou três ingredientes que tenho que ter sempre na minha cozinha e prefiro comprá-los na praça do que no supermercado. Mas como sempre acabo por comprar mais uma ou outra coisa e dentro do saco veio também, para além dessas outras coisas, as indispensáveis ervas, salsa e coentros.

Para o almoço resolvi fazer uma sopa de cação que aprendi com a minha mãe, que por sua vez aprendeu com uma amiga. Coloco aqui a sua explicação.

Numa panela colocar 1 ou 2 tomates bem maduros picados, conforme se queremos mais ou menos cor na sopa, 1 cenoura às rodelas, 1 cebola picada, 3 dentes de alho, e se gostarem podem acrecentar uma courgete sem casca aos pedaços. Temperar com sal, pimenta branca, azeite e vinho branco. Levar ao lume e deixar refogar.

Triturar o refogado. Acrescentar água para fazer a sopa. Quando ferver adicionar massa cotovelinhos. Quando a massa estiver quase cozida, acrescentar o cação cortado aos pedaços.

Servir a sopa com uma mão cheia de coentros picados.

Esta sopa serviu de refeição. Acompanhei esta sopinha com fatias de pão de milho.

domingo, 30 de novembro de 2008

Galinha com vinho do Porto da mãe da Catarina

Não conheço a Catarina, nem a sua mãe. Mas por esta receita, sei que é ou deve ter sido uma mão cheia na cozinha e a Catarina uma filha sortuda. A receita desta galinha encontrei-a no livro As Nossas Receitas de Maria Odette Cortes Valente e Ana Margarida Valente, Edição da Temas & Debates.


Ingredientes
1/2 galinha caseira
1 cebola média
0,5 dl de azeite
1 ramo de salsa
1 dl de vinho do Porto
1 colher de sopa de farinha torrada
água
sal e pimenta
hortelã para guarnecer
fatias de pão torrado ou frito

1. Num tacho, fazer um refogado com o azeite, a cebola picada e a salsa, em lume brando.

2. De seguida, adicionar a galinha cortada em pedaços, temperar com sal e pimenta e deixar refogar bem. Mexer de vez em quando.

3. Adicionar água até cobrir a galinha, o vinho do Porto e a farinha torrada desfeita num pouco de caldo. Deixar acabar de cozer com o tacho tapado. (Para torrar a farinha, basta colocá-la numa frigideira anti-aderente, levar ao lume e ir mexendo até a farinha ganhar um tom castanho claro.)

4. Quando a galinha estiver cozinhada, colocá-la numa travessa sobre fatias de pão frito ou torrado, e servir guarnecida com hortelã.

A receita original leva triângulos de pão frito, mas eu optei por fatias de pão torrado. Servi a galinha apenas com o pão e fica uma delícia. A receita é muito boa, mas a carne de uma galinha caseira também ajuda. Ou melhor, faz toda a diferença.

sábado, 29 de novembro de 2008

Três dias em viagem ...

Esta semana andei três dias em viagem. Parti, com uns colegas e uma grande comitiva, na segunda-feira em direcção ao Fundão onde, por sugestão da minha amiga Ana Assis, fomos almoçar ao restaurante Hermínia.

O restaurante tem uma decoração agradável e a comida é maravilhosa. Feita com produtos frescos e tratada com cuidado. No menu apresenta pratos da região, que é o que procuro comer sempre que viajo.

Começámos com umas entradas que envolveram uma salada de polvo, míscaros, melão com presunto, queijos e legumes fritos envolvidos em polme de ovo e farinha. A acompanhar um cestinho de pão de centeio.


O prato principal dividi-o com a Ana, e acabámos por experimentar dois pratos diferentes. Eu escolhi migas de bacalhau com nabiças e, ela, bifes de veado marinados em vinho tinto. Palavras para quê! Estava tudo muito bom.

Nas sobremesas procurámos fazer um "pijaminha" e dividimos a sobremesa de cada um pelos quatro. Eu escolhi um doce de cenoura que nunca tinha provado e é delicioso. O doce tem duas camadas e na base a cenoura está cortada em tirinhas finas. A Ana escolheu as famosas Papas de Carolo, o Luís a Tigelada e a Susana um doce de amêndoa.

