segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Para mim cozinhar é ...


Às 12h30 de ontem, sentei-me no sofá da sala. Liguei a televisão e assisti à estreia da série Chefs na RTP1. Este novo programa pretende, em cada emissão (serão 10), dar a conhecer um chef português. Para além de sabermos um pouco do percurso de cada cozinheiro, da sua vida, de quem o rodeia, onde faz compras, é também lançado um desafio através de um convidado mistério que escolhe dois ingredientes que o chef terá que incluir num prato. O chef só sabe para quem cozinhou no final. A primeira chef foi Justa Nobre, que juntamente com o seu marido, são donos do restaurante Spazio Buondi Nobre. Justa revelou-nos a receita da sua famosa sopa de santola, confeccionou umas perdizes maravilhosas com vinho do Porto, em honra do seu pai que era caçador e que aprendeu com a mãe, e teve como convidado José Carlos Malato, que escolheu como ingredientes peixe e ovo.


Através deste programa fiquei encantada com Justa Nobre. Revelou-se uma mulher com uma energia, determinação e força de vontade incríveis. O modo como falou da importância da família, os cheiros da comida da mãe - para ela as mães são as melhores cozinheiras do mundo - das suas raízes transmontanas e de como isso a influencia em cada cada prato que faz, a importância de tratar bem a comida, tocou-me imenso. Gostei tanto de a ouvir e senti-me tão inspirada que assim que o programa acabou fui para a cozinhar preparar o almoço, cheia de vontade de confeccionar algo bom.

Para o meu almoço fiz filetes de peixe-porco em papelote, inspirada numa imagem que vi no programa, que acompanhei com risotto de limão e espargos crocantes.


Filetes de peixe-porco em papelote:
6 filetes de peixe-porco ou de outro peixe a gosto
1 colher de sobremesa de pimenta vermelha
pimenta preta de moinho
ervas picadas (salsa, coentros e cebolinho)
zestes de 1 limão
sal
azeite

1. Colocar uma folha de alumínio num recipiente de forno, grande o suficiente para fechar, e por cima colocar uma folha de papel vegetal.

2. Dispor os filetes. Temperar com sal, pimenta preta de moinho, pimenta vermelha, a mistura de ervas picadas, as zestes de limão. Por fim regar com azeite. Fechar o papelote e levar ao forno.

Risotto de limão:
150 g de arroz para risotto
vinho branco
1 chalota picada
2 dentes de alho picados
azeite
caldo de peixe
zestes de 1 limão
queijo parmesão ralado

1. Colocar a chalota e o alho num tacho juntamente com o azeite. Assim que a chalota quebrar, adicionar o arroz e mexer. Refrescar com o vinho branco.

2. À medida que o arroz vai cozendo adicionar pouco a pouco o caldo de peixe.

3. Uns minutos antes de o arroz estar cozido, adicionar as zestes de limão e o queijo.

4. Assim que o arroz esteja cozido, retirar do lume e servir de imediato.

Servi os filetes com o risotto e com espargos que mergulhei durante uns minutos em água a ferver. Os espargos ficam crocantes e dão textura ao prato.


Esta refeição nasceu assim do improviso. Vi na cozinha de Justa Nobre um tabuleiro com o que me pareciam filetes com ervas aromáticas picadas e pimenta rosa e resolvi experimentar. Os espargos eram para terem sido usados numa piza, estória que fica para outra altura, e achei que ficariam aqui muito bem. O caldo de peixe foi feito com a espinha e cabeça do peixe-porco.


E para mim cozinhar é isto. É diversão. É uma forma de criatividade, de fugir à rotina. A cozinha é como um laboratório de experiências em que me divirto a "inventar" ou a reinventar sabores, a combinar ingredientes, a colocar em prática ideias que no final me deixam feliz. Adoro cozinhar sem medidas. Sem pesar ou medir os ingredientes. O resultado final, é quase sempre magia. O pior é quando quero repetir! Para não me esquecer do que faço, tenho sempre um caderno na mesa da cozinha para ir tomando nota dos ingredientes que uso e dos passos que dou em cada receita. Como diz o Ricardo, a cozinha é a minha casinha de bonecas onde me entretenho a brincar. :) Quando se olha para a cozinha como uma forma de diversão, nada pode correr mal. E mesmo quando corre, dá-se a volta! ;) E para vocês, o que é cozinhar?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Almoço de amigas no restaurante Sea Me

Na passada sexta-feira, dia em que fez um frio de rachar e o vento andava irrequieto, fui almoçar com um grupo de amigas. Amizade esta nascida através dos blogues de comida e que agora é muito mais do que isso.

