sexta-feira, 29 de abril de 2016

Bolo de peras bêbadas com chocolate


No próximo domingo, dia 1 de Maio, comemora-se o Dia da Mãe. Quando vim para a universidade fiquei alojada num lar para raparigas onde conheci uma Isabel que tinha perdido recentemente a mãe. Numa das muitas conversas disse-me uma pequena frase, que eu até já tinha ouvido várias vezes, mas que ao ser proferida por ela me deixou a pensar: "Não há amor como o de mãe".

Habituamo-nos às nossas mães. Ao seu amor incondicional. Habituamo-nos a tê-las por perto, sabemos que se precisarmos, se nos doer o corpo ou a alma elas estão prontas a receber-nos, a ouvir-nos, a dizerem-nos o que precisamos de ouvir para seguir em frente. Cuidam de nós, sempre! E isso é tão bom, tão especial! São um abraço num dia de chuva, são conforto, o ombro amigo sempre que choramos, são companheiras nos bons momentos e nos outros todos. Alegram-se com as nossas alegrias e conquistas. Sentem-se orgulhosas com os nossos progressos. É tão bom ter uma mãe!

As mães merecem todos os carinhos do mundo. Merecem beijos, ramos de flores, palavras de afecto, respeito, abraços. Merecem um bolo de chocolate para saborear à mesa entre gargalhadas e muitos sorrisos.

Para comemorar o Dia da Mãe deixo-vos uma sugestão deliciosa, que desenvolvi para a edição Janeiro/Fevereiro de 2016 da revista Comer.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Sargo grelhado com batatas salteadas em alho e salsa


A minha família é ponto de partida para muitas coisas. Foi com ela que recebi princípios e valores que fazem de mim a pessoa que sou. É a ela que gosto de voltar depois de dias atribulados. É com ela que encontro uma certa paz e tranquilidade. A minha família, é também influência ou ponto de partida para algumas das comidas que faço.

Quando vivia numa casa com quintal, num prédio antigo, em plena cidade de Lisboa, uma das coisas que fazia assim que os dias bonitos, de sol, chegavam, era colocar a mesa e respectivas cadeiras ao ar livre, à sombra de um dos limoeiros. Juntava muitas vezes a família para almoços demorados em que a estrela era o peixe grelhado. Depois de mudar de casa, o encanto pelo peixe grelhado, feito em casa, desvaneceu-se. Ao longo destes anos, os grelhados de peixe resumiram-se ao salmão, a umas lulas e penso que pouco mais.

Num destes dias o Ricardo e eu fomos comer a casa dos meus sogros e o jantar foi peixe grelhado. Umas suculentas postas de peixe espada preto chegaram-nos ao prato a pedirem um fio de azeite e que as degustássemos sem mais demoras. Soube tão bem este peixe grelhado.

No passado fim-de-semana fui visitar os meus pais. Almoço com a minha mãe. Visita à horta. Ao final do dia, chega então o meu pai, vindo das suas pescarias com os amigos. Que sorte a minha! Trouxe uns sargos fresquinhos para o almoço do dia seguinte. E sabem como é que decidi preparar este peixe com sabor a mar? Grelhado.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Perninhas de frango no forno


Há pratos que gosto de fazer e que são sempre bem recebidos cá em casa. Polvo à lagareiro faz muitos sorrisos sempre que chega à mesa. Bacalhau à Gomes de Sá encontra-se entre os pratos mais vezes pedido, principalmente para os almoços de fim-de-semana. Arroz de pato é um clássico que gostamos muito.

Há dias em que por um motivo ou outro gostamos de petiscar em jeito de refeição. Para essas ocasiões, um dos petiscos que adoramos é as perninhas de frango assadas no forno ligeiramente picantes. Ficam tão boas!

terça-feira, 26 de abril de 2016

Um jantar com café no restaurante River Lounge


O café é um ingrediente misterioso, perfumado e cheio de aromas que nos despertam os sentidos e nos fazem viajar por paragens longínquos. Adoro café. É um prazer poder começar o dia com uma chávena de café a fumegar. Se gostamos de café na chávena iremos também gostar de o saborear no prato? É este o desafio que o chef Fredéric Breitenbucher nos propõe no restaurante River Lounge, no hotel Myriad by SANA Hotels, no Parque das Nações em Lisboa, através de um menu composto por cinco pratos em que o café é a estrela principal.

