terça-feira, 31 de agosto de 2010

Salada de figos panados com presunto e queijo

A minha paixão por figos continua a manifestar-se através das diferentes experiências culinárias. Os figos são umas das minhas frutas preferidas de Verão. Gosto da textura e especialmente do doce. Hummm! Encontramos figos de várias qualidades, sendo que agora estão no seu auge os Pingo de Mel, que tal como o nome indica quando estão no ponto formam uma pequena gota de doce na extremidade inferior.

Hoje proponho uma salada de figos panados. Foi a primeira vez que experimentei fazer figos panados e o resultado surpreendeu-me bastante. Ficam muito agradáveis. A receita encontrei-a na revista Saberes & Sabores nº 187 de Setembro de 2009.



Ingredientes:

4 figos não muito maduros
sal
pimenta preta de moinho
farinha
1 ovo grande
pão ralado
óleo para fritar
4 fatias de presunto
100 g de queijo (usei queijo Tetilla, mas recomenda-se Roquefort, Danish Blue ou Gorgonzola)
alface e rúcula

Molho vinagreta:
4 colheres de sopa de azeite
3 colheres de sopa de vinagre de framboesa
1 colher de sopa mal cheia de mel

1. Lavar os figos, aparar-lhe os pés e cortá-los em quatro.

2. Temperar com sal e pimenta.

3. Passar levemente os figos por farinha, sacudir bem o excesso.

4. Bater um ovo com a ajuda de um garfo.

5. Colocar pão ralado num prato.

6. Passar os figos pelo pão ralado.

7. Colocar o óleo numa frigideira e levar ao lume. Quando estiver quente, introduzir os fritos e deixar fritar até a crostar estar dourada. Escorrer em papel absorvente.

8. Distribuir a alface e a rúcula pelos pratos, por cima colocar os figos panados, as fatias de presunto e o queijo cortado.

9. Para o molho, misturar o azeite com o vinagre e o mel. Temperar com sal e pimenta. Mexer bem e servir a salada com este molho.

O contraste de sabores nesta salada é muito agradável. O queijo Tetilla foi uma novidade, trouxe-o da minha ida, nas férias, a Ayamonte e é muito agradável.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Costeletas de borrego com manteiga de cebolinho

As férias de Verão acabaram. Houve tempo para descansar, passear, visitar amigos, colocar algumas leituras em dia e ir à praia.

Ao longo destas férias procurei aproveitar o quintal sempre que podia. Para mim é um dos melhores espaço da casa e até luxo no meio da cidade. O quintal é um pequeno oásis verde com limoeiros, laranjeiras, um loureiro entre outras árvores, flores e ervas aromáticas. Aqui até me esqueço do reboliço de carros que existe mesmo em frente à minha casa, especialmente situada junto a uma paragem de autocarros, que inevitavelmente fazem um barulho ensurdecedor sempre que param e arrancam.

No Verão faço mesmo questão de aproveitar o quintal e aproveitar é, especialmente, tomar algumas das refeições ali. Coloca-se uma mesa, cadeiras e dois chapéus de sol. O Ricardo trata do grelhador.

Uma das carnes que tenho privilegiado nos grelhados é o borrego (nacional, sempre), especialmente costeletas, que adoro. São tenras, suculentas e muito saborosas.


Ingredientes:
Costeletas de borrego para grelhar (3 a 4 por pessoa)
70 g de manteiga sem sal à temperatura ambiente
1 dente de alho picado
1 raminho de cebolinho picado
sal
molho tabasco

1. Misturar a manteiga com o cebolinho, o alho, algumas gotas a gosto de molho tabasco e uma pitada de sal. Envolver bem.

2. Colocar a manteiga em papel vegetal e formar um pequeno cilindro. Reservar no frigorífico até à altura de usar.

3. Grelhar as costeletas temperadas com sal.

4. Servir as costeletas com a manteiga de cebolinho.

Nesta manteiga resolvi usar apenas cebolinho, mas poderão fazer com uma mistura de ervas (por exemplo: cebolinho, salsa, estragão ou coentros), as combinações poderão ser feitas ao sabor de cada paladar.