O local escolhido pela Helena foi o restaurante Sea Me, na Rua do Loreto, no Chiado, em Lisboa. Quando cheguei já estavam sentadas a Helena, a Carlota e a Manuela. Entretanto chegou a Susana e conheci a Vânia, com quem, com grande pena, não tive muita possibilidade de conversar.

O restaurante é um espaço moderno, com mesas e cadeiras de madeira escura, com uma vitrine que ostenta peixe fresco ou não estivéssemos-nos nós numa peixaria moderna. Pelo que percebi, o espaço para além de ser restaurante também vende peixe para fora.

Assim que nos encontrámos à mesa nunca mais nos calámos. É sempre assim nos nossos encontros. Falamos e falamos e há sempre assunto, sempre coisas para dizer e partilhar. Entre várias afinidades, esta é uma das que nos une! :) É bom poder estar rodeada de pessoas assim! ;)

A nossa refeição começou com o couvert, pão e azeite. Para entrada escolhemos vieiras coradas, tártaro de manga e flor de sal e ceviche de três peixes. As vieiras surpreenderam. Estavam muito agradáveis, para além de bem apresentadas e sobressaiam com o molho de manga.

Para prato principal escolhi caril de choco. Acho que foi a primeira vez que comi caril de choco, o de lula é mais comum, pelo menos para mim. A dose estava bem servida. Dali não saí com fome. A Manuela e a Carlota escolheram sushi. Acompanhámos a refeição com um copo de vinho, eu escolhi tinto.

Para sobremesa escolhi um pastel de Tentúgal com coulis de frutos vermelhos e gelado de alecrim. Na sobremesa a surpresa foi mesmo o gelado, estava óptimo, com um saborzinho delicado e agradável a alecrim. Fiquei ainda com mais vontade de dar uso à máquina de gelados que recebi no meu aniversário e que continua guardada.

Apesar de ter provado, fiquei de olho na sobremesa da Carlota, bolo de alfarroba com gelado de figo. Nem vos digo, o gelado de figo era excelente!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A história de uma oferta de toranjas

Não me lembro de em tão curto espaço de tempo consumir tantas toranjas. No domingo passado quando fui a Santarém, uma amiga da minha mãe ofereceu-me um saco cheiinho de toranjas. Desde então, o Ricardo todos os finais de dia faz um sumo de toranja e laranja cá para a menina beber.


Sumo de toranja e laranja
1 toranja
3 (ou mais) laranjas

1. Espremer o sumo das laranjas e da toranja e servir num copo.

Como está frio não juntei gelo. O sumo é óptimo, para além de reforçar o meu organismo com uma boa dose de vitamina C.

Hoje quando cheguei a casa tive direito ao meu sumo, mas resolvi surpreender o Ricardo com uma toranja no forno com açúcar e canela que vi no blogue Tea & Cookies.


Toranja no forno com açúcar e canela
1 toranja
1 colher de sopa de açúcar mascavado claro
canela em pó

1. Aquecer o forno a 200ºC

2. Cortar a toranja ao meio.

3. Cortar a toranja e volta e todos os segmentos, de modo a que fique apenas presa ao fundo da casca, dentro de um tabuleiro de forno.

4. Colocar o açúcar misturado com a canela em cima da toranja.

5. Levar ao forno durante aproximadamente 10 minutos e depois ligar o grill e deixar mais 10.

A toranja no forno foi uma surpresa. Ficou muito agradável. O sabor amargo, típico deste fruto, foi quebrado com o doce do açúcar. Servi a toranja com um fio de caramelo que se formou no recipiente.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sopa de abóbora com azeite de coentros

Em finais do ano passado, eu e a minha amiga Carlota combinámos um almoço aqui em Lisboa, a uma sexta-feira, dia da semana em que tenho uma hora de almoço mais alargada.

O local escolhido foi Le Chat Qui Pêche, um restaurante simpático com uma excelente esplanada e vista sobre o rio Tejo. O dia estava frio, cinzento. Quando recebemos a ementa, uma das coisas que escolhemos logo foi uma sopa de abóbora com uma emulsão de coentros. Uma sopa quentinha, era a escolha acertada para nos aconchegar.

