Sexta-feira à noite

Às vezes gostava de me encontrar mais com alguns amigos durante o ano e não apenas em datas concretas, do género aniversários, férias ou passagem de ano, mas a azáfama do dia-a-dia não permite ou não nos predispomos a isso. Esta semana procurámos contrariar essa tendência e marcámos um jantar com o nosso amigo Nuno. Inicialmente era para jantarmos cá em casa, mas a opção de ir jantar fora acabou por ser mais forte. O restaurante escolhido, Zaafran, foi uma sugestão da minha cunhada Cristina que anda sempre a par de novos sítios interessantes para uma refeição.

O restaurante estava cheio mas sem confusão, o que nos permitiu conversar de forma agradável.

Começámos a refeição com as entradas. Escolhemos pão naan com queijo e alho e pakora de legumes.

Pão naan com queijo e alho.

Pakora de legumes.

Para prato principal cada um de nós fez a sua escolha, mas sem repetir o pedido para termos a possibilidade de provar das três opções.

Caril de camarão com molho de coco.

Peixe com lentilhas.

Bife de vaca com molho zaafran.

Nas sobremesas escolhemos Halwa de cenoura, gelado de pistácio e uma outra sobremesa com molho de açafrão, de que me não lembro o nome.

Halwa de cenoura.


Gelado de Pistácio.

Na minha opinião, a halwa de cenoura destaca-se e recomendo.

Restaurante Zaafran
Largo D. Estefânia, Lisboa

Morcela assada com grelos

No fim-de-semana que passou consegui arranjar grelos de duas qualidades, de nabo e de couve galega. Os de nabo são sempre mais amargos que os de couve, mas gosto das duas qualidades.

A braços com tanta verdura resolvi fazer uma receita em que os grelos tivessem o devido protagonismo. Decidi assar uma morcela da região da Beira e acompanhar com grelos cozidos.

Assei a morcela, no forno, num recipiente de barro, ligeiramente untado com banha. Antes de colocar a morcela no recipiente piquei-a a toda a volta com um palito.

Os grelos foram simplesmente cozidos em água temperada com sal. Para ficarem bem verdinhos não tapei a panela durante a cozedura.

Servi os grelos com a morcela cortada às rodelas. Os grelos foram temperados no prato com um fio de azeite.

Muito bom!

Sopa de aipo, alho francês e coentros

Como já várias vezes aqui referi gosto imenso de sopas e procuro ter sempre ou quase sempre sopa feita. A inspiração para esta sopa surgiu a partir de uma que a minha amiga Joana fez quando nos recebeu, pelo Carnaval em sua casa, em Albufeira.

Ingredientes:
1 cebola grande
1 chuchu
2 alhos franceses sem a rama verde (aprox. 400 g)
4 talos de aipo (425 g)
25 g de coentros
1 courgete pequena com casca (180 g)
sal
azeite
coentros picados

1. Descascar a cebola e o chuchu. Cortar todos os legumes para uma panela e o raminho de coentros. Tapar os legumes com água, temperar com sal e levar ao lume.

2. Antes de triturar, juntar azeite a gosto. Depois dos legumes triturados deixar levantar fervura e retirar do lume.

3. Servir a sopa com croutons de pão e coentros picados.

Como já é meu hábito raramente coloco batata nas sopas, mas quem preferir pode usar também batata nesta sopa.

Lombo de porco com especiarias

Cozinhar lombo de porco no forno é muito prático, especialmente nestes dias em que a chuva dá sinais de impaciência e o vento se faz manifestar. Este prato foi ontem o meu jantar.

Ingredientes
1, 300 kg de lombo de porco
1 colher de sobremesa de tomilho seco
1 colher de sobremesa de alho em pó
1 colher de sobremesa de sálvia em pó
1 colher de sobremesa mal cheia de colorau
1 colher de sobremesa mal cheia de cominhos em pó
sal
pimenta de moinho
azeite
1 dl de vinho branco
2 dl de caldo de carne
8 a 10 cebolas pequenas
2 a 3 tomates maduros limpos de peles e sem sementes


1. Misturar as especiarias, o sal e a pimenta numa taça com 3 colheres de sobremesa de azeite.

2. Barrar a carne com a mistura de especiarias.

3. Colocar a carne num tabuleiro juntamente com as cebolas e os tomates cortados em pedaços. Regar com o caldo de carne, o vinho branco e azeite quanto baste.

4. Levar a assar em forno previamente aquecido. Regar a carne de vez em quando com o molho do próprio assado. A meio do assado virar a carne.

Acompanhei este lombo de porco com couve-flor cozida. A carne fica muito saborosa. Os cominhos tem um sabor forte e intenso, quem não gostar de notar o sabor deverá diminuir a quantidade usada.

