terça-feira, 30 de novembro de 2010

Chocolate quente picante de Vianne Rocher


Hoje quando saí do trabalho, corri para casa, cheia de entusiasmo. Tinha na cabeça acabar o livro Sapatos de Rebuçado de Joanne Harris, que comecei a ler na quarta-feira passada. Estava a poucas páginas do fim e queria saber o desfecho da história.

Assim que cheguei, arrumei o casaco e o guarda-chuva, sentei-me no sofá com o livro na mão e mergulhei na leitura. O livro é a continuação de Chocolate, mas agora Vianne, Anouk e Rosette, estão em Paris, com novos nomes e uma outra chocolaterie. Mas mais não conto! ;)

Depois de terminar o livro fui para a cozinha fazer um chocolate quente picante à maneira de Vianne Rocher. Quando vi o filme Chocolate, fiquei com uma vontade louca de me perder nos prazeres de uma tablete de chocolate, agora o livro voltou-me a despertar essa mesma vontade, mas com chocolate quente.

O chocolate quente que Vianne costuma fazer é descrito assim no livro: "(...) há sempre tempo para o chocolate quente, feito com leite, noz-moscada ralada, baunilha, malagueta, açúcar mascavado, cardamomo e chocolate com 70% de cacau (o único chocolate que vale a pena comprar (...)) e tem um sabor rico e um leve travo amargo como o caramelo quando começa a tomar ponto. A malagueta dá-lhe um toque apimentado (nunca demasiado, apenas um travo) e as especiarias dão-lhe aquele cheiro a igreja que me traz lembranças de Lansquenet, de noites passadas por cima da loja de chocolates (...)" p.101.


Ingredientes:
400ml de leite gordo
1/2 vagem de baunilha cortada longitudinalmente
1/2 pau de canela
1 malagueta pequena picante cortada ao meio e sem sementes
100g de chocolate negro (70% cacau)
2 cardamomos
noz-moscada
cognac e chocolate ralado para servir


1. Ralar o chocolate.

2. Colocar o leite num tacho com a vagem de baunilha, a canela, a malagueta sem sementes, o cardamomo e um pouco de noz moscada acabada de ralar. Levar ao lume e depois de levantar lentamente fervura, deixar ferver em lume brando um minuto, mexendo de vez em quando.

3. Incorporar no leite o chocolate ralado, mexendo até se dissolver.

4. Retirar do lume e deixar em infusão durante 10 minutos, remover em seguida as especiarias. Voltar a levar ao lume até ferver lentamente.

5. Servir em canecas com uma colher de sobremesa de cognac, chocolate ralado ou natas batidas.



Huumm ... uma delícia. O picante ajuda a que o chocolate não fique enjoativo, mas isto, claro, sou eu que adoro picante. Esta é uma bebida forte, intensa e revigorante!

A receita do chocolate quente foi retirada do livro A Cozinha Francesa de Joanne Harris, a que apenas acrescentei o cardamomo e a noz-moscada, tal como é descrito no livro Sapatos de Rebuçado. A receita original tem nos ingredientes o uso de açúcar mascavado, mas a autora sugere que se passe sem ele e eu concordo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma tarde de Outono pelo campo ...

Depois de uns afazeres, ao final da manhã de sábado, rumei para os lados de Santarém para almoçar com os meus pais. Estava um dia frio. Muito frio. Mesmo assim, depois de almoço, resolvi dar uma voltinha pelo campo e espreitar a natureza, o que nasce, o que morre, o que renasce ... enquanto, o Ricardo acendia a lareira, que nos fez companhia durante toda a tarde e parte da noite.

As folhas amarelecidas são sinal de despedida. O Outono revela-se o fechar de um ciclo. Terminam os sinais do Verão, e por entre as chuvas e o frio, começa uma outra fase, de adormecimento, mas também de vida. Já dissemos adeus aos marmelos, ao tomate, aos figos, às abóboras e às uvas.

As aboboreiras envaidecidas pelas chuvas, continuam a dar flor por entre as ervas que crescem desenfreadas e a formar fruto, mas acabarão por ser arrancadas à vida, pelo frio das primeiras geadas, que tudo cobrem de branco.

Os figos, alguns teimam em não partir, como um animal pequeno que se prende ao conforto da mãe.

Agora é tempo de azeitona, de azeite ...

... de laranjas e de tangerinas, que com o seu perfume, intenso, ácido, nos chamam para que as provemos.