Como gostei muito da sopa, um destes dias tentei fazer a minha versão e não ficou nada mal! ;)

Ingredientes:
1,200 kg de abóbora
1 chuchu ou uma batata grande
2 cebolas grandes
sal
azeite e um raminho de coentros

1. Colocar os legumes descascados e cortados numa panela. Adicionar sal e tapar os legumes com água de preferência quente.

2. Depois dos legumes cozidos, triturar. Se o creme ficar muito espesso adicionar um pouco mais de água quente até ficar com a consistência desejada.

3. Triturar um raminho de coentros com azeite.

4. Servir o creme de abóbora com o azeite de coentros.

Esta sopa fica muito agradável e pode ser acompanhada na perfeição com fatias de pão torrado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Salada de espargos com ovo quente

Ontem voltei a ser surpreendida. Por volta da hora de jantar tocaram à campainha. O Ricardo atende e passados uns minutos chega à sala com uma caixa. Dei logo pulinhos de contente ao reconhecer a proveniência da encomenda. Achei que ali deveria haver qualquer coisa para mim! ;)

No Natal recebi dois livros da minha lista de pedidos, Garlic and Sappires: The secret life of a critic in disguise de Ruth Reichl e The sweet life in Paris: Delicious Adventures in the world´s most glorious - and perplexing - city de David Lebovitz, que entretanto já comecei a ler. Para além destes recebi também The Flavour Thesaurus de Niki Segnit.

Um destes dias, assim sem esperar fui surpreendida com o Around My French Table de Dorie Greenspan, que andava cheia de curiosidade e que depois de o abrir correspondeu às minhas expectativas. Tanto que resolvi fazer logo uma das receitas da Dorie, uma salada de espargos com ovos e bacon que resultou muito bem.


Ingredientes:
1 molhinho de espargos
2 ovos grandes à temperatura ambiente (um por pessoa)
nozes ou avelãs tostadas
salada de folhas mista
8 fatias de bacon

1. Colocar uma panela com água e sal ao lume. Quando começar a ferver adicionar os espargos previamente arranjados e deixar cozinhar durante 4 minutos. Retirar e colocar os espargos num recipiente com água fria. Escorrer bem os espargos deixá-los a escorrer sobre papel absorvente.

2. Numa frigideira alourar o bacon.

3. Colocar um recipiente com água ao lume. Quando ferver adicionar os ovos um a um com cuidado para não se partirem. Cozer os ovos durante 6 minutos. Depois colocar os ovos e água fria e descascar.

4. Servir a salada num prato ou em pratos individuais, colocando a mistura de folhas mista, espargos, o bacon cortado em pedaços o ovo aberto e nozes picadas grosseiramente.

5. Servir com o molho vinagrete.

Molho vinagrete:
1 colher de chá de mostarda Dijon
1 colher de sopa de vinagre de framboesa
3 colheres de sopa de azeite
sal e pimenta q.b.

1. Colocar os ingredientes numa taça e mexer muito bem com uma vara de arames.


A surpresa desta salada para mim foi o ovo. Foi a primeira vez que cozi ovos em que o interior ficasse líquido. É óptimo.

Já agora, ontem dentro da caixa vinha A Homemade life: Stories and recipies from My Kitchen Table de Molly Wizenberg que tinha pedido, e Food From Many Greek Kitchens de Tessa Kiros de que não estava à espera! É tão bom ser agradavelmente surpreendida! :)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Polvo à lagareiro

Para o almoço de aniversário do meu pai fiz um dos seus pratos favoritos, polvo à lagareiro.

Ingredientes:
2 kg de polvo
2 dl de azeite
8 dentes de alho
1 kg de batatinhas para assar
sal e pimenta q.b.