A manteiga fica óptima, suave, com o aroma do cebolinho e um ligeiro picante.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Bolo Tiramisu para um aniversário


Na quarta-feira rumei para a zona de Santarém. A lista de convidados estava confirmada e o menu há muito decidido. Assim que cheguei, instalou-se a azáfama característica dos dias de festa. Colocar a mesa, afinal ainda faltam talheres, contar as cadeiras, organizar a mesa com os aperitivos: queijos, tostas, pataniscas de bacalhau, azeitonas, copos para o Martini, gelo, limão ... e a lista de coisas a fazer antes dos convidados chegarem é sempre extensa!


Para esta festa fiz um bolo Tiramisu que resultou muito bem. A receita encontrei-a no blogue da minha querida amiga Pipoka, que por sua vez a encontrou no muito apetecível blogue Baunilha & Caramelo. Como se costuma dizer, quem conta um conto, acrescenta um ponto e eu, claro, fiz uma síntese das duas receitas. ;)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Figos recheados com queijo e presunto em molho de frutos silvestres


Este ano a fruta eleita de férias em Santa Luzia, Tavira, foram os figos. Descobri os figos da mina, os castelhanos e uns de casca verde que não soube o nome. No dia em que regressei, a minha sogra ofereceu-me uma caixinha cheia de figos da mina para trazer. Uupi! Que coisa boa! :)

Fomos comendo alguns sempre que abríamos o frigorífico, mas antes que acabassem resolvi dar-lhes um uso especial. Já há algum tempo que tinha, na revista Saberes & Sabores nº 118 de Dezembro de 2003, esta receita marcada. Com estes figos maravilhosos já não tinha desculpas para não colocar as mãos à obra e fazer esta receita como entrada num dos nossos almoços prolongados no quintal, num destes dias de grande calor.


Ingredientes:
100g de frutos silvestres congelados
1 colher de sopa de açúcar mal cheia
2 fatias de pão torrado
6 figos frescos grandes
6 colheres de sobremesa de queijo para barrar com ervas
3 fatias de presunto
cebolinho fresco

1. Colocar os frutos silvestres num tacho com o açúcar. Levar a lume brando. Depois dos frutos estarem descongelados, com a varinha mágica triturá-los. Passar a calda por um passador de modo a retirar as grainhas da fruta.

2. Lavar os figos e cortá-los em cruz, mas sem separar os gomos. Abrir os figos em flor e recheá-los com o queijo de ervas.

3. Colocar o molho de frutos silvestres nos pratos. Colocar por prato dois figos recheados. Em cada figo colocar 1/2 fatia de presunto.

4. Decorar com o cebolinho e servir com o pão torrado.

O cebolinho pode ser picado e depois colocado em cima dos figos que também resulta muito bem.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Esparguete com gengibre, tomate e camarão

Fiz esta receita há já uns dias. A ideia que me levou a confeccioná-la foi a abundância de tomates que chegaram à minha cozinha, vindos do quintal da minha mãe. Lindos. Vermelhos, carnudos, perfumados e muito apetitosos.


Ingredientes:
70 g de raiz de gengibre
3 dentes de alho picados
600 g de tomates maduros
250 de esparguete
6 colheres de sopa de azeite
200 de camarão congelado descascado
piripiri a gosto
sal & pimenta
sumo de 1 limão
1 mão cheia de folhas de manjericão
queijo parmesão ralado

1. Limpar os tomates de pele e sementes. Cortá-los em pedaços.

2. Colocar 3 colheres de sopa de azeite num tacho. Adicionar os dentes de alho, o gengibre cortado em pedaços e o piripiri. Mexer e deixar cozinhar um pouco. De seguida adicionar o tomate, temperar com sal e pimenta a gosto. Baixar o lume e deixar cozinhar o tomate lentamente.

3. Depois do tomate cozinhado, retirar do lume e passar o preparado por um passe-vite.

4. Entretanto cozer o esparguete numa panela com água e sal. Colocar o sal apenas quando a água já estiver a ferver. Depois do esparguete cozido, escorrer.

5. Cozer os camarões.

6. Numa taça misturar o esparguete, os camarões, o molho de tomate, 3 colheres de sopa de azeite, sumo de 1 limão e folhas de manjericão. Mexer bem.

7. Servir o esparguete com queijo parmesão ralado.

Esta massa fica muito agradável, o molho faz a diferença.