Quando visito um pomar, não resisto ao chamamento das árvores e dos frutos. E desta vez não foi diferente. Mesmo com o frio cortante, acabei por desprender das árvores duas tangerinas e saboreei-as ali mesmo. É curioso, como um local, como um momento nos condiciona e altera o sabor. Nenhuma fruta me sabe tão bem, como a apanhada por mim.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Salada de massinha com legumes salteados

Já farta de andar quase a sopas, resolvi fazer uma saladinha, agradável, reconfortante e cheia de legumes como eu gosto. Passei pelo supermercado - agora tenho um mesmo por baixo do prédio - e regressei a casa com um saco cheio de legumes. Cenouras, funcho, beterrabas, courgettes, cogumelos e claro, mais um reforço de iogurtes, que não podem faltar.

Entusiasmada com a ideia de tentar comer algo consistente, entretive-me na cozinha ao som da voz de Shirley Bassey e das revigorantes canções: A Foggy Day in London Town e The Sound of Music.


Ingredientes:
1 embalagem de massinha bagos
1 cebola roxa
2 dentes de alho picados
2 dl de azeite
1 courgette
1 mão cheia de folhas de agrião
cogumelos portobello pequenos (aprox. 300g)
sal e pimenta
1 requeijão de Seia
tomates cereja
salsa picada


1. Cozer a massa seguindo as indicações da embalagem.

2. Saltear a cebola e o alho no azeite. Adicionar a courgette cortada em cubos e os cogumelos fatiados. Temperar com sal e pimenta e deixar cozinhar um pouco.

3. Adicionar as folhas de agrião e mexer.

4. Quando os legumes estiveram macios, mas crocantes, retirar do lume.

5. Numa taça, colocar a massa cozida e a mistura de legumes salteados.

6. Adicionar o requeijão de Seia, mexendo bem. Juntar os tomates cereja e salsa picada.

7. Se necessário, rectificar os temperos.


A saladinha ficou deliciosa, com os legumes crocantes, mesmo boa. Mas não me senti confortável a mastigar os legumes e lá tive que voltar à cozinha. Acabei a jantar uma massinha com pesto e queijo fresco.

No sábado, tudo já deverá voltar à normalidade. Espero! :)

Outras saladas com massinha:
- Salada de massa pevide;
- Massa pevide com camarões e queijo feta;
- Salada de massa com camarão, brócolos, tomate e queijo feta.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Creme de legumes assados

Nestes últimos dias tenho andado um pouco desorganizada com as refeições. Acabam por ser pensadas no momento, com o que tenho em casa. Apesar de estar melhor, ainda não quero arriscar a comer coisas que me obriguem a mastigar muito. Por isso, ontem, voltei a olhar para o que tinha no frigorífico e resolvi fazer um creme de legumes assados. Apesar de se comer sopa todos os dias, não se pode comer sempre a mesma, não acham?! :)

Ingredientes:
600 g de abóbora
3 cenouras
2 cebolas
1 alho-francês sem rama
1 courgette
1 raminho de tomilho
pimenta preta de moinho q.b
sal q.b
1,5 dl de azeite


1. Colocar os legumes previamente descascados, com excepção da courgette, e cortados em pedaços num tabuleiro de forno. Adicionar o ramo de tomilho.

2. Temperar com sal, pimenta e o azeite.

3. Levar ao forno a assar.

4. Depois dos legumes assados, retirar o tomilho e colocá-los numa panela. Tapar os legumes com água quente. Triturar com a varinha mágica. Verificar os temperos e levar ao lume só até começar a ferver.

5. Servir a sopa com cubos de queijo fresco de cabra.

O cheiro dos legumes a assar invadiu a cozinha. O perfume do tomilho marcou presença, o que ainda no fez despertar mais os sentidos e o apetite. Deste creme, pouco sobrou!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Delícia de chocolate com amêndoa para um aniversário

Na semana passada a minha sogra fez anos. Como é habitual nestas ocasiões a família juntou-se à mesa. Contámos as novidades, rimos, brincámos com as sobrinhas e a conversa prolongou-se pela noite dentro.

Para a festa de aniversário fiz um bolo de chocolate. Todos adoramos chocolate. E um bolo de chocolate é sempre uma tentação irresistível.


Ingredientes:
6 ovos grandes
380 g de açúcar
margarina e farinha para a forma
100 g de miolo de amêndoa sem casca ralada
200 g de chocolate para culinária
100g de cacau em pó
250 g de margarina ou manteiga
açúcar em pó para polvilhar


1. Ligar o forno a 200º C.

2. Separar as gemas das claras.

3. Colocar as gemas na taça da batedeira, juntar-lhes o açúcar e deixar a batedeira a funcionar enquanto está a preparar os outros ingredientes (aprox. 15 minutos).