Frango no tacho

Quando quero cozinhar algum ingrediente e não tenho nenhuma ideia interessante, um dos primeiros livros a que recorro é ao de Francisco Guedes - Receitas Portuguesas, Os pratos típicos de todas as regiões e geralmente encontro sempre alguma sugestão que me agrada. A última vez que isso aconteceu foi com um frango que descongelei e de repente não sabia muito bem como o iria confeccionar. Depois de alguma indecisão, optei pela receita de Frango na Púcara ou neste caso no tacho.

Ingredientes
1 frango partido em pedaços
80 g de presunto cortado em cubos
10 cebolas pequenas
4 tomates
2 dentes de alho
1 cálice de vinho do Porto
1 cálide de aguardente velha
1 dl de vinho branco
1 colher de sopa de mostarda
pimenta
sal

1. Colocar os pedaços de frango numa púcara ou num tacho. Adicionar o presunto, os alhos picados, os tomates previmante limpos despelados e sem sementes cortados e as cebolinhas. Por fim, a manteiga.

2. Temperar com o vinho do Porto, a aguardente velha, o vinho branco, a mostarda, sal e pimenta.

3. Cozinhar em lume médio com o tacho tapado até o frango estar cozido.

O frango fica muito saboroso e muito tenro.

O Leitor

Ontem, domingo fiz para o jantar uma saladinha rápida. Não quis fazer nada de muito complicado pois tinha combinado uma sessão de cinema.


No último encontro do À Volta das Letras, o clube de leitura a que pertenço, a Rute sugeriu-me um livro que tinha acabado de ler e que recomendava vivamente. O livro, disse-me ela, intula-se O Leitor e é de um autor alemão, Bernard Schlink. Adiantou também que já tinha sido adaptado para cinema e que os papéis principais eram interpretados por Kate Winslet e Ralph Fiennes. Como gosto sempre das sugestões desta fervorosa leitora , nesse mesmo dia passei pela livraria e trouxe-o comigo.

Dizer que adorei o livro parece-me pouco, mas não encontro as palavras exactas para dizer o quanto gostei deste livro. Gostei da história, da escrita, especialmente da escrita e no final, senti um aperto enorme, confesso que não consegui conter as lágrimas.

Se já estava cheia de curiosidade em ver o filme, depois de Kate Winslet receber o Óscar ainda fiquei mais. Mas como estou tão apaixonada pelo livro, sinto que o filme, apesar de bem adaptado e interpretado, não conseguiu transmitir a complexidade dos personagens Michael e Hanna, os pensamentos, os sentimentos e as dúvidas que no livro, pela voz de Michael Berg nós vamos conhecendo.

Depois de ver o filme, voltei ao livro. Reli algumas passagens e fiquei com vontade de voltar a lê-lo novamente.



Ingredientes:
4 cogumelos
1 courgette pequena
1 batata-doce assada
4 tomates cereja
nozes
queijo feta
alface
rúcula selvagem
3 rabanetes

1. Grelhar os cogumelos fatiados e a courgette cortada às rodelas.

2. Numa taça colocar alface, rúcula, os rabanetes cortados em rodelas, os tomates cereja cortados aos meio, queijo feta aos cubos, a batata-doce aos pedaços e nozes partidas.

3. Deixar arrefecer um pouco os legumes assados e só depois juntar à salada.

4. Temperar com azeite, vinagre balsâmico e sal a gosto.

Parabéns a você, nesta data querida ...

Os aniversários são sempre motivo para festejar ou, como costumo dizer, para haver festa. A festa pode ser apenas um jantar com a família reunida à volta da mesa e faz-se de conversas, risos e da simples alegria de estarmos juntos. É bom ter família.

Na sexta-feira festejámos o septuagésimo quinto aniversário do meu sogro. E, como não poderia deixar de ser, houve festa.

Começámos a noite de volta dos aperitivos, tostas, patés e azeitonas. Já sentados na mesa regalámo-nos com uns camarões fritos com picante. Uma delícia.

Arroz de peixe polvilhado com coentros.

O prato principal foi arroz de peixe. A acompanhar a refeição tivemos um vinho velho com 47 anos, Caves da Montanha de 1962.

Os meus sogros foram coleccionando vinhos ao longo dos anos e agora de vez em quando somos brindados com garrafas que já têm uma idade interessante. O ano passado, na festa de aniversário do meu cunhado Hugo, tivemos à mesa uma garrafa do seu ano de nascimento, o que foi muito engraçado.

Bolo de ananás.

Depois do prato principal seguiu-se fruta e a tábua de queijos. Por fim, as sobremesas. Bolo de ananás, bolo de cenoura com cobertura de chocolate e pudim de ovos fizeram as delícias. Para terminar, um cálice de licor de alfarroba e café.

Pudim de ovos.

Trocando a ordem, 75 dá 57.

Espero que para o ano se repita!