No sábado, antes das 10h da manhã já estava em frente ao mercado do Forno do Tijolo. Saí de casa a pensar que o mercado era num sítio e afinal ficava mais perto da minha casa do que eu pensava. Ainda dei uma voltinha, parei numa ou noutra loja de fruta e surpreendi-me com alguns preços, muito em conta, e com o aspecto apetitoso dos pêssegos, dos figos e das mangas.
Um pouco antes das 10h a Isabel chegou e fomos logo para a fila que entretanto já se tinha formado para efectuarmos o pagamento da nossa inscrição no workshop de cozinha africana, realizado no âmbito do festival Todos. O ano passado, a Isabel e eu, também participámos e tivemos a oportunidade de viajar pela gastronomia da Índia e da Ucrânia, pela mão de famílias oriundas destes países, mas a viverem cá. A experiência do ano passado foi tão positiva que este ano não quisemos perder a oportunidade de participar.
Os workshops funcionaram em lojas do mercado, a da cozinha africana pareceu-me que em tempos deve ter sido um açougue, e em frente criaram um espaço de esplanada para os participantes almoçarem.
A nossa viagem pelos sabores de São Tomé e Príncipe começou com a apresentação das nossas anfitriãs, a Ana Paula dos Reis, que simpaticamente nos disse que estava vestida com um traje típico de S. Tomé, a Julieta Carvalho, a Fátima dos Reis e a Jusnéria. Depois das apresentações, começaram por explicar alguns dos ingredientes usados na cozinha de São Tomé. Começaram por falar do maqueque, que me pareceu um tomate verde riscado, mas pelo que percebi é da família das beringelas, apresentaram o pau de pimenta, que se assemelha a um pequeno tronco de árvore, mas que quando se abre cheira agradavelmente a pimenta, deram a conhecer a fruta pão, mostraram a casca e a fruta já cozida, o ossame, um fruto vermelho, que pela forma faz-me lembrar um figo e ao mesmo tempo uma flor fechada, aberto tem um aroma agradável.
Em termos de receitas, começaram por nos explicar como fazer angu de banana. Cozer banana pão sem a casca e depois esmagar muito, muito bem, tarefa essa feita pela Fátima e que a ocupou algum tempo. Depois da banana bem esmagada, fez uma bola, depois com a colher de pau cortou doses individuais. O angu seria para acompanhar o calulu de galinha.
O calulu é um prato São Tomense feito com galinha ou peixe fumado, por exemplo peixe voador, macho-pombo, entre outros, por cá, quando fazem escolhem o carapau ou a sarda. Para o calulu, a Ana Paula explicou que cozeu as verduras na véspera. Colocou a panela ao lume por volta das 22h e que desligou o fogão por volta das 4h da manhã. As verduras usadas foram a couve portuguesa e espinafres, tudo muito cortadinho. A fruta pão descascada também pode ser cozida com as verduras. A galinha foi temperada com sal e pimentas, branca e preta. Pelo que percebi, pois houve alguma confusão com o entrar e sair de pessoas que vinham de outros cursos ver o que fazíamos, faziam perguntas e cortavam a linha de explicação, a galinha foi colocada numa panela com óleo de palma, pau pimenta, maqueque, quiabo, mosquito (erva aromática). Depois da galinha cozinhada, adicionaram as verduras com o caldo, a fruta pão esmagada, a beringela descascada e limpa de sementes e deixaram acabar de cozinhar.
O calulu foi servido com o angu de banana e arroz branco. Estava excelente. Foi uma surpresa.
O outro prato confeccionado foi cachupa que se assemelha bastante à nossa feijoada, só que a cachupa leva milho. Para a cachupa o primeiro passo é cozer o milho e o feijão catarino com sal. A Ana Paula chamou-nos a atenção para os diferentes tempos de cozedura. O milho demora mais, portanto, se forem cozinhados juntos, não devem ser colocados ao mesmo tempo. Os enchidos, chouriço de carne, chouriço de sangue e até farinheira, podem ser cozidos juntamente com o feijão. As carnes, que podem ser salgadas ou não (chispe, entrecosto, frango, etc), também são cozidas à parte com um refogado de cebola, alho, azeite, polpa de tomate, folha de louro, ossame e pau pimenta.
Depois do feijão cozido, retirar os enchidos e cortá-los às rodelas. Juntar as carnes, um pedaço de bacon cortado,o feijão e o milho (usaram milho branco e milho amarelo) com o caldo de cozedura, couve lombarda cortada e cenoura.
Para sobremesa fizeram um arroz da Índia. Colocaram leite de coco, leite, arroz, margarina, açúcar, milho branco e amarelo. Deixaram cozinhar.
A família que nos acompanhou nesta viagem foi de uma simpatia inexcedível. Disponíveis, simpáticas, mostraram que estavam ali com gosto e com orgulho na sua cultura.
Num outro dia, falar-vos-ei da minha experiência no workshop de comida chinesa, que fiz no domingo no âmbito do mesmo festival.
Um pouco antes das 10h a Isabel chegou e fomos logo para a fila que entretanto já se tinha formado para efectuarmos o pagamento da nossa inscrição no workshop de cozinha africana, realizado no âmbito do festival Todos. O ano passado, a Isabel e eu, também participámos e tivemos a oportunidade de viajar pela gastronomia da Índia e da Ucrânia, pela mão de famílias oriundas destes países, mas a viverem cá. A experiência do ano passado foi tão positiva que este ano não quisemos perder a oportunidade de participar.