4. Partir o chocolate em pedaços, adicionar-lhe o cacau e a manteiga e levar ao microondas 1 minuto na potência máxima ou derreter em banho-maria. Mexer com uma vara de arames até o chocolate ficar homogéneo.

5. Bater as claras em castelo com uma pitada de sal.

6. Misturar o chocolate com a mistura de gemas, usando a batedeira eléctrica. De seguida, juntar a amêndoa ralada e mexer com uma colher de pau. Envolver suavemente as claras batidas em castelo.

7. Untar uma forma com margarina, forrar o fundo com papel vegetal, untá-lo com margarina e polvilhá-lo com farinha.

8. Verter o preparado na forma e levar ao forno durante aproximadamente 50 minutos.

9. Depois de cozido, deixar arrefecer um pouco. Desenformar e polvilhar com açúcar em pó.


Este bolo fica intenso. Espesso, mesmo a saber a chocolate. A receita desta delícia de chocolate com amêndoa é da Vaqueiro.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Notícias de um fim-de-semana ...


Comecei o sábado com uma consulta no dentista. O objectivo foi voltar a fazer uma mini cirurgia a um problema que teima em não ficar resolvido. A cidade estava calma. A confusão prevista por causa da cimeira da Nato, não se sentiu, na sexta e no sábado, acho que se circulou muito bem em Lisboa.

Devido à intervenção cirúrgica, tive todo o fim-de-semana a uma dieta quase só de líquidos. Leite, iogurtes líquidos, batidos de banana com gelado, banana esmagada com laranja, que o Ricardo pacientemente me prepara e sopa.

Assim que cheguei da clínica fiz um creme para comer a meio da tarde. Sem grandes ideias e com uma vontade enorme de me despachar, usei o que tinha à mão.

Creme de abóbora com cenoura e batata-doce
Ingredientes:
2 pedaços de abóbora
4 cenouras
1 cebola
1 batata-doce
água
sal
azeite

Coloquei os legumes previamente descascados e partidos em pedaços numa panela. Coloquei um pouco de sal e tapei com água. Depois dos legumes cozidos, triturei-os com a varinha mágica. Adicionei um fio de azeite, mexi o creme e tapei a panela.

O creme ficou uma delícia. Também é verdade que quando se está com fome, tudo nos sabe bem, mas aqui não foi o caso, o creme ficou mesmo agradável.

Como a recuperação exigia, fazer gelo, grande parte do fim-de-semana foi em casa. Aproveitei e vi finalmente o filme Food, Inc.. O filme apresenta a produção industrial de alguns produtos alimentares, principalmente a carne, o milho e a soja. Alguns dos aspectos apresentados são também referidos no livro O Dilema do Omnívoro de Michael Pollan, que aparece no filme, assim Joel Salatin, um agricultor que aposta numa agricultura e criação de animais sem "químicos".

No filme, tal como no livro, impressionou-me o modo como somos consumidores passivos de milho, o modo como o gado bovino é criado nas produções industriais - a milho - o facto de a indústria alimentar estar a ser gerida por apenas algumas grandes empresas, apesar da enorme variedade de produtos que aparecem nas prateleiras dos supermercados, e de como essas empresas contratam advogados e fazem valer os seus objectivos.

Outras receitas com referência a Michael Pollan e ao livro O Dilema do Omnívoro:
- Salmão em crosta de azeitona preta e amêndoa;
- Salada de batata com ovo, ervilhas, agrião e alcaparras;
- Frango assado com ervas e limão;
- Salada de beldroegas com pêssego e queijo fresco e a importância de comer vegetais.

sábado, 20 de novembro de 2010

Hoje a Moira vem jantar ...

O blogue Tertúlia de Sabores faz hoje 3 anos. A Moira para comemorar este aniversário, lançou o desafio Hoje a Moira vem jantar ... e eu, que adoro festas, tal como no ano passado, não poderia faltar a esta. ;)

Para a Moira fiz um arroz de agrião com amêijoas e camarões. A mesa está posta e o arroz não pode esperar.


