quinta-feira, 11 de abril de 2013

Eleição de O Melhor Pastel de Nata no Peixe em Lisboa


O festival Peixe em Lisboa, que decorre até ao próximo domingo, dia 14 de Abril de 2013, acolheu ontem à tarde, a quinta edição de O Melhor Pastel de Nata. As pastelarias a concurso foram previamente seleccionadas pela Confraria do Pastel de Nata e chegaram à final doze.

Tive a honra de pertencer ao júri, presidido pelo conhecido gastrónomo Virgílio Nogueiro Gomes, Domingos Soares Franco, produtor e enólogo dos vinhos José Maria da Fonseca, Joaquim Sousa, chef pasteleiro do restaurante Os Oitavos e Rita João, responsável pelo projecto Fabrico Próprio.

Para mim foi uma experiência muito especial e de grande responsabilidade. A prova foi cega, os pastéis de nata chegaram numerados de um a doze e os critérios de avaliação foram desde o aspecto, a massa, o aroma e o sabor. Um a um lá fui avaliando. E digo-vos que não é tarefa fácil. Há pastéis tão bons que apetece comer até ao fim. Ao avaliarmos doze pastéis de uma só vez, é curioso ver as diferenças, desde a massa até ao creme.


O grande vencedor desta edição foi pelo segundo ano consecutivo a Pastelaria Aloma, situada em Campo de Ourique. Em segundo lugar ficaram os pastéis de nata Selecção do Continente e em terceiro, a Pastelaria Alcoa, de Alcobaça e que vende em Lisboa os seus deliciosos pastéis através do El Corte Inglés.

Parabéns a todas as pastelarias participantes. Muito obrigada à Confraria do Pastel de Nata e ao presidente do júri, Virgílio Nogueiro Gomes por esta doce oportunidade.


Ver mais sobre esta eleição de O Melhor Pastel de Nata:
- Pastelaria Aloma tem (outra vez) o “O Melhor Pastel de Nata” de Lisboa no Público;
- E O Melhor Pastel de Nata é ... na TVI.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sabores paulistas no Peixe em Lisboa


A chef Bella Mansano veio fazer uma apresentação no Peixe em Lisboa e trouxe os sabores bons da cozinha de São Paulo, onde tem o seu restaurante Amadeus. Pelo filme que apresentou no início do seu shoocooking, é um restaurante familiar e apresenta vários pratos de peixe, ostras e mexilhões, cultivados pela família em Florianópolis, em parceria com uma comunidade de pescadores.


Esta jovem chef brasileira confeccionou dois pratos. O primeiro foi uma moqueca. Explicou que podemos encontrar dois tipos deste famoso prato baiano, um com leite de coco e outro sem. A versão apresentada foi com leite de coco. Começou por fazer um refogado de pimento e cebola em óleo de palma. De seguida adicionou sal e leite de coco. Por fim, juntou caldo de peixe e deixou cozinhar. Entretanto selou o peixe. Serviu a moqueca num tacho de barro e colocou uma cama de tomate cortado, o peixe, banana cortada às rodelas e por fim o molho com o leite de coco.

O outro prato foi lulas recheadas com sumo de caju e bacon, servidas com cogumelos passados juntamente com as lulas num caldo de legumes e soja. O último prato foi peixe fumado com um refogado de alho-francês, caldo de peixe, aromatizado com alecrim e cebolinho.


Para além da vontade de querer fazer cá em casa a moqueca, guardo desta apresentação também o jeito simpático e bem disposto que, esta chef, imprimiu à sua apresentação e que teve a seu lado a preciosa ajuda do chef Vítor Sobral.

terça-feira, 9 de abril de 2013

A cozinha peruana no Peixe em Lisboa


De 5 a 14 de Abril de 2013 decorre no Pátio da Galé, em Lisboa, a iniciativa Peixe em Lisboa. Para além de podermos provar pratos de dez conceituados restaurantes, de assistir a aulas de cozinha, de saber mais sobre vinhos, de visitar um mercado gourmet, temos também a possibilidade de assistir à apresentação de alguns chefs nacionais e estrangeiros.

A primeira apresentação que este ano assisti foi à do chef peruano Virgilio Martínez dos restaurantes Central, em Lima e do Lima, em Londres. Da cozinha peruana o meu conhecimento era mais de desconhecimento, confesso, por isso gostei bastante de assistir a esta apresentação e ter a possibilidade de, principalmente, descobrir novos produtos.

O chef Virgilio Martínez explicou que no seu pais à medida que nos afastamos da costa, começamos a subir em altitude e vamos encontrando produtos diferentes. Este aspecto foi bem explícito no pequeno filme que apresentou. Este chef referiu ainda que procura habitualmente também vários produtos na região peruana da Amazónia.


Dos produtos que trouxe fiquei curiosa com umas batatas desidratadas, chuño blanco, que passou no ralador para mostrar como rapidamente se transformavam em pó, usado depois para espessar molhos. Outro foi umas castanhas ou noz de bahuaja, que são recolhidas entre Fevereiro e Março no Par­que Naci­o­nal Bahuaja-Sonene, e que têm a casca muito dura. Na natureza, só existe um animal que a perfura, abrindo assim o caminho para outros explorarem o interior cheio de castanhas protegidas por uma capa mais fina. Trouxe também outros ingredientes como por exemplo, vários tipos de quinoa, milho preto, sal de mina, folhas de stevia, cacau e yacón.

