sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

28 receitas para a passagem de ano


O fim do ano está à porta. Nesta altura elaboramos o balanço do que fizemos ao longo de 2011 e fazemos votos para 2012. Eu gosto de traçar objectivos e pensar em coisas que gostaria de fazer ao longo do ano. Isso ajuda-me a dar colorido à vida.

Os objetivos são pretextos para fazermos ainda mais coisas ou coisas que gostaríamos de fazer e que vamos adiando. Para o próximo ano, nas minhas resoluções gostaria de fazer um Projecto 365. O Projecto 365, é fazer algo todos os dias, por exemplo, tirar uma foto, escrever uma história, ler um livro, escrever um poema, entre muitas outras possibilidades. Para quem, como eu anda a pensar nas suas resoluções, a New York Library dá uma ajuda, num breve artigo apresenta sugestões literárias para alguns dos desejos, assim como outros desafios para realizar no novo ano que se aproxima. Mas enquanto o novo ano não chega, é importante preparar a sua vinda. Uma das coisas que me preocupa e que ainda não decidi é a ementa. Vou receber amigos cá em casa e o que colocar na mesa quero que seja especial, para recebermos o novo ano num ambiente de amizade e alegria.

Para quem anda a preparar a noite de fim de ano, aqui ficam 28 variadas sugestões:

Sopas, saladas e entradas:
- Bruschetta com tomate cereja assado com vinagre balsâmico;
- Camembert recheado;
- Queijo ricotta com mel;
- Pataniscas de camarão;
- Salada de bacalhau com laranja à Andaluzia;
- Salada de muxama de atum com azeite de ervas;
- Salmão fumado com alcaparras e limão;
- Sopa de couve-flor e abóbora assadas com coentros;
- Sopa de peixe;
- Vieiras gratinadas.

Pratos de peixe:
- Lulas guisadas com tomate e funcho;
- Massada de peixe;
- Polvo à lagareiro;
- Risotto de safio com agrião.

Pratos de carne:
- Caril de vaca com batata-doce e abóbora;
- Carne de porco assada com maçãs;
- Carne de vaca estufada com tomilho e especiarias;
- Pá de porco assada no forno com alecrim e laranja;
- Peitos de pato com marmelos salteados.

Sobremesas:
- Abacaxi com queijo da Ilha de São Jorge;
- Bolinhos de coco e ovos;
- Bolo de chocolate, courgette e avelãs;
- Bolo de tangerina e coco ralado;
- Cheesecake com doce de ruibarbo;
- Queques de tangerina com azeite e sementes de papoila;
- Salada de fruta com um toque de Outono;
- Salame de chocolate com amêndoa e vinho do Porto;
- Tiramisù.


A todos, votos de um excelente 2012, cheio de projetos e desejos concretizados. Que seja um ano de muitos sorrisos e de deliciosas receitas.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Salada de beterraba com queijo feta, laranja e romã e os filmes de 2011


As publicações desta semana procuram fazer um breve balanço do ano que está quase a terminar. Comecei por falar das histórias e já falei dos livros e das leituras. Outra coisa que caracteriza a minha vida e obviamente o Cinco Quartos de Laranja, são os filmes e as séries. Não vou falar de tudo o que vejo ou que procuro acompanhar. Aqui, procuro sim, falar de filmes em que o tema seja a comida, de forma explícita ou que me sirvam de inspiração para fazer alguma receita. Os filmes que marcaram o ano de 2011, em termos gastronómicos foram:

- Manhãs Gloriosas - o filme levou-me a fazer uma frittata;

- Sob o sol da Toscana - Itália e a maravilhosa comida da região da Toscana;

- Love's Kitchen - depois de ver o filme, nunca mais me saiu da cabeça, a ideia de fazer um trifle.

- The Ramen Girl - ramen uma sopa tradicional japonesa cujo segredo está no caldo. Como tudo na cozinha, deve ser feito com o coração. A experimentar.

- Toast - gostei de descobrir um bocadinho mais da vida de Nigel Slater.

- Food Matters - adorei este documentário. Durante alguns dias não falava de outra coisa, de tal maneira, que alguns dos meus amigos decidiram ver o filme também. O que comemos é fundamental para a nossa saúde. Preocupamo-nos com a qualidade da roupa que vestimos, com o que calçamos, mas questionamo-nos sobre a qualidade do que colocamos no prato? O documentário reforça a ideia que somos aquilo que comemos. Faz algumas críticas à indústria farmacêutica e transmite a ideia de que devemos comer muitos legumes, leguminosas, beber água e diminuir o consumo de carne. A nossa saúde depende disso.

- Kitchen Stories - uma história simpática entre dois homens. Um que chega para observar os hábitos e comportamento do outro na cozinha. Daqui nasce uma amizade, numa cozinha cheia de histórias. A vida de uma casa e das pessoas que a habitam passa pela cozinha.

A cozinha é o coração da casa, diz-nos a Nigella, e é também a alma das festas. E os finais de ano são sempre alturas de festa. Começando pela festa de Natal do local de trabalho, passando pelos encontros com amigas de longa data que fazemos questão de não passar o ano sem marcarmos um almoço nesta altura. É como se não quiséssemos virar uma página sem primeiro fazer uma espécie de despedida para depois começarmos em grande, novamente. Com tanta festa de mesas fartas, de vez em quando é importante fazer uma refeição mais leve, para tentar de alguma forma procurar o equilíbrio. Ontem, o meu jantar foi esta salada. Deliciosa.


Salada de beterraba com queijo feta, laranja e romã

Ingredientes:
2 laranjas
bagos de 1/2 romã
8 tomate cereja
1 beterraba média assada cortada
1 dente de alho picado
1 colher de sopa de coentros frescos picados
2 colheres de sopa de nozes picadas grosseiramente
70g de queijo feta cortado em cubos
40g de rúcula ou mistura de folhas verdes
0,5 dl de azeite
sal & pimenta preta de moinho q.b.



1. Num recipiente colocar o alho picado e a beterraba. Mexer.

2. Descascar a laranja e cortar os supremos (os gomos limpos de peles). Reservar.

3. Numa taça ou em dois pratos colocar, a rúcula, a beterraba, os supremos de laranja, o tomate cereja cortado ao meio, o queijo feta, os coentros picados, os bagos de romã e as nozes. Temperar com sal e pimenta a gosto. Regar com azeite, mexer e servir.


Para assar a beterraba embrulhei-a em papel de alumínio. Coloquei o embrulho no forno pré-aquecido a 180ºC e deixei assar durante 40 minutos. Quem preferir, poderá usar beterraba cozida.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Livros, leituras e bolachas de melaço com especiarias


Os livros fazem parte do meu dia-a-dia. Por norma ando sempre a ler um livro e muitas vezes, mais do que um, quando os temas são diferentes.

Dos livros que coloquei na minha lista de desejos para 2011 consegui ler:

- The Sweet Life in Paris de David Lebovitz. Neste livro, David Lebovitz conta-nos algumas das suas experiências da sua vida em Paris. Um olhar especial e divertido sobre os parisienses. Do livro fiz um delicioso pão de especiarias;

- Garlic and Sapphires de Ruth Reichl. Fazer crítica gastronómica não é fácil. É o que nos diz Ruth Reichl neste livro que nos relata as suas aventuras quando escrevia para o New York Times. Aventuras, porque para conseguir fazer o seu trabalho, Ruth teve que se disfarçar. O livro conta-nos esse processo, os restaurantes que visitou e como criou diferentes personagens.