Ingredientes:
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
1 bolbo de funcho cortado em pedaços pequenos
1 raminho de tomilho
1 folha de louro
1,5 dl de azeite
300 g de arroz carolino
1,5 dl de vinho branco
água quente (aprox. 1l)
1/2 ramo de agriões frescos
1 raminho de coentros
300 g de camarão
250 g de amêijoas
150 g de miolo de berbigão
pimenta
sal

1. Lavar e arranjar os agriões, tirando os talos mais duros. Triturar os agriões com os coentros. Reservar.

2. Refogar a cebola, o alho, o tomilho, o louro no azeite.

3. Adicionar o arroz e mexer. Refrescar com o vinho branco. De seguida, adicionar a mistura triturada de agriões e coentros.

4. À medida que o arroz for pedindo, acrescentar água quente.

5. Adicionar o miolo de berbigão, as amêijoas e o camarão. Temperar com sal e deixar acabar de cozer sendo que, sempre que for necessário acrescentar água quente.

6. Assim que o arroz estiver cozido servir imediatamente.


Muitos Parabéns ao Tertúlia de Sabores, que a querida Moira nos continue a encantar com muitas e apetitosas receitas.

A receita deste arroz foi inspirada no Watercress Risotto with Scampi and Scallops do blogue La Tartine Gourmande.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Salada de dióspiro com queijo mozzarella fresco

Numa das vezes que comprei dióspiros, no Pingo Doce, descobri junto aos expositores da fruta, uns folhetos de receitas com este fruto. Uma das receitas apresentadas era uma salada de mozzarella com dióspiro que me despertou a curiosidade. Trouxe logo um dos folhetos, que coloquei junto ao meu computador para mais tarde colocar em prática.

Numa destas sexta-feiras que vim almoçar a casa, coloquei a receita em prática. Em relação às indicações, apenas acrescentei o vinagre balsâmico.


Ingredientes:
1 dióspiro de roer
1 queijo mozzarella fresco
pimenta
azeite
vinagre balsâmico cremoso
3 folhas de manjericão picadas
4 bolachas cream crackers para servir

1. Cortar o queijo mozzarella fresco às fatias.

2. Descascar e cortar os dióspiro em rodelas.

3. Num prato colocar o queijo e as fatias de dióspiro. Polvilhar com pimenta preta de moinho. Regar com azeite e vinagre balsâmico cremoso. Por fim, polvilhar com folhas de manjericão picadas.

4. Servir com bolachas cream crackers.


A combinação do dióspiro com o queijo fica muito agradável.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Perna de borrego assada com alecrim e azeitonas


Um dos problemas com que me deparei na minha recente mudança de casa foi a quantidade de livros que tive que armazenar em caixotes. Só me apercebi verdadeiramente da quantidade dos quilos de livros que tinha, quando os comecei a tirar das estantes, a abrir gavetas, a encontrar caixas escondidas em armários ou a descobri-los empilhados na secretária, por detrás do computador.

Mas ter livros é um vício tremendo. Eu não imagino a minha vida sem livros! E apesar de ainda ter livros encaixotados, dou por mim a preparar a lista de presentes que gostaria de receber no Natal e que a família exige para se poder orientar. E o que está no topo da lista? Livros, claro está! :)

Ficaria de sorriso aberto e daria saltinhos de contente, se entre os embrulhos de papel bonito, colocados à volta da árvore de Natal, descobrisse algumas das seguintes obras:

- A Homemade life: Stories and recipies from My Kitchen Table de Molly Wizenberg;
- Cooking for Mr. Latte: A Food Lover´s Courtship, with recipies de Amanda Hesser;
- Tender at the bone: Growing up at the table de Ruth Reichl;
- Comfort me with apples: More Adventures at the table de Ruth Reichl;
- Garlic and Sappires: The secret life of a critic in disguise de Ruth Reichl (que está a ser adaptado para filme);
- The sweet life in Paris: Delicious Adventures in the world´s most glorious - and perplexing - city de David Lebovitz;
- Around my french table: More than 300 recipies from My Home to Yours de Dorie Greenspan;
- How to Cook Everything: Simple Recipes for Great Food de Mark Bittman.

A lista poderia continuar, mas como se costuma dizer o melhor é não pedir tudo de uma só vez, para não assustar, especialmente o pai Natal cá de casa. ;) Mas, enquanto os presentes não chegam, vou-me contentando com os livros que já estão colocados na estante da minha nova sala. Alguns deles resultantes de outras listas!

Um desses livros, Olives & Oranges de Sara Jenkins e Mindy Fox, inspirou-me para fazer esta receita de perna de borrego, que hoje vos apresento.

Ingredientes:
1/2 perna de borrego pequena fatiada
1 cebola cortada em meias luas
10 tomates pequenos (tomate de inverno)
2 hastes de alecrim
4 dentes de alho esmagados
1,5 dl de azeite
150 g de azeitonas pretas
1 colher de sobremesa mal cheia de paprica
Sal e pimenta-preta q.b.