A receita foi adaptada do livro River Café Cookbook Green de Rose Gray e Ruth Rogers.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cheesecake de figo com biscoitos de alfarroba


A Margarida publicou no dia do aniversário do Figo Lampo um apetitoso cheesecake de figo. A altura da publicação coincidiu com a véspera do piquenique em Monsanto. Até aqui nada de especial, se não fosse o meu marido Ricardo achar que a Margarida tinha feito o cheesecake para levar para o piquenique. Pois é. Complicado. Ele que não sabia pormenores do encontro nem do que é que cada uma de nós levaria, achou que uma tacinha bem fresquinha daquele magnífico cheesecake lhe estaria destinada. Acreditem que me perguntou diversas vezes se a Margarida levaria o cheesecake ou não. Não me lembro bem, mas quase que apostaria que ele me pediu para perguntar.

No dia do piquenique não houve cheesecake, mas o Ricardo ganhou um saco de biscoitos de alfarroba, oferecidos pela Margarida, que guardei religiosamente para evitar investidas não programadas! ;) Dois ou três dias depois de chegar de férias no Algarve, eis que resolvi fazer o tão desejado cheesecake.


Ingredientes:
150 g de biscoitos de alfarroba
50 g de amêndoa moída com a pele
70 g de manteiga (à temperatura ambiente)
1 embalagem de queijo creme Filadélfia
100 ml de natas geladas
1 colher de sopa de açúcar
2 + 2 colheres de sopa de doce de figo (usei doce de figo com nozes)
2 folhas de gelatina


1. Triturar os biscoitos e misturá-los com a amêndoa moída e a manteiga.

2. Forrar o fundo de uma tarteira (com fundo amovível) com a mistura de biscoitos, amêndoa e manteiga.

3. Demolhar a gelatina. Escorrer. Colocar a gelatina e levar ao micro-ondas para se dissolver.

4. Bater as natas com o açúcar até estarem bem firmes.

5. Envolver as natas com a queijo e a gelatina. Adicionar duas colheres de doce de figo e misturar bem.

6. Deitar o preparado na tarteira, em cima da mistura de biscoitos. Levar ao frigorífico aproximadamente durante três horas antes de servir.

7. Na altura de servir, retirar da forma, mas mantendo o fundo, e barrar a superfície com doce de figo.


Huummm, mais palavras para quê? Uma delícia! As amêndoas usadas nesta receita foram oferecidas, no cabaz de produtos regionais, pela Associação do Sotavento Algarvio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sumo de ameixa com banana e cardamomo

O mês de Agosto anda preguiçoso. Os dias raramente têm horários e deixei de acordar com o despertador. As horas de almoço e de jantar chegam às vezes a tocar-se, os dias são longos e as noites convidam à conversa, especialmente numa esplanada. Não há pressas. Como costumo dizer: "eu estou de férias, portanto agora posso-me dar a este pequeno luxo de não estar presa aos horários."

A cozinha anda a meio gás. Ora cozinho, ora não cozinho e tento fazer umas refeições leves, frescas, que combinam com os dias quentes de Agosto, com il dolce far niente. Uma das coisas que continua na minha cozinha são os sumos.

Ingredientes:
1 banana
16 a 20 ameixas vermelhas bem maduras
5 cardamomos
gelo

1. Descascar a banana e cortar aos pedaços para o copo do liquidificador ou para um outro copo.

2. Limpar as ameixas de peles e caroços. Juntar as ameixas à banana.

3. Abrir os cardamomos e retirar as sementes, juntar à mistura de banana e ameixas. Adicionar cubos de gelo e triturar.

O doce da banana com o sabor das ameixas resultou bem e não senti necessidade de colocar nenhum adoçante. O sabor do cardamomo ficou muito suave. Eu gostei!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Bifes de atum grelhados

Regressei, a Lisboa, numa terça-feira depois de uns dias de férias no Algarve. Antes de partir passei no mercado de Tavira e comprei bifes de atum já com o intuito de os preparar para o almoço desse dia.

As três horas de viagem pareceram-me as mais longas de que me lembro das minhas últimas viagens. Atravessar o Alentejo sem ar condicionado e com o calor abrasador que já se fazia sentir pela manhã foi algo que me deixou impaciente e bastante desconfortável. Soube bem chegar a casa e preparar o almoço rapidamente.


Ingredientes:
2 bifes de atum (200 g cada)
2 folhas de louro ou uma colher de café de louro em pó
sal e pimenta de moinho
4 colheres de sopa de azeite

1. Temperar os bifes de atum com sal, pimenta e o louro.

2. Regá-los com o azeite.

3. Grelhar os bifes na chapa.

Os bifes de atum não devem ficar muito tempo na grelha, pois o atum demasiado cozinhado fica seco. Um a dois minutos de cada lado, dependendo obviamente da espessura do bife, pode ser suficiente

Acompanhei os bifes com uma salada de cuscuz com tomate, pepino e salsa picada.

