Na última sexta-feira de Março,
como já vos tinha referido, tive o prazer de ir a um
workshop ao
Kiss the Cook, um espaço inovador, na
Lx Factory a convite da
Nestlé. O objectivo do
workshop era mostrar uma outra vertente dos cereais
Fitness, que para além de serem óptimos nos pequenos-almoços, lanches ou em refeições leves, com leite ou iogurte, agora iriam ser utilizados na confecção de pratos, doces e salgados.
Quando aceitei o convite sabia poucos pormenores do que seria a ementa portanto, quando me apercebi que íamos cozinhar com os cereais fiquei bastante curiosa. Comecei-me logo a questionar quais seriam as receitas. É sempre interessante descobrir novos usos para um determinado produto que estamos habituados a usar sempre da mesma maneira. Eu, neste
workshop apercebi-me que estava prestes a descobrir que estes cereais podem ser utilizados de forma bastante inovadora e que resultam muito bem, tanto em pratos salgados como em doces.
O cozinheiro de serviço no espaço
Kiss The Cook é o
Rodrigo Meneses, que nos cativou desde o primeiro momento com simpatia, boa disposição e várias conversas interessantes sobre comida. O Rodrigo é quem dirige os
workshops, foi ele quem criou as receitas que elaborámos.
A primeira receita que confeccionámos, seguindo as indicações do Rodrigo, foi peito de frango crocante servido com salada. Para esta receita, começámos por triturar grosseiramente cereais
Fitness com queijo parmesão e salsa. De seguida, temperámos os peitos de frango com sal e pimenta preta de moinho. Mergulhámos os peitos de frango em leite e depois na mistura de cereais com salsa e queijo. Entretanto, colocámos uma frigideira ao lume com um fio de azeite. Assim que aqueceu colocámos os peitos de frango e deixámos cozinhar de um lado e depois do outro.
Eu depois do
workshop tentei logo reproduzir a receita em casa e o resultado foi igualmente bom. Os cereais ficam crocantes e ligeiramente caramelizados, o que combina muito bem com o frango.
Frango crocante com cereais Fitness da Nestlé
Receita de Rodrigo Meneses
Ingredientes:
2 peitos de frango
35g de cereais
Fitness Nestlé
20g de queijo parmesão
1 raminho de salsa
leite q.b.
pimenta preta de moinho
sal
azeite
1. Triturar grosseiramente os cereais com o queijo e a salsa.
2. Passar os peitos de frango pelo leite e depois pela mistura de cereais, queijo e salsa.
3. Colocar um fio de azeite numa frigideira e levar ao lume. Assim que estiver quente colocar os peitos de frango e deixar cozinhar de um lado e do outro.
4. Servir os peitos de frango com salada de verdes temperada com azeite.
O segundo prato confeccionado foi salmão na
sauté com legumes suados no tacho. Colocámos um fio de azeite num tacho, assim que aqueceu juntámos legumes cortados finamente, alho-francês e cenoura. Temperámos com sal a gosto. Depois de os legumes quebrarem, tapámos o tacho e deixámos acabar de cozinhar em lume brando. O salmão foi temperado com sal e depois passado na frigideira com um pouco de azeite. O Rodrigo preparou um molho à base de natas e vinho branco para acompanhar o prato. O molho era divino.
Para sobremesa, picámos grosseiramente maçã reineta e uma barrita de cereais
Fitness da
Nestlé com trigo integral. Colocámos a mistura numa taça. Polvilhámos com canela e levámos ao forno. Acompanhámos com morangos frescos.
Gostei imenso de participar no
workshop e agradeço desde já o amável convite da
Nestlé. O ambiente que se criou foi muito agradável e bem disposto. Nada melhor do que cozinhar e logo de seguida sentarmo-nos à mesa para saborearmos o nosso trabalho, entre boas conversas e pessoas animadas. Aprendi também que os cereais podem ser utilizados em vários pratos e que resultam muito bem.
Deste workshop saiu a vontade de continuar a conversar com o Rodrigo Meneses e dessa vontade nasceu a entrevista que a seguir vos apresento.