1. Colocar num pyrex a cebola cortada em meias luas. Acrescentar as fatias de perna de borrego temperadas com sal e pimenta-preta.

2. Adicionar 10 tomates pequenos, as azeitonas, os dentes de alho esmagados, as folhas de alecrim, uma colher de sobremesa mal cheia de paprica e o azeite.

3. Tapar o pyrex com folha de alumínio e levar a assar no forno. Antes de o assado estar terminado, retirar o papel de alumínio para a carne alourar.


Servi este prato com puré de batata com manjericão. Uma adaptação feita a partir da receita publicada no Serious Eats.


Puré de batata com manjericão

Ingredientes:
1 kg de batatas
70 de queijo da ilha de São Jorge
1 mão cheia de folhas de manjericão (mais ou menos 35 folhas)
4 colheres de sobremesa cheias de manteiga
2 dl de leite (aproximadamente)
Sal, pimenta-preta e noz-moscada q.b.

1. Colocar uma panela com água ao lume. Quando ferver adicionar as folhas de manjericão, deixar cozinhar durante aproximadamente 15 segundos. Retirar as folhas e colocá-las em água gelada, para assim parar o processo de cozedura e as folhas manterem um verde vivo.

2. Cozer as batatas cortadas em pedaços na mesma água em que fervemos as folhas de manjericão, temperada com sal a gosto.

3. Ralar o queijo da ilha para uma taça.

4. Depois das batatas cozidas, escorrê-las, esmagá-las ou triturá-las com a ajuda de um passe-vite, juntamente com as folhas de manjericão, para a taça onde temos o queijo ralado.

5. Adicionar ao puré a manteiga e mexer muito bem. Temperar com pimenta-preta de moinho e a noz moscada. Acrescentar o leite e mexer muito bem.

6. Se necessário rectificar os temperos.


A carne ficou suculenta, saborosa. Os chamados tomates de inverno que usei na receita são um tipo de tomate que encontro na zona de Santarém. Pelo que sei, é um tipo de tomate pequeno, redondo, que era guardado para ser usado durante o inverno. Costumava ser pendurado em pequenos cachos e assim, as populações conseguiam consumir tomate durante o inverno. Infelizmente, nunca me lembro de o ter visto à venda. Este tomate pode ser facilmente substituído por tomate cereja. O puré de batata com manjericão foi uma agradável surpresa. O manjericão deu-lhe um toque muito especial.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sargo à século XIX ou talvez não?

Na passada sexta-feira deixei a descongelar sargos, de uma das pescarias do meu pai, que adora ir à pesca, para confeccionar ao jantar.

Ao final do dia, chegada a casa, abri o Pantagruel, uma das bíblias da cozinha portuguesa, à procura de uma receita e encontro uma receita de Sargo à século XIX. Achei piada ao nome. Sargo à século XIX? Huummm ... soava-me muito bem, mesmo sem perceber o porquê do título da receita. :)

Ao ler as indicações de confecção percebi que o peixe deveria ser cortado em postas, que depois de enfarinhadas deveriam ser cozidas em azeite com os alhos e o açafrão. Depois do peixe cozido de um lado e outro, adicionavam-se a farinha diluída em água, o sumo de limão e a manteiga de modo a obter um molho. Ná! Não me "apeteceu" estar a cortar os sargos em postas e a fritá-las em azeite. Para mim, a receita fazia sentido se os peixinhos fossem cozinhados inteiros no forno. E assim, fiz! ;)


Ingredientes:
3 sargos
sal e pimenta
farinha
1,5 dl de azeite
sumo de 1 limão
4 dentes de alho
1 colher de café de fios de açafrão


1. Enxugar o peixe com papel absorvente.

2. Colocar sal nas guelras dos sargos e polvilhá-los com pimenta a gosto.

3. Passar o peixe por farinha.

4. Colocar os sargos num tabuleiro de forno. Adicionar os dentes de alho esborrachados, o açafrão, o sumo de limão e o azeite.

5. Tapar o tabuleiro com papel de alumínio e levar ao forno.

6. Uns minutos antes do o peixe estar pronto, retirar o papel de alumínio para que o peixe fique ligeiramente dourado.


Servir o peixe com batatinhas cozidas e uma salada de alface.