Fui conhecer o menu, numa sexta-feira ao jantar, a convite do hotel. A noite estava amena, o céu limpo deixava ver as estrelas a brilhar enquanto o Tejo seguia o seu curso em direcção ao mar.

Depois de provarmos uns cocktails com café, começámos a refeição com coxa de pato, foie gras, chutney de figos com especiarias e uma surpreendente geleia de café ao vinho do Porto. Uma entrada com uma mistura de sabores especial. A acompanhar um vinho Crasto 2014 branco da região do Douro, de sabores frescos a contrastar de forma curiosa com os sabores doces e intensos do prato.


Maki de vieira marinada com vinagrete de lima, café Blue Mountain Hayman em forma de pequenas redes, com legumes frescos, crocantes e alga caviar, foi o prato que se seguiu com evidentes toques orientais. Em relação ao café, o Blue Moutain é considerado por muitos o melhor café do mundo. É produzido, como o nome indica, nas montanhas azuis da Jamaica, as mais altas do Caribe, que ficam na zona mais oriental da ilha, com um microclima único que se mistura de forma especial com as chuvas, a altitude, as sombras e o solo rico em minerais. O Blue Moutain é um arábica e caracteriza-se por ser um café de sabor levemente ácido, suave, com um toque frutado. Este foi um prato que nos permitiu viajar por uma combinação curiosa de sabores.


O prato de peixe foi pregado salteado com fondant de ervilha, couve-flor caramelizada em café e fava tonka, batata vitelotte e braisage de limão. Um prato que merece elogios, o peixe fresco, suculento, a sobressair numa interessante ligação de sabores, onde se evidenciou o toque térreo do café. O vinho escolhido para acompanhar esta viagem pelo mar foi um branco Divai Reserva 2014 do Alentejo.


Medalhão de vitela com cogumelos selvagens e um suculento ravioli de café recheado com bochecha de vitela foi o prato de carne. A acompanhar um tinto alentejano Ponte das Canas 2010, do enólogo Paulo Laureano.


Para sobremesa, gourmandise de café 100% arábica e caramelo com gelado de café. Uma sobremesa deliciosa, fresca, cheia de texturas. A acompanhar um Moscatel Roxo Horácio Simões 2009, de Setúbal.


E com o café no final da refeição, vieram também uns petit fours, a que não resisti. O menu está disponível até dia 30 de Abril. Para os apreciadores de café esta é uma oportunidade a não perder.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Salada de queijo Snack com presunto e cogumelos


A Président lançou um desafio a todas as mulheres portuguesas que gostem de cozinhar, de falar sobre comida, de misturar ingredientes. O desafio consiste em cozinhar com os queijos da marca. Para isso basta fazer a sua inscrição até 30 de Abril 1 de Maio de 2016.

De todas as candidaturas serão seleccionadas dez, que no dia 15 de Maio de 2016 irão cozinhar na presença do júri. A ideia será a partir de um conjunto de ingredientes fornecidos na altura preparar uma receita, muito prática, em que o queijo terá que ser um ingrediente obrigatório.

Das dez participações serão seleccionadas cinco. Estas terão a possibilidade de preparar, cada uma, cinco receitas que serão filmadas e divulgadas no site e no canal Youtube da marca, durante cinco semanas. A cada semana, o público vota na sua Presidente favorita. No dia 23 de Junho, será eleita a Presidente num encontro no restaurante El Bulo, resultante dos dados das votações.


