sexta-feira, 30 de abril de 2010

Passeio pela serra algarvia e prova de azeite nos viveiros Monterosa


Durante o fim-de-semana por terras do Sotavento Algarvio, fiquei alojada no hotel rural Quinta do Marco. Como já referi em posts anteriores, a iniciativa Paladares ao Sul foi realizada a convite da Associação do Sotavento Algarvio, que procurou dar conhecer a um grupo de bloggers de gastronomia que o Algarve esconde muitas mais riquezas para além da praia.


O hotel é um espaço muito agradável, rodeado de laranjais e muito verde. Todos os quartos têm um nome de uma flor, fruto ou de uma erva aromática, nomeadamente papoilas, jasmim, laranjas, alfazema. O nome do quarto influencia a decoração interior, por isso todos os quartos estão decorados de forma diferente.

O meu quarto, dedicado ao tema papoilas, tinha uma vista magnífica para a piscina e para a zona envolvente. De manhã, antes de sair, deixava-me ficar ali uns minutos a admirar a paisagem, a respirar ar puro e a apreciar a calma e a tranquilidade que todo o verde me transmitia.


Os jardins do hotel estão cheios de flores e de ervas aromáticas. A alfazema em flor destacava-se. Estava linda.


No sábado pela manhã o nosso destino foi um passeio de jipe pela serra algarvia. O grupo foi divido por dois jipes e lá fomos nós, à aventura, guiadas pelo António e pelo Eric da empresa RioSul. Ao longo do percurso pude descobrir um outro Algarve marcado pela paisagem da serra. Os caminhos estreitos e sinuosos, o verde a perder de vista, entre uma paisagem pintada pelas estevas em flor.

Ao longo do percurso o nosso guia Eric foi incansável em explicações. Falou-nos da alfarroba, dos medronheiros e de algumas ervas que encontrámos, especialmente o funcho selvagem, que segundo o nosso guia pode ser usado em chá.

Numa das várias explicações, a determinado momento pergunta-me: queres ter uma amendoeira em casa? Encolhi os ombros e tentei dizer-lhe que era um pouco difícil, mas ele não se demoveu. Mostrou-me uma foto de um vaso com uma pequena planta e disse: "Vês, não é difícil". Perante tamanha evidência, tive que reconhecer que não. Nisto abre um saco, dá-me uma mão cheia de amêndoas com a casca e depois começa a distribuir pelas outras bloggers. Ao mesmo tempo vai explicando como devemos semear a amendoeira. Primeiro temos que demolhar a amêndoa. De seguida, colocá-la quatro semanas no frigorífico, mas sem água. Antes de ser colocada na terra, devemos dar-lhe um toque de maneira a partir parte da casca. Daí a duas semanas deveremos ter uma amendoeira. Senhor Eric, eu vou experimentar esta técnica!


Durante o passeio pela serra algarvia tivemos uma explicação sobre sobreiros e cortiça. Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo e os sobreiros estão desde praticamente os primórdios da nação protegidos por legislação nacional. Em termos competitivos, muitas empresas de vinhos começaram, infelizmente, a substituir as rolhas de cortiça por rolhas de plástico. Mas dado que a cortiça é um material com características únicas, leve, é um excelente isolante térmico, entre outras, cada vez mais surgem novas aplicações. É fácil encontrar malas, sapatos, chapéus-de-chuva e até selos feitos com este material tão nobre. Para além da explicação, vimos, também, um exemplo de como se cortam as rolhas na cortiça.

Antes de finalizarmos o nosso safari pelo interior algarvio, parámos no café A Caldeira. Aqui tivemos a possibilidade de ver um alambique e perceber como funcionava. No final provámos a famosa aguardente de medronho. Pela explicação do sr. António, a aguardente deve-se beber de uma só vez, tal como se fazia antigamente para "matar o bicho". Eu segui as indicações sem hesitar. Levei o copo à boca e antes que o bicho fugisse, bebi a aguardente de um só trago! ;)

Alfarroba.

No domingo de manhã visitámos os Viveiros Monterosa, onde fomos amavelmente recebidas pelo senhor Detlev Von Rosen. A nossa visita começou no olival, onde o nosso anfitrião nos apresentou árvores milenares e foi respondendo atentamente às nossas questões. A quinta começou a produzir azeite em 2000 e tem actualmente 20 hectares de olival. Todo o processo de produção de azeite foi estudado cuidadosamente. O senhor Detlev Von Rosen procurou perceber como se produzia azeite na Grécia e em Espanha e, depois aplicou os conhecimentos à sua produção.

