Os livros são janelas abertas para o mundo. São formas de viajar através da magia da imaginação. Ler um livro é mergulhar numa aventura. É conhecer novos sítios, outras perspectivas de olhar para o que nos rodeia. Ao ler um livro estamos a pensar. E há livros que nos fazem pensar muito. E ao pensar, sem querermos, estamos a mudar.
As personagens de cada um dos livros são como as pessoas que se cruzam na nossa vida, umas simpatizamos e amamos, outras, nem por isso. Há livros que nos impulsionam a amar. A fazer coisas boas. A olhar para os outros. Há livros que nos despertam a vontade de viajar e de conhecer os sítios que descrevem.
Os livros ensinam-nos. Ensinam-nos matérias sérias, como a matemática, a física, aspectos da medicina ou da astrofísica, entre outras ciências. Aprendemos quando lemos. Aprendemos a ver sentimentos, a colocarmo-nos no lugar do outro, a entender diferentes formas de amor, a ser tolerantes ou mais conscientes. Os livros têm mensagens fechadas e cabe-nos a nós, leitores, abri-los e descobri-las. E o curioso de cada livro é que cada um de nós pode encontrar mensagens diferentes. Ler pode ser mágico. Ler ajuda-nos a ser felizes.
Sempre gostei de ler. Umas vezes consigo ler mais, outras, menos. Por mais que leia, penso que poderia ter lido mais. Que tenho que organizar melhor as minhas escolhas. Um leitor nunca está satisfeito, não é verdade? Independentemente do número de leituras que faça, sinto sempre que os livros acrescentam poesia à minha vida. E isso é tão bom! Este ano decidi escolher, pelo menos, um livro para ler em cada mês do ano:
Janeiro:
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A Morte de um Apicultor de Lars Gustafsson - A história de Lars Westin que sabe que está morrer de cancro mas que se recusa a abrir a carta do hospital. Abandona a sua carreira e inicia uma nova vida como apicultor, longe dos caminhos impessoais de um hospital.
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O Que Faz Deus Quando se Sente Sozinho de Paulo Amado - Uma viagem por nove histórias bíblicas em forma de contos que tão bem retratam a natureza humana.
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Pão, Pizza e Focaccia de Rossela Venezia - Um livro delicioso sobre pão e outras massas. Explica como fazer pré-fermentos.
Fevereiro:
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Um Momento Meu de Paulo Caiado - Um livro para a geração que tem agora quarenta anos. Identifiquei-me com tantas coisas!
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Pan de Xavier Barriga - Este ano procurei saber mais sobre como fazer pão em casa. Este foi um dos livros que decidi ler. Ajudou-me bastante.
Março:
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A de Açor de Helen Macdonald - Não simpatizei muito com a personagem principal. A perda do pai leva-a a procurar um refúgio, um caminho. Começa a treinar um Açor.
Abril:
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Em Teu Ventre de José Luís Peixoto - A história da aparição de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos contada pelo lado materno. A escrita de José Luís Peixoto cativa-me. É simplesmente deliciosa e viciante.
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Os Assaltos à Padaria de Haruki Murakami - Um livro para ler numa tarde. Simples. Delicioso e divertido!
Maio:
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Jane Eyre de Charlotte Brontë - Um clássico da literatura e o melhor livro que li este ano. Arrebatador!
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Manual Para se Tornar um Verdadeiro Gourmet de Fortunato da Câmara - Um manual para quem quer saber mais sobre gastronomia e cozinha.
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A Dieta Ideal de Franscisco José Viegas - Uma viagem pela cozinha do criador do famoso inspector Ramos, apaixonado pelos sabores portugueses e com muitas referências a Trás-os-Montes, a sua região de origem.
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Combinações Improváveis de José Avillez - Um livro que resulta do programa de televisão do autor. Muitas receitas com combinações pouco usuais.
Junho:
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As Altas Montanhas de Portugal de Yann Martel - Uma viagem de Lisboa até Trás-os-Montes. Um livro que agarrei com muita expectativa mas que ficou aquém, talvez porque tenha gostado mesmo muito de
A Vida de Pi.