Os prémios para este desafio são aliciantes, para além de cabazes com queijos e outros produtos da marca, vales de desconto e verem as suas receitas incluídas num livro de receitas, a vencedora ganha ainda uma viagem a Paris para duas pessoas com a possibilidade de participar num atelier gastronómico com chefs franceses. Para mais informações podem consultar o regulamento do desafio. O júri é constituído pelo conhecido chef Chakall, pela Paula Matos-Mechling da Lactalis Portugal e por mim.

Confesso que quando vi os prémios pensei: - que bom, quem me dera poder ir a Paris! E vocês, também têm este sonho? Quem aceita este desafio?

Enquanto preparam a vossa inscrição, deixo-vos uma salada fresca para vos inspirar, com queijo Snack, presunto e cogumelos que fica tentadoramente deliciosa!

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Como fazer extracto de canela?


Temos a responsabilidade de procurar que a nossa vida seja maravilhosa. E quando pensamos nisso, damos asas à imaginação e sonhamos em grande. Todos gostaríamos de ter uma casa maior, mais dias de férias, de fazer uma grande viagem - de preferência todos os anos - de mudar de carro, de colocar os miúdos num colégio melhor, enfim, tantos sonhos grandes. Sonhar só faz bem. Eu também tenho sonhos grandes.

Mas procuro ter também aqueles que sei que estão dentro do meu alcance de os conseguir realizar. A felicidade reside nas pequenas coisas e só nos cabe a nós defini-las. Procurar que essas pequenas coisas nos ajudem a sentir realizados, a dizer fui capaz, consegui.

Este ano decidi que queria fazer extractos. Já tinha feito um de baunilha. Entretanto fiz um de laranja, para aproveitar os frutos em abundância do quintal dos meus pais. E trago-vos, hoje, um outro. Extracto de canela. Fica tão perfumado! Acreditam que ter decidido colocar mãos à obra e agora ver que estou a conseguir fazer o que tinha pensado, deixa-me tão satisfeita?! Há dias em que estas pequenas coisas são motivo de alegria. Para sermos felizes nem sempre é preciso muito, basta encontrarmos um caminho.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Bifinhos de frango com natas e cogumelos


Nos últimos anos tem-se falado muito de intolerâncias alimentares. Uma das sensibilidades mais comuns no que toca à alimentação é a intolerância à lactose. A intolerância é diferente das alergias alimentares. Ser intolerante à lactose significa que uma pessoa possui níveis insuficientes da enzima lactase, responsável por digerir a lactose, o tipo de açúcar presente no leite. Sem a presença das enzimas, o açúcar do leite passa pelo intestino sem ser digerido e encontra bactérias que vão fermentar essa lactose.

E é o resultado da acção dessas bactérias que provocam os incómodos característicos que as pessoas com esta sensibilidade alimentar costumam sentir. Mas, o importante é cada um saber o seu tipo de sensibilidade para poder usufruir dos prazeres da mesa sem problemas. Quando se sabe o que se tem depois é muito mais fácil encontrar alternativas e maneiras de comer de forma feliz.

Como nos últimos tempos tenho recebido vários pedidos de receitas sem lactose, decidi aceitar o convite da Parmalat e preparar um prato usando as suas natas 0% lactose. Aqui ficam uns saborosos bifinhos de frango com cogumelos e natas, um prato muito apreciado e com tradição nas nossas cozinhas. Agora sem lactose.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Hambúrgueres e outras coisas boas no Cais da Pedra


O chef Henrique Sá Pessoa há muito que se tornou um dos mais mediáticos chefes portugueses, não só através dos vários programas de cozinha que tem feito para televisão, como pelo trabalho que tem desenvolvido nos projectos de restauração em que participa. Um dos mais conhecidos é o Alma, que reabriu no Chiado. E o outro, é o Cais da Pedra, que abriu portas em 2013.