Nos Viveiros Monterosa a produção de azeite é biológica. As variedades cultivadas são: maçanilha, cobrançosa, verdeal e picual. As árvores são plantadas com 5 metros entre elas e 7 metros entre linhas. Uma vez por semana e enquanto as oliveiras estão em flor, são pulverizadas com uma bactérica que elimina as larvas que atacam as azeitonas. Percebi também que as azeitonas que caem para o chão são depois comidas no próprio olival por porcos. Utilizam ainda o bagaço (resíduos sólidos) para fertilizarem a terra. A apanha da azeitona é feita manualmente por trabalhadores recrutados localmente.

Outra das coisas importantes nesta cultura, é a poda. A poda é fundamental para que a árvore produza azeitona. Em jeito de brincadeira referiu que em França se costuma dizer: podar até ver o céu, no Algarve - podar até o chapéu do patrão passar, em Trás-os-montes - podar até a andorinha passar. Referiu que fazer azeite é uma arte e que a altura da colheita determina a qualidade do azeite. Percebemos que azeite de boa qualidade nunca é feito com azeitonas muito maduras.


Depois da visita ao olival, tivemos a possibilidade de visitar o lagar que ainda guarda vestígios da presença romana. Ali seguiu-se uma prova de azeites das variedades: maçanilha e cobrançosa. Já há algum tempo que tinha curiosidade em fazer este tipo de prova. O nosso anfitrião colocou um pouco de azeite nos copos e de seguida, explicou-nos que deveríamos segurar o copo com uma mão e tapá-lo com a outra durante uns minutinhos, depois colocar o azeite na boca e de seguida deixar entrar algum ar. Entre provas colocámos uma pedra de sal na língua para limpar o palato.

Para além de nos explicar as diferenças entre azeite virgem, extra-virgem e azeite, o senhor Detlev Von Rosen referiu que em tempos as famílias iam ao lagar comprar o azeite para o ano inteiro e que esse hábito se tem vindo a perder.


Actualmente, o azeite Monterosa só pode ser adquirido online.

Quero deixar aqui um agradecimento especial à Associação Sotavento Algarvio - que custeou todas as despesas - nas pessoas da sua directora executiva Margarida Tomás e da Ana Santos, pelo convite e especialmente pelo modo carinhoso com que nos receberam.

Um beijinho muito especial às outras ilustres convidadas, Ameixinha, Carlota, Helena, Isabel, Mónica e Susana, pela excelente companhia, amizade e boa disposição com que vivemos este fim-de-semana.


Mais sobre este programa:
- Visita ao mercado de Olhão e uma sopa de favas;
- Paladares ao Sul II;
- Sotavento Algarvio - Paladares ao Sul III;
- Do Norte ao Sul!;
- Almendrados do Algarve - Bolinhos de Amêndoa.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Paladares ao Sul

Comida, comidinha boa é o que encontramos por terras algarvias. A cozinha algarvia é fruto de várias influências, desde os povos que ali se fixaram (Fenícios, Cartagineses, Romanos e Árabes) até à própria situação geográfica da região, banhada pelo Altântico, mas fortemente influenciada pelo Mediterrâneo.

O meu encontro com o grupo convidado para o programa Paladares ao Sul, dinamizado pela Associação Sotavento Algarvio, começou, na prática à mesa, no restaurante O Costa, em Cacela Velha.

Um restaurante amplo, com uma magnífica esplanada, mesmo junto à ria Formosa. Apesar de ser noite, mesmo assim, apercebi-me que a vista durante o dia deve ser soberba.


O nosso jantar começou com lamejinhas e ostras ao natural. As ostras estavam magníficas, frescas e com cheiro a mar. Com esta visita descobri que a região algarvia tem vindo a apostar na produção de ostras e que existem viveiros na Ria Formosa.

De seguida veio para a mesa uma cataplana de marisco e arroz de lingueirão, uma das especialidades da casa. Para sobremesa escolhi uma tarte de alfarroba, muito boa. Sou fã dos doces feitos com alfarroba.

Como estava tão concentrada a apreciar a deliciosa comida, não me lembrei de tirar fotos ao resto da refeição. Será da idade ou da amena cavaqueira que entretanto se instalou à volta da mesa?! :)

O local escolhido para o almoço de sábado foi o restaurante A Ver Tavira. Um espaço elegante, decorado com bom gosto e com uma bonita vista para a cidade de Tavira.