Sargos à século XIX ou talvez não, mas o que é certo é que resultaram muito bem. O molho que resulta do assado fica muito agradável.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arroz de abóbora manteiga com folhas de manjericão

Nem sempre uma receita tem uma grande história. Há dias em que as receitas nascem do acaso, dos ingredientes que se tem em casa, da vontade do momento, da inspiração ou até mesmo, da falta dela.

A história deste arroz, se fosse um filme seria uma curta metragem. O actor escolhido para o papel principal foi o arroz, ou melhor o arroz carolino Tejo, depois de um breve casting numa prateleira de um grande supermercado.

Como actores secundários, mas não menos importantes no desenrolar da acção, temos a abóbora manteiga, estrela revelação de alguns cozinhados recentes cá em casa, vinda dos terrenos férteis do Ribatejo, o alho-francês e algumas especiarias que ajudam a colorir de sabor a narrativa.


Ingredientes:
1 dl de azeite
1 cebola picada
300 g de arroz carolino
1,5 dl de vinho branco
1 alho-francês grande sem rama
350 g de abóbora manteiga cortada em pequenos cubos
1 colher de chá de sálvia em pó
pimenta preta de moinho q.b.
sal q.b.
6 grãos de pimenta da jamaica
1 colher de café de canela em pó
1 cubo de caldo de galinha
noz-moscada q.b.
1,2 L de água
uma mão cheia de folhas de manjericão
queijo parmesão ralado para servir


1. Refogar a cebola no azeite. Acrescentar o arroz, mexer e de seguida refrescar pouco a pouco com o vinho branco.

2. Adicionar o alho-francês cortado, a abóbora cortada em cubos e o cubo de caldo de galinha. Temperar com as pimentas, a noz-moscada, a canela, a sálvia e sal. Ir adicionando pouco a pouco a água, que deverá estar quente, mexendo de vez em quando.

3. Antes de retirar do lume, adicionar folhas de majericão. Mexer e servir com queijo parmesão ralado.


Este arroz poderá estar brevemente num prato perto de si! ;)

Esta receita foi confeccionada a partir deste risotto de abóbora do blogue Fodo del Mundo. O arroz fica muito saboroso, a canela dá-lhe um toque muito especial e exótico.

domingo, 14 de novembro de 2010

20 receitas imperdíveis de marmelo


Os dias de chuva, as manhãs de sol, as noites mais frias, as folhas amarelecidas das árvores ou os tons de amarelo e vermelho das vinhas, marcam definitivamente a presença do Outono. Nos campos é tempo da apanha da azeitona. As oliveiras são libertadas dos bagos pretos, gordos, que lhes pesam nos ramos, por ranchos de homens e mulheres que se juntam nesta tarefa. Nas nossas cozinhas aparecem abóboras, romãs, batatas-doces, dióspiros, tangerinas, nabiças, folhas de couve galega e claro, marmelos. Os marmelos são uma das minhas frutas preferidas no Outono. Adoro marmelos de quase todas as formas - assados, cozidos, em marmelada, em guisados, em assados, salteados, em bolos, ou até mesmo crus, quando estão bem madurinhos e perfumados. Hoje, proponho vinte receitas para aproveitar este delicioso fruto de Outono.


Entrada:
- Folhados de marmelos com queijo chèvre.

Acompanhentos:
- Cuscuz com marmelo e espinafres;
- Marmelos salteados.

Prato principal:
- Borrego no forno com marmelos;
- Carne guisada com marmelos e batata-doce;
- Entrecosto no forno com marmelos;
- Febras de porco no forno com marmelo, batata-doce e sálvia;
- Frango com marmelos;
- Tajine de borrego com marmelos.

Sobremesas:
- Bolo de marmelo assado com nozes;
- Bolo de marmelo com canela, laranja e amêndoa;
- Bolo de nozes e marmelada;
- Crumble de marmelo com maçã;
- Folhadinhos de marmelada com nozes;
- Marmelos assados com calda de Vinho do Porto e especiarias;
- Marmelos assados com laranja e canela;
- Tarte tatin de marmelos.

Marmeladas:
- Marmelada;
- Marmelada com vinho do Porto;
- Marmelada, ainda outra receita.


Boas receitas!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Magret de pato com compota de cebola roxa e maçã

No dia do retorno ao projecto das pizzas, em casa da Carlota, recebi como presente um frasco de compota de cebola roxa, muito elogiada pelos presentes e feita pela nossa talentosa anfitriã.