Há muito que queria conhecer este último restaurante e a oportunidade surgiu através de um convite para um almoço num dos fins-de-semana de Março. O restaurante fica na Avenida Infante D. Henrique, junto ao Tejo, com uma vista magnífica para o rio. Assim que entrei, pareceu-me viajar no tempo até à cidade de Nova Iorque. A decoração, o espaço amplo e luminoso, os espelhos, as mesas com tampo de mármore, fizeram-me lembrar alguns espaços que tive a oportunidade de visitar quando estive nesta cidade. À minha volta quase todas as mesas ocupadas com turistas, casais, grupos de amigos e muitas famílias com crianças. Casa cheia.


Da sala vê-se a azáfama da cozinha e os pratos que chegam ao balcão para seguirem para as respectivas mesas abrem-nos o apetite. Enquanto escolhíamos, fomos petiscando uns croquetes que chegaram quentinhos, muito suculentos e macios. Não resistimos também a ensopar pão no azeite com vinagre balsâmico e a provar as azeitonas.

O Cais da Pedra não serve apenas hambúrgueres, existem também outras opções. A carta divide-se em entradas, saladas, hambúrgueres, acompanhamentos, clássicos do chefe e sobremesas.

Começámos o nosso almoço com uma sopa da estação, neste caso de abóbora com queijo fresco e uma salada de queijo cabra com morangos. A sopa cremosa, aveludada. Os aromas doces da abóbora contrastaram de forma deliciosa com a frescura do queijo. A salada, com uma interessante mistura de sabores e texturas, folhas verdes, morangos, maçãs, cogumelos, pinhões, passas e um molho vinagrete com mostarda e mel, foi uma entrada que se revelou muito fresca.


Achei que ir ao Cais da Pedra, na primeira vez, era quase obrigatório optar por um hambúrguer. Para prato principal escolhi o hambúrguer que tem o nome da casa com queijo da ilha, alface, cebola caramelizada, compota de tomate cereja e manjericão. A acompanhar batatas fritas. Que bom que estava. A carne tenra e suculenta a contrastar de forma gulosa com a cebola caramelizada.


Veio para a mesa também um prato clássico do chef Henrique Sá Pessoa, bochechas de porco alentejano com puré de batata-doce e couve salteada com bacon. Um prato cheio de sabor. A carne tenra, suculenta, em que cada garfada nos deixa a suspirar por mais. Da ementa, fiquei com vontade de voltar para experimentar mais alguns hambúrgueres - entre eles o Rossini com foie gras, e dos pratos clássicos, o bife da vazia feito na frigideira com alho, louro, vinho branco, presunto e batatinhas fritas a acompanhar, numa próxima visita não nos escapa.


Para a sobremesa, deitei um olhar à tentadora tarte banoffee - com banana, doce de leite e chantilly, mas acabei por me decidir pelo crumble de maçã e framboesas servido com uma bola de gelado de baunilha. Um clássico que é sempre uma maravilha.


Nestes dias de Primavera, o Cais da Pedra é uma boa sugestão para uma refeição em família, com um grupo de amigos ou simplesmente com alguém querido. Vão com tempo para aproveitar o espaço e saborear a deslumbrante vista para o Tejo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Salada de ervilhas com fusilli e queijo

( Fotografia de Nuno Correia )

A Primavera chegou e com ela os dias parecem maiores, mais bonitos e solarengos. A Primavera é a estação das ervilhas. Adoro estes pequenos grãos de verde intenso, tão suculentos e doces.

Uso muito as ervilhas em sopas, arrozes, tartes e em saladas. Agora que os dias nos chegam mais bonitos, que o sol começa a espreitar cá por casa dá-se início à época das saladas. Esta, que desenvolvi para a Iglo, mistura massa, ervilhas e queijo. Fica tão boa!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Queques de batata-doce com bacon e queijo feta


Sou fã de batata-doce desde que me conheço. Houve uma altura em que em casa dos meus pais era assada em forno de lenha e comida como se de uma guloseima se tratasse.