O Rodrigo Meneses tem entre as suas paixões a cozinha. Para quem não sabe, é um dos ex-concorrentes do
Masterchef e tem actualmente o programa
Gosto de Portugal na canal
24 Kitchen. É um adepto ferrenho dos tachos & panelas. Adora tudo o que são ingredientes e descobrir a melhor forma de transformar algo banal numa iguaria. É segundo as suas palavras, obstinado pelas coisas boas. Gosta de aprender técnicas e receitas. E de falar muito sobre isso. Sente-se uma pessoa feliz quando consegue juntar à mesa uma boa conversa, um copo de um bom vinho e de iguarias que nos façam viajar pelos sentidos. Tem uma paixão pelo que faz. E isso é o mais importante para que se sinta bem. E é entre facas e frigideiras que se sente bem. Como qualquer outra pessoa a quem a cozinha falou mais alto no coração.
1. O que significa para ti cozinhar?
Cozinhar é algo que me relaxa. Sim. Por incrível que possa parecer. É na cozinha que me sinto bem. Porque cozinhar é verdadeira alquimia. É tornar ingredientes bons em algo ainda melhor. Cozinhar é sentir. E dar a sentir aos outros. É a partilha. A felicidade de estar com os outros à mesa. A cozinha tem algo de mágico e é isso que me apaixona. Descobrir sabores e ver o sorriso estampado na cara de quem come aquilo que preparamos.
2. Como descobriste o gosto pela cozinha?
Não vou mentir quando digo que é algo relativamente recente na minha vida. E começou com uma epifania em casa de um dos meus melhores amigos. Ele cozinhou algo diferente. Um bife de atum braseado com creme
fraiche e uma salada de tomate
cherry, espargos e azeitonas pretas. Foi aí. Ao provar algo que nunca tinha comido que percebi que a comida era algo mais do que simples alimentação. Foi um despertar dos sentidos e lembro-me de ter ido para casa determinado a mudar algo na minha vida: Iria aprender a cozinhar. Era esta a minha missão. E assim foi.
3. Estás sempre a pensar em comida?
Não. Claro que não. Embora a cozinha ocupe um lugar de destaque no meu coração tenho tantas outras coisas que gosto de fazer. Fotografar por exemplo. Ou tocar baixo: o meu instrumento preferido. Acho que a vida é demasiado grande para ficarmos apenas com uma paixão. E fazer outras coisas também me ajuda a ser melhor na cozinha. Porque é quando me distancio que me ocorrem algumas ideias. Mas posso dizer que a cozinha, mais do que a comida, é uma parte central da minha vida.
4. Participar no
Masterchef foi, por certo, um momento marcante. Como avalias essa participação?
Foi engraçado. O
Masterchef é um programa de TV interessante para quem participa. Gostei de conhecer mais pessoas com a mesma paixão que eu. Simples mortais que dedicam uma grande parte do seu tempo a essa mesma paixão. Foi engraçado entrar nas provas. Foi muito engraçado mesmo. Diverti-me imenso!
5. A participação no
Masterchef trouxe-te novas oportunidades? Foi o caminho para uma mudança de vida?
Não diria que foi o caminho. Foi algo que me aproximou mais desta paixão. E foi essa aproximação que me levou a mudar de vida. O
Kiss the Cook teve a maior parte da influência. Um projecto fantástico de Nuno Luís e Sandra Ribeiro. E foi do convite deles que surgiu a mudança de vida. Iria deixar de ser publicitário e dedicar-me apenas aos Tachos entre
workshops e afins. Foi muito bom ter conhecido gente que tem uma visão inovadora. E daí até dar o salto bastaram alguns dias.
6. Dos três chefes envolvidos no programa –
Justa Nobre,
chef Cordeiro e
Ljubomir Stanisic – qual o que sentes que mais te influenciou?
Cada um tinha características diferentes, o que dava um grande colorido ao programa. Os três tinham personalidades engraçadas e maneiras próprias de ver a cozinha e a gastronomia. Aproveitei o que pude de cada um deles. E fiquei com uma boa relação com eles.
7. Colaboras com o
Kiss the Cook. Para quem não sabe, como descreves este projecto?