Depois de uma viagem cansativa este almoço soube muito bem acompanhado de um copo de vinho verde geladinho.


A receita dos bifes de atum é do livro de José Carlos Rodrigues, Grelhados - Um Saber Bem Português publicado pela Casa das Letras.

domingo, 15 de agosto de 2010

A comida de férias

As férias passadas em Santa Luzia, Tavira, com a família estão associadas a algumas comidinhas e este ano não foi excepção. Entre a comida de férias temos sempre a salada de polvo e as amêijoas à Bulhão Pato, ambos os pratos feitos com produtos locais. Não é à toa que Santa Luzia é conhecida como a capital do polvo e as amêijoas foram compradas a um pescador ou melhor, a um mariscador local.

Num dos dias de férias fomos jantar ao restaurante Casa do Polvo, na marginal, e a ideia foi petiscarmos, seguindo a filosofia da casa. O restaurante estava cheio e já não conseguimos mesa na esplanada. Para a mesa vieram: pataniscas de polvo, rissóis de polvo, salada de polvo, choco frito e feijoada de polvo. Comida óptima numa segunda-feira bem quente. Fiquei com vontade de experimentar as pataniscas de polvo cá em casa.

Numa sexta-feira, escolhemos a marisqueira Fialho, na localidade de Pinheiro, perto de Luz de Tavira para jantar. Estava com algumas expectativas pois várias pessoas me aconselharam o restaurante. Como não reservámos tentámos ir cedo. Chegámos por volta das 19h15 e apesar de estarem duas ou três mesas ocupadas o que é certo é que estavam quase todas reservadas. A grelha junto à entrada do restaurante já laborava. A vitrina junto à zona de esplanada estava cheia de peixe de várias qualidades com um ar muito apetitoso. Conseguimos jantar, mas o grupo de seis pessoas teve que ser dividido em duas mesas. Em conversa com um dos empregados, no mês de Agosto, é conveniente reservar com dois dias de antecedência. Da próxima já sei! :)

Para jantar escolhi espadarte grelhado, o Ricardo e a Cláudia escolheram uma espetada de tamboril com camarão, o Hugo uma espetada de lulas e os meus sogros preferiram ferreiras grelhadas. Todos os pratos foram bem servidos. A frescura do peixe dita a qualidade do prato.

No segundo sábado de férias no Algarve passei a manhã na praia Verde e depois, juntamente com os meus sogros e o Ricardo, rumámos até Ayamonte, em Espanha. O almoço foi num restaurante a que os meus sogros costumam ir quando visitam a tia Dulce na Ilha Canela. O restaurante chama-se Cruyff e está junto a uma zona residencial. Pedimos salada de polvo, saladas de ovas, azevias fritas (assemelham-se a pequenos linguados) e carne de vaca em tomate. A surpresa foi a carne em tomate. Magnífica! A carne estava muito tenra, ao toque do garfo quase que se desfazia e o molho de tomate era perfeito.

No último dia de férias jantei no restaurante Al-Margem com a Margarida, o marido e a pequena Matilde. O restaurante está inserido numa residencial e jantámos na esplanada. As especialidades são à base de carne e seguimos o conselho da Margarida na escolha dos pratos: bife na pedra e espetada de porco preto com camarão. Para sobremesa escolhemos uma torta de alfarroba - adoro sobremesas com alfarroba! - que se revelou uma das melhores que comi esta temporada por terras algarvias.

Bem, para o ano há mais!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Era uma vez uma Casa Cor-de-rosa na Ilha do Farol

Quando cheguei a Santa Luzia, Tavira, de férias procurei conciliar aquilo que gostaria de fazer com as actividades que a restante família também queria, de maneira a que todos os dias tivéssemos uma actividade diferente e assim aproveitarmos o tempo o melhor possível. Uma das actividades que agendei foi a ida ao mercado de Olhão.