1. Colocar o polvo congelado numa panela. Não adicionar água. Tapar a panela e levar ao lume baixo durante 45 minutos.

2. Cortar o polvo em pedaços grandes e colocar num tabuleiro de forno.

3. Cozer as batatas ligeiramente.

4. Depois de cozidas, pressionar as batatas ligeiramente e colocá-las junto ao polvo.

5. Temperar com sal e pimenta. Regar com o azeite e adicionar os dentes de alho picados.

6. Levar ao forno pré-aquecido a 200ºC cerca de 30 minutos.


Para mim cozer o polvo congelado e sem adição de água foi uma revelação. Quando li a receita publicada na revista Continente Magazine de Novembro de 2010 fiquei surpreendida e até receosa que não ficasse muito bem. Mas o resultado final demonstrou o contrário. O polvo ficou tenrinho, muito agradável. Agora não sei se não cozo sempre assim o polvo! ;)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

64 anos ... Parabéns, Pai!

O meu pai fez anos numa destas terças-feiras de Janeiro. Para comemorar o seu aniversário resolvi convidá-lo a vir passar um domingo a Lisboa, com a minha mãe. Portanto, no passado domingo recebi os meus pais e os meus sogros para um almoço cá em casa. Mas antes de almoço, resolvi satisfazer um desejo do meu pai e fomos visitar o Oceanário. Desde a Expo 98 que, de vez em quando, me falava no assunto. Na altura disse-lhes que como o Oceanário era uma das coisas da exposição que ficava, que o visitaríamos noutra altura. Entretanto passaram-se treze anos. Treze anos, imaginem! Tanto tempo. :)

O final da manhã foi passado no Oceanário e foi encantador ver como o meu pai se deliciava a ver os peixes, a tentar adivinhar como se chamavam, a surpreender-se com as lontras, os pinguins, o dragão marinho e com o próprio oceanário.

Para o almoço servi como entradas azeitonas verdes e pretas, queijo fresco e pão com sementes feito na máquina do pão pelo Ricardo, ainda quentinho. Para prato principal servi polvo à lagareiro com batatas, que estava tenrinho e as batatas novas, uma delícia!

Servi também entrecosto assado no forno, acompanhado por salada. Esta receita de entrecosto é sempre uma surpresa. Os meus pais perguntaram-me logo como é que eu tinha temperado o entrecosto que estava tão saboroso, tenro e estaladiço. A receita é mesmo uma surpresa, de tão simples que é. Só colocaste sal, piripiri e azeite? - dizia-me a minha mãe. Está tão bom. Passado um bocadinho, chegou a perguntar-me, mas não colocaste alho? Não, mãe, foi só mesmo sal, piripiri e azeite. :)

O bolo de aniversário foi um bolo de tâmaras e nozes que encontrei no blogue Baunilha e Caramelo, que é para mim uma referência no que diz respeito a sobremesas e tem sempre óptimas sugestões, que por sua vez adaptou desta receita. O bolo ficou macio e muito saboroso.


Bolo de tâmaras e nozes

Ingredientes:
250 g de tâmaras (cortadas em pedacinhos e sem caroço)
300 ml de água a ferver
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
120 g de manteiga sem sal (à temperatura ambiente)
180g de açúcar amarelo
1 pacotinho de açúcar baunilhado (7,5 g)
2 ovos (à temperatura ambiente)
100 g de nozes picadas grosseiramente
280 g de farinha com fermento

1. Colocar as tâmaras num recipiente, juntar o bicarbonato de sódio e a água a ferver. Misturar e deixar arrefecer completamente.

2. Pré-aquecer o forno a 190º. Forrar um tabuleiro de 30x20 cm com papel vegetal e untar com margarina.

3. Bater os açúcares com a manteiga, até obter um creme esbranquiçado. Juntar os ovos um a um, batendo sempre muito bem entre as adições. Alternadamente adicionar a farinha e a mistura das tâmaras (já à temperatura ambiente) e misturar bem.

4. Adicionar as nozes e envolver muito bem.

5. Deitar a massa na forma. Levar ao forno. Depois de cozido retirar do forno e deixar arrefecer um pouco antes de desenformar.

Em relação à receita original não fiz nenhuma alteração significativa. Apenas acrescentei mais um pouco de nozes, pois quando retirei o caroço às tâmaras, estas acabaram por pesar um pouco menos dos 250g que tinha comprado e as nozes acabaram por compensar. :)

Para além do bolo servi um arroz-doce com chá de camomila e ananás dos Açores.


Acompanhámos as sobremesas com um vinho branco Grandjó de colheita tardia, doce e muito perfumado.

