O Outono não chega apenas quando as folhas amareladas começam a cair das árvores ou, quando os dias ficam mais frios. O Outono chega assim que os vendedores de castanhas enchem o ar das cidades com o perfume doce que sai dos seus assadores. O Outono chega quando o tempo nos convida ao recolhimento, a acender a lareira. O Outono chega quando começamos a trocar a frescura das saladas pelo conforto de um prato quente, feito no tacho, com tempo. Para mim, um dos expoentes máximos das refeições reconfortantes é uma carne estufada (ou guisada) feita lentamente, com tempo para que os ingredientes se misturem, conversem e apurem sabores.
Uma carne estufada é, em essência, tempo. Tempo que transforma a dureza de um corte em maciez, tempo que permite aos sabores dos temperos e do vinho se fundirem numa complexidade rica e terrosa. O aroma que se espalha pela casa, horas antes de o prato chegar à mesa, é a primeira e mais importante camada de conforto. É um cheiro a lar, a memórias em família, a comida caseira. Um estufado de carne feito com tempo lembra o abraço caloroso, único, da nossa mãe.
Uma carne estufada é, em essência, tempo. Tempo que transforma a dureza de um corte em maciez, tempo que permite aos sabores dos temperos e do vinho se fundirem numa complexidade rica e terrosa. O aroma que se espalha pela casa, horas antes de o prato chegar à mesa, é a primeira e mais importante camada de conforto. É um cheiro a lar, a memórias em família, a comida caseira. Um estufado de carne feito com tempo lembra o abraço caloroso, único, da nossa mãe.