- My Life in France de Julia Child e Alex Prud'Homme. A vida de Julia Child é inspiradora, pelo menos para mim. Quando penso em Julia, penso numa mulher corajosa, trabalhadora e muito honesta no que fazia e na relação com os outros. É um exemplo de vida e de como podemos mudar de vida;

- Fisiologia do Gosto de Brillat-Savarin. Deste livro gostei principalmente da 2ª meditação onde nos fala do gosto.

Para além destes, outros livros marcaram as minhas leituras deste ano. E são:

- As Aventuras da Carne de Julie Powell. O título do livro chamou-me a atenção, descreve a experiência da autora num talho nos EUA. Daí parte numa viagem pelo circuito da carne que a leva à Argentina, Ucrânia e Tanzânia;

- Receitas de Amor de Anthony Capella, este livro é um hino à cozinha italiana e romana, em particular. Dava um excelente filme;

- Os Vários Sabores da Vida de Anthony Capella. Depois de ler este livro, estive mais atenta ao sabor ou melhor, aos vários sabores do café. Tive que fazer receitas com café;

- A viagem dos cem passos de Richard C. Morais. Ajuda-nos a compreender um pouco o mundo da chamada alta cozinha. Ter estrelas e manter as estrelas não é tarefa fácil;

- Picante por várias autoras portuguesas. Um livro de contos que mistura o sabor do picante com histórias da vida. Cada conto tem uma receita, picante;

- Cozinha d'amigos de Miguel Sousa Tavares. Um livro que reflecte a cozinha do autor. A sua maneira de estar e de pensar, o apreço pelas coisas da terra e que a natureza oferece, especialmente a caça;

- Papa Quilómetros de Ljubomir Stanisic e Mónica Franco. Cruzei-me há uns anos com a Mónica e com o chef jugoslavo num curso que me levou a ir ao mercado da Ribeira fazer compras e visitar a cozinha do restaurante 100 maneiras Bairro Alto. Assim que abriu, visitei o Bistro 100 maneiras e reafirmei o meu apreço pela cozinha de Ljubomir Stanisic. Agora volto-me a encontrar com o chef Ljubomir e hoje sua mulher, a jornalista Mónica Franco, numa viagem pelos sabores de Portugal. Uma viagem cheia de receitas com produtos regionais, sem esquecer as origens jugoslavas do chef. Um livro que nos leva a querer conhecer melhor Portugal e que dá uma fome!;

- Velocidade Colher, entre tachos e Bimby, o livro da minha querida amiga Susana Gomes. Um livro cheio de bom gosto, que transmite uma enorme alegria pelo mundo dos sabores, que nos impulsiona a ir para a cozinha e que afirma a paixão pela vida, pelo prazer das coisas boas e genuínas.

Para o ano espero ler alguns dos restantes livros da lista de 2011, eu digo alguns pois sei que outros entretanto virão e passarão à frentes destes. No Natal, embrulhados em papel bonito chegaram:

- Jenis, Splendid Ice Creams at Home de Jeni Britton Bauer;

- The Fat Duck Cookbook de Heston Blumenthal;

- Heston Blumenthal at Home de Heston Blumenthal;

- The Country Cooking of Italy de Colman Andrews;

- Bocca Cookbook de Jacob Kenedy.

Todos os anos costumo fazer uma lista de livros que peço ao pai Natal cá de casa, mas na grande maioria das vezes, troca-me as voltas, seleciona apenas um ou dois da minha lista e escolhe ele os restantes livros que me oferece. Apesar de eu resmungar baixinho, sei que está no seu direito e surpreendo-me sempre com as suas escolhas!

A leitura é uma forma de partilha. Neste Natal, ofereci livros e partilhei também, com alguns amigos estas deliciosas bolachas em forma de pinheirinhos.


Bolachas de melaço com especiarias

Ingredientes:
275g de farinha com fermento
125g de açúcar
100g de manteiga sem sal à temperatura ambiente
1 colher de chá de canela
1 colher de chá de gengibre em pó
1 colher de chá de erva-doce em grão
raspa de 1 limão
1 ovo médio
60g de melaço (mel de cana)


1. Misturar numa taça a farinha, açúcar, canela e gengibre. Adicionar a manteiga e trabalhar a mistura até ficar uma areia grossa.

2. Adicionar a raspa de limão, o ovo e o melaço. Trabalhar muito bem a massa. Formar uma bola, envolver com papel e levar ao frigorífico durante 30 minutos.

3. Pré-aquecer o forno a 200ºC.

4. Estender a massa numa superfície polvilhada com farinha. Com um corta corta-bolachas cortar a massa com 4 a 5mm de espessura. Colocar em tabuleiros forrados com uma folha de papel vegetal.

5. Levar ao forno durante 12 minutos. Retirar do forno, deixar arrefecer e guardar em caixas.


Estas bolachas ficam muito saborosas. Nota-se a presença do melaço e de vez em quando encontramos um grão de erva-doce que nos surpreende o palato.

Em 2012, espero que os livros nos continuem a fazer companhia. Os livros e as receitas.

Um beijinho a todos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As histórias de 2011 e uma receita de salame de chocolate


Os últimos dias do ano, são para mim, uma altura de reflexão. De balanço. Gosto de pegar na minha agenda e passar por todos os dias do ano e ver o que fiz e o que ficou por fazer. Faço isto uma vez, duas e três vezes.

A agenda é um objeto que me acompanha todos os dias do ano. Ali escrevo pensamentos, desejos, vontades, intenções, listas e mais listas (de livros, de filmes, de tarefas a realizar...) e vou sempre tomando nota de algumas das coisas que faço, um espetáculo, um almoço com amigos, etc. A agenda foi uma forma que encontrei para me organizar.

No início de 2011 fiz uma lista de desejos que procurei realizar durante o ano. Os desejos são um conjunto de intenções e não de obrigações. Por isso, uns foram realizados, outros ainda não. Mas, hoje no meu balanço gostaria de vos falar de algo que no início do ano não pensei em fazer e que se veio a concretizar.

Para mim, 2011 revelou-se ser um ano de histórias. Foi o ano em que mais histórias escrevi. Algo que tinha dentro de mim, mas que ainda não tinha visto a luz do dia. Sempre gostei de escrever. Há uns bons anos atrás participei numa antologia poética, mas o trabalho foi-se sobrepondo à vontade de escrever e esta foi ficando para trás. Agora que comecei, gostava de continuar. Espero conseguir.

Sempre que começo a escrever, lembro-me do escritor argentino Jorge Luís Borges, que dizia que uma das razões por que escrevia era para descobrir como terminava a história. Identifico-me imenso com esta ideia. Para mim, é isso mesmo. Dá-me uma enorme satisfação descobrir que caminho e que fim vou dar a uma frase que aparece na minha cabeça vinda não sei de onde, a uma ideia, que entretanto começa a ganhar vida, a caminhar na folha de papel. Escrevo para saber que caminho as palavras, as ideias irão ter. E digo-vos, isto é algo que se tem revelado viciante.

As histórias que marcaram 2011, por ordem cronológica, foram:

- Uma história para o dia da Criança;

- O que leva afinal, na cesta, o Capuchinho Vermelho?;

- Uma história com sabor a praia e mar e um arroz de goraz;

- Luísa e a receita de besugo assado;

- Pastéis de nata e os sabores de Lisboa;

- Bacalhau à Brás e os sabores de Lisboa;

- Uma dose de Magia - história com uma receita de creme de abóbora e chocolate. Com esta publicação participei no desafio lançado pelo blogue Gourmets Amadores e fui uma das contempladas com o livro Picante. O que me deixou muito contente. Uma excelente maneira de fechar o ano.