Julho:
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A Vida no Campo de Joel Neto - O primeiro livro que li deste escritor açoriano foi há muitos anos pela mão de uma amiga, uma leitora fervorosa. Gostei muito deste livro. Não sei se por conhecer a ilha Terceira, de reconhecer algumas paisagens e algumas pessoas referidas, ou se por falar da vida calma e tranquila que se tem quando se vive no campo. Ou então, talvez tenha sido pela escrita deliciosa e poética do autor. Em 2017 conto ler
O Arquipélago.
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Vamos Comprar um Poeta de Afonso Cruz - Gostei tanto deste livro. Um livro que nos deixa a pensar e a desejar que os nossos dias tenham muito mais poesia.
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O Livro dos Sabores Perdidos de Nicky Pellegrino - Um livro para ler no Verão. Uma história à volta de um grupo de mulheres que vai para uma escola de cozinha em Itália. Cada uma esconde uma história mas o amor está mesmo ali ao virar da esquina.
Agosto:
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A Vinha do Anjo de Sveva Casati Modignani - Um romance à volta de uma produtora de vinho, com amor e desencontros. Um livro delicioso para o Verão.
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O Livro do Pão de Ângela Silva - Um livro para quem quer começar a fazer pão em casa com recurso à massa-mãe e onde a farinha de trigo não entra.
Setembro:
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A Rapariga do Comboio de Paula Hawkins - A história em volta de um crime em que a chave do desenrolar da investigação está na rapariga do comboio. Um livro que se lê de um fôlego.
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Flores de Afonso Cruz - «
Um homem sofre desmesuradamente com as notícias que lê nos jornais, com todas as tragédias humanas a que assiste. Um dia depara-se com o facto de não se lembrar do seu primeiro beijo, dos jogos de bola nas ruas da aldeia ou de ver uma mulher nua. Outro homem, seu vizinho, passa bem com as desgraças do mundo, mas perde a cabeça quando vê um chapéu pousado no lugar errado. Contudo, talvez por se lembrar bem da magia do primeiro beijo - e constatar o quanto a sua vida se afastou dela - decide ajudar o vizinho a recuperar todas as memórias perdidas. Uma história inquietante sobre a memória e o que resta de nós quando a perdemos. » Um autor a que quero voltar em 2017.
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Morreste-me de José Luís Peixoto - Um livro/poema em homenagem ao pai do autor. Intenso!
Outubro:
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Os Anagramas de Varsóvia de Richard Zimler - Uma viagem ao gueto de Varsóvia através da investigação de um crime. Uma história arrepiante e comovente. Os livros de Richard Zimler trazem sempre uma mensagem, para mim. É importante não esquecer os horrores do holocausto para que não volte a acontecer.
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Semear Sabor, Colher Memórias de Fátima Moura e Justa Nobre - Um livro para sabermos mais sobre alguns pratos tradicionais portugueses. Nada como divulgar as receitas para semear sabor e criar memórias. A primeira parte do livro leva-nos de forma deliciosa pelo maravilhoso mundo do bacalhau.
Novembro:
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Noites Brancas de Fiódor Dostoiévski - «
Numa noite luminosa, numa ponte sobre o rio Neva, um jovem sonhador depara-se com uma mulher em lágrimas. Petersburgo está mergulhada em mais uma das suas noites brancas, um fenómeno que faz as noites parecerem tão claras quanto os dias e que confere à cidade a atmosfera onírica ideal para o encontro entre essas duas almas perdidas. » Um livro delicioso que nos faz pensar sobre a solidão e o amor.
Dezembro:
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Deixei-te ir de Clare Mackintosh - Uma mãe vive a dor da perda de um filho. Jenna tenta recomeçar a sua vida num chalé, numa zona isolada, junto ao mar na costa de Gales. A investigação à morte de Jacob, depois de um período sem avançar, é finalmente retomada. Um romance que nos prende à leitura e que nos alerta para a questão da violência doméstica e como é esta é vivida em profundo silêncio. Tem um final surpreendente. Recomendo.
E como foram as vossas leituras em 2016? Qual o vosso livro preferido?