Em Abril quando participei no programa Paladares ao Sul, dinamizado pela Associação do Sotavento Algarvio, falhei a visita a este mercado e agora não quis perder a oportunidade. Na passada quinta-feira o programa era passar o dia na Ilha do Farol - como é usualmente conhecida uma das pontas da Ilha da Culatra onde fica o farol - mas antes de apanharmos o barco e seguirmos viagem ainda tive tempo de visitar o mercado que está dividido em dois edifícios. Um deles dedicado ao peixe fresco e o outro às frutas, legumes e carnes. Por mais mercados que visite continuo a deliciar-me com a qualidade dos produtos, a variedade e a apresentação. De férias faço as compras sempre nos mercados. O peixe é fresquíssimo, as frutas e legumes são saborosas e têm cheiro. Um pêssego cheira a pêssego, o tomate a tomate, etc.

A visita ao mercado foi muito rápida, mas ainda descobri o litão seco, um pequeno tubarão que costuma também ser servido na noite de consoada na zona de Olhão.

A viagem até à Ilha da Culatra demorou sensivelmente 45 minutos. O barco ia cheio de veraneantes carregados de chapéus de sol, sacos com toalhas de praia e lancheiras. Procurei um lugar onde pudesse contemplar as vistas e sentir os salpicos da água fresca do mar. Ao longo da viagem a paisagem é bonita. Descobri que há locais marcados pelos respectivos proprietários para a apanha da amêijoa. As canas e as bandeiras são disso sinal. Chegámos à Ilha do Farol antes das 10 horas da manhã e a nossa missão foi descobrir a Casa Cor-de-rosa, dos primos Téte e Gino. Ora é no final desta rua - diziam os meus sogros ... ora não é. Se calhar é na outra rua, acho que é mais junto à água, diziam o Ricardo e o Hugo - e assim andámos um bom bocado até encontrarmos a Casa Cor-de-rosa. Desde que conheci o Ricardo que ouvi falar da Ilha do Farol, das estórias de verão ali passadas com os primos Telma e André, mas esta foi a primeira vez que ali fui e estava cheia de curiosidade. A ideia que construí não correspondeu àquilo que vi. A zona residencial está bem arranjada e organizada. As casas são bonitas, algumas até parecem de brincar.

A manhã passámo-la na praia. E foi preenchida com muitas idas à água, banhos de sol e muita conversa, especialmente com as primas Telma e Téte sobre a Ilha, a Casa Cor-de-rosa que tem cerca de 45 anos e que sempre foi cor-de-rosa. Falámos também das dificuldades do dia-a-dia dos primeiros moradores, do modo como se abasteciam de víveres - durante muitos anos não houve luz eléctrica e só muito recentemente tiveram água canalizada. Condições duras para usufruírem de um pedacinho de paraíso.

Na Ilha do Farol a água é límpida e de vários tons de azul, azul transparente, azul intenso. Não há carros e à noite deve-se ouvir apenas o som das ondas e pouco mais. Silêncio.

À hora marcada, sentámo-nos para almoçar. Que privilégio almoçar com vista para a Ria! Começámos a nossa refeição com ovas de choco feitas na frigideira com azeite, alho e colorau. Uma verdadeira surpresa. Nunca tinha visto nem comido ovas de choco. Estavam macias e são completamente diferentes de outro tipo de ovas que já comi, como por exemplo de pescada ou até mesmo de sardinha.

De seguida veio para a mesa amêijoas à Bulhão Pato, umas amêijoas grandes, fresquíssimas (ainda nessa manhã as tinha visto vivinhas num alguidar com água) e saborosas. A simplicidade dos temperos só se consegue se a qualidade do produto for excelente. Estas amêijoas feitas com alho, azeite e coentros estavam divinais!

O prato principal foi uma magnífica feijoada de chocos feita pelo Gino e pela sua irmã Bélinha. Esta feijoada ainda soube melhor sabendo que foram eles que apanharam os chocos numa das suas muitas idas à pesca.

Para sobremesa foram servidas fatias frescas de melancia, comprada essa manhã no mercado de Olhão, encharcada de ovos e bolo.

Finalizámos a refeição com um vinho branco Quinta da Alorna 2007 de colheita tardia, bem fresquinho, que o Gino fez questão de nos dar a conhecer. Sugestão aprovada! ;)

À tarde demos um passeio até ao pontão da barra. Surpreendi-me mais uma vez com a quantidade de peixe que se consegue observar e acima de tudo com a transparência da água.

Pude também ver ao longe a Ilha da Barreta, mais conhecida por Ilha Deserta. Ao pôr-do-sol regressámos a Olhão com a sensação de um dia muito bem passado.