Em 2012, gostaria de continuar a viagem pelos sabores de Lisboa através das memórias de um personagem. As memórias surgem sempre relacionadas com a cidade e com os seus sabores. Comecei com os pastéis de nata, passei para o Bacalhau à Brás e gostaria ainda, pelo menos, de falar dos peixinhos da horta e da ginjinha.

Mas enquanto, não dou gosto à escrita, deixo-vos um sabor doce, que me traz à memória algumas histórias da minha infância. Salame de chocolate, mas com amêndoa e vinho do Porto. A receita foi adaptada da revista Saberes & Sabores, nº190, de Dezembro de 2009.


Ingredientes:
300g de bolacha Maria
200g de chocolate negro
100g de manteiga sem sal
0,5dl de vinho do Porto
50g de amêndoa ralada


1. Ralar finamente 200g de bolachas e esmagar grosseiramente as restantes.

2. Partir o chocolate em quadrados. Adicionar a manteiga. Derreter em banho-maria.

3. Juntar o vinho do Porto ao chocolate derretido.

4. Numa taça juntar a bolacha ralada, as bolachas partidas, a amêndoa ralada e o chocolate derretido com o vinho do Porto. Misturar muito bem.

5. Colocar o preparado numa ou em duas folhas de alumínio. Moldar um rolo, fechar com o papel de alumínio e apertar muito bem. Guardar no frigorífico.


Para saborear de preferência com uma história ao lado.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Queques de tangerina com azeite e sementes de papoila


No dia 26 de Dezembro acordo sempre com um ligeiro  sabor a nostalgia. Arrumo as lembranças que recebi, cheiro os livros novos de receitas, páginas e páginas de inspiração a pensar no novo ano. Arrumo as fitas e os papéis coloridos. De há uns anos a esta parte que procuro tirar sempre férias neste dia. Sabe-me muito bem, depois de toda a azáfama do Natal, da mesa farta, dos encontros com a família, especialmente fora de Lisboa.

No regresso a casa, trago legumes frescos e mais um saco de tangerinas que perfumam  a minha cozinha. As tangerinas continuam a chegar em abundância. Tanta que este ano, mesmo sem qualquer marca de tradição, resolvi fazer, para a mesa de Natal, também uns deliciosos queques de tangerina.


Ingredientes:
200g de açúcar
4 ovos médios à temperatura ambiente
1 dl de azeite
200g de farinha com fermento
30g de amido de milho (farinha Maizena)
150ml de sumo de tangerina
raspa de 3 a 4 tangerinas
25g de sementes de papoila

Vidrado:
1dl de sumo de tangerina
50g de açúcar


1. Pré-aquecer o forno a 180ºC.

2. Bater os ovos com o açúcar.

3. Adicionar o azeite em fio batendo sempre.

4. Juntar as farinhas alternadamente com o sumo de tangerina.

5. Por fim, adicionar a raspa das tangerinas e as sementes de papoila.

6. Distribuir a massa por formas de papel plissado e colocá-las numa forma ou em várias formas de queques.

7. Levar ao forno durante 30 minutos.

8. Uns minutos antes de retirar os queques do forno, prepara-se o vidrado. Para isso basta levar o sumo de tangerina e o açúcar, num tacho pequeno, ao lume médio. Depois de o açúcar estar dissolvido, deixar ferver durante sensivelmente dois minutos.

9. Depois dos queques cozidos e assim que se retiram do forno, picar os queques com a ajuda de um palito.

10. Pincelar os queques com o vidrado.


Eu usei formas plissadas grandes, o que rendeu 13 queques.

Estes queques de tangerina com azeite e sementes de papoila ficam uma delícia, perfumados pela tangerina e com uma excelente textura dada pelas sementes de papoila.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!


A todos, votos de um Feliz e Doce Natal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

20 sobremesas para a mesa de Natal e uma boa notícia


O tempo parece que voa e já temos o Natal à porta. Nesta altura do ano queremos encher as nossas casas de amor e de sorrisos largos. Abrir as portas e deixar entrar os espíritos natalícios da partilha, da amizade e da entreajuda. Compramos presentes a pensar naqueles que mais gostamos. Lembramo-nos dos amigos. Enviamos postais. Escrevemos mensagens. Pequenos gestos de fraternidade que mostram que a nossa vida só faz sentido com os outros.

O Natal é uma festa da mesa. Cozinhar é partilhar e no Natal assume esse significado em pleno. À mesa juntamos aqueles que nos são queridos, com quem partilhamos a nossa vida, que nos acompanham e amparam nos bons e maus momentos. E nesta partilha tudo ganha uma importância especial. A toalha que se escolhe para a mesa, a decoração, as velas, o modo como se colocam os presentes junto à árvore de Natal e principalmente as receitas da noite de consoada e do dia de Natal. A comida marca este momento. A cozinha enche-se com o cheiro doce da canela, do convidativo aroma do arroz-doce, não resistimos a provar os sonhos antes mesmo de os acabarmos de fazer, decoramos atentamente o bolo de frutas secas. Entre cada gesto, entre cada passo, procuramos aliar a tradição com coisas novas. É bom surpreender. Por isso pensamos atentamente nas receitas que iremos confecionar, para que as refeições se transformem em momentos de alegria. A comida ajuda a transformar os momentos. A dar sorrisos.

Para preparar o jantar de Consoada e o almoço do Dia de Natal já sugeri receitas de bacalhau e receitas de carne. Hoje, deixo-vos vinte ideias para sobremesas, para que este Natal seja ainda mais doce:

- Ananás com caramelo de laranja e vinho do Porto;
- Arroz doce com camomila;
- Carpaccio de laranja com calda de anis;
- Bolo de frutas cristalizadas;
- Bolo de frutas real;
- Bolo de Natal;
- Bolo de ricotta com arandos secos;
- Bolo de tâmaras e nozes;
- Bolo de tangerina;
- Bolo delicioso de chocolate;
- Bolo inglês com farinha de alfarroba e frutos secos;
- Brownie de chocolate e avelãs;
- Pão de chocolate e especiarias;
- Pão-de-ló;
- Parfaits de frutos vermelhos com chantilly de lima e gengibre;
- Peras em vinho Tinto;
- Pudim de café;
- Pudim de mel do Algarve;
- Sonhos de limão;
- Tarte de cenoura.


E como a publicação de hoje é cheia de sobremesas, relembro que até ao dia 6 de Janeiro de 2012 decorre o desafio Coisas doces para saborear até ao dia de Reis. Quem quiser participar pode consultar as condições.

A boa notícia é que a RAR Açúcar decidiu oferecer mais duas latas de bolachas aos leitores do Cinco Quartos de Laranja. Por isso, serão sorteadas não cinco, mas sete caixas entre todos os participantes. Aguardo as vossas participações.

A todos, votos de um Natal muito feliz e especial.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Bolachas de canela e cinco presentes de Natal


Eu adoro dar e receber presentes. Divirto-me imenso quando ando a preparar as prendas de Natal. Gosto de pensar nos presentes em função das pessoas que os vão receber. E só ofereço aos outros o que realmente gosto. Por isso, quando a RAR Açúcar me desafiou a lançar uma iniciativa para oferecer a cinco leitores do Cinco Quartos de Laranja uma simpática caixa de bolachas decorada e recheada com produtos desta marca, eu aceitei. Gostei da caixa das bolachas decorada com imagens de muffins, conheço a qualidade destes açúcares, e achei que seria uma doce prenda para os que me acompanham online.