Começámos a refeição com patê, manteigas, pão e azeite.


Depois tivemos Polvo de Santa Luzia com batata-doce. Uma combinação muito feliz, privilegiando dois bons produtos algarvios. Santa Luzia é conhecida como a Capital do Polvo e Aljezur tem a reconhecida batata-doce.


De seguida deliciámo-nos com Peito de Frango recheado com morcela guarnecido de açorda de amêijoas e espinafres salteados. Magnífico. Uma mistura de sabores contrastante, mas bem equilibrada.


Para sobremesa chegou-nos um collant de alfarroba com molho de frutos silvestres e gelado de poejo. Excelente.

Em matéria de vinhos, o almoço foi regado com uma garrafa de Cortello branco de 2008 e uma de tinto, Cortello de 2005.

No Sábado ao jantar rumámos para a Praia Verde. O nosso jantar seria no restaurante panorâmico O Infante. Um espaço amplo, com música ao vivo e uma soberba vista.


Começámos a nossa refeição com presunto e uma saladinha algarvia de atum com cebola, azeite e coentros. Divina. O atum estava no ponto. De seguida provámos uma salada de ovas e polvo ao alho, que estava tenro, saboroso. Recomendo vivamente.


Ainda provámos arroz de lingueirão, um dos melhores que já comi até hoje, e uma caldeirada, que estava irrepreensível, cheia de peixe, marisco e algumas ervas, coentros e poejo. Acompanhámos a nossa refeição com um vinho tinto, Chaminé de 2007.


Para sobremesa fomos agradavelmente surpreendidas com um pijama, ou seja um travessa com vários tipos de doces servidos na casa.

Gostaria de deixar aqui, um especial agradecimento ao senhor João Coelho, que tão simpaticamente nos recebeu no seu restaurante.

A nossa viagem gastronómica terminou, no domingo ao almoço, no restaurante Fonte da Pedra, em São Brás de Alportel.


Para começarmos a refeição chegou-nos uma travessa de camarão com um delicioso molho.


De seguida provámos bacalhau assado com batatas e um tornedó com queijo. Ambos os pratos estavam bem confeccionados e muito agradáveis. Acompanhámos a nossa refeição com um vinho tinto Cepa da Mata.


Entre uma carta variada de sobremesas (tarte de maçã, mousse de chocolate, mousse de manga ...), escolhi tiramisú. Fresco, muito bom.


Um especial agradecimento à senhora vereadora Marlene Guerreiro da Câmara Municipal de São Brás de Alportel e à Cláudia pelo modo como nos receberam.

O Algarve é uma região que sabe receber. Fiquei com vontade de voltar.


Mais sobre este programa:
- Sotavento algarvio - Paladares ao sul II;
- Ao Sul, um Algarve de Outros Paladares ...;
- Ao Sul, um Algarve de Outros Paladares ... Parte II.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Feira da Serra em Tavira

O programa Paladares ao Sul dinamizado pela Associação do Sotavento Algarvio, incluiu uma ida às compras na cidade de Tavira. No Sábado, antes do almoço descobrimos a loja de produtos biológicos Beterraba, no mercado de Tavira, onde nos deslumbrámos com a variedade de produtos, desde legumes frescos, massas, chocolates, farinhas, lacticínios e até produtos de cosmética.

À tarde passámos pela loja gourmet e garrafeira Vital, na Praça da República, um espaço pequeno mas acolhedor, cheio de produtos portugueses como conservas, doces, vinhos, licores, azeites, entre muitos outros.


Atravessámos a ponte velha de Tavira, também conhecida como ponte romana, contemplámos o Gilão e fomos visitar a loja Ex-Libris Gourmet, na Rua 5 de Outubro. Um outro espaço de mercearia fina em Tavira, com doces regionais, vinhos, licores, sal, chás, compotas, conservas, chocolates e até ginjinha de Óbidos, servida em copo de chocolate.

Acabámos a tarde com uma visita à Feira da Serra, no Jardim do Coreto, junto ao antigo mercado, onde encontrámos artesanato, doces regionais, queijos, azeites, enchidos, compotas, ervas, chás, aguardentes de medronho, entre outros produtos tradicionais da Serra do Caldeirão e de outras zonas do país.

Deslumbrei-me com o expositor das especiarias. Tantas e tão variadas.


O pão com chouriço feito em forno de lenha. Apetecível. Que cheirinho bom. Após tirar a fotografia, a senhora que assistia o nosso padeiro disse em tom divertido: "Amanhã apareces no jornal!". A cestaria.