Do Fundão partimos para a Covilhã onde passámos a tarde. Ao final do dia seguimos para as Penhas da Saúde , onde ficámos alojados.

No segundo dia, da parte da manhã, passeámos pela Serra. Fazia um tempo áspero, frio, que nos mordia a cara e o corpo. Depois do almoço subimos até à Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela e de Portugal continental. A subida para a Torre é uma outra viagem. À medida que vamos subindo, numa inclinação ou logo a seguir a uma curva, as encostas da Serra vão-se desenhando e revelando sem pudor a sua imponência através de uma vista magnífica. Olhamos para as ravinas despidas de arvoredo e sentimos um misto de admiração e de pequenez perante a força inquestionável da natureza. Quase a chegar à Torre a neve mostrou o seu encanto e encontrámos uma paisagem salpicada de branco. Lindo.

Aqui visitámos as lojas do pequeno centro comercial ali instalado. As lojas têm vários produtos da região. Começando no famoso Queijo da Serra da Estrela, passando pelos presuntos, paios, chouriços, mel, pantufas, gorros de lã, pão, licores, acabando nas pequenas lembranças alusivas à região, entre muitas outras coisas. Depois de várias provas de queijos e enchidos lá me decidi e, trouxe queijo da serra e pão de milho.




As pantufas da Serra da Estrela.

Nessa terça-feira ainda conheci a Dona Natália, responsável por uma loja e café nas Penhas da Saúde. Da sua loja trouxe bagas de zimbro e um licor Serrano, feito com zimbro. As bagas de zimbro podem ser usadas em marinadas de carne, para fazer chá, entre outros usos.

Neste segundo dia ainda houve tempo para uns petiscos. Sentámo-nos à volta da lareira e fomos petiscando diferentes tipos de chouriços assados e presunto, com pão de centeio e broa de milho. Alguns deles verdadeiramente caseiros.

Na quarta-feira e último dia de viagem, partimos das Penhas da Saúde em direcção a Seia. Fomos visitar o Museu do Pão. Aqui fizemos uma viagem desde o cultivo, passando pela moagem dos cereais até ao fabrico e distribuição do pão.

O Museu tem um café com uma vista mangífica sobre Seia e um espaço biblioteca onde se podem consultar livros alusivos ao tema. Para além destes espaços, o Museu também possui um restaurante.

O Museu tem uma mercearia à antiga portuguesa onde se podem adquirir os diferentes tipos de pão fabricados pelo museu, entre outros produtos da região.

O restaurante escolhido para o almoço foi o restaurante Camelo, que já conhecia de uma outra viagem. Aqui a escolha recaiu no Bacalhau com broa. Para sobremesa, aceitei a sugestão do senhor Jorge Camelo, filho dos fundadores do hotel e ainda hoje responsável pela sala de refeições que tem o seu nome, arroz doce com uma camada de leite creme por cima. O leite creme foi ligeiramente queimado. Uma delícia. E eu que nem sou grande apreciadora de arroz doce.

Depois do almoço em conversa com o senhor Jorge Camelo descobri que a invenção do famoso requeijão fresco com doce de abóbora salpicado com amêndoa triturada foi invenção da sua mãe, a D. Rosalina Camelo e é hoje uma sobremesa conhecida em todo o país. Para além disso, descobrimos que o Bacalhau com Broa à Camelo, que escolhemos para o nosso almoço, foi uma criação do nosso anfitrião. Magnífico. Fiquei encantada com esta conversa, com a energia, a sabedoria e a humildade deste grande senhor. No final, ficou a promessa que na minha próxima visita seria contemplada com a receita deste famoso bacalhau.

E deste modo terminou uma viagem que não se queria gastronómica, mas que inevitavelmente se tornou.

Restaurantes:

- Restaurante Hermínia
Avenida da Liberdade
Fundão
Tel. 275 752 537

- Restaurante Camelo (Hotel Eurosol Seia-Camelo)
Av. 1º de Maio, 16
Seia
Tel. 238 310 100