As cinco caixas serão sorteadas entre os participantes de um desafio, a que dei o nome de Coisas doces para saborear até ao dia de Reis. Para participarem, os leitores deverão:

i) Confeccionar uma receita, em que um dos ingredientes seja o açúcar;
ii) A receita deverá ser alusiva à época festiva de Natal;
iii) Tirar uma foto;

iv) Publicar a participação na página do Cinco Quartos de Laranja no Facebook:
- Quem tiver blogue, basta publicar o link para a respectiva publicação (onde constem o nome, as indicações de confecção, pelo menos uma fotografia e referência ao desafio);
- Quem não tiver, deverá anexar a fotografia respectiva e indicar o nome da receita e as instruções de confecção.

v) O envio das caixas de bolachas a efectuar pela RAR Açúcar estará limitado apenas a moradas válidas em Portugal Continental e Ilhas;
vi) As participações terão de ser efectuadas até às 24h de 6 de Janeiro de 2011, dia de Reis.


Bolachas de canela

Ingredientes:
3 claras de ovo
1 pitada de sal
300g de açúcar
450g de amêndoas trituradas
1 colher de chá de canela
1 pitada de cravinho em pó
1 colher de sopa de geleia de marmelo


1. Pré-aquecer o forno a 150ºC.

2. Bater as claras em castelo com a pitada de sal até ficarem bem firmes.

3. Aos poucos adicionar o açúcar batendo sempre.

4. Reservar 5 colheres de sopa deste preparado para cobrir as bolachas.

5. Misturar as amêndoas, as especiarias, a geleia de marmelo e junte às restantes claras até fazer uma massa maleável. Se for necessário poderão acrescentar duas colheres de sopa de farinha sem fermento.

6. Forrar dois tabuleiros com papel manteiga.

7. Estender a massa de modo a que fique com 4 a 5 milímetros de espessura. Cortar a massa com um corta bolachas em forma de estrela.

8. Colocar as estrelas nos tabuleiros.

9. Com as claras reservadas cobrir as bolachas com uma camada fina. Retirar o excesso para que fique com a forma de estrela.

10. Levar as bolachas ao forno durante 25 a 30 minutos aproximadamente, até as bolachas estarem cozidas, mantendo a cobertura branca.

11. Retirar do forno e deixar arrefecer.


A receita destas bolachas é da revista Máxima de Dezembro de 2011. Em relação à receita original, substitui a geleia de groselha por geleia de marmelo e diminui o tempo de forno que era de 40 minutos.

Estas bolachas ficam óptimas. A cobertura de claras combina na perfeição com a textura da base de amêndoa.

Juntamente com as filhoses, com o bolo-rei e com o arroz-doce, doces tradicionais, este ano na minha mesa de Natal, vou ter estas bolachas em forma de estrela. E vocês, que doce(s) irão colocar na vossa mesa nesta altura de Festas?

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

15 receitas de carne a pensar no dia de Natal


O Natal já está à porta. Falta tão pouco e cá por casa ainda muito há a fazer. Os presentes ainda não estão todos comprados, os cabazes continuam incompletos e ainda não houve tempo para pensar nas etiquetas que irão acompanhar os presentes deste ano. Apesar disso, eu adoro esta altura do ano. Gosto de ter a árvore de Natal a alegrar a minha casa, gosto do espírito de partilha e de amizade que envolve esta quadra festiva.

Para quem anda, como eu, ainda como imensas coisas para fazer, aqui ficam quinze sugestões de pratos de carne para o dia de Natal:

- Frango assado no forno com aipo e cenoura;
- Frango assado no forno com laranja e tomilho;
- Frango assado no forno com maçãs;
- Frango do campo assado com tomate, abóbora manteiga e azeitonas;
- Galinha do campo assada no forno;
- Lombo de porco à Frei António;
- Lombo de porco recheado com azeitonas verdes;
- Pá de porco assada no forno com laranja e alecrim;
- Pato assado com laranja e vinho do Porto;
- Perna de borrego assada com mostarda e ervas;
- Perna de borrego assada no forno com azeitonas pretas;
- Perna de borrego assada no forno com mostarda em grão;
- Peru enrolado com recheio de alheira, maçã e espinafres;
- Peru no forno com couves de Bruxelas e castanhas salteadas;
- Vitela assada no forno.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bolachinhas de gengibre para oferecer no Natal


Nos últimos anos, pelo Natal costumo oferecer à família mais chegada uns cabazes com produtos variados. Nos cabazes coloco, produtos de compra, coisas apetitosas e menos comuns, especialmente regionais e, algumas coisas feitas por mim. Compotas, marmelada, ginjinha e bolachas. As bolachas faço quase sempre nas vésperas, mas este ano resolvi começar mais cedo. A receita encontrei-a num livro da Vaqueiro intitulado Livro de Bolos e Bolinhos.


Ingredientes:
70g de margarina ou manteiga à temperatura ambiente
200g de açúcar amarelo ou mascavado claro
2 ovos
1 pitada de sal
2 colheres de café de gengibre em pó
raspa da casca de 1 limão
250g de farinha com fermento


1. Pré-aquecer o forno a 200ºC.

2. Bater um pouco a manteiga. Juntar o açúcar, os ovos e o sal. Continuar a bater até obter um creme.

3. Adicionar o gengibre em pó, e a raspa da casca de limão.

4. Juntar a farinha e misturar muito bem. Moldar um bola e deixar descansar no frigorífico durante 1 hora.

5. Com um rolo, estender a massa com 3 mm, numa superfície polvilhada com farinha. Com a ajuda de um corta bolachas cortar as bolachinhas.

6. Levar as bolachas a cozer num tabuleiro forrado com uma folha de papel vegetal, durante 8 a 10 minutos.

Se na altura de estender a massa estiver demasiado mole, aconselho a juntar um pouco de farinha e amassar até conseguir a consistência desejada.

Estas bolachas poderão ser um óptimo acompanhento para um café ou chás nos dias de festa que se aproximam. Ou constituir mesmo um presente de Natal. Dentro de uma embalagem catita, resultam num apetitoso presente.

Estas bolachinhas ficam uma delícia. Pegam-se aos dedos e caem-nos na boca, umas a seguir às outras. Impossível comer uma só. Experimentem!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Risotto de safio com agrião


Eu adoro arroz. Um prato de arroz faz as minhas delícias.  Mas gosto principalmente de o cozinhar ou com legumes ou com peixe, ou com ambos. A semana passada a dar uma volta a ver o que tinha e o que havia em falta na arca frigorífica deparei-me com um saco com três postas de safio. Curiosamente pensei logo em fazer um arroz. Ou seja, mais um porque da última vez que cozinhei o safio acabou também num arroz.


Ingredientes:
600g de safio
1dl de azeite
1 cebola picada
3 dentes de alho picados
350g de arroz arbório
1,5dl de vinho branco
50g de folhas de agrião
1 raminho de coentros picados
sal q.b.
1,1L de caldo de cozedura do peixe
1 colher de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de queijo parmigiano reggiano ralado


1. Cozer o safio em água temperada com sal.

2. Depois de cozido, reservar o caldo e limpar o peixe de peles e espinhas.

3. Num tacho refogar, no azeite, a cebola e o alho.

4. Acrescentar o arroz e deixar fritar uns minutos, mexendo regularmente para não pegar ao fundo.

5. Refrescar o arroz com o vinho branco.

6. Acrescentar aos poucos e poucos o caldo de cozedura do peixe. Temperar com sal a gosto.

7. A meio da cozedura acrescentar o peixe, o agrião e os coentros. Deixar acabar de cozer, acrescentando caldo sempre que necessário.