Os workshops funcionaram em lojas do mercado, a da cozinha africana pareceu-me que em tempos deve ter sido um açougue, e em frente criaram um espaço de esplanada para os participantes almoçarem.
A nossa viagem pelos sabores de São Tomé e Príncipe começou com a apresentação das nossas anfitriãs, a Ana Paula dos Reis, que simpaticamente nos disse que estava vestida com um traje típico de S. Tomé, a Julieta Carvalho, a Fátima dos Reis e a Jusnéria. Depois das apresentações, começaram por explicar alguns dos ingredientes usados na cozinha de São Tomé. Começaram por falar do maqueque, que me pareceu um tomate verde riscado, mas pelo que percebi é da família das beringelas, apresentaram o pau de pimenta, que se assemelha a um pequeno tronco de árvore, mas que quando se abre cheira agradavelmente a pimenta, deram a conhecer a fruta pão, mostraram a casca e a fruta já cozida, o ossame, um fruto vermelho, que pela forma faz-me lembrar um figo e ao mesmo tempo uma flor fechada, aberto tem um aroma agradável.
Em termos de receitas, começaram por nos explicar como fazer angu de banana. Cozer banana pão sem a casca e depois esmagar muito, muito bem, tarefa essa feita pela Fátima e que a ocupou algum tempo. Depois da banana bem esmagada, fez uma bola, depois com a colher de pau cortou doses individuais. O angu seria para acompanhar o calulu de galinha.
O calulu é um prato São Tomense feito com galinha ou peixe fumado, por exemplo peixe voador, macho-pombo, entre outros, por cá, quando fazem escolhem o carapau ou a sarda. Para o calulu, a Ana Paula explicou que cozeu as verduras na véspera. Colocou a panela ao lume por volta das 22h e que desligou o fogão por volta das 4h da manhã. As verduras usadas foram a couve portuguesa e espinafres, tudo muito cortadinho. A fruta pão descascada também pode ser cozida com as verduras. A galinha foi temperada com sal e pimentas, branca e preta. Pelo que percebi, pois houve alguma confusão com o entrar e sair de pessoas que vinham de outros cursos ver o que fazíamos, faziam perguntas e cortavam a linha de explicação, a galinha foi colocada numa panela com óleo de palma, pau pimenta, maqueque, quiabo, mosquito (erva aromática). Depois da galinha cozinhada, adicionaram as verduras com o caldo, a fruta pão esmagada, a beringela descascada e limpa de sementes e deixaram acabar de cozinhar.
O calulu foi servido com o angu de banana e arroz branco. Estava excelente. Foi uma surpresa.
O outro prato confeccionado foi cachupa que se assemelha bastante à nossa feijoada, só que a cachupa leva milho. Para a cachupa o primeiro passo é cozer o milho e o feijão catarino com sal. A Ana Paula chamou-nos a atenção para os diferentes tempos de cozedura. O milho demora mais, portanto, se forem cozinhados juntos, não devem ser colocados ao mesmo tempo. Os enchidos, chouriço de carne, chouriço de sangue e até farinheira, podem ser cozidos juntamente com o feijão. As carnes, que podem ser salgadas ou não (chispe, entrecosto, frango, etc), também são cozidas à parte com um refogado de cebola, alho, azeite, polpa de tomate, folha de louro, ossame e pau pimenta.
Depois do feijão cozido, retirar os enchidos e cortá-los às rodelas. Juntar as carnes, um pedaço de bacon cortado,o feijão e o milho (usaram milho branco e milho amarelo) com o caldo de cozedura, couve lombarda cortada e cenoura.
Para sobremesa fizeram um arroz da Índia. Colocaram leite de coco, leite, arroz, margarina, açúcar, milho branco e amarelo. Deixaram cozinhar.
A família que nos acompanhou nesta viagem foi de uma simpatia inexcedível. Disponíveis, simpáticas, mostraram que estavam ali com gosto e com orgulho na sua cultura.
Num outro dia, falar-vos-ei da minha experiência no workshop de comida chinesa, que fiz no domingo no âmbito do mesmo festival.
6 comentários :
Que giro!... Deve ter sido o máximo!
Tanta cor que os pratos têm...
Babette
À uns meses fui a um jantar de angariação de fundo em que a comida era toda de São Tomé.
Nunca tinha comido, e gostei de tudo!
Desde o belo pastel de peixe, aos bifes de atum com banana pão, e o belo do arroz doce tradicional, fiquei maravilhado com tanta paixão pela comida como a que eles demostraram. Um dia destes tenho que ir a um restaurante Angolano que abriu perto de mim, também tenho muita curiosidade.
Cumprimentos
Que pena tive de não estar cá para poder ir!
Deve ter sido bem interessante.
Beijinhos
Um dos países que eu adorava conhecer :) Neste caso a ilha. A gastronomia é fantástica :)
Deve ter sido um dia muito bem passado e que se aprende imenso
beijos
Oi
Muita coisa gostosa
pra fazer e se deliciar.
Beijos...
Lúcia.
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