As compotas e os doces regionais (folar do Algarve, os morgadinhos de amêndoa, broas de alfarroba, os queijos de figo ...), tudo uma tentação.


Depois da prova de doces, reconheço que o doce de alfarroba me conquistou.


Regressámos de táxi ao hotel rural Quinta do Marco, onde estávamos alojadas. E não é que o senhor taxista não sabia ao caminho! Entre andar para cá e para lá ... entre contactar a central e um outro taxista que dizia que sabia o caminho, mas que afinal não sabia, o nosso humor subiu ao rubro. Em vez de desesperar começámos a rir e a brincar com a situação. Dentro de um táxi quatro moçoilas perdidas no interior algarvio, não deve ser história que aconteça todos os dias! No fim, até o taxista ria nervosamente com a situação. No entanto, não me lembrei de lhe pedir para voltarmos à estrada principal, a partir de onde eu sabia o caminho! Isto de ir no banco de trás e na galhofa com a Ameixinha, Mónica e Pipoka, é o que dá! :)


terça-feira, 27 de abril de 2010

Workshop de bolinhos algarvios


Na doçaria algarvia a amêndoa tem um lugar de honra, destaca-se principalmente nos doces feitos com a chamada pasta de amêndoa ou maçapão.

No fim-de-semana que passei em terras do Sotavento Algarvio, a convite da Associação Sotavento Algarvio e da sua directora, Margarida Tomás, tive a oportunidade de participar num workshop de bolinhos algarvios, no Palácio da Galeria, em Tavira.

Os trabalhos do workshop estiveram a cargo de Maria do Céu Cruz que nos ensinou todo o processo de preparação dos morgadinhos e dos queijinhos de amêndoa. Neste workshop tive a companhia da nossa anfitriã Margarida, da Ana Santos e das outras ilustres convidadas, Ameixinha, Carlota, Helena, Isabel, Mónica e Susana, a que me juntei na sexta-feira à noite. O programa "Paladares ao Sul" começou na quinta-feira, mas por motivos profissionais só me juntei ao grupo na sexta-feira ao jantar.

O nosso workshop começou com a preparação da massa e para isso foi necessário:
- 1 kg de amêndoa sem pele picada finamente
- 300 g de açúcar moído finamente
- 4 claras

Primeiro misturou-se muito bem a amêndoa com o açúcar. De seguida adicionaram-se as claras uma a uma.

Depois da massa preparada, tirámos pequenas bolinhas que seguindo as indicações da nossa anfitriã recheámos com doce de ovos.

Dar forma a bananas, peras, limões, morangos revelou-se um pouco mais complicado do que à partida poderia parecer. Ainda tentei fazer uma pêra e uma fatia de melancia, mas como não resultou, rapidamente optei por dar forma a um limão, a uma maçã, mas sai-me muito melhor a fazer queijinhos. :)

Depois de toda a massa moldada, a D. Maria do Céu pincelou os bolinhos com gema de ovo e de seguida foram coloridos com corante alimentar.

A D. Maria do Céu explicou-nos que encontramos outro tipo de bolos feitos com esta pasta de amêndoa, que simpaticamente levou para nós provarmos:

Brigadeiro. Feito com a massa de amêndoa com pele, recheado também com doce de ovos. Maravilhoso.

Bolinho feito com a pasta de amêndoa com pele, mas que vai ao forno. Uma delícia.

Depois do workshop tive a possibilidade de visitar a D. Maria do Céu na Feira da Serra, em Tavira.

Não resisti a trazer do seu expositor alguns bolinhos, nomeadamente este ouriço que achei uma ternura.


Para saberem mais sobre este fim-de-semana:
- Waffles de canela e baunilha e uma mão cheia de boas recordações;
- Paladares ao Sul I;
- Sotavento Algarvio - Sensações à flor da pele;
- O (meu) Algarve;
- Estórias do Sotavento Algarvio;
- Sotavento Algarvio - Paladares ao Sul.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Arroz com sabores ao Sotavento Algarvio


Ontem, ao final do dia, cheguei a casa depois de um fim-de-semana solarengo, divertido e em excelente companhia, por terras do Sotavento Algarvio.

Para o jantar procurei fazer uma comida agradável e saborosa. Escolhi fazer um arroz de peixe e camarão, de maneira a prolongar os sabores de dois dias intensos em cheiros, sabores, sol e muitas experiências gastronómicas.