8. Quando o arroz estiver cozido, acrescentar a manteiga e servir com o queijo polvilhado.


Este arroz ficou uma delícia. Um dos melhores que fiz nos últimos tempos. Sem dúvida!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Costeletas de porco com peras e cherovias


As costeletas de porco são muito versáteis e práticas. Um destes dias procurei cozinhá-las de forma diferente e lembrei-me de uma receita que tinha visto na revista Donna Hay Nº 45. A ligação das costeletas com as peras e as cherovias pareceu-me muito interessante.


Ingredientes:
4 costeletas de porco do lombo
1 colher de sopa de azeite
sal e pimenta
2 peras Rochas
2 cherovias descascadas e cortadas em pedaços
1/2 limão
60g de manteiga derretida
1 colher de sopa de açúcar amarelo


1. Pré-aquecer o forno a 200ºC.

2. Aquecer no bico do fogão uma frigideira anti-aderente.

3. Pincelar as costeletas com o azeite. Temperar com sal e pimenta a gosto.

4. Cozinhar as costeletas na frigideira 1 a 2 minutos de cada lado ou até ficarem ligeiramente douradas.

5. Colocar as peras cortadas em quatro, as cherovias e o limão às rodelas num tabuleiro de forno. Polvilhar com o açúcar e regar com a manteiga. Envolver bem.

6. Colocar as costeletas por cima do preparado anterior. Levar ao forno durante 35 minutos ou até as peras e as cherovias estarem cozinhadas.


Esta foi uma receita que nos agradou bastante. A pêra Rocha resulta muito bem como acompanhamento de carnes.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

10 receitas de bacalhau para o Natal


Os portugueses têm um relacionamento muito especial com o bacalhau salgado. Foi pescado durante décadas ao largo da Terra Nova e na Gronelândia. Dos bacalhoeiros saíam os pequenos barcos a remos e vela, tripulados por apenas um homem que se chegavam a afastar 500 metros para lançar a linha ao mar. Um processo solitário, onde colocavam todos os dias a vida em risco. Sabemos que muitos morreram. As campanhas podiam durar seis a sete meses. As condições de vida dos pescadores eram muito duras.

O bacalhau apareceu primeiro na mesa dos mais pobres e só a partir do século XIX é que começou a aparecer na mesa dos mais abastados e ligado a ingredientes mais nobres.

Hoje quando vamos ao supermercado encontramos uma grande oferta de bacalhau. Grande, pequeno, mais grosso, menos, etc. O mais caro é o bacalhau seco de cura amarela, tem apenas 12% de sal (os outros têm 17%). O chamado asa branca, é um bacalhau normal a que se retirou a pele escura da asa. Por isso, deve-se estar atento ao preço. Em relação ao peso, é considerado bacalhau corrente, o bacalhau até 1 kg, o crescido é quando tem até 2kg, o graúdo até 3kg, o especial com mais de 3kg e o jumbo, são bacalhaus com mais de 4kg.

Quando se pede para cortar o bacalhau é importante que as postas tenham uma altura idêntica, para que o processo de dessalga seja feito de forma uniforme. O bacalhau deve ser colocado de molho em água fria. Se for necessário, no Verão, acrescentar uns cubos de gelo ou até colocar o recipiente no frigorífico. As postas de bacalhau devem ser colocadas com a pele virada para cima e a água deverá ser mudada com mais frequência nas primeiras horas de dessalga. Poderão colocar as postas de bacalhau numa rede de modo a não tocarem no fundo, onde o sal se irá depositar.

Se o processo de demolha do bacalhau é importante, a confeção não fica atrás. Ninguém gosta de ter no prato um bacalhau seco, demasiado cozido (perde-se o colagénio, a gelatina que une as lascas) e sem sabor, por isso o processo de cozedura é fundamental. Para cozer o bacalhau, devemos colocá-lo em água a ferver temperada ou não a nosso gosto e reduzir o lume para que a água não volte a ferver. Assim que estiver cozido retirar. Quem preferir pode usar um termómetro, que introduzido na parte mais grossa da posta deverá marcar 40ºC. O bacalhau também poderá ser cozido em leite, se for para lascar ou para usar num Bacalhau à Brás. O bacalhau deve ser cozido em posta, com peles e espinhas.

No nosso receituário, encontramos mais de mil e uma maneiras de confecionar este peixe. É uma das nossas riquezas gastronómicas. Faz parte da mesa do dia-a-dia de muitos portugueses, mas no Natal, na noite de Consoada tem um papel especial, ligado ao peso da tradição. Para ajudar a planear esta noite especial, aqui ficam dez deliciosas sugestões para apresentar o nosso fiel amigo:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Peixe assado no forno com tomate e azeitonas


Nos últimos tempos tenho dado preferência ao peixe assado no forno. Os assados no forno são sempre refeições práticas e cheias de sabor, onde facilmente podemos dar asas à nossa criatividade.

A receita de hoje, sargo assado no forno com tomate e azeitonas, é feita regularmente cá em casa. Apenas com pequenas variações em relação às ervas que uso que são, normalmente, as que tenho disponíveis.


Ingredientes:
2 peixes para assar no forno (sargo, dourada, besugo)
1 limão
3 dentes de alho
60g de azeitonas pretas inteiras ou às rodelas
1 raminho de salsa
1 raminho de alecrim
sal e pimenta
1dl de azeite
450g de tomate rama pequeno ou cereja


1. Temperar o peixe com sal e pimenta.

2. Rechar a barriga do peixe com salsa, alecrim e uma rodela de limão.

3. Colocar o peixe num tabuleiro de forno. Em cima de cada peixe dispor um raminho de salsa e uma rodela de limão.

4. Juntar o tomate e as azeitonas. Regar com o azeite.

5. Levar ao forno previamente aquecido a 200ºC durante aproximadamente 40 minutos.


Servir com brócolos e batata cozida.

Bom apetite!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cheiros, temperos, adubos e uma receita de carne de vaca guisada


Quem por aqui passa, facilmente se apercebe que gosto de cozinhar. Mas associado a este gosto está também a curiosidade de saber aspectos da história da alimentação, saber pormenores e curiosidades de alguns dos produtos que usamos hoje em dia. Foi esta vontade de querer saber um pouco mais sobre a história e os alimentos que me levou a ler um artigo de Isabel Maria Fernandes intitulado Alimentos e Alimentação no Portugal Quinhentista, que já aqui tinha referido.

Uma das coisas que achei curiosa foi a distinção entre cheiros, adubos e temperos. "Cheiros são as ervas aromáticas usadas frescas nos cozinhados - coentro, funcho, hortelã, poejo e salsa. Adubos são as especiarias que se usam para condimentar a comida - açafrão, açúcar, canela, cominho, cravo, gengibre, louro, malagueta, mostarda, noz-moscada, pimenta, pimenta longa. E temperos são os produtos que ajudam a dar paladar à comida - sal, azeite e vinagre." Os adubos usados eram diferentes consoante a época do ano.

Não sei como cozinhavam a carne de vaca no século XV, mas sei que esta receita está bem condimentada de cheiros, adubos e temperos.