De há uns anos para cá comecei a usá-la em vários pratos. Primeiro coloquei-a em sopas, de seguida misturei-a em saladas, experimentei-a em bolos, servi-a recheada e para a edição de Novembro/Dezembro de 2015 da revista Comer resolvi preparar uns deliciosos queques salgados, com uma mistura clássica de sabores, bacon e queijo.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Queques de limão e um segredo


A Maizena é um produto que tenho sempre entre os ingredientes imprescindíveis cá em casa. Para preparar molhos, ficam tão aveludados, para engrossar sopas, para usar em pudins, Pavlovas, bolachas ou biscoitos e nos bolos. Deixa-os sempre fofos. Este é muitas vezes o meu segredo. Uma colher de Maizena e fica tudo mais leve e macio. Eu já vos contei o meu segredo Maizena. Qual o vosso?

Até dia 22 de Abril de 2016 a Maizena pede aos portugueses para partilharem os seus segredos. Mostrem como usam este produto. Em bolos? Molhos? Pudins? Que uso surpreendente lhe costumam dar? Vejam como podem participar. Eu estou curiosa para ler as vossas histórias, receitas e segredos. Participem!


E para saborearam com um chá ou café nestes dias de Primavera mais frescos, deixo-vos, hoje, uns queques de limão com um pequeno segredo, que os deixa deliciosamente fofos. Sabem qual é?

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Empada de carne com cogumelos


Ver chegar, às livrarias, um novo livro com o nosso nome é sempre muito gratificante. Em Março deste ano chegou a obra Receitas Indispensáveis para o seu Robot Cuisine Companion, um livro, no qual tive a oportunidade de colaborar.

É um livro com cerca de 100 receitas muito práticas para as refeições em família. Organizado em oito capítulos que vão desde entradas, sopas, acompanhamentos, pratos de carne, pratos de peixe, receitas vegetarianas, doces e sobremesas e por fim, massas e pão. Foi um prazer colaborar com a Moulinex neste projecto.


Aprendi imenso e tentei colocar nas receitas os sabores e os ingredientes que caracterizam o gosto português. Para mim foi uma viagem saborosa com a grande ajuda da Cuisine Companion. Espero que gostem.

Partilho, hoje, uma das receitas que fiz para o livro, empada de carne com cogumelos (pág. 118). Uma verdadeira delícia!


terça-feira, 12 de abril de 2016

Salada de lentilhas com ovo escalfado e lascas de queijo Nisa


Nesta altura do ano gosto de dar volta ao guarda-roupa e à despensa. Dar a volta é ver o que tenho e seleccionar o que já não quero ou o que já não está em condições de usar. Isto no caso da roupa. Escolho camisolas que foram perdendo a cor ou que já não me revejo no modelo, ou peças de roupa que já não uso aos anos. Tudo para dentro de um saco e segue para Santarém. A minha mãe é óptima a dar destino a estas roupas. Conhece sempre alguém a quem dar ou transforma, recicla e as roupas passam a ter outros usos. Como se costuma dizer, nada se estraga, tudo se transforma!

Gosto também de pelo menos uma vez por ano vasculhar a despensa. Tiro tudo dos armários, coloco de parte embalagens com apenas um restinho e tudo o que esteja quase em fim de validade ou que já tenha passado o prazo de validade. Há produtos que mesmo passando a validade os tento usar rapidamente. Outros como as especiarias, o destino acaba por ser o lixo, pois já perderam a alma, o sabor e o cheiro que as caracteriza. Colocadas na comida, já não brilham.

Nestas limpezas de início de Primavera, encontrei uma embalagem aberta com umas sobras de lentilhas castanhas. Imbuída pelo espírito de limpeza da estação, coloquei a embalagem logo em cima da bancada da cozinha para lhe dar destino. A solução foi uma deliciosa salada com ovo escalfado para um almoço, cá em casa, que nos soube maravilhosamente!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

25 receitas a experimentar em Abril


Eu sei que em Abril águas mil, mas eu pertenço aquele grupo de pessoas que assim que a Primavera chega, espera dias bonitos, de céu azul e sol, com as árvores cheias de flores e as andorinhas a chilrear enquanto constroem os ninhos nos beirais das casas. Gosto da Primavera com poesia! Por isso, tento agarrar-me às coisas boas que esta estação nos oferece e que nos regala o palato nesta altura do ano, enquanto os dias de chuva teimam em continuar.