A tarde foi passada na conversa. A rir, a falar de coisas boas. Com este encontro, tentei que o meu pai comemorasse o seu 64º aniversário de uma forma diferente. Pelo menos sei que conseguiu concretizar um desejo e que adorou!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pernas de coelho com presunto, tomilho e alecrim

Li, ontem, no jornal Metro um artigo sobre a felicidade ou melhor como ser feliz em 2011. O artigo apresentava a ideia de Gretchen Rubin, uma antiga advogada e mãe de duas crianças, sobre o seu The Hapiness Project.

Gretchen, basicamente, quis ser mais feliz e começou a tomar algumas medidas. Começou por ler livros de auto-ajuda e depois a traçar objectivos mensais. Para cada mês definiu um tema e tentou alcançar algumas resoluções. Para terem uma ideia os temas eram, um por mês: - Impulso, energia, vitalidade; Lembrar o amor, casamento; Sonhe alto, trabalhe para isso; Alegre-se com o facto de ser pai/mãe; Leve o lazer a sério; Arranje tempo para os amigos; Compre alguma felicidade com dinheiro; Contemple os céus, a eternidade; Vá atrás de uma paixão (a paixão da autora são livros); Concentre-se; Mantenha o seu coração feliz e A perfeita felicidade através da prática das resoluções.

Ao ler este artigo achei que algumas das coisas fazem muito sentido, ou pelo menos por enquanto deixaram-me a pensar um bocadinho. Como se costuma dizer, a felicidade conquista-se e cabe a cada um de nós trabalhar para sermos felizes.

Ao ler sobre o projecto, fiquei ainda mais convencida que é importante traçarmos objectivos, até nem é preciso ser coisas muito complicadas ou ambiciosas, às vezes basta que se pense em mudar algumas coisas em casa, arrumar um armário que tem roupas que já não usamos e por mais que pensemos que irão voltar a estar na moda, estamos a enganar-nos. Comprarmos uma coisa nova para a nossa casa, de vez em quando colocarmos uma jarra de flores na mesa onde tomamos as refeições, oferecermos pequenos mimos a nós próprias. Sabe tão bem!

É importante ter a capacidade de sonhar, pensar em algo que nos ajude a fugir da rotina. Combinar encontros com amigos (agendar mesmo!), rir, aprender coisas novas. Uma vez li uma entrevista já não me recordo de quem, mas uma das coisas que a entrevistada dizia é que todos os anos queria aprender uma coisa nova, uma dança, um idioma, etc.

Um dos aspectos que influencia o facto de sermos felizes é também o de o aparentarmos ser. Mostrarmos boa disposição, sorrir e termos mais paciência com os outros. Comportamento gera comportamento, como sabemos.

Outro aspecto referido para a nossa felicidade é a organização. Desde o espaço onde vivemos até ao modo como gerimos a nossa relação com os outros. Eu, por exemplo, não consigo viver sem uma agenda!

Mas o mais importante de todos, na minha opinião, é arranjarmos tempo para aquilo que gostamos. Como diz Timothy Ferriss, o tempo é o nosso recurso não-renovável mais valioso. Nada nos deixa mais felizes do que nos podermos dedicar a algumas das coisas que gostamos de fazer. Eu adoro ter tempo para ler. Perco-me quando sei que tenho uma tarde ou algumas horas e que posso aproveitar para ler.

Outra das minhas paixões é ir para a cozinha. Cozinhar é quase como uma terapia. Ali abstraio-me de tudo o resto, concentro-me apenas no que estou a fazer e acabo por esquecer se tive um dia cheio de problemas ou não. Cozinhar como dizia Joanne Harris é uma fuga para a criatividade. Quando os pratos saem bem e os outros apreciam, isso deixa-me muito feliz.

Para que os meus leitores e leitoras sejam um pouco mais felizes, sugiro que comecem desde já a pensar em cozinhar coisas diferentes, coisas que ainda não fizeram. Aquele prato que gostariam de fazer mas ainda não tiveram coragem ou até usar um ingrediente que ainda não experimentaram. Eu há coisas que procuro cozinhar sempre de maneira diferente. Como aprecio, procuro variar ao máximo. Fazer isso, obriga-me a pesquisar, a aprender e no final sinto-me feliz por conseguir. A felicidade conquista-se com pequenas vitórias, com pequenos momentos. Uma das coisas que aprecio cozinhar de forma diferente são pernas de coelho. :)


