segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sevilha, o começo para outras viagens


Tínhamos que voltar a Sevilha, Espanha. A primeira visita soube a pouco e a chuva não nos deixou explorar a cidade como gostaríamos. Por isso voltámos. Saídos de Córdova no domingo de Páscoa, onde deixámos uma cidade a fervilhar de turistas, chegámos a Sevilha a meio da tarde. O local para ficarmos hospedados foi o hotel da vez anterior, Virgin de los Reys. Depois de já estarmos no hotel, onde decidimos descansar um pouco, começou a trovejar e a chover. Será possível? Fizemos a viagem com um sol tão bonito, o céu estava azul e agora chuva?! Será que estávamos fadados a visitar Sevilha sempre com chuva? Felizmente, que foram apenas uns aguaceiros. Quando saímos do hotel em direção ao centro histórico, ainda existiam vestígios da chuva, mas o céu parecia despreocupado e sem nuvens. Ainda bem! :)

Quando viajamos gostamos de conhecer as cidades andando a pé. Só assim podemos descobrir ruas, cafés e sentir o pulsar do local onde estamos. Antes de jantarmos passámos novamente em frente à Catedral. É imponente. Na rua, poucos já eram os vestígios da Semana Santa, restavam apenas uma ou outra pilha de cadeiras para recolher.

Depois de darmos uma volta pelos restaurantes, alguns cheios com turistas e locais, decidimos sentarmo-nos no Robles Placentines, uma sugestão da Cristina Lebre. Ali, escolhemos tapear. Eu fiquei fã deste conceito. Poder numa refeição provar diferentes pratos, é quase uma versão do paraíso para uma apaixonada por comida. Sentados ao balcão, a olhar para uma fila de presuntos curados e sob o olhar atento de um imponente touro, que nos parecia embalsamado, pedimos muxama de atum com tomate e orégãos, uma delícia. Cá encontramos muxama facilmente na região do Algarve e eu fiquei tentada a reproduzir esta saladinha que tão bem nos soube. Pedimos também queijo velho de ovelha com dois anos, beringelas recheadas com fiambre e rafalito frito, um peixinho entre as nossas petingas e as sardinhas. Ora bem, eu que digo que não sou grande fã de beringelas nesta viagem passei grande parte das refeições a pedir beringelas. Estarei convertida? O Ricardo é que se sente muito feliz. Agora acha que eu vou cozinhar beringelas com muito mais frequência. Provámos ainda almôndegas com legumes, ao estilo da nossa jardineira e uns rolitos de presunto e salsicha com mostarda fresca que me deixaram a sonhar por mais.


No dia seguinte os planos envolviam uma vista ao Real Alcazar e à Catedral. A fila para entrar na Catedral levou-nos a ponderar e decidimos ir primeiro ao Real Alcazar, residência de monarcas, um complexo com vestígios arábes e magníficos jardins. Salas sumptuosas que ilustram o passado árabe, tectos ricamente decorados, e outras a demonstrar a presença dos reis cristãos. Uma das salas está decorada com azulejaria e traços arquitetónicos portugueses. Passámos ali a manhã e só saímos depois de visitarmos os banhos de Maria de Padilha, mulher que, segundo uma lenda local, revelou uma imensa coragem. Pedro I de Castela, conhecido como Pedro, O Cruel, apaixonou-se por Maria. Com o intuito de a ter só para si, mata-lhe o marido. Maria, resiste aos avanços do rei e para o afastar, desfigura a cara com azeite a ferver. Em Sevilha, tornou-se o símbolo da pureza.


Antes de deixarmos Sevilha em direção a Portugal escolhemos o restaurante Pando para almoçarmos. Na nossa primeira visita adorámos algumas das tapas e queríamos repetir. Eu escolhi uma sopa de tomate com camarão e manjericão e o Ricardo optou pelo salmorejo cremoso com ovo, presunto e passas. De seguida, não poderia faltar a torrija de berenjena com queijo de cabra de que ficámos fãs e que já tentei reproduzir sem o sucesso esperado. Como é que farão a beringela? Na minha primeira tentativa passei-as por pão ralado e não resultou. De seguida e para salvar a situação passei-as por ovo, mas ficaram a milhas das servidas no Pando que não me parecem ter ovo. Ainda não desisti de tentar. Da próxima vez, estou a pensar passá-las por pão ralado e levá-las ao forno. Vamos ver como resulta. No entanto, se houver alguém que saiba como se faz esta tapa, não hesite em explicar. Eu fico muito grata. Mas as nossas experiências gastronómicas não terminaram por aqui. Ainda tivemos o prazer de provar uma salada de abacate com bacalhau marinado, tomate raff e vinagrete de laranja, peitos de galinha com molho de caril e alho e bacalhau confitado em azeite com puré de grão. Para sobremesa ainda tivemos a coragem de dividir um toucinho do céu com sopa de laranja, granizado e coulis de erva doce.


Sevilha, será de certeza o ponto de chegada para outras viagens. Ficámos com vontade de voltar.

5 comentários :

Cidália disse...

Gosto muito de Sevilla! Quando vou lá também fico nesse Hotal, fica bem situado e é económico.
Gosto muito da forma como contas as tuas viagens!
Beijinhos

conceicao disse...

Gosto muito de Sevilha, as fotos são lindissimas.
Bjs

Susana Matias disse...

Faz-me lembrar quando por aquelas ruas eu passeei e venerei...

que saudades...

Adorei

Paula disse...

Como eu adoro Sevilha, que saudades!

Paco Bernal disse...

Sevilla es única y siempre con los brazos abiertos. Sevilla es alegría y pasión. Me encanta Sevilla.