Como dizia atrás, o
Kiss the Cook é um espaço tão inovador que me fez dar o salto para mudar de vida. É um local onde os
workshops de cozinha são diferentes de tudo o que havia até então em Portugal. Um espaço que é a extensão da casa das pessoas. Boa música, um bom copo de vinho e boa cozinha. Entre sorrisos e conversas animadas. Os nossos
workshops são diferentes porque toda a gente cozinha do princípio ao fim. E é muito engraçado ver a reacção das pessoas quando se aproximam dos alimentos e os transformam em algo bom. É nisso que me alimento. Na energia de ter vinte e quatro pessoas à volta das placas a cozinhar. Sou uma espécie de Maestro. E vou guiando as pessoas nos passos a darem para fazerem um brilharete. Têm de experimentar. Acredito que vão adorar e ficar viciados!
8. Para quem gosta de cozinhar e queira aprender, por onde deve começar?
Pelo básico. Acho que o mais importante é mesmo conhecer algumas bases. Começo sempre por dizer que o primeiro que devem comprar é uma boa faca. E quando digo boa, digo mesmo uma muito boa faca. Escolham a melhor que puderem comprar e tratem-na bem. É com ela que vão aprender os cortes essenciais para preparar bons pratos. É com ela que vão apurar a técnica. E depois é praticar muito. Comprar alguns livros de técnicas culinárias, ver vídeos no
YouTube, ver bons programas na TV e acima de tudo querer aprender. Depois é só deixar fluir. E vão ver que num ápice estão a dominar a cozinha. E a divertirem-se muito no processo. Podem também fazer alguns
workshops para aprenderem coisas mais específicas e ficaram com uma ideia prática do que devem fazer com determinados ingredientes. Temos que nos dedicar. E como comer faz parte do dia a dia, temos de nos empenhar para que esses momentos em que temos de o fazer, sejam bons momentos. Coloquem boa música na cozinha, abram um bom vinho e atirem-se para o desconhecido.
9. Gosto de Portugal é o nome do teu programa no canal
24 Kitchen. Para quem ainda não viu, como o descreves?
Como uma viagem de sonho pela gastronomia do nosso país. Um programa que mostra a boa comida, seja ela do restaurante estrela do bairro ou estrela
Michelin. O que importa é que tenha boa comida. E eu vou lá estar para provar e para conversar com o
chef enquanto comemos o que ele preparou. Lá está a minha ideia de relaxamento: a partilha de uma boa conversa e de uma boa mesa! Assim é o
Gosto de Portugal. Assim sou eu.
10. Como surgiu a ideia para o
Gosto de Portugal?
Foi uma ideia simples e que se tornou num gigante. Quando me abordaram com o conceito eu disse imediatamente que sim. É um sonho. Daí até começarmos a escrever o programa foi um ápice. E as ideias vão nascendo ao sabor da vontade de mostrar o que melhor temos por cá.
11. Para o teu programa, como escolhes os locais a visitar?
Tenho a sorte de ter na minha equipa uma das pessoas que mais sabe da matéria: O
Miguel Pires do blogue
Mesa Marcada. Eu e o Miguel somos amigos há vários anos. E como nos conhecemos, é fácil encontrar os sítios para irmos. Temos ideias do que queremos mostrar, e daí é só encontrar os lugares mais relevantes e que sejam bons para mostrar. Todos os locais que escolhemos têm algo de especial. E é isso que nos guia: mostrar o que temos de melhor cá pelo nosso burgo.
12. Gosto de Portugal porque ... ?
Porque temos tantos sabores por cá que só podem mesmo provocar paixão. Gosto de Portugal por tudo o que ele representa. Pelo modo de vida e de comer. Porque todos somos gastrónomos. Todos nós adoramos comer e andamos pelo país de restaurante em restaurante. Basta conversar com alguém sobre alguma cidade, aldeia ou local e vamos logo ter referências de onde se come bem por aquelas bandas. Somos assim. Apaixona-nos a comida. E a mim apaixonam-me as pessoas que gostam disto tanto quanto eu. Por isso,
eu Gosto de Portugal!