Em Abril temos favas, tenras e doces. Chegam-nos também as ervilhas, redondinhas e felizes, os grelos com um seu sabor característico e que os torna únicos, as nêsperas e os morangos. Temos ainda espinafres, alho-francês, couves, espargos e as perfumadas tangerinas. Para saborear Abril, deixo-vos 25 receitas que devem experimentar.

Entradas:
- Caldo de borrego com esparguete e ervilhas;
- Ninhos com ovo, curgete e molho de mascarpone;
- Salada de batata com ervilhas e salmão fumado;
- Salada de ervilhas de quebrar com quinoa e queijo feta;
- Salada de espargos com camarão;
- Salada de espargos grelhados com ovos de codorniz.

Pratos de carne:
- Arroz de grelos com farinheira;
- Borrego estufado com ervilhas;
- Costeletas de borrego com alecrim e puré de ervilhas;
- Favas guisadas com entrecosto;
- Peitos de frango recheados com espinafres e queijo;
- Salada de quinoa com frango assado e maionese.

Pratos de peixe:
- Arroz de línguas de bacalhau com grelos;
- Arroz malandrinho com ervilhas e camarão;
- Bacalhau confitado com migas de grelos;
- Garoupa no forno com tomate e brócolos;
- Peixe com puré de batata-doce e alho-francês;
- Puré de ervilhas com salmão grelhado;
- Salmão com batatas novas, espargos e molho de iogurte com aneto.

Doces e sobremesas:
- Bolo de nêspera;
- Bolo de tangerina e coco ralado;
- Doce de nêspera;
- Doce de tangerina;
- Pudim de ovos com tangerina;
- Tarte de maçã.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Beijinhos de coco com chocolate branco


Eu adoro beijinhos. Gosto de dar e receber beijinhos. Quem não gosta, não é verdade?! Mas para além dos beijinhos que damos e recebemos no dia-a-dia há um outro tipo de beijinhos que fazem as delícias cá de casa. Um beijinho, sobremesa, feito com leite condensado, coco e chocolate branco. Que maravilha. Sabe tão bem comer estes beijinhos a acompanhar um café. Ficam húmidos, não muito doces, e com a frescura do coco a sobressair. Que beijinhos bons!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Um jantar com vista para o mar pelo chef Rui Paula


No início do mês de Março fui conhecer o restaurante Casa de Chá da Boa Nova a convite do chef Rui Paula. O restaurante fica situado num local mágico, junto ao Farol de Leça da Palmeira, construído sobre as rochas e apenas a dois metros do mar. O edifício foi projectado pelo arquitecto Siza Vieira e as obras de construção terminaram em 1963. É considerado um monumento nacional. Depois de anos ao abandono, sofreu obras de reabilitação e abriu ao público em 2014 com um novo projecto do chef Rui Paula, proprietário dos restaurantes DOP, na zona histórica do Porto, e DOC, no Douro.

A carta do restaurante apresenta-se organizada em menus. Menu Atlântico em que se faz uma viagem pelos sabores do mar. Menu do Mar e da Terra, que como o nome indica junta as coisas boas do mar e da terra. O Menu Boa Nova que combina pratos de peixe e de carne. E por fim, os Clássicos com pratos emblemáticos de peixe. O peixe e o marisco são a grande aposta do chef Rui Paula neste seu novo espaço.

Nesta primeira visita fiz um mergulho no Atlântico de boca bem aberta para poder apreciar todos os sabores do mar.

Iniciámos a refeição com um amuse-bouche servido numa peça a fazer lembrar um coral. Entre as ramificações, pequenos mimos para o palato como mexilhão em folha de ostra, cone de salmão com caviar de lavagante, tapioca crocante com lavagante, macarron com feijoada de choco. Sentada na mesa, esta entrada fez-me recuar a um dia de praia, com o mar calmo e o céu azul, em que depois de um mergulho, decidimo-nos aventurar pelas rochas e começar a apanhar conchas ou pequenas pedrinhas de formatos distintos. Podemos provar também uma selecção de manteigas, com manjericão, a clássica e a de noz pecan, servidas com uma selecção de pães dos quais destaco, o de couve, que era maravilhoso. Para início de refeição foi-nos servido um Porto tónico.


