segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A aprender com a chef Justa Nobre


O pretexto que me levou ao Pavilhão Altântico, na passada sexta-feira, ao Mercado de Sabores do Continente, foi a apresentação de Justa Nobre, chef do restaurante Spazio Boundi, em Lisboa. Durante esta iniciativa vários dos chefs nacionais convidados tinham a seu cargo os pratos típicos de uma região. À chef Justa Nobre coube a região norte. Apresentou-nos três receitas de Trás-os-Montes, de onde é natural. A sopa de alheiras, que curiosamente não leva esse enchido, mas ficou com esse nome pois era a sopa que se fazia no dia em que se preparavam as alheiras e era cozinhada com as carnes utilizadas na confecção das mesmas. Apresentou ainda um fricassé de pato com canela e, para sobremesa, chila dourada com nozes e amêndoas. A audiência teve a possibilidade de provar os pratos confeccionados e pelo que vi, todos gostaram.

Depois de assistir à sua apresentação, troquei algumas impressões sobre a sua experiência em showcookings. Tive ainda o prazer de a acompanhar numa breve visita à banca do produtor de enchidos Bísaro, o sr. Alberto, ali presente, e que tive a honra de conhecer e de falar sobre as alheiras e sobre o famoso porco Bísaro.


O Mercado de Sabores do Continente, é uma iniciativa que procura dar a conhecer alguns dos produtores nacionais que fornecem esta cadeia de distribuição. O que me agradou neste evento foi a possibilidade de se dar voz aos produtores e de estes poderem contactar directamente com o grande público. É uma forma de aproximar os produtores dos consumidores. Saber quem produz o quê, é importante. Cria-se confiança, podem-se esclarecer dúvidas, identificar rostos, pessoas, a determinados produtos. Cada vez mais as cadeias apostam na chamada marca branca, o que indiretamente rouba a identidade de quem produz. Este mercado de sabores é uma maneira de potencializar o bom que se produz a nível nacional. Por outro lado, é também uma excelente forma de apresentar novos produtos ou de os promover a quem ainda não os conhece.

Foi bom ver ali peixe fresco, fruta apetitosa de várias regiões do país, desde a zona oeste, passando pela Madeira e pelos Açores. Enchidos de várias regiões demarcadas, assim como produtores de carne, desde a carne alentejana até à dos Açores. Queijos de norte a sul do país, pão regional de Rio Maior, doçaria conventual, entre muitas coisas boas e apetitosas. Eu não resisti ao pão quentinho acabado de fazer, aos enchidos e às alheiras de Vinhais, e às uvas, pretas e brancas que estavam tão convidativas. O jantar de sexta, penso que conseguem adivinhar o que foi.

Aproveito ainda para agradecer às leitoras que sabendo que eu estava a assistir à apresentação fizeram questão de me cumprimentar.


Que venham mais iniciativas que promovam o bom que se produz em Portugal.

2 comentários :

Lume Brando disse...

Banquinha de pão! Essa não havia no Porto e eu muita gente sentimos falta. E não me lembro de ter visto peixe... Mas capital é capital...
Tiveste uma guia de luxo ;)
Um beijinho
Teresa

Laranjinha disse...

Olá Teresa,

aqui havia pão quente de Rio Maior. Mas de uma maneira geral o mercado era muito idêntico ao do Porto, apenas um pouco maior.
A chef Justa Nobre lembrava-se de nós e principalmente de ti!

Um beijinho.