O primeiro prato que Virgilio Martínez confeccionou foi um ceviche com leite de tigre servido com quinoa. O leite de tigre é confeccionado com aipo, cebola branca, limas, coentros, gengibre e malagueta. Fica um molho ligeiramente ácido que casa muito bem com o peixe.

O segundo prato usou maca, uma raiz, que escolheu para acompanhar um salmonete servido com raviola e um molho verde, engrossado com sementes de chia.

Os outros pratos que apresentou foram, camarão marinado durante cinco horas com anchovetas e servido com esferificação de bactérias e tiradito, um prato similar ao sashimi, servido em cima da pele de paiche, ou bacalhau da Amazónia, um peixe que pode chegar a ter 200kg. A pele, deixa-nos logo impressionados.


No final, para além de provar os pratos, pude degustar alguns dos ingredientes que este chef trouxe. Gostei muito de conhecer algumas das características da cozinha peruana.


Outros olhares sobre esta apresentação:
- Virgilio Martínez cozinhou com grãos andinos e fruta amazónica por Alexandra Prado Coelho;
- Instantâneos do Peixe em Lisboa 2013: Apresentação de Virgilio Martínez por Miguel Pires.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Tiborna de urtigas com queijo mozzarella


Desde que descobri à venda as urtigas nos supermercados biológicos Brio que fiquei com vontade de as usar de várias maneiras. Comecei com uma sopa, depois fiz esta tiborna e já ando a sonhar com um arroz.

Uma das coisas que me preocupa em termos de alimentação é a necessidade de variar. Quando passo por um supermercado, sinto sempre que os ingredientes variam pouco. E isto para mim, é um dos pontos fortes do Brio, procura ter produtos na secção de frescos menos comuns. Há tantas plantas que podemos introduzir na nossa alimentação e as urtigas são uma delas. Estamos habituados a olhar para as urtigas como uma praga que invade jardins, hortas e quintais, mas curiosamente, tal como as beldroegas, são um excelente alimento. Há até quem faça vinho.

Ingredientes:
2 fatias de pão de sementes
150 g de folhas de urtigas
3 colheres de sopa de azeite
3 dentes de alho
150 g de queijo mozzarella
1 colher de sopa de queijo parmesão ralado
4 rabanetes fatiados
sal e pimenta-preta q.b.
azeite q.b. para finalizar


1. Colocar três colheres de sopa de azeite numa frigideira com os dentes de alho picados. Levar ao lume.

2. Depois de o alho começar a frigir, adicionar as folhas de urtigas. Temperar com sal e pimenta preta a gosto e deixar saltear as urtigas.

3. Cortar o queijo mozzarella às rodelas.

4. Distribuir as urtigas pelas fatias de pão entremeando com o queijo mozzarella. Polvilhar com o queijo parmesão e levar ao forno ou à torradeira até o queijo começar a alourar.

5. Regar com um fio de azeite e servir com rabanetes fatiados.


As urtigas em contacto com o calor perdem a sua força picante. Por isso quando se comem, não constituem qualquer risco. Esta tiborna fica de comer e pedir por mais uma fatia. Deliciosa. Experimentem e digam-me o que acharam.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Compota de maçã com cenoura e cardamomo


Há coisas que procuro que nunca faltem na despensa de cá de casa. Uma dessas coisas são as compotas. Houve alturas em que fazia muita quantidade para depois ir consumindo durante o ano. Agora cada vez mais, procuro fazer menos e em maior variedade. Nesta receita conseguimos obter aproximadamente dois boiões e meio de 350ml.

Uma das últimas compotas que fiz e que partilhei com a família foi a de maçã com cenoura e cardamomo.

Ingredientes:
625 g de maçã reineta
250 g de cenoura
500 g de açúcar amarelo
2 colheres de sopa de sumo de limão
6 cardamomos
4 dl de água


1. Descascar e ralar as cenouras.

2. Colocar a cenoura ralada numa panela com o açúcar. Mexer. Deixar macerar durante 1h30.

3. Descascar e ralar as maçãs. Adicionar à mistura de cenoura e mexer.

4. Juntar o sumo de limão e as sementes de cardamomo. Mexer. Deixar a macerar mais de uma hora.

5. Acrescentar a água. Levar a panela ao lume e deixar apurar durante aproximadamente 30 minutos, ou até obter o ponto de estrada.

6. Guardar em frascos previamente esterilizados.


Esta compota, muito simples, foi feita para a revista Saber Viver de Novembro de 2012.

Ainda hoje me perco por comer ao pequeno-almoço um papo seco bem fresco, estaladiço, cheio de compota. Que prazer bom!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cozinhar com facas IVO na Alimentaria


Nos próximos dias 14 a 17 de Abril de 2013, vai-se realizar na FIL no Parque das Nações, em Lisboa, a Alimentaria, salão internacional da alimentação, hotelaria e tecnologia para indústria alimentar.