A primeira entrada servida foi vieira e aipo num prato intitulado Calçada Portuguesa a que se seguiu carabineiro com três texturas de ervilha (em grão, puré e sponge cake) e ovo, um prato que juntou o mar e os sabores frescos e doces da Primavera.


Nesta viagem pelo Atlântico, provei também o robalo no seu habitat, com vivalves, algas, salsify e com ouriço do mar a dar a ideia de areia. Ao olhar para o prato, o salsify fez-me lembrar um pedaço de madeira, seco pelo sol, à deriva no mar.


Seguiu-se a pescada de anzol com plâncton e perceves. O tagliatelle de ovo faz lembrar as lentilhas. O sabor a mar de cada prato é inspirador. Parece mesmo que comemos o mar.


Foi ainda servido o bacalhau - pele, bochecha, língua e feijoada de samos, com a azeitona a fazer-nos lembrar um passeio na areia húmida pela água salgada do mar.


Por fim, para finalizar este mergulho no Atlântico, chegou um arroz de lula, arroz tufado com molho bordalês. A lula, vestida de preto a fazer lembrar a ousadia de Coco Chanel.


Depois de uma selecção de vários queijos portugueses servidos com compotas, chegou a sobremesa, os cítricos e o ivoire.

Todos os pratos foram servidos com um paring de vinhos, escolha do sommelier Carlos Monteiro, que nos surpreendeu a cada sugestão.


Este jantar foi uma viagem pelo mar. Pelos sabores do peixe e do marisco, numa tarde de sol, sentada na areia, em que de vez em quando se sente no rosto os salpicos do mar. Ao longe, dois barcos lançam as redes de pesca ao mar. Nas rochas, duas crianças enchem de pedrinhas e conchas os baldes de plástico, enquanto se maravilham com os caranguejos que se tentam esconder dos olhares humanos. Numa das margens da praia, dois pescadores de cana de pesca na mão, lançam os anzóis ao mar.

Pela carta de elogio ao mar, pela criatividade, pelos sabores colocados em cada prato, o chef Rui Paula merece um oceano de estrelas.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Coelho guisado com feijão branco e couve


Há pratos que me lembro de comer e que por uma ou outra razão nunca mais os preparei. Frango guisado com massa esparguete, ao tempo que não o faço. A massa absorvia os sabores e ficava ainda melhor no dia seguinte. Costeletas de porco estufadas e servidas com puré ou batata-cozida. O que eu adorava este prato.

Um dos pratos que decidi preparar um destes dias e que consta desta lista de pratos perdidos no tempo cá em casa, foi coelho guisado com feijão branco e couve lombarda. Em tempos idos, em minha casa diziam que era coelho à caçador, penso que em jeito de brincadeira. Lembro-me que ficava tão bom. O sabor do coelho com a cremosidade do feijão branco e a frescura da couve, faziam deste prato uma verdadeira iguaria!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Pavlova com doce e fios de ovos


Para as festas da Páscoa fiz dois pães-de-ló e uma das consequências foi a quantidade de claras que sobraram. A sobra de claras foi o pretexto para fazer um pudim Molotov e uma Pavlova.

Conta-se que esta sobremesa foi feita em homenagem à bailarina russa Anna Pavlova quando esta visitou a Nova Zelândia e a Austrália. É um doce feito à base de claras de ovo, fica crocante por fora e húmido por dentro. Costuma levar uma cobertura de natas, ou natas e iogurte e frutas frescas. Mas para esta Páscoa decidi usar os elementos típicos da época, como o ovo e a amêndoa. O resultado foi uma pavlova muito tentadora e doce.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Adeus Março. Bem-vindo Abril!