Ingredientes
1,1Kg de carne de vaca do chambão cortada em cubos
1 colher de chá de pimenta da jamaica
pimenta de moinho
2 dentes de alho picados
1 cebola picada
3 cravinhos
1 pau de canela
1 piripiri
1 raminho de orégãos frescos
1 raminho de salsa picada
1 folha de louro
4 tomates maduros limpos de peles e sementes
sal
1dl de azeite
2dl de vinho tinto
0,5L de caldo de carne ou água
4 cenouras cortadas
150g de cogumelos portobello cortados em quatro
2 batatas cortadas em cubos
250g de cogumelos Paris fatiados
2 talos de aipo cortados


1.
Num tacho colocar a carne, as pimentas, sal, o alho picado, a cebola, o cravinho, a canela, o piripiri, os orégãos frescos e a salsa, a folha de louro e o tomate picado. Regar com o azeite e com o vinho. Levar ao lume brando, com o tacho tapado, durante aproximadamente 1 hora.

2. Juntar o caldo de carne, as cenouras, os cogumelos, o aipo e as batatas. Rectificar o sal se necessário. Tapar o tacho e deixar acabar de cozinhar.


Este guisado ficou muito saboroso. A carne de vaca do chambão tem uns veios gelatinosos, que bem cozinhados deixam a carne muito tenra. Maravilhosa. Como tinha molho, o Ricardo e eu, não resistimos a ensopar umas fatias de pão fresco.

A todos, votos de boa semana.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Creme de abóbora picante com chocolate e uma dose de magia


O meu nome é Anouk e estou cansada de andar de um lado para o outro. A minha mãe, Vianne Rocher, quando sente a força do vento do Norte, irmão de Nótus e de Zéfiro, na janela do quarto, a bater, a bater, já não consegue descansar. Começa a andar irritada. Inquieta.

No primeiro dia, antes de partirmos, eu notei logo que alguma coisa não estava bem. Primeiro foram os mendiants que a mãe tanto gosta de fazer. São os seus preferidos. Com uma camada de chocolate fina, passas de uva maceradas em rum, amêndoa, uma noz, uma violeta e uma rosa cristalizada. São deliciosos. Fazem-me lembrar os dias de Verão com noites frescas, o cheiro a relva molhada, a brisa do rio que nos batia suavemente no rosto, quando estávamos, na aldeia de Lansquenet-sur-Tannes com Roux, por quem a mãe tinha um fraquinho. Ou pelo menos corava sempre que ele olhava para ela. Eu achava tanta piada ao seu embaraço. Naquele primeiro dia a mãe não acertava com a camada de chocolate. Dizia que não a conseguia fazer o suficientemente fina de modo a ficar estaladiça. Para mim, era apenas impressão dela. Alguma coisa começava a não estar bem.

Nos dias que se seguiram o vento continuou imperiosamente a fustigar as janelas e a mãe começou a ficar cada vez mais nervosa. Num dos dias, mesmo assim, acordou bem disposta e foi para a cozinha. Preparou um tabuleiro de mendiants du roi, fatias de laranja cristalizada embebidas em chocolate escuro e polvilhadas com folha de ouro comestível. A mãe é uma feiticeira do chocolate. Os seus mediants eram tão bonitos que até dava pena comê-los. Quando tudo parecia correr bem, Zozie, a rapariga dos sapatos vermelhos que nos ajudava na Chocolaterie parte o prato de Murano azul com uma florzinha no rebordo. Esse prato tinha sido uma oferta de Roux antes de partirmos para Paris. E a mãe, acho que viu aí um sinal. Correu para o quarto e sei que foi lançar as cartas.

Qualquer coisa pode despertar o vento. Um gesto. Um sinal. Uma palavra. Tudo aquilo que possa alterar o equilíbrio. Por isso há que voltar de novo à estrada. Isso apavoráva-me. Sempre a mudar de sítio. De um lado para o outro. A deixar os amigos. Ali em Paris tinha amigos. Gostava tanto quando o Jean-Loup nos visitava e começava a tirar fotografias. O seu chocolate preferido era o de amêndoa amarga. Isto é uma das particularidades da mãe, consegue sempre adivinhar o chocolate preferido das pessoas. Jean-Loup fazia-me rir e era divertido. Acho que gostava muito dele. Para piorar a situação, Rosette, a minha meia irmã, andava sempre irrequieta. Parecia que só fazia asneiras e quem arcava com as culpas de tudo era sempre eu.

Sei que a mãe tentou parar a força do vento. Mas estávamos em Dezembro, o último mês do ano e como a mãe diz, «Dezembro, cuidado; Dezembro, desesperado». Dezembro tem uma força especial diferente de qualquer outro mês. É uma altura de sonhos, de luzes, de Natal, de partilha, dos sorrisos das crianças a pensar nos presentes, da esperança das famílias. E isto altera tudo. A mãe, mesmo sabendo que não devia, ainda tentou alguns pequenos truques de magia, sal espalhado à porta, uma bolsinha de seda com laranja seca, mas a força das sombras e do vento não a deixaram em paz. Tinha que partir.

Mas qual é o segredo? Mas que forças nos empurram e obrigam a partir? Será um demónio? A Bruxa má da casa de gengibre? A Rainha do Inverno? A mãe diz que o vento lhe segreda que a magia desapareceu. Que é preciso recomeçar num outro lugar. Uma e outra vez. Percebi que íamos partir novamente quando numa noite, com a mãe e Rosette a dormir, desço à cozinha e vejo os tachos de cobre e de esmalte, a placa de granito onde a mãe molda o chocolate fundido, os termómetros do açúcar, as formas de plástico e de porcelana, as espátulas, as escumadeiras, tudo devidamente embrulhado e pronto para ser guardado.

Nessa noite, o vento não parou. Soprava de uma forma agreste. Assobiava nas frinchas das portas e janelas como um animal ferido. Para a mãe tinha chegado a hora. Acordou-nos. Vestiu-me com a sua capa vermelha, agarrou em Rosette e num saco grande que estava pronto e bem fechado. Saímos. O vento não nos largou. Abanáva-nos. Varria-nos como se fossemos folhas caídas no chão. A mãe agarrou-nos bem, sei que estava com medo de nos perder. Ainda não tínhamos chegado ao fim da rua quando um homem se aproxima de nós. Como estava escuro, só o consegui reconhecer pelos cabelos ruivos, presos na nuca. Roux esperava por nós. Desta vez, a mãe preparou tudo e isso deixou-me feliz.

Hoje chegámos a um novo local. Parece simpático. A cidade tem uma luz especial. Ao longe vejo um castelo e um rio, o Tejo. A mãe preparou para nós uma sopa de abóbora picante com chocolate. Esta é a receita que costuma fazer quando mudamos de sítio e ela se sente feliz. A abóbora é um fruto mágico que combinado com o fogo do picante nos dá coragem. O chocolate ajuda as pessoas a revelar a magia que têm dentro delas.

O céu está azul e o vento não se sente. Com Roux, Rosette e a mãe, sinto pela primeira vez que tenho uma família. Acho que vou gostar deste novo sítio.


Creme de abóbora picante com chocolate


Ingredientes:
900g de abóbora cortada em pequenos cubos
2 cebolas cortadas em meias luas
7 dentes de alho
sal e pimenta de moinho q.b.
1dl de azeite
1 cubo de caldo de legumes (biológico)
5dl de água quente
1 colher de chá de harissa
chocolate negro ralado com 70% de cacau para servir


1. Num tabuleiro colocar a abóbora, as cebolas e o alho. Temperar com sal e pimenta a gosto. Regar com o azeite e levar ao forno previamente aquecido a 200ºC durante 40 minutos.

2. Colocar os legumes assados numa panela. Adicionar o cubo de caldo de legumes, a harissa e a água quente. Triturar a mistura com a ajuda da varinha-mágica.