Num tacho coloquei uma cebola e dois dentes de alho picados. Reguei com azeite e levei ao lume. Depois da cebola se render aos encantos do azeite e quebrar, adicionei um tomate grande bem maduro. Mexi e deixei que o tomate se envolvesse com a cebola e o azeite.

Entretanto cozi uma posta de abrótea, que depois de cozida limpei de peles e espinhas. Reservei a água de cozedura para usar no arroz.

Ao refogado adicionei arroz carolino para duas pessoas e um pouco do caldo de cozedura do peixe. Deixei cozinhar uns minutinhos. De seguida, adicionei 200 g de camarão grande descascado e o peixe . Temperei com um pouco de sal. Sempre que o arroz exigia adicionava água de cozedura do peixe. Antes de ir para a mesa adicionei um bom ramo de salsa picada.

Na mesa, servi o arroz com um quarto de limão espremido por cima de cada prato. Fica muito agradável.


Em forma de agradecimento, dedico este arroz à Margarida, à Ana, à Ameixinha, à Carlota, à Helena, à Isabel, à Mónica e à Susana.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Na terra dos Templários ...

Tomar. Quando se fala em Tomar associo logo esta cidade à festa dos Tabuleiros, às fatias da China, ao rio Nabão, à Mata Nacional dos Sete Montes, ao Museu dos Fósforos, à Sinagoga, aos Templários e ao Convento de Cristo, considerado Património Mundial pela UNESCO.

Na quarta-feira passei por Tomar. Foi bom voltar, passados talvez sete anos, a esta cidade fundada por D. Gualdim Pais, em 1160. Passei pelo restaurante Infante, onde me lembro de me deliciar, há uns anos atrás, com um prato de bacalhau assado com migas de feijão frade, couve e broa de milho. Mas antes de visitar a cidade propriamente dita, passei pelo Convento de Cristo. Antes de entrar encontrei um posto de venda de bebidas com frutas e outros produtos, alguns da região, que me chamou a atenção.

A última vez que visitei o Convento de Cristo foi há uns bons anos atrás. Já não me lembrava de quão bonito e arquitectonicamente admirável era este monumento. Apesar das nuvens, de vez em quando, surgirem no horizonte e ameaçarem com a vinda de chuva a qualquer momento, o que é certo, é que o Sol acabou por levar a melhor e brilhar praticamente todo o dia, o que tornou esta visita ainda mais agradável.

Convento de Cristo.


Numa das muitas salas do convento encontrei uma adega de azeite e um forno do pão.

Depois de um passeio pelo centro histórico da cidade, o local escolhido para almoçar foi o restaurante A Bela Vista, junto a uma das margens do rio Nabão.

A nossa refeição começou com as entradas: queijo fresco, azeitonas, patê de delícias do mar, salada de orelha de porco com cenoura, bacon e feijão branco e pão acabadinho de sair do forno.

Para prato principal escolhi cabrito assado no forno, acompanhado com arroz das miudezas, couve lombarda com milho e batatas assadas com maçã e, a minha colega Cristina, escolheu bacalhau espiritual.

O restaurante tem um ambiente muito agradável, o serviço é atencioso e cuidado. Em relação às entradas destaco a saladinha de orelha de porco com feijão branco que estava muito boa. O prato de cabrito estava agradável, a carne bem confeccionada no entanto, as batatas com a maçã não me convenceram.

Depois de almoço e de uma breve visita ao Museu dos Fósforos, partimos para Constância. A viagem foi feita por estrada nacional o que nos permitiu contemplar a beleza dos campos, pintados com o vermelho das papoilas, o amarelo dos malmequeres e o branco das estevas. Numa parte da viagem acompanhámos o serpentear do rio Zêzere. Ao longo da margem, quase que sentia a frescura da água.

Chegadas a Constância, debaixo de um sol forte, deixámo-nos envolver pelas ruas estreitas e bem arranjadas da vila, pelas casas pintadas de branco com barras amarelas e o cheiro agradável das rosas e das flores de laranjeira.


A vila de Constância tem uma forte ligação ao poeta Luís Vaz de Camões, que segundo a tradição popular esteve ali desterrado. Para além disso, a ligação com o rio é muito valorizada. A vila virou-se para o Zêzere e a zona ribeirinha merece uma visita.

Antes de partirmos rumo a Lisboa, ainda contemplámos o castelo de Almourol, situado numa ilha no rio Tejo.

No regresso, com o calor do autocarro, adormeci e sonhei com cavaleiros, espadas e conquistas ...