Ingredientes:
4 pernas de coelho
sal e pimenta
4 fatias de presunto
4 hastes de alecrim
1 raminho de tomilho
um pouco de óleo
100 g de manteiga ou margarina

1. Aquecer o forno a 180ºC.

2. Temperar as pernas de coelho com sal e pimenta.

3. Em cada perna colocar uma haste de alecrim e tomilho. Enrolar uma fatia de presunto em volta.

4. Colocar um pouco de óleo numa frigideira antiaderente e alourar as pernas de coelho de um lado e do outro.

5. Colocar as perna de coelho num tabuleiro de forno. Dispor por cima a margarina cortada em pedaços e levar ao forno sensivelmente 1 hora, dependendo do tamanho das pernas. Virar as pernas a meio do tempo.

Servi as pernas de coelho numa cama de puré de batata e cherovia.

Para o puré de batata e cherovia fiz como se estivesse a fazer um puré de batata normal. Comecei por descascar os tubérculos (3 batatas grandes e 3 cherovias) e cortá-los aos pedaços. De seguida foram cozidos em água com sal. Depois de cozidos, escorri e triturei-os com o passe-vite. Coloquei um pedaço de manteiga, uma pitada de noz moscada e leite. Mexi muito bem.

As pernas de coelho ficam muito saborosas. O puré foi uma óptima surpresa. Ficou mais leve do que fosse só com batata. Da próxima vez acho que vou suprimir a noz moscada, pois achei que esmagou o sabor da cherovia.

Adaptei esta receita de pernas de coelho com presunto, tomilho e alecrim a partir da original publicada no site www.cuisine.com.au.

Votos de um dia feliz!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sopa marroquina de lentilhas vermelhas


Eu tenho por hábito ter sempre ou quase sempre sopa feita em casa. Uma sopa só por si pode ser uma refeição, complementada por pão torrado ou até mesmo uma peça de fruta. Cá por casa o nosso jantar acaba por muitas vezes ser, durante a semana, apenas uma sopa, de preferência com muitos legumes e que não sejam triturados.

Esta sopa marroquina de lentilhas vermelhas foi a primeira de 2011. A receita foi adaptada a partir desta publicada no Serious Eats.

Sopa marroquina de lentilhas vermelhas

Ingredientes:
220 g de lentilhas vermelhas
5 colheres de sopa de azeite
1 cebola picada
2 cenouras cortadas em cubinhos
2 dentes de alho picados
1/2 colher de chá de cominhos
1/2 colher de chá de gengibre em pó
2 colheres de sopa de polpa de tomate
1 cubo de caldo de galinha
1 l de água
Coentros picados para servir
1/2 limão pequeno
Sal q.b.


1. Refogar no azeite a cebola e a cenoura mais ou menos durante 5 minutos. Adicionar o alho, os cominhos, o gengibre e sal a gosto. Deixar cozinhar mais um pouco.

2. Adicionar as lentilhas, a polpa de tomate, o cubo de caldo e a água. Deixar cozinhar até as lentilhas estarem cozidas.

3. Antes de servir adicionar o sumo de meio limão e coentros picados.


A sopa fica muito agradável. Os cominhos marcam a diferença. A água poderá ser substituída por caldo de carne, suprimindo assim o cubo de caldo de galinha. Mas cá por casa nem sempre tenho caldo de carne feito e acaba por ser mais prático usar o cubo de carne.


Outras sopas com lentilhas vermelhas:
- Sopa de lentilhas vermelhas;
- Sopa de tomate com cherovia, cenoura e lentilhas vermelhas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lulas guisadas com tomate e funcho

Um destes dias descongelei uma daquelas lulas gigantes que o meu pai me ofereceu de uma das suas idas à pesca. Para terem uma ideia, antes de serem limpas, pesavam cerca de três quilos!