3. Servir o creme com chocolate ralado.


Com esta história e receita participo no evento Chocolate e Picante: Um desafio de receitas com histórias dentro, organizado pela minha amiga Suzana do blogue Gourmets Amadores.

A história é inspirada em personagens dos livros Chocolate e Sapatos de Rebuçado, romances da escritora Joanne Harris. Este creme de abóbora foi feito a partir de uma receita encontrada no blogue Local Kitchen Blog.

Espero que gostem!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Bolo de tangerina e coco ralado


Em Dezembro, chegam em abundância as tangerinas à minha cozinha. Para usar as primeiras da estação pensei em fazer um bolo. Mas que bolo? Não queria algo nada complicado. Um bolo agradável que me fizesse companhia durante a tarde do feriado enquanto acabava de ler um artigo, com 88 páginas - já podia ser um livro! - intitulado Alimentos e Alimentação no Portugal Quinhentista de Isabel Maria Fernandes, publicado em Abril de 2004 na Revista Guimarães e disponível através do Repositório da Universidade do Minho.

Sem nenhuma receita escolhida para o bolo, resolvi fazer uma pesquisa no site All Recipes e encontrei uma que me agradou. Mas como sabem, eu gosto sempre de dar um toque pessoal às receitas nas quais me inspiro, por isso, adaptei quantidades e introduzi o coco ralado. Achei que os sabores do coco e da tangerina iriam fazer uma combinação interessante. Cá em casa, adorámos.


Ingredientes:
170g de manteiga sem sal à temperatura ambiente
175g de açúcar
3 ovos
200g de farinha com fermento
150ml de sumo de tangerina
raspa de 3 a 4 tangerinas
30g de coco ralado


1. Bater a manteiga com o açúcar.

2. Adicionar os ovos um a um, e bater muito bem a cada adição.

3. Juntar a farinha e mexer.

4. Adicionar o sumo, a raspa das tangerinas e o coco. Mexer.

5. Colocar o preparado numa forma untada com margarina.

6. Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 30 minutos, antes de retirar o bolo com um palito verificar a cozedura.


O bolo fica com um delicioso aroma a tangerina e o coco ajuda a dar textura. Já agora aviso que se come muito bem e depressa! Espero que gostem.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Arroz de safio com courgette e a história de umas compras


Há dias em que chego a casa com um saco de compras na mão e o Ricardo enche-se de suores frios. - O quê? Mais coisas para o blogue?! - é a pergunta que lhe salta logo da boca, seguido de quanto é que eu gastei.

Comprar coisas a pensar no blogue, ou melhor no modo de apresentar a comida, é algo que se torna viciante. Ora é um paninho, ora é um prato e mais outro e outro, mais uma chávena, uns talheres, uns guardanapos, e a lista e a vontade de comprar não param. E claro, o que se tem nunca chega.

Ontem, trouxe um saco de compras para casa a pensar no blogue. Não resisti a uns tachinhos lindos, amorosos, numas cores apelativas, que vi numa loja. Gostei tanto deles que o jantar  foi feito para usar logo um.


Ingredientes:
700g de safio
4 tomates (aprox. 550g)
1 courgette cortada em em pequenos cubinhos
1 cebola picada
4 dentes de alho picados
1dl de azeite
400g de arroz carolino
1,2L do caldo de cozedura do safio
1 malagueta (facultativo)
1 ramo de salsa picada


1. Cozer o safio em água temperada com sal.

2. Depois de cozido, limpar o peixe de peles e espinhas.

3. Num tacho refogar, no azeite, a cebola e o alho.

4. Juntar o tomate cortado, limpo de peles e sementes. Deixar refogar um pouco.

5. Passar o refogado por um passe-vite.

6. Colocar o puré do refogado novamente no tacho. Levar ao lume e adicionar o arroz e o caldo de cozedura do safio.

7. Temperar com sal a gosto. Juntar a malagueta.

8. A meio da cozedura adicionar a courgette e o peixe.

9. Assim que o arroz estiver cozido, retirar do lume e servir com um ramo de salsa picada.


O arroz ficou delicioso e a courgette deu-lhe um toque especial. Ainda não usei os tachinhos todos mas já estou a pensar nas próximas compras! ;)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Fado e uma receita de frango assado no forno com maçãs


A cultura é tudo o que acrescentamos à natureza. Materialmente, uma casa, uma ponte. Imaterialmente, uma crença, uma canção. A cultura é o conjunto de hábitos, costumes, normas, tradições que passamos de geração em geração. Recebemos dos nossos antepassados, modificamos, acrescentamos, recriamos e passamos às gerações futuras. A cultura é factor de humanização, nela aprendemos a ser aquilo que nos caracteriza enquanto pessoas. Traçamos a nossa personalidade. Aprendemos uma língua. Aprendemos os hábitos e os costumes da nossa sociedade. A cultura molda-nos. Somos o resultado da cultura onde estamos inseridos.

A cultura é também um conjunto de símbolos, é a resposta que encontrámos para os problemas com que nos fomos confrontando. Por isso foram nascendo as ciências e as artes. E Portugal, terra de navegadores, os astronautas das caravelas que enfrentaram com valentia os oceanos e nos deram a conhecer novos mundos, terra de grandes pescadores, a pesca do atum e do bacalhau marcam a nossa história, terra de touros e cavaleiros, terra de poetas e de fadistas.

O fado tornou-se no domingo património imaterial da Humanidade. E isso é um grande motivo de orgulho para todos nós. Pensa-se que terá nascido na segunda metade do século XIX, em Lisboa, associado a um ambiente de boémia e de tabernas. Maria Severa, foi um dos primeiros ícones do fado, a que se seguiram muitos outros nomes como por exemplo, Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues que levou o fado a várias partes do mundo com a sua maravilhosa voz, Carlos do Carmo - adoro ouvi-lo - e agora a nova geração de fadistas como Mariza, Camané, Mísia, Ana Moura, Aldina Duarte, Carminho, Marco Rodrigues, entre muitos outros.

O fado começou nos bairros típicos da cidade principalmente, Mouraria, Alfama, Madragoa e Bairro Alto e hoje é parte da nossa identidade. E associado ao fado está também a comida. Nasceu nas tabernas e hoje ouve-se nas diversas casas de fado, espalhadas pelos bairros típicos da cidade, especialmente a seguir a uma refeição. Para comemorar o reconhecimento do fado como património imaterial da Humanidade aqui fica um delicioso frango assado no forno com maçãs:


Ingredientes:
1 frango do campo
1/2 limão
3 hastes de alecrim
5 dentes de alho
2 colheres de sopa de manteiga
1 colher de chá de paprica
1,5 dl de vinho branco
500 g de batatas
6 cebolinhas ou chalotas
6 maçãs (Royal Gala ou Fuji)
Sal e pimenta-preta q.b.


1. Pré- aquecer o forno a 180ºC.

2. Rechear o frango com o limão, 3 dentes de alho e o alecrim.

3. Espremer os restantes dois dentes de alhos.

4. Misturar os alhos espremidos com a manteiga, a paprika, uma pitada de sal e pimenta a gosto. Com esta pasta barrar o frango.

4. Colocar o frango num tabuleiro de forno. Em volta dispor as batatas cortadas e as cebolinhas. Regar com o vinho branco.

5. Levar a assar durante aproximadamente 1h45 a 2h ou se usarem termómetro, até atingir os 180ºC. A meio, dispor as maçãs em volta e deixar acabar de assar.