Ao receber a compota achei que lhe deveria dar um destino digno de registo, não é que comida com queijinho não fosse também uma delícia e uma excelente forma de chegar ao fundo do frasco rapidamente! ;) Mas os peitos de pato que tinha congelados falaram mais alto, gritaram loucamente dentro do congelador e exigiram um molho especial e delicioso, para serem servidos no almoço de domingo passado.


Ingredientes:
2 peitos de pato
2 colheres de sopa de compota de cebola roxa
2 maçãs vermelhas
2 colheres de sopa de água
2 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto
4 colheres de sopa de vinho do Porto
1 colher de chá de açúcar
sal & pimenta
tomilho fresco


1. Fazer os cortes na pele dos peitos de pato de modo a fazerem um xadrez. De seguida temperá-los com sal e pimenta a gosto.

2. Alourar os peitos de pato numa frigideira de um lado e do outro. Reservar.

3. Na mesma frigideira onde se alouraram os peitos de pato, adicionar duas colheres de sopa de água, as maçãs cortadas em pequenos cubos com a pele, a compota de cebola roxa, uma colher de chá de açúcar (ou a gosto), o vinagre de vinho tinto, o vinho do Porto e pimenta de moinho. Deixar cozinhar até as maçãs estarem macias.

4. Servir o molho com os peitos de pato cortados. Polvilhar com tomilho fresco.

O molho com a compota combinou muito bem com a maçã, num ligeiro contraste de agridoce.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Comer, Orar, Amar e uma salada de espargos com ovo, salmão e mozzarella


Nas férias, quando li a obra Comer, Orar, Amar de Elizabeth Gilbert registei no meu moleskine duas citações. Uma sobre a cidade de Lucca, que me deixou a sonhar, com vontade de voltar a Itália e perder-me na sensualidade das ruas, das praças, na história dos edifícios, nas trattorias, nos pratos de pasta e comer dos melhores gelados do mundo.

Diz a autora: «(...) deixo os meus tios a gozarem o resto das férias sem mim e prossigo sozinha até à opulenta Lucca, essa pequena cidade da Toscânia com os seus famosos talhos, onde as peças de carne mais bonitas que vi em toda a Itália são exibidas nas lojas espalhadas pela cidade com a sensualidade a que é difícil resistir. Salsichas de todos os tamanhos e cores imaginárias apresentam-se cheias como pernas de senhoras em meias provocantes, balançando suspensas dos tectos dos talhos. As grandes nádegas dos presuntos pendem das janelas, acenando como prostitutas em Amesterdão. Os frangos mostram-se tão roliços e satisfeitos mesmo depois de mortos que imaginamos que se terão orgulhosamente oferecido para serem sacrificados, depois de em vida terem competido entre si para ver qual deles seria o mais gordo. Mas não é só a carne que é maravilhosa em Lucca; são as castanhas, os pêssegos, e os figos, meu Deus, os figos ...» (p.116)

Depois de ler esta passagem, fiquei a pensar: - eu quero ir a Lucca! Quero descobrir os talhos, contemplar as montras, provar as castanhas, apreciar o cheiro dos pêssegos maduros e sentir o doce dos figos. Acho que me perderia, em Lucca, por uma cesta de figos doces e frescos.

Para além de ficar encantada com as iguarias da cidade de Lucca, registei também um prato que a autora descreve e que também aparece no filme, que fui finalmente ver a semana passada.

«Regressei ao meu apartamento e escalfei dois ovos frescos para o almoço. Descasquei-os e dispu-los num prato ao lado de sete espargos (que eram tão finos e viçosos que não precisavam de ser cozinhados). Pus também algumas azeitonas no prato e quatro pedaços de queijo de cabra que trouxera no dia anterior da fromaggeria ao fundo da rua e duas fatias de salmão rosado e oleoso» (p.79)

Esta combinação de ingredientes não me saiu mais da cabeça. Gostei da simplicidade, dos espargos tenros, do queijo e de como combinou, aparentemente, por acaso, estes ingredientes, como se tudo o que colocasse no prato fosse magnífico. Excelente.

Inspirada nos ingredientes referidos na descrição do almoço de Elizabeth, resolvi fazer uma salada que foi apreciada ao jantar, para os dois, depois de uma ida às compras. As primeiras grandes compras na nova casa, para compor o frigorífico e a despensa.


Ingredientes:
2 ovos cozidos
4 fatias de salmão fumado
6 espargos verdes
azeitonas
tomates berry
queijo mozzarella fresco (em mini bolas)
folhas de manjericão
pimenta preta de moinho
azeite

1. Escaldar os espargos.

2. Cozer os ovos.

3. Por prato, colocar três espargos, um ovo cortado, 2 fatias de salmão fumado, azeitonas, tomate berry, queijinhos mozzarella, folhas de manjericão. Polvilhar com pimenta e regar com um fio de azeite.