Março é o mês da chegada da Primavera. É um mês de mudança e renovação. As árvores enchem-se de flores. Começa-se a sentir uma alegria no ar.

Em Março fiz pão. O pão é dos ingredientes que tenho sempre em casa. Adoro começar o dia com uma fatia de pão fresco com queijo ou em torradas, barradas com manteiga ou um fio de bom azeite. O pão faz parte dos pequenos-almoços demorados que costumo preparar ao domingo, para saborearmos a dois cá em casa.


Voltei ao Porto para o programa da RTP1, A Praça. Preparei uma sopa rica, cheia de legumes que cozinhei na companhia da Mila Ferreira e um folar de rosas com doce de gila e amêndoa, que é sempre muito apreciado por quem prova, com a ajuda da Catarina Camacho. A pensar na mesa de Páscoa fiz um bolo ninho com cobertura de chocolate com a ajuda do Jorge Gabriel. A Sónia Araújo adorou os deliciosos queques de linguiça com queijo feta do meu livro Delicioso Piquenique. Os queques ficam tão bons! Uma ideia óptima para um piquenique, uma festa ou até mesmo uma refeição rápida.


No mês de Março estive várias vezes à volta da mesa com a família. Estes momentos são sempre tão preciosos. Festejámos o Dia do Pai. Para este dia, preparei cachaço de porco no forno a baixa temperatura, assado durante várias horas com especiarias e laranja. No final a carne estava tenra, suculenta, a desfazer-se. No domingo de Páscoa o almoço em família é sagrado, com uma mesa farta e muita conversa. A minha mãe preparou cabrito assado no forno com batatas e o arroz dos miúdos do cabrito para acompanhar. Eu fiz as sobremesas, pão-de-ló tipo de Margaride, bolo de laranja com amêndoa, bolo ninho de Páscoa, pavlova com doce de ovos e um pudim Molotov. Entre amêndoas e ovos de chocolate, foi mais uma Páscoa feliz passada em família.

A leitura faz parte dos meus dias. Adoro ler e para este mês que passou escolhi a obra A de Açor de Helen Macdonald. Vi chegar às livrarias o livro Receitas Indispensáveis para o seu Robot Cuisine Companion que ajudei a elaborar para a Moulinex. Um livro cheio de receitas práticas muito ao sabor português.


O Canal História convidou-me para um almoço no restaurante Alma para conhecer os pratos que o chef Henrique Sá Pessoa preparou para a recriação d'A última Ceia, programa que passou no passado dia 18 de Março de 2016. Um almoço especial feito por um dos mais conhecidos chefs nacionais. Fui conhecer o restaurante Casa de Chá da Boa Nova do chef Rui Paula, em Leça da Palmeira, num jantar memorável e almocei no conhecido Cais da Pedra.

Conversei com Marta Chaves da revista NIT enquanto autora do blogue Cinco Quartos de Laranja, estive no jardim da Estrela com a Joana do blogue Viajar em Família para uma breve entrevista e respondi a algumas questões para o blogue Love Eat.



Em Março, nos dias bonitos olhei para o céu azul intenso, passeei de mão dada aos domingos ao final da tarde no parque. Sonhei com novos projectos.

Adeus Março. Bem-vindo, Abril! Que nos tragas dias cheios de luz, paz e muito trabalho.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Arroz de bacalhau com couve chinesa


Adoro arroz. Cá em casa é dos ingredientes que nunca pode faltar no armário da despensa. Tenho arroz carolino, arroz agulha, arroz aromático, arroz para risotto, arroz selvagem, arroz integral, arroz vermelho e arroz preto venus. Por esta selecção penso que conseguem ver o quanto gostamos de arroz.

Quando desenvolvi para a edição de Setembro/Outubro de 2015 da revista Comer receitas com couve chinesa, uma das que pensei logo em fazer foi um arroz de bacalhau, bem ao sabor português, com tomate e a couve. Que bom que ficou! A couve absorve os sabores do arroz e dá textura ao prato. Experimentem.