A IVO Cutelarias desafiou-me a realizar um showcooking com as receitas do meu livro, Cozinha para Dias Felizes, neste certame profissional, demonstrando a utilização das facas e outros produtos que coloca à disposição no mercado. Para além da linha para profissionais, esta empresa nacional tem vários produtos para quem cozinha regularmente em casa.


A IVO Cutelarias tem dez facas santoku muito práticas e dez entradas para Alimentaria para quem quiser assistir ao meu showcooking que se realizará a partir das 10h30 de domingo, 14 de Abril de 2013. No final, poderão ainda ter o vosso exemplar do Cozinha para Dias Felizes autografado.

Para divulgar esta iniciativa, o Cinco Quartos de Laranja em parceria com a IVO Cutelarias promovem um desafio intitulado Cozinhar com facas IVO em que serão oferecidas dez entradas para a Alimentaria e dez facas santoku.

O desafio está aberto a todos os leitores e para participar deverão:
- Escrever um comentário nesta página, até às 12h de 12 de Abril de 2013, uma frase que inclua obrigatoriamente as palavras "facas IVO" e "Cozinha para Dias Felizes";
- Indicar, obrigatoriamente, o nome e um contacto (eMail ou telemóvel) para poderem ser eventualmente contactados;
- Cada leitor poderá submeter até 3 frases.


No dia 12 de Abril de 2013 às 17h serão anunciadas as dez participações consideradas válidas com as frases mais criativas no entender da IVO Cutelarias.

As entradas para a Alimentaria são para o dia 14 Abril até às 11h30. As facas serão entregues no final do showcooking.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Bolo de batata e chocolate


Há uma história sobre a introdução da batata na Europa que acho deliciosa e que li na obra Comida e Civilização de Carson I. A. Ritchie, há já uns bons anos.

A batata veio para a Europa logo a seguir à chegada dos europeus à América do Sul. Mas na altura, os camponeses olhavam-na com apreensão e receio. Foi considerada maléfica, cheia de energias negativas, associada à bruxaria e venenosa, por isso a sua expansão, no início, foi lenta. Conta-se que em França, Antoine-Augustin Parmentier, a quem se deve a invenção da batata frita, foi um dos grandes defensores deste tubérculo, dizendo que não era venenoso e que os seus concidadãos não deveriam ter receios em o consumir.

Pamentier influenciou o rei Luís XVI e foi este, com um pequeno truque, que conseguiu convencer os camponeses a cultivar a batata. O rei mandou semear um campo de batatas perto de Paris e colocou uma guarda real a vigiar o campo. Os camponeses curiosos começaram a questionar o que seria que ali estava cultivado, por certo algo valioso para estar a ser protegido com tais medidas de segurança. Finalmente, quando as batatas estavam prontas a sair da terra, o rei mandou retirar a guarda durante a noite e aguardou. Passado pouco tempo, as batatas foram sendo roubadas e assim começou a expansão da pomme de terre (maçã do chão). Hoje em dia quando encontramos numa ementa a inclusão de pratos à Parmentier (ou à la Parmentier) significa que levam batatas na sua confecção.

Ainda bem que Parmentier conseguiu influenciar o rei e que o consumo da batata se expandiu por toda a Europa. Hoje em dia, encontramos imensas variedades que podemos usar na nossa cozinha das formas mais variadas e criativas. Hoje, trago-vos um bolo de batata e chocolate que fiz para as Batatas de França. Este bolo fica macio e come-se a primeira fatia já a pensar na segunda.

Ingredientes:
200 g de puré de batata
300 g de açúcar amarelo
200 g de manteiga sem sal à temperatura ambiente
5 ovos
70 g de chocolate 70% de cacau
300 g de farinha com fermento
1 dl de leite
3 g de canela em pó
1 colher de chá de extracto de baunilha
Uma pitada de sal
100 g de avelãs
Manteiga ou óleo em spray para untar forma
Açúcar em pó para polvilhar


1. Para preparar o puré, cozer a batata cortada em cubos. Depois de cozida escorrer e reduzir a puré com um esmagador de batata. Deixar arrefecer.

2. Com uma faca ou com um robot de cozinha picar o chocolate.

3. Bater o açúcar com a manteiga.

4. Juntar as gemas uma a uma e bater entre cada adição.

5. Juntar o puré de batata frio, o chocolate picado, a farinha, o leite, o extracto de baunilha, a canela e o sal. Mexer muito bem.

6. Bater as claras em castelo com uma pitada de sal.

7. Envolver as claras batidas na massa.

8. Colocar a massa numa forma redonda com fundo amovível, forrada com papel vegetal untado com manteiga ou com óleo em spray.

9. Dispor por cima da massa as avelãs cortadas ao meio.

10. Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 60 minutos. Antes de retirar o bolo do forno, verificar a cozedura com um palito.

11. Servir o bolo polvilhado com açúcar em pó.


As batatas deixam o bolo macio, fofo e delicioso. Quem preferir pode adicionar as avelãs à massa do bolo.