terça-feira, 26 de abril de 2016

Um jantar com café no restaurante River Lounge


O café é um ingrediente misterioso, perfumado e cheio de aromas que nos despertam os sentidos e nos fazem viajar por paragens longínquos. Adoro café. É um prazer poder começar o dia com uma chávena de café a fumegar. Se gostamos de café na chávena iremos também gostar de o saborear no prato? É este o desafio que o chef Fredéric Breitenbucher nos propõe no restaurante River Lounge, no hotel Myriad by SANA Hotels, no Parque das Nações em Lisboa, através de um menu composto por cinco pratos em que o café é a estrela principal.

Fui conhecer o menu, numa sexta-feira ao jantar, a convite do hotel. A noite estava amena, o céu limpo deixava ver as estrelas a brilhar enquanto o Tejo seguia o seu curso em direcção ao mar.

Depois de provarmos uns cocktails com café, começámos a refeição com coxa de pato, foie gras, chutney de figos com especiarias e uma surpreendente geleia de café ao vinho do Porto. Uma entrada com uma mistura de sabores especial. A acompanhar um vinho Crasto 2014 branco da região do Douro, de sabores frescos a contrastar de forma curiosa com os sabores doces e intensos do prato.


Maki de vieira marinada com vinagrete de lima, café Blue Mountain Hayman em forma de pequenas redes, com legumes frescos, crocantes e alga caviar, foi o prato que se seguiu com evidentes toques orientais. Em relação ao café, o Blue Moutain é considerado por muitos o melhor café do mundo. É produzido, como o nome indica, nas montanhas azuis da Jamaica, as mais altas do Caribe, que ficam na zona mais oriental da ilha, com um microclima único que se mistura de forma especial com as chuvas, a altitude, as sombras e o solo rico em minerais. O Blue Moutain é um arábica e caracteriza-se por ser um café de sabor levemente ácido, suave, com um toque frutado. Este foi um prato que nos permitiu viajar por uma combinação curiosa de sabores.


O prato de peixe foi pregado salteado com fondant de ervilha, couve-flor caramelizada em café e fava tonka, batata vitelotte e braisage de limão. Um prato que merece elogios, o peixe fresco, suculento, a sobressair numa interessante ligação de sabores, onde se evidenciou o toque térreo do café. O vinho escolhido para acompanhar esta viagem pelo mar foi um branco Divai Reserva 2014 do Alentejo.


Medalhão de vitela com cogumelos selvagens e um suculento ravioli de café recheado com bochecha de vitela foi o prato de carne. A acompanhar um tinto alentejano Ponte das Canas 2010, do enólogo Paulo Laureano.


Para sobremesa, gourmandise de café 100% arábica e caramelo com gelado de café. Uma sobremesa deliciosa, fresca, cheia de texturas. A acompanhar um Moscatel Roxo Horácio Simões 2009, de Setúbal.


E com o café no final da refeição, vieram também uns petit fours, a que não resisti. O menu está disponível até dia 30 de Abril. Para os apreciadores de café esta é uma oportunidade a não perder.

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