Servi esta salada com fatias de pão. Os espargos ficaram crocantes, estaladiços, e deram textura à salada. Huumm, uma delícia.


Em relação ao filme, como na maioria das vezes acontece, achei o romance mais rico, mais intenso. No livro gostei das experiências da autora, em Itália, à volta da comida e que o filme apresenta de forma bastante apelativa. Mas desculpem, apesar de achar o Javier Bardem muito interessante, perfeitamente dentro do prazo e saudável ;), acho que não é o Felipe, o brasileiro cinquentão, charmoso, que conquista Elizabeth, na Indonésia. Ou pelo menos, não é o Felipe que eu imaginei! E o português espanholado que falou nas poucas palavras que proferiu, não ajudou. Não ajudou, mesmo nada! :)

Outras receitas adaptadas de obras literárias:
- Sopa de lentilhas vermelhas;
- Arroz de bacalhau do Francisco José Viegas;
- Morangos com mel.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pizas ao domicílio, início de uma nova época

Agora que o Outono se instalou de vez, chegou a altura de retomarmos o projecto das pizas. Os dias mais frios e chuvosos convidam às comidas de forno. Nesta altura, em que a cozinha pode ficar mais quente, as pizas são uma óptima maneira de juntarmos um grupo, passarmos uma noite divertida à volta da cozinha e da mesa.

O dia escolhido foi a sexta-feira passada. O ponto de encontro, a casa da querida Carlota que, como sempre, nos recebeu muito bem. Os convidados para colocarem as mãos na massa foram, desta vez, a Carlota, o Mário, a Helena, o Miguel e o Nuno.

A noite começou com as entradas. A Carlota surpreendeu-nos com uns tomates cherry embebidos em vodka e passados por um mistura de salsa picada entre outros ingredientes.

Umas deliciosas caixinhas com compota de cebola roxa e queijo chévre.

Camembert com compota de cereja e massa filo.

Ovos de codorniz com uma mistura preparada pela Suzana.

E bolachinhas de massa folhada com maçã, morcela e canela, uma homenagem à dona deste blogue e ao seu marido, em lembrança da piza Manuela que fizemos, num outro encontro, em casa da Carlota, que nos deixou encantados.

Para além das delícias apresentadas pela nossa anfitriã, também tínhamos na mesa pistácios e figos secos. Fomos acompanhando as entradas com vinho Moscatel de Setúbal e vinho rosé Defesa, bem fresquinho.

Na cozinha, fomos preparando as pizas. A massa feita na máquina do pão, resultou desta vez um pouco mais rígida do que é habitual. O livro com a receita está perdido nos caixotes que ainda estão por desempacotar e o Ricardo acabou por fazer a massa, na máquina do pão, de cabeça. O resultado foi uma massa dura, que deu alguma luta a esticar. Com a massa estendida, a Carlota e o Mário fizeram uma piza em que colocaram na base da massa: azeite, orégãos secos, queijo gorgonzola, presunto, azeitonas, rúcula e queijo parmesão.

A Helena e o Miguel fizeram uma piza em que colocaram na base molho de tomate frito, cebola roxa, fatias de morcela, queijo mozzarella, maçã granny smith, um molho à base de vinagre balsâmico, azeite, sal e pimenta e nozes partidas.

O Nuno, fez a piza vencedora da noite, que intitulou Pizza Magreb. Na base colocou mozzarella de búfula, tâmaras enroladas em bacon, azeitonas, segurelha - o seu ingrediente secreto! - fatias de maçã vermelha, queijo gorgonzola, queijo mozzarella ralado e queijo parmesão.

Eu e o Ricardo fizemos uma piza com queijo parmesão ralado, fatias de paio york, rodelas finas de batata, tomilho fresco, azeite, queijo mozzarella fresco e queijo parmesão ralado. Depois de sair do forno foi servida com rúcula e pistácios.

Acompanhámos as pizas com um vinho tinto Damasceno de 2008, uma escolha do Nuno.

Para a sobremesa, a Carlota deixou-nos de boca aberta. Serviu-nos duas fantásticas sobremesas, uma tarte de lemon curd e outra de chocolate e manteiga de amendoim que, mesmo cheia que nem um ovo, fiz questão de provar! ;)

A noite foi pequena para o que tínhamos para conversar, rir e partilhar. Estes encontros sabem tão bem! :)