Recomenda-se que esta refeição seja saboreada ao som de um fado. Qual seria a vossa escolha?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Arroz de abóbora e agrião com bacalhau assado em azeite


Uma das coisas que gosto na cozinha é a liberdade. Liberdade de escolha de ingredientes, liberdade para reproduzir receitas, liberdade para escolher o que quero fazer, liberdade para criar, inventar e experimentar a meu belo prazer. Fazer combinações menos usuais, arriscar, ousar novos sabores. Para mim, os momentos de criatividade na cozinha são pura diversão.

A receita que hoje vos apresento é uma das consequências da liberdade exercida na minha cozinha. A ideia nasceu da vontade de experimentar a conhecida junção do puré de abóbora com arroz. Mas quando estava a cozinhar, dei por mim a ter a necessidade de juntar outros ingredientes, como o agrião, os coentros e que finalizasse com as lascas de bacalhau em azeite. Acreditam que ao fazer este arroz fiquei com vontade de fazer outro mas agora servido com amêijoas à Bulhão Pato. Não vos parece bem? Há dias em que a minha cabeça não pára. Espero que gostem.


Ingredientes:
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
1dl de azeite
350g de arroz carolino
100g de azeitonas verdes às rodelas
600g de abóbora cozida
70g de folhas de agrião
25g de coentros frescos
sal e pimenta
9dl de caldo de legumes
2 postas de bacalhau assado em azeite


1. Refogar a cebola e o alho no azeite.

2. Adicionar o arroz e deixar fritar um pouco. Acrescentar um pouco de caldo de legumes e deixar cozinhar.

3. Triturar a abóbora com o agrião e os coentros. Adicionar esta mistura ao arroz. Acrescentar mais caldo. Temperar com sal e pimenta. Ir acrescentando caldo de legumes à medida que o arroz vai cozendo.

4. Uns minutos antes de retirar do lume, adicionar as azeitonas verdes.

5. Servir o arroz com lascas de bacalhau assado em azeite.


Para assar o bacalhau, coloquei duas postas num tabuleiro de forno. Reguei generosamente com azeite e levei ao forno a 200ºC durante aproximadamente 25 minutos. Depois lasquei o bacalhau. Juntei ao azeite onde assou e servi com o arroz.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bolo de canela


Aos fins-de-semana costumo, regularmente, ir visitar os meus pais que vivem numa aldeia perto da cidade de Santarém. E como sei que a minha mãe adora um bolo de fatia para o lanche, sempre que posso procuro dar-lhe este pequeno mimo. O último que fiz para ela foi um bolo de canela. Um bolo simples, mas muito agradável. Óptimo para acompanhar um chá ou um café.


Ingredientes:
8 ovos médios (6 se forem grandes)
250g de açúcar
3 colheres de sopa de aguardente velha
1 colher de café de canela em pó
raspa de 1 limão
250g de farinha de trigo com fermento
margarina e farinha para a forma


1. Separar as gemas das claras.

2. Bater muito bem as gemas com o açúcar. Aromatizar com a canela, a aguardente e a raspa de limão.

3. Bater as claras em castelo.

4. Adicionar a farinha aos poucos envolvendo-a delicadamente e alternando-a com as claras batidas.

5. Colocar a massa numa forma untada com margarina e polvilhada com um pouco de farinha.

6. Levar ao forno pré-aquecido a 185ºC durante 35 a 40 minutos.


Esta receita encontrei-a no livro Doces Conventuais de A a Z da Biblioteca Activa.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Beringelas com cuscuz e molho de iogurte com açafrão


A vida torna-se mágica quando somos surpreendidos por alguma coisa boa. Não é preciso ser uma coisa valiosa. O importante é que seja especial e que nos faça sentir bem. Algo que nos faça sorrir ou que torne o nosso dia mais feliz. Isso acontece quando descobrimos coisas boas de pessoas com quem convivemos. Adoro descobrir talentos ou afinidades nas pessoas que me rodeiam. Sinto-me bem com isso. É ótimo descobrirmos laços que nos unem aos outros. Por outro lado, gosto também, quando me fazem a mim sentir especial. Quem não gosta?

Um destes dias de manhã, bem cedo, cheguei à minha secretária, no local onde trabalho, e tinha uma fotografia com uma dedicatória muito simpática. Este pequeno gesto transformou o meu dia. Fez-me sorrir. Fez-me sentir feliz, especial. Gostei tanto desta surpresa, feita pela mão do Nuno Capela, um já grande fotógrafo, que o meu dia correu muito melhor.

( Foto da autoria de Nuno Capela )

Mas quem gosta de receber surpresas acaba também por gostar de surpreender os outros. Estabelecer laços. Criar ligações. Ser feliz, surpreendendo e fazendo os outros sentirem-se especiais.

No domingo fui ao mercado sozinha e trouxe para casa dióspiros, maçãs vermelhas suculentas, beterrabas, tomate, entre outras frutas e legumes. Mas, uma das coisas especiais que comprei para surpreender o Ricardo foi beringelas. Estavam frescas e apetitosas. E foi assim que comprei 3 para lhe preparar um prato especial. Um pequeno gesto. Um pequeno nada. Mas são todas estas pequeninas coisas que dão cor à vida.


A ideia para estas beringelas veio do blogue What's For Lunch Honey? e, principalmente, a receita do molho de iogurte.


Beringelas assadas no forno

Ingredientes:
3 beringelas grandes
sal e pimenta

1. Cortar as beringelas ao meio. Em cada metade, fazer cortes de modo a fazer um xadrez.

2. Temperar com sal e pimenta.

3. Regar com 1,5dl de azeite.

4. Levar ao forno pré-aquecido a 220ºC durante 40 minutos.

O tempo de assar das beringelas varia de acordo com o tamanho.


Cuscuz com abóbora manteiga e bagos de romã

Ingredientes:
200g de cuscuz
2dl de água quente
sal e pimenta q.b.
40g de manteiga sem sal
200g de abóbora assada em azeite
1 raminho de salsa
1 raminho de coentros
50g de amêndoas torradas
5 colheres de sopa de bagos de romã

1. Colocar os cuscuz numa taça. Regar com a água quente. Deixar a descansar durante aproximadamente 5 minutos.

2. Colocar a manteiga numa frigideira. Levar ao lume. Assim que a manteiga esteja derretida, adicionar os cuscuz. Mexer muito bem de modo a que os grãos se separem.

3. Cortar a abóbora assada em pequenos cubos. Picar a salsa e os coentros.

4. Colocar os cuscuz numa taça. Juntar a abóbora, a salsa e os coentros picados, as nozes e os bagos de romã. Temperar com um pouco de sal e pimenta. Mexer.

5. Servir com as beringelas e o molho de iogurte com açafrão.


Molho de iogurte com açafrão

Ingredientes:
1 pitada de açafrão em fios (em infusão durante 5 minutos em 3 colheres de sopa de água quente)
180g de iogurte grego
1 a 2 dentes de alho espremidos
sumo de 1 limão
3 colheres de sopa de azeite

1. Envolver com uma vara de arames o iogurte com a infusão de açafrão. Mexer. De seguida adicionar os restantes ingredientes e mexer.

2. Reservar no frigorífico até à altura de servir.


Nesta receita o molho de iogurte faz toda a diferença. Fica muito saboroso. Em relação à receita original diminui a quantidade de limão usado e não me arrependi. Gostei tanto que fiquei com vontade de o usar noutras receitas.

O Ricardo adorou estas beringelas e, curiosamente, eu também. Eu que nem era grande apreciadora, agora dou por mim a gostar de beringelas! Bem, assim começo a não ter desculpas para não fazer mais vezes beringelas!