Sem grandes ideias de como a iria cozinhar, fiz umas pesquisas na blogosfera e no blogue Simply Recipes descobri uma receita que me deixou com água na boca. O que me agradou foi ver um guisadinho de lulas com um molho de tomate a que nenhum pedaço de pão fica indiferente. ;)


Ingredientes:
0,850 de lulas cortadas às rodelas
1 dl de azeite
3 dentes de alho picados
1 cebola picada
1 bolbo de funcho cortado em pedaços pequenos
2 colheres de polpa de tomate
4 tomates maduros grandes (aprox. 550 g)
1 dl de vinho tinto
1,5 dl de água
1 ramo de salsa
sal e pimenta

1. Aquecer o azeite num tacho. Adicionar a cebola e o funcho. Deixar saltear até quebrarem.

2. Adicionar o sal, os dentes de alho, o tomate picado e a polpa de tomate. Deixar cozinhar durante dois a três minutos.

3. Adicionar as lulas, o vinho tinto, a água e pimenta a gosto. Tapar o tacho e deixar cozinhar em lume brando durante sensivelmente 1 hora ou até as lulas estarem tenras. Se necessário acrescentar mais um pouco de água.

4. Antes de retirar do lume, acrescentar um raminho de salsa picada.

O funcho foi uma agradável surpresa. Ajudou a dar consistência ao molho e combinou muito bem com as lulas. Cá em casa este guisado foi acompanhado com pão fresco e estaladiço. Não fiz arroz, nem cozi legumes. Pão, molhadinho no molho, foi uma autêntica perdição! :)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os Bombons da Carlota ...

Esta caixinha de bombons foi uma oferta da minha amiga Carlota, no dia do nosso almoço, em casa da Helena.

Sinto-me uma sortuda, pois o ano passado também recebi outra caixinha. O que me apraz muito é a apresentação, para além dos bombons serem óptimos e este ano a Carlota ter usado um recheio de caramelo excelente.

Os bombons foram colocados numa caixa vermelha, com fundo às bolinhas e no topo, sobressai uma cinta branca e um laçarote de fita vermelha às bolinhas. Tudo a combinar. Tudo com muito bom gosto. Estas pequenas coisas deixam-nos tão felizes. É bom ter amigos assim! :)

Votos de um bom dia a todos!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Almoço com sabores de canela, tangerina e laranja

Depois de ler este texto do blogue Tea & Cookies, fiquei a pensar em quais as palavras que gostaria de escolher para 2011. Normalmente penso em objectivos, desejos, faço listas mas nunca escolho palavras que gostaria de aplicar e transformar em acções ao longo do ano.

Olhando para a minha lista de desejos, penso que estão representadas as seguintes palavras: partilha, experiências e amizade.

Gostaria que 2011 fosse um ano muito especial em termos de partilhas, de troca de ideias, espero continuar a arriscar a fazer coisas novas, no fundo aprender mais, fazer melhor mas num espírito de partilha. Como alguém dizia, a felicidade só faz sentido quando a podemos partilhar!

Uma das coisas magníficas que o blogue me tem trazido são pessoas. Pessoas interessantes que tenho tido imenso prazer em conhecer. Por isso, uma das palavras de 2011 é a amizade.

O meu primeiro almoço com amigos deste ano, teve lugar em casa da Helena e do Miguel, juntamente com a Carlota, o sr. Girassol e o Ricardo, no passado domingo. Estávamos todas cheias de novidades para contar, desde como foi o nosso Natal até à passagem de ano.

A Helena recebeu-nos com umas entradinhas muito agradáveis (queijos, pasta de azeitona, folhadinhos com linguiça, massa folhada com pesto, canapés do mar (lindos!) e uns quadradinhos de empanada galega com um recheio muito saboroso, caixinhas com queijo e compota de cebola roxa):

Eu, como imaginam, quis provar um bocadinho de tudo. ;)

O prato principal foi massada de peixe, que acabei por repetir! Com o entusiasmo da conversa nem tirámos fotografia! :( A refeição começou com um tinto Ares de Medeiros, um vinho agradável, que não conhecia mas com um nome muito engraçado, e terminou com uma garrafa D'Avillez tinto, reserva 2007.

Para sobremesa a Helena preparou-nos tiramisu, pudim cremoso de chocolate e cheesecake ao estilo de Nova Iorque, denso, rico, excelente. Tudo muito bom. Ainda bem que dieta não é uma das minhas palavras escolhidas para este ano! :)

O almoço prolongou-se pela tarde e pela noite dentro, com um pequeno passeio pelos jardins da Parque das Nações em Lisboa. E mais tempo duraria se não fosse a obrigação de levantar cedo no outro dia.

No nosso encontro fizemos uma pequena troca de presentes. Recebi um cestinho de pano para o pão feito pela talentosa Helena e uns bombons, com recheio de caramelo, confeccionados